89 research outputs found

    Entre a igualdade e a diferença: mulheres camponesas em lutas de gênero

    Get PDF
    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2010Este estudo busca analisar como se constituem sujeitos e subjetividades em lutas de gênero enquanto práticas do Movimento de Mulheres Camponesas em Santa Catarina (MMC/SC), denominação assumida em novembro de 2004 pelo Movimento de Mulheres Agricultoras de Santa Catarina (MMA/SC), na consolidação, com outros movimentos rurais autônomos de mulheres do Brasil, de um movimento nacional. Esse processo envolveu a construção de identidades políticas, por meio das quais se produzem e se representam sujeitos. A pesquisa utilizou o modelo etnográfico, com a realização de entrevistas em profundidade, o acompanhamento e observação das atividades de mulheres que compõem o movimento. Este procedimento foi complementado pela análise de documentos produzidos pelo movimento em toda a trajetória de lutas que o caracterizou, desde sua criação como Movimento de Mulheres Agricultoras. Considerando que o MMC/SC está organizado em regionais (formadas por grupos de municípios), o estudo foi realizado em três municípios da Regional Sul do movimento: Urussanga, Orleans e Treviso. Foram entrevistadas 18 mulheres. A pesquisadora participou de atividades junto às mulheres do movimento, analisou publicações e documentos produzidos no período de 1994-2008. O argumento central do estudo é que diferentes investimentos são feitos na constituição de sujeitos e de subjetividades, os quais dão a ver a reprodução de normas de gênero, a aceitação ou a resistência a certas formas de individualidade, como parte das estratégias políticas de luta, incluindo a unificação de movimentos autônomos de mulheres e a construção das identidades políticas "mulheres agricultoras" e "mulheres camponesas". Desde a sua criação, na primeira metade da década de 1980, no distrito de Itaberaba, município de Chapecó/SC, o MMA/SC começou a questionar a "condição da mulher" e da "mulher trabalhadora rural". Como lutas centrais, estavam o direito à sindicalização da mulher, disputa pela direção do sindicato rural, o reconhecimento da profissão de agricultora, aposentadoria, entre outros. Lutas de gênero e de classe, operadas na/pela posição de trabalhadora rural, que se mantiveram com a construção do MMC. Nos municípios estudados, o movimento foi criado nos anos de 1994, 1995 e 2000, na vigência da denominação MMA/SC. A trajetória do movimento compreendeu lutas por reconhecimento e por redistribuição, nas quais as mulheres se produziram na posição de trabalhadoras rurais. Essa produção demandou investimentos na documentação pessoal e profissional das mulheres. Na perspectiva das mulheres entrevistadas, o movimento se constitui como lugar de organização para aprendizagens, transformações sociais e individuais. No percurso da construção de identidades políticas, na Regional Sul, a mudança do nome "mulheres agricultoras" para "mulheres camponesas" foi recusada por algumas das mulheres e aceita por outras, demonstrando jogos de força, produção de sujeitos e de subjetividades. Ambas as identificações identitárias acionaram discursos que se aproximam de concepções feministas essencialistas, atribuindo às mulheres diferenças que as capacitam para o cultivo e o cuidado com a terra, relacionadas à sua função como mães na geração e cuidado com a vida. Uma das questões a ser considerada é que o uso de um "princípio feminino" não parece indicar apenas um retorno ao essencialismo, mas também uma estratégia política na produção de lutas

    Ainda precisamos avançar: os sentidos produzidos por trabalhadoras/es rurais sobre a divisão sexual do trabalho em um assentamento coletivo do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) em SC

    Get PDF
    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia.As relações de gênero e trabalho, produtoras de significados e sentidos, em seu duplo referencial constituinte e constituidor, produzem sujeitos e modos de vida. A articulação destas relações produz desdobramentos que remetem à divisão sexual do trabalho, foco deste estudo. Fundamentado em concepções da psicologia histórico-cultural, fundada em Vygostski

    PANDEMIA DE COVID-19 E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO EM ÁREAS DA SAÚDE: REVISÃO DE LITERATURA

    Get PDF
    Palavras-chave: COVID-19; gênero; pandemia; precarização do trabalho; trabalho de cuidado.Keywords: COVID-19; gender; pandemic; work precariousness; care work

    TRABALHO FEMININO DE CUIDADOS EM SETORES DE SERVIÇO: UMA ANÁLISE DOS EFEITOS SOCIOECONÔMICOS E PSICOSSOCIAIS DA PANDEMIA COVID-19

    Get PDF
    O presente resumo trata da intenção de pesquisa proposta para realização junto ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Objetiva-se analisar efeitos socioeconômicos e psicossociais da pandemia de Covid-19 em processos de trabalho femininos de cuidado, a partir da análise de ocupações em setores de serviços na interface com as relações de gênero, no município de Criciúma/SC. Para tanto, propõem-se articular pesquisas documental e de campo, respectivamente, por meio de levantamento em bases estatísticas da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), no período de 2020 e 2021, e de entrevistas com trabalhadoras de setores de serviços, no campo dos trabalhos do cuidado e limpeza. A produção de estudos no campo da divisão sexual do trabalho evidencia a extensa participação de mulheres no setor de serviços, configurando-se como maioria da força de trabalho nas seções de ocupações associadas ao cuidado e limpeza, tais como nas áreas da saúde, assistência social e serviços domésticos. Caracterizado pela sua heterogeneidade de atividades e ocupações, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), o Setor de Serviços comporta as subclasses de Saúde Humana e Serviços Sociais e de Serviços Domésticos, propostas como objeto de análise traduzido pela categoria de trabalhos de cuidado, a partir da definição proposta por Kergoat (2016, p. 17): “como uma relação de serviço, apoio e assistência, remunerada ou não, que implica um sentido de responsabilidade em relação à vida e ao bem-estar de outrem”. No campo do cuidado e da limpeza, sustenta-se uma estrutura de trabalho informal, marcadas pelo racismo e sexismo, que cria e atualiza um grande contingente de “trabalhadoras desempregadas”, conforme palavras de Davis (2016, p. 240). Negar o cuidado como parte da vida seria nocivo ao ideal democrático que transcende a igualdade formal, uma vez que assim é negado também o reconhecimento das necessidades humanas de quem solicita cuidado e as condições de trabalho de quem atende a tais demandas. Biroli (2015) articula o cuidado no campo da democracia, propondo pensar quais sujeitos acessam e como ocorre tal acesso ao cuidado e, além, questionar a dualidade público/privado. Para além do cuidado médico, a gestão da pandemia se sustentou sobre a economia de esgotamento dos corpos pela feminização da indústria da limpeza/cuidado (VERGÈS, 2020). Para a autora, “a análise feminista decolonial antirracista e anticapitalista da gestão dessa pandemia não difere tanto daquela do cuidado e da limpeza, pois ambos são indispensáveis para o funcionamento do mundo.” (VERGÈS, 2020, p. 22). Desta forma, sustenta-se a importância de considerar os atravessamentos de gênero, raça e classe no setor de serviços causados pela pandemia de Covid-19, em articulação com a análise de processos socioeconômicos e psicossociais

    TRABALHO, RELAÇÕES DE GÊNERO E POLÍTICAS PÚB

    Get PDF
    O presente trabalho dispõe um recorte temático de uma pesquisa em andamento que objetiva mapear a produção científica brasileira sobre trabalho, mulheres e relações de gênero, no período de 2000-2015, disponível na base Scientific Electronic Library Online - SciELO Brasil. Trata-se de uma discussão acerca das relações de trabalho/gênero na interface com políticas públicas e demandas sociais que colocam em perspectiva a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Foram localizados e analisados, qualitativa e quantitativamente, onze artigos referentes ao tema. As abordagens analíticas dos estudos reuniram procedimentos qualitativos, quantitativos, qualitativos e quantitativos, e como procedimentos metodológicos, revisões bibliográficas, estudos de caso, entrevistas, questionários, bases estatísticas de dados, análises de regressão e microssimulações. Os artigos apresentam reflexões sobre políticas públicas no campo das relações de trabalho, nos contextos urbano e rural, envolvendo demandas por reconhecimento social das mulheres e redistribuição econômica. São problematizados nuances da desproteção previdenciária das trabalhadoras que exercem atividades informais e a relação com o processo de feminização da pobreza. Também, evidencia-se a necessidade de repensar políticas públicas que garantam às mulheres o acesso e a estabilidade no mercado de trabalho, pelo aumento da escolarização e qualificação profissional, necessidade de se reestruturar o setor de proteção previdenciária, bem como da formalização do trabalho, estendendo-se também à fiscalização do cumprimento das políticas, pensadas com o objetivo de promover a equidade entre os sexos no mundo do trabalho. Ressalta-se a importância da socialização do cuidado como maneira de viabilizar a independência e autonomia feminina no mercado de trabalho, e a sua garantia a partir de políticas públicas criadas pela leitura das variantes do mercado de trabalho pela perspectiva de gênero.Palavras-Chave: Trabalho; Relações de gênero; Políticas públicas

    TRABALHO, RELAÇÕES DE GÊNERO E POLÍTICAS PÚB

    Get PDF
    O presente trabalho dispõe um recorte temático de uma pesquisa em andamento que objetiva mapear a produção científica brasileira sobre trabalho, mulheres e relações de gênero, no período de 2000-2015, disponível na base Scientific Electronic Library Online - SciELO Brasil. Trata-se de uma discussão acerca das relações de trabalho/gênero na interface com políticas públicas e demandas sociais que colocam em perspectiva a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Foram localizados e analisados, qualitativa e quantitativamente, onze artigos referentes ao tema. As abordagens analíticas dos estudos reuniram procedimentos qualitativos, quantitativos, qualitativos e quantitativos, e como procedimentos metodológicos, revisões bibliográficas, estudos de caso, entrevistas, questionários, bases estatísticas de dados, análises de regressão e microssimulações. Os artigos apresentam reflexões sobre políticas públicas no campo das relações de trabalho, nos contextos urbano e rural, envolvendo demandas por reconhecimento social das mulheres e redistribuição econômica. São problematizados nuances da desproteção previdenciária das trabalhadoras que exercem atividades informais e a relação com o processo de feminização da pobreza. Também, evidencia-se a necessidade de repensar políticas públicas que garantam às mulheres o acesso e a estabilidade no mercado de trabalho, pelo aumento da escolarização e qualificação profissional, necessidade de se reestruturar o setor de proteção previdenciária, bem como da formalização do trabalho, estendendo-se também à fiscalização do cumprimento das políticas, pensadas com o objetivo de promover a equidade entre os sexos no mundo do trabalho. Ressalta-se a importância da socialização do cuidado como maneira de viabilizar a independência e autonomia feminina no mercado de trabalho, e a sua garantia a partir de políticas públicas criadas pela leitura das variantes do mercado de trabalho pela perspectiva de gênero.Palavras-Chave: Trabalho; Relações de gênero; Políticas públicas

    Produção de sentidos e sexualidade na juventude: um relato de experiência / Production of meanings and sexuality in youth: an account of experience

    Get PDF
    O presente artigo traz um relato de experiência de estágio em Psicologia Social, realizado com aproximadamente 80 jovens, como idades entre 14 e 19 anos. As atividades foram realizadas por meio de módulos temáticos e a presente produção versará sobre o encontro temático que abordou questões relacionadas a sexualidade na juventude. Como metodologia para a realização do encontro, abordamos os assuntos com o auxílio de recursos audiovisuais e dinâmicas psicoeducativas, assim, direcionando o encontro de acordo com as dúvidas e inquietações dos/as próprios/as jovens. A maioria dos/as participantes afirmou que a sexualidade é tratada de maneira diferente para os homens e mulheres. Foi possível perceber a culpabilização da mulher por uma gravidez não planejada. Além disso, muitos jovens percebem a gravidez na adolescência não como algo somente negativo, mas como possibilitador da reestruturação de vivências. A sexualidade na juventude mostrou-se como elemento produtor de identidade marcado por questões de gênero. Entende-se aqui, a importância de ampliar discussões sobre as temáticas considerando os marcadores analíticos de gênero e geração, abrindo mão assim de moralidades conservadoras que levam a perpetuação das desigualdades entre homens e mulheres

    TRABALHO FEMININO DE CUIDADOS EM SETORES DE SERVIÇO: UMA ANÁLISE DOS EFEITOS SOCIOECONÔMICOS E PSICOSSOCIAIS DA PANDEMIA COVID-19

    Get PDF
    O presente resumo trata da intenção de pesquisa proposta para realização junto ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Objetiva-se analisar efeitos socioeconômicos e psicossociais da pandemia de Covid-19 em processos de trabalho femininos de cuidado, a partir da análise de ocupações em setores de serviços na interface com as relações de gênero, no município de Criciúma/SC. Para tanto, propõem-se articular pesquisas documental e de campo, respectivamente, por meio de levantamento em bases estatísticas da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), no período de 2020 e 2021, e de entrevistas com trabalhadoras de setores de serviços, no campo dos trabalhos do cuidado e limpeza. A produção de estudos no campo da divisão sexual do trabalho evidencia a extensa participação de mulheres no setor de serviços, configurando-se como maioria da força de trabalho nas seções de ocupações associadas ao cuidado e limpeza, tais como nas áreas da saúde, assistência social e serviços domésticos. Caracterizado pela sua heterogeneidade de atividades e ocupações, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), o Setor de Serviços comporta as subclasses de Saúde Humana e Serviços Sociais e de Serviços Domésticos, propostas como objeto de análise traduzido pela categoria de trabalhos de cuidado, a partir da definição proposta por Kergoat (2016, p. 17): “como uma relação de serviço, apoio e assistência, remunerada ou não, que implica um sentido de responsabilidade em relação à vida e ao bem-estar de outrem”. No campo do cuidado e da limpeza, sustenta-se uma estrutura de trabalho informal, marcadas pelo racismo e sexismo, que cria e atualiza um grande contingente de “trabalhadoras desempregadas”, conforme palavras de Davis (2016, p. 240). Negar o cuidado como parte da vida seria nocivo ao ideal democrático que transcende a igualdade formal, uma vez que assim é negado também o reconhecimento das necessidades humanas de quem solicita cuidado e as condições de trabalho de quem atende a tais demandas. Biroli (2015) articula o cuidado no campo da democracia, propondo pensar quais sujeitos acessam e como ocorre tal acesso ao cuidado e, além, questionar a dualidade público/privado. Para além do cuidado médico, a gestão da pandemia se sustentou sobre a economia de esgotamento dos corpos pela feminização da indústria da limpeza/cuidado (VERGÈS, 2020). Para a autora, “a análise feminista decolonial antirracista e anticapitalista da gestão dessa pandemia não difere tanto daquela do cuidado e da limpeza, pois ambos são indispensáveis para o funcionamento do mundo.” (VERGÈS, 2020, p. 22). Desta forma, sustenta-se a importância de considerar os atravessamentos de gênero, raça e classe no setor de serviços causados pela pandemia de Covid-19, em articulação com a análise de processos socioeconômicos e psicossociais

    RELAÇÕES DE GÊNERO E DA DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO EM PRODUÇÕES AVÍCOLAS NO MUNICIPIO DE FORQUILHINHA/SC

    Get PDF
    Esse trabalho tem como categoria de análise, gênero, divisão sexual do trabalho, e agricultura familiar, sendo o foco da pesquisa as produções avícolas vinculadas ao sistema de integração do município de Forquilhinha/SC. A proposição se trata de uma pesquisa de tese de doutorado em andamento (2019-2022). Ao utilizar gênero como uma das categorias de análise, levamos para discussão a desigualdade entre homens e mulheres presente em todos os espaços da nossa sociedade. De acordo com Scott (1995) gênero são as construções históricas das relações sociais entre os sexos, excluindo qualquer explicação biológica que coloca a mulher em posição subalterna com relação ao homem (SCOTT, 1995). A partir das relações de gênero se constitui a divisão sexual do trabalho, enquanto relações sociais produzidas no cotidiano laboral, onde trabalho reprodutivo é atribuído as mulheres e produtivo aos homens (FARIA, 2009). Mas especificamente sobre a agricultura familiar, esta é representada por famílias que, ao mesmo tempo que são donas dos seus meios de produção, assumem o trabalho do seu estabelecimento (WANDERLEY, 2009). A avicultura é uma atividade comum nos estabelecimentos agrícolas familiares, principalmente nas regiões onde estão instaladas as indústrias de abate e produção de frangos. O sistema de integração, é o meio de conexão entre indústria e o produtor rural, chamada de “parceria”. Essa “parceria” é demarcada por diversos fatores que acabam por incitar algumas condições de subordinação aos agricultores. Sobre esses aspectos, como objetivo geral, pretende-se analisar como se constituem relações de gênero e a divisão sexual do trabalho em produções avícolas vinculadas a sistemas de integração. Onde a pesquisa se justifica diante dos seguintes argumentos: Número significativo de famílias que são produtoras avícolas no município- 379 estabelecimentos que galináceos, dentro deste número se contabiliza a produção de ovos (IBGE, 2017); A forte atuação do capital por intermédio das indústrias que demandaram a produção avícola pelas famílias rurais; A exploração das integradoras para com os agricultores; A divisão sexual do trabalho e a desigualdade de gênero construídas em espaços rurais laborais e; A inexistência de estudos que realizam esse debate. Quanto aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa será interdisciplinar e qualitativa, por meio de pesquisas documental e de campo. Na pesquisa de campo, serão realizadas entrevistas semiestruturadas. A amostra será formada por acessibilidade e o número de famílias entrevistadas será definido pelo critério de saturação das informações. Como procedimento de análise das informações, será utilizada a análise de conteúdo, por Laurance Bardin (1995)

    RELAÇÕES DE GÊNERO E DA DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO EM PRODUÇÕES AVÍCOLAS NO MUNICIPIO DE FORQUILHINHA/SC

    Get PDF
    Esse trabalho tem como categoria de análise, gênero, divisão sexual do trabalho, e agricultura familiar, sendo o foco da pesquisa as produções avícolas vinculadas ao sistema de integração do município de Forquilhinha/SC. A proposição se trata de uma pesquisa de tese de doutorado em andamento (2019-2022). Ao utilizar gênero como uma das categorias de análise, levamos para discussão a desigualdade entre homens e mulheres presente em todos os espaços da nossa sociedade. De acordo com Scott (1995) gênero são as construções históricas das relações sociais entre os sexos, excluindo qualquer explicação biológica que coloca a mulher em posição subalterna com relação ao homem (SCOTT, 1995). A partir das relações de gênero se constitui a divisão sexual do trabalho, enquanto relações sociais produzidas no cotidiano laboral, onde trabalho reprodutivo é atribuído as mulheres e produtivo aos homens (FARIA, 2009). Mas especificamente sobre a agricultura familiar, esta é representada por famílias que, ao mesmo tempo que são donas dos seus meios de produção, assumem o trabalho do seu estabelecimento (WANDERLEY, 2009). A avicultura é uma atividade comum nos estabelecimentos agrícolas familiares, principalmente nas regiões onde estão instaladas as indústrias de abate e produção de frangos. O sistema de integração, é o meio de conexão entre indústria e o produtor rural, chamada de “parceria”. Essa “parceria” é demarcada por diversos fatores que acabam por incitar algumas condições de subordinação aos agricultores. Sobre esses aspectos, como objetivo geral, pretende-se analisar como se constituem relações de gênero e a divisão sexual do trabalho em produções avícolas vinculadas a sistemas de integração. Onde a pesquisa se justifica diante dos seguintes argumentos: Número significativo de famílias que são produtoras avícolas no município- 379 estabelecimentos que galináceos, dentro deste número se contabiliza a produção de ovos (IBGE, 2017); A forte atuação do capital por intermédio das indústrias que demandaram a produção avícola pelas famílias rurais; A exploração das integradoras para com os agricultores; A divisão sexual do trabalho e a desigualdade de gênero construídas em espaços rurais laborais e; A inexistência de estudos que realizam esse debate. Quanto aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa será interdisciplinar e qualitativa, por meio de pesquisas documental e de campo. Na pesquisa de campo, serão realizadas entrevistas semiestruturadas. A amostra será formada por acessibilidade e o número de famílias entrevistadas será definido pelo critério de saturação das informações. Como procedimento de análise das informações, será utilizada a análise de conteúdo, por Laurance Bardin (1995)
    corecore