31 research outputs found

    A viagem como demanda Frankenstein, or the Modern Prometheus, de Mary Shelley e em Le Comte de Monte-Cristo, de Dumas

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    De acordo com Carol Williams (1988: xi), a história da humanidade pode ser vista como a história de um viajante, uma vez que, em seu entender, mudar de sítio e de hábitos é tão próprio da natureza humana quanto o desejo de permanecer e de construir um lar. Logo, é natural que a viagem se tenha tornado num dos temas mais recorrentes e duradouros da literatura, assumindo uma enorme multiplicidade de formas, de modalidades, de objectivos e até mesmo de designações (viagem real, viagem imaginária, viagem no tempo). Todos estes tipos de viagem, ou de “encenação da viagem” (Adler, 1988: 3), têm como aspecto fundamental e comum a deslocação do corpo de um sujeito (viajante) que atravessa um determinado espaço num determinado tempo, sendo que sujeito, espaço e tempo são culturalmente determinados

    O terror como espectáculo: a exibição do corpo ferido

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    O terror assume no Romantismo, tal como de resto em todos os períodos da História, o carácter de espectáculo. Assim, procuraremos aqui evidenciar aquilo que motiva a predilecção dos românticos pelo espectáculo terrível, pela crueldade e pelo terror transformados em encenação, bem como os diferentes modelos de representação propostos e o modo como os heróis de Quatrevingt-treize, de Victor Hugo (1874),1 de Melmoth the Wanderer, de Charles Maturin (1820)2 e de Le Comte de Monte-Cristo, de Alexandre Dumas (1845)3 se identificam ou não com esses modelos e como reagem ao espectáculo do terror

    Usos e representações da memória em quatrevingt-treize, de Victor Hugo e em Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano

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    O presente artigo centra-se nas diferentes formas de utilizar e representar a memória em Quatrevingt-treize, de Victor Hugo (1874)1 e em Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano (1844).2 Trata-se em ambos os casos de romances históricos do século XIX, nos quais a acção se desenrola em momentos cruciais das Histórias dos dois países em causa: Portugal e a França. Em Quatrevingt-treize, conta-se a história do nascimento da nova França republicana e em Eurico, o Presbítero é narrado o declínio da antiga Espanha Visigótica. Sendo que, tanto na obra de Hugo como na de Herculano, as personagens principais são transformadas em representações simbólicas das facções envolvidas nos acontecimentos em causa, faremos uma leitura dos textos centrada nos seus heróis – nas invocações e representações que os próprios heróis fazem dos seus passados e no modo como os narradores representam e usam a memória do herói

    Memórias do mundo

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    Partindo dos conceitos de “memória do mundo” propostos no conto do mesmo nome de Italo Calvino e no documento elaborado por Ray Edmondson para o Programa Memória do Mundo da UNESCO, apresentamos aqui uma reflexão sobre a noção de memória propriamente dita e sobre o modo como os processos de lembrar e esquecer são igualmente conscientes e decisivos para a sua construção, quer se trate da memória individual quer da colectiva

    Processos de construção da figura monstruosa

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    A fronteira que delimita os espaços da normalidade e da monstruosidade é extremamente difícil de traçar. Disso mesmo dá conta a multiplicidade de fenómenos que é designada pelo vocábulo “monstro” e deste facto resulta a consequente falta de funcionalidade do mesmo

    O herói (e o) abjecto

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    Resultando de um conjunto de características excepcionais e invulgares, os heróis românticos apresentam-se como figuras monstruosas que despertam simultaneamente o fascínio e a abjecção. Nas obras seleccionadas para este artigo, a repulsa prende-se tanto com questões morais (com uma rejeição/aceitação dos comportamentos dos heróis), como com questões físicas associadas a questões morais. Trata-se, portanto, de heróis que traduzem o “sintoma do abjecto” descrito por Julia Kristeva em Pouvoirs de l’Horreur, de elementos que perturbam a identidade, o sistema e a ordem, destruindo as fronteiras sociais e não respeitando posições definidas, nem regras, nem fronteiras ou limites impostos socialmente

    Perspective and framing in Ann Radcliffe’s "The mysteries of Udolpho" and in the work of Caspar David Friedrich

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    This article is a comparison between the works of Ann Radcliffe and Caspar David Friedrich based on the analysis of the relationship that is established between the observer and the landscape, as well as on the ways of representing this relationship, namely by analysing the selected perspectives and framings. In this paper, we focus on compositional and organizational strategies of landscape, and also on thematology, as it represents an inescapable way of approaching both these works

    Expressão e contenção da emoção em quatrevingt-treize: a figura sublime

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    A análise de Quatrevingt-treize, de Victor Hugo (1874), que propomos tem por base a forma como a contenção e a expressão das emoções se articulam nesta obra, contribuindo para a caracterização das diferentes personagens, ou dos diferentes tipos de personagem, nela existentes

    The romantic hero – an abject hero

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    This paper is part of a work in which I am analysing the romantic hero from several perspectives.1 For today’s presentation, I have chosen to focus on the possibility of considering the romantic hero an abject hero. I will start by defining this hero as a monster and will then proceed approaching the concepts of monster and abject through an analysis that will include a reading on the heroes in Quatrevingt-treize (Victor Hugo, 1874), Melmoth the Wanderer (Charles Maturin, 1820), Peter Schlemihls wundersame Geschichte (Adelbert von Chamisso, 1813), Frankenstein; or, the Modern Prometheus (Mary Shelley, 1818), Le Comte de Monte-Cristo (Alexandre Dumas, father, 1845), and Faust I (Goethe, 1808)

    Literary tourism. Olhão through Joao Lucio's perspective

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    Este artigo aborda a relação entre turismo e literatura, sob o pressuposto de que a valorização turístico-literária de um destino pode contribuir para o reforço da sua identidade e geniusloci. Paralelamente, assenta no estudo da vida e obra do poeta algarvio João Lúcio e constitui-se como uma reflexão exploratória sobre a possibilidade de desenvolvimento do turismo literário em Olhão
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