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    Desagregação do escravismo e transição para o trabalho livre na província de Sergipe

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    Neste artigo estuda-se a transição do trabalho escravo para o trabalho livre no Nordeste Açucareiro a partir de duas premissas comumente apresentadas pela historiografia: a monopolização das terras agricultáeis pelos senhores de engenho e a crescente oferta de força de trabalho livre que teriam levado, na segunda metade do século XIX, a um processo contínuo de desagregação do escravismo nesta região do Brasil. Utilizando-se, principalmente, de dadosreferentes a Província de Sergipe questiona-se as citadas premissas e conclusões derivadas das mesmas de automática transição do trabalho escravo para o livre.In this article we study the transition from slave work to free work at Sugar Northeast having on mind two premises usually showed by historiography: the monopolization of agricultural land by owners of sugar mills and the increasing supply of free work. Together they would have produced a continuous process of disintegrating slavery in this part of Brazil. Using mainly data refering to Sergipe Province, we argue the premises and conclusions proceeded from these, which guarantee an automatic transition from slave work to free work

    Migrações internas: resistências e conflitos, 1872-1920

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    Examina-se, tendo em vista a documentação sergipana, as principais causas apontadas pela literatura especializada do relativamente pequeno movimento migratório interno da população brasileira no período 1872-1920. Sergipe pode fornecer um bom exemplo das resistências e tensões provocadas pela emigração de parte de sua população para outras regiões do território nacional, na medida em que, no período 1900-1920, apresentou a maior taxa líquida de emigração interna. Discute-se as tensões que esse movimento emigratório provocou no processo de reordenamento do trabalho após a abolição da escravidão em Sergipe e, finalmente, especula-se sobre o possível caráter disruptivo que teria sobre a unidade nacional a demanda intensa por força de trabalho dos cafeicultores paulistas na ausência de uma oferta internacional. In the light of historical documents of Sergipe we investigated the main causes pointed out by the specialized literature on the relatively modest internal migratory movement of Brazilian population in the period 1872-1920. Sergipe can provide a good example of the resistances and tensions caused by the emigration of a portion of its population to other regions of the nation, because into the period 1900-1920 Sergipe exhibited the highest net rate of internal emigration. We discuss the tensions that such emigrating movement caused on the process of reorganization of labor after the abolishment of slavery in Sergipe. Finally, we theorize on the possible disruptive character that the strong demand for labor of the coffee growers of Sao Paulo would have on the national unity in the absence of foreign immigration

    O primado do mercado interno: a proeminência do espaço canavieiro de Minas Gerais no último século de hegemonia das atividades agroaçucareiras tradicionais no Brasil

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    Minas Gerais foi, durante o século 19 e início da centúria seguinte, o mais importante espaço canavieiro do Brasil. Para a década de 1830, estima-se a existência em Minas de 4.150 unidades produtivas com transformação da cana-de-açúcar. A soma dos engenhos do litoral nordestino, do norte fluminense e do Planalto Paulista não alcançava a metade do número de engenhos mineiros. Para este mesmo período, estima-se que em Minas 85 mil cativos eram empregados na fabricação de açúcar e aguardente. Em nenhum outro espaço canavieiro, em qualquer período da história do Brasil escravista, foi empregado contingente desta magnitude. Ainda para a quarta década do Oitocentos, estima-se que Minas Gerais produzia 33.200 toneladas de açúcar. A produção paulista não superava 8.500 toneladas e a de Pernambuco era de 27 mil. As exportações de açúcar da Bahia não perfaziam 30 mil toneladas, e as do Rio de Janeiro não alcançavam 17 mil.<br>During 19th century and the beginning of the following century, Minas Gerais was the most important sugarcane plantation area in Brazil. In the 1830's, there were 4.150 productive unities working with sugarcane transformation in Minas. The sum of all sugar mills in the northeast coast, north of Rio de Janeiro and the plains of São Paulo did not reach half of the number of sugar mills in Minas Gerais. In the same period, it is estimated that 85.000 captives was employed in the fabrication of sugar and of aguardente. That such a large contingent had neither been employed in any other sugarcane plantation area nor in any other period of brazilian slavery history. Furthermore, it is estimated that in the 1830's Minas Gerais produced 33.200 tons of sugar. The sugar production of São Paulo did not surpass 8.500 tons, and the production of Pernambuco was 27.000. The sugar exportation of Bahia was not more than 30.000 tons and the amount exported by Rio de Janeiro did not reach 17.000
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