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As formas diferenciadas dos discursos médicos
O presente texto tem como objetivo demonstrar as características da Medicina como campo de conhecimento e como profissão, incluindo aqui os aspectos da relação médico-paciente, para a partir desse referencial tratar da ideologia presente nos discursos de seus profissionais. A Medicina e a doença enquanto campo ou área de conhecimento têm sua história marcada por crenças religiosas e por descobertas etiológicas diversificadas. Os estudos relacionados à Medicina Social surgem na busca da causalidade das doenças na vida e trabalho do homem, incorporando conceitos presentes nas Ciências Sociais. A introdução dessas Ciências à área da Saúde contribui para diferenciar as concepções de saúde e de doença nas classes sociais, além de aproximar os elementos presentes no encontro do médico com o paciente. A partir do século XX, as formas de produção dos profissionais da saúde modificaram-se, e a linguagem hoje utilizada nos discursos médicos revela as ideologias presentes na interação daqueles dois sujeitos. A possibilidade de considerar a profissão médica como um signo, carregado, portanto, de ideologia, revela a luta de classes e o reconhecimento do papel do médico e do paciente na interação verbal
Uma Aproximação dos Signos - Fisioterapia e Saúde - aos Aspectos Humanos e Sociais Approaching the Signs - Physiotherapy and Health - to the Human and Social Aspects
A Fisioterapia, como profissão da área da Saúde, tem em sua origem a característica reabilitadora inserida em suas práticas. Contudo, sua atuação estende-se à prevenção de doenças e à promoção da saúde de um indivíduo ou da coletividade, enfoque de disciplinas comuns a cursos da área, como é o caso da Saúde Coletiva. Também considerada campo de conhecimento, a Saúde Coletiva aproxima os olhares do futuro profissional aos aspectos humanos e sociais imbricados nas ações voltadas à saúde da coletividade, e que, por esse mesmo motivo, aproxima-se das demais Ciências do saber. Durante muito tempo, as pesquisas em Ciências Sociais relacionando-se à Saúde estiveram voltadas aos profissionais médicos, em detrimento dos demais profissionais de saúde. A articulação da Fisioterapia com as Ciências Sociais permite um olhar histórico-humano-social sobre as ações de saúde e da prevenção de doenças. Outra inter-relação da Fisioterapia é com a linguagem, permitindo-se o encontro com a realidade. É nesse momento, segundo Bakhtin (2002), que o sujeito se faz histórico. A ideologia que perpassa as ações em equipes, compostas de profissionais de saúde, pode ser desvelada por meio da análise de seus discursos, revelando os elementos constituintes de suas práticas profissionais e que possam estar impedindo as transformações do perfil de saúdedoença de uma coletividade. A ancoragem metodológica que permitiu a construção deste ensaio foi o Materialismo histórico e dialético, com base na teoria marxiana.<br>Physiotherapy, as a profession of the Health area, has, in its origin, the rehabilitation characteristic inserted in its practices. However, its activity extends to disease prevention and health promotion of an individual or of the collectivity. This focus is present in disciplines that are part of the courses in the area, as it is the case of Collective Health. Also considered a knowledge field, Collective Health provides the future professional with a closer look at the human and social aspects embedded in the actions directed to the community's health. For this reason, Collective Health has many interfaces with the other knowledge Sciences. For a long time, research in Social Sciences that was related to Health was directed at the medical professionals, which was detrimental to the other health professionals. The articulation of Physiotherapy with the Social Sciences allows a historical, human and social look at health and disease prevention actions. Physiotherapy also has an interrelation with language, allowing the subject to meet with reality. According to Bakhtin (2002), it is at this moment that the subject becomes historical. The ideology that pervades the actions of teams that are composed of health professionals can be disclosed through the analysis of their discourses, showing the elements that constitute their professional practices and that may be hindering the transformations in the health-illness profile of a collectivity. This essay was methodologically supported by historical and dialectical Materialism, based on Marx's theory