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APRESENTAÇÃO DO DOSSIÊ: IMPÉRIO PORTUGUÊS EM PERSPECTIVA: SOCIEDADE, CULTURA E ADMINISTRAÇÃO (XVI-XIX)
Para um pesquisador da história do império português é difícil imaginar um prazer maior do que fazer a apresentação de um dossiê de uma revista discente sobre o tema. E isso porque a própria existência desse dossiê é a comprovação cabal de como o estudo do “Mundo Português” se espraiou na academia, um quadro quase inimaginável há pouco mais de duas décadas atrás, quando surgiram os primeiros trabalhos realizados no Brasil. O próprio termo “império”, hoje absolutamente consolidado em nossa historiografia, foi por muito tempo objeto de questionamento.Nesse número de Ars Histórica encontramos uma produção historiográfica extremamente diversificada, tanto em termos temáticos quanto geográficos e temporais, sinal inequívoco da vitalidade dessa área de pesquisa
Discurso econômico e política colonial no império Luso-Brasileiro (1750-1808)
O artigo reflete sobre a ação política do marquês de Pombal e de Dom Rodrigo de Souza Coutinho, comparando o conjunto de suas orientações no campo econômico e colocando em perspectiva a questão geral do reformismo ilustrado no mundo ibérico. A ambição geral é a discussão de diferentes percursos no plano da história das ideias no século XVIII, mapeando o quadro de influências ao discurso econômico e político dedicado à concepção e execução das reformas, com destaque para a preocupação com o papel das colônias (o Brasil, essencialmente) na dinâmica econômica portuguesa ao longo da segunda metade do século XVIII
A produção política da economia: formas não-mercantis de acumulação e transmissão de riqueza numa sociedade colonial (Rio de Janeiro, 1650-1750)
Este artigo procura analisar as formas não-mercantis de acumulação existentes na sociedade colonial fluminense entre 1650 e 1750. Nosso objetivo é tanto o de conhecer as formas concretas assumidas por esse tipo de acumulação quanto aquilatar sua importância relativa, em comparação com a acumulação de capital em sentido estrito. Esse período é marcado por intensas transformações econômico-sociais na capitania, fruto tanto de sua evolução interna quanto de fenômenos que podemos considerar até certo ponto externos, como a descoberta de ouro e a conseqüente colonização do interior da América portuguesa. Assim, buscamos perceber igualmente como tão importantes transformações influenciaram nas estratégias de acumulação dos diversos grupos sociais locais no período
Engenho sim, de açúcar não o engenho de farinha de Frans Post Mills for manioc, not for sugar cane Frans Post's manioc mill
O capítulo toma um recém-lançado catálogo das obras completas de Frans Post para pensar o processamento da cana-de-açúcar e da mandioca no Brasil colonial. O pintor holandês do século XVII viveu no Brasil de 1637 a 1644, durante a ocupação holandesa e deixou uma rica coleção de óleos e desenhos, a maior parte deles representando paisagens do Nordeste, em particular engenhos de açúcar e grandes propriedades rurais. O texto se apóia em fontes escritas de época para demonstrar como as telas de Post podem nos levar a uma interessante análise sobre a produção e o consumo da farinha de mandioca e do açúcar na primeira metade do século XVII.<br>The chapter takes a recently launched catalogue with the complete works by Frans Post to argue about the technology for processing sugar and manioc in colonial Brazil. The seventeenth century Dutch painter lived in Brazil from 1637 to 1644, during the Dutch occupation of Pernambuco, and left a rich collection of paintings and sketches most of them representing the Northeastern landscape, in particular sugar mills and non-identified plantations. The paper relies also on contemporary written sources to demonstrate how Post canvas can leads us tointeresting analysis about the production and uses of manioc meal and sugar during the first half of seventeenth century