A ECONOMIA BRASILEIRA NO NOVO MILÊNIO: CONTINUIDADE E MUDANÇAS NAS ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO

RESUMO Este texto disputa a proposição de que a crise atual da economia brasileira resultou da política desenvolvimentista que teria sido adotado na segunda metade da década do novo milênio. Com base em experiência nacionais do pós-guerra e nas transformações internacionais contemporâneas, argumenta-se que as estratégias desenvolvimentistas basearam-se num tripé formado por uma macroeconomia expansiva, por uma ativa política industrial e pela proteção da indústria nacional; com o neoliberalismo dos anos 1990 esse tripé foi desmontado na economia brasileira e após algumas iniciativas dos governos tomadas na primeira década visando à sua recomposição parcial, essa estratégia foi novamente desmontada na segunda década

Celso Furtado and the Myth of Economic Development: Rethinking Development from Exile

This article introduces two previously unpublished working papers by the Brazilian economist Celso Furtado (1920-2004). Following a brief outline of his life and ideas, the arguments in the two papers are examined, taking into account their context and place in Furtado’s evolving body of work. These two papers represent a crucial turning point in Furtado’s thinking, highlighting his critical perspective on (under)development and laying the basis for four books that he would publish in rapid sequence. We stress Furtado’s growing scepticism with the prospects for international development and global convergence, and his attempt to reimagine the meaning of development and the potential paths to development by peripheral countries. Furtado’s approach to global capitalism in these two papers shed an even more critical light on the structure and evolution of global capitalism than his better-known works from the 1950s. Finally, the contemporary relevance of his ideas is illustrated by reference to their relationship with the current heterodox literature.Fernando Rugitsky acknowledges the support from the Brazilian Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES)