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A VISIBILIDADE DO INTÉRPRETE DE LIBRAS DURANTE A PANDEMIA DE COVID- 19: ALGUMAS PERCEPÇÕES SOBRE O ANO DE 2020
Durante praticamente todo o ano de 2020 o Brasil e o mundo se viram assolados por uma enfermidade que causou pânico e medo nas pessoas, um vírus, o Coronavírus ou COVID-19, que acabou transformando o modo de viver da civilização mundial. Sendo assim, esse artigo tem como objetivo apresentar o papel do intérprete na acessibilidade durante a pandemia no Brasil e a importância das expressões durante o processo de interpretação. Para a realização deste trabalho foi feito um ensaio teórico e dentre os autores estudados temos: Quadros (2004), Gesser (2009), Lacerda (2011), Perlin (2006), além da legislação vigente em nosso país
O processo de ensino e de aprendizagem em Matemática de alunos com discalculia: compreensões a partir de análises de pesquisas
A pesquisa, em fase inicial, tem como objetivo trazer compreensões acerca da escolarização e da formação de professores de matemática de alunos com discalculia e entender o processo de ensino e aprendizagem deles a partir de pesquisas de mestrado e de doutorado publicadas. A curiosidade pelo tema veio após o entendimento da primeira autora sobre o que era dislexia, que é um transtorno específico de aprendizagem em Língua Portuguesa, então houve o questionamento se existia um transtorno específico de aprendizagem em Matemática, assim iniciou um estudo sobre a discalculia com um projeto de iniciação científica, ao mesmo tempo, a descoberta que havia poucos trabalhos recentes na área, além de ser um tema tão pouco comentado durante o curso de graduação. Nesse sentido, esta pesquisa de cunho qualitativo, descritivo e analítico teve como metodologia orientadora o Estado da Arte que “tem por objetivo realizar levantamentos do que se conhece sobre um determinado assunto a partir de pesquisas realizadas em uma determinada área” (ENS; ROMANOWSKI, 2006, p.5). Ademais, como procedimento metodológico, foi realizada uma busca por pesquisas de mestrado e de doutorado no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) utilizando o seguinte descritor “discalculia”. Restringimos, ainda, no período de 2005 a 2020. Cabe dizer que o período escolhido faz referência ao ano de publicação das “Diretrizes para inclusão: garantir o acesso à Educação para Todos” (UNESCO, 2005) que influenciou algumas leis brasileiras que versam sobre a Educação Inclusiva, visto que a pessoa com discalculia não está incluída no público-alvo da Educação Especial que tem por direito acesso ao Atendimento Educacional Especializado. Assim, visando o objetivo da pesquisa supracitado, dos 49 trabalhos encontrados, resultaram em 9 dissertações e 2 teses restringidas a Educação Matemática. É importante enfatizar que, até o momento, analisamos seis dissertações: (BERNARDI, 2006; RIBEIRO, 2013; PIMENTEL, 2015; NASCIMENTO, 2016; CARDOSO, 2019; COSTA,2020) uma de 2006 e as demais entre 2013-2020. Como considerações parciais, percebemos que todos os trabalhos utilizam Testes e/ou questionários para analisar os alunos. Esses testes possuem questões Matemáticas ou são do tipo Neuropsicológico sendo utilizados em estudo de caso ou em um pequeno grupo de alunos. Algumas pesquisas impressionam por comparar resultados de alunos com indicadores de discalculia com discentes considerados com desenvolvimento típico na capacidade intelectual, segundo os autores, o que contradiz os documentos nacionais e internacionais sobre Educação para Todos e respeito às diferenças, interferindo inclusive nos processos de resgate da autoimagem e de autoestima destes alunos, como apontado na pesquisa de Bernardi (2006), a mais antiga analisada
Inclusão e (In)tolerâncias, avanços e retrocessos: o que a sociedade, a escola e a educação matemática tem a ver com isso?
Da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 aos dias atuais, muitos foram os avanços conquistados em direção a uma sociedade inclusiva e, consequentemente, a uma educação inclusiva. No entanto, ainda há socialmente muita hesitação e relutância em relação à inclusão, causadas em boa medida por concepções preconceituosas e intolerâncias. Neste artigo, a partir de uma revisão bibliográfica, intenciona-se apresentar e discutir os efetivos avanços, do ponto de vista legal e das políticas públicas, conquistados em prol de uma sociedade/educação inclusiva. Para tanto, inicialmente, remete-se à Declaração dos Direitos Humanos e percorrem-se os principais tratados internacionais referentes à inclusão e também algumas leis e documentos brasileiros. Também se procurou problematizar concepções e atitudes preconceituosas e intolerantes que perduram em nossa sociedade, bem como um possível aumento da propagação discursos dessa natureza, voltados a grupos vulneráveis. Após isso, apontam-se implicações dessas discussões com o campo da Educação Matemática
O processo de ensino e de aprendizagem em Matemática de alunos com discalculia: compreensões a partir de análises de pesquisas
A pesquisa, em fase inicial, tem como objetivo trazer compreensões acerca da escolarização e da formação de professores de matemática de alunos com discalculia e entender o processo de ensino e aprendizagem deles a partir de pesquisas de mestrado e de doutorado publicadas. A curiosidade pelo tema veio após o entendimento da primeira autora sobre o que era dislexia, que é um transtorno específico de aprendizagem em Língua Portuguesa, então houve o questionamento se existia um transtorno específico de aprendizagem em Matemática, assim iniciou um estudo sobre a discalculia com um projeto de iniciação científica, ao mesmo tempo, a descoberta que havia poucos trabalhos recentes na área, além de ser um tema tão pouco comentado durante o curso de graduação. Nesse sentido, esta pesquisa de cunho qualitativo, descritivo e analítico teve como metodologia orientadora o Estado da Arte que “tem por objetivo realizar levantamentos do que se conhece sobre um determinado assunto a partir de pesquisas realizadas em uma determinada área” (ENS; ROMANOWSKI, 2006, p.5). Ademais, como procedimento metodológico, foi realizada uma busca por pesquisas de mestrado e de doutorado no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) utilizando o seguinte descritor “discalculia”. Restringimos, ainda, no período de 2005 a 2020. Cabe dizer que o período escolhido faz referência ao ano de publicação das “Diretrizes para inclusão: garantir o acesso à Educação para Todos” (UNESCO, 2005) que influenciou algumas leis brasileiras que versam sobre a Educação Inclusiva, visto que a pessoa com discalculia não está incluída no público-alvo da Educação Especial que tem por direito acesso ao Atendimento Educacional Especializado. Assim, visando o objetivo da pesquisa supracitado, dos 49 trabalhos encontrados, resultaram em 9 dissertações e 2 teses restringidas a Educação Matemática. É importante enfatizar que, até o momento, analisamos seis dissertações: (BERNARDI, 2006; RIBEIRO, 2013; PIMENTEL, 2015; NASCIMENTO, 2016; CARDOSO, 2019; COSTA,2020) uma de 2006 e as demais entre 2013-2020. Como considerações parciais, percebemos que todos os trabalhos utilizam Testes e/ou questionários para analisar os alunos. Esses testes possuem questões Matemáticas ou são do tipo Neuropsicológico sendo utilizados em estudo de caso ou em um pequeno grupo de alunos. Algumas pesquisas impressionam por comparar resultados de alunos com indicadores de discalculia com discentes considerados com desenvolvimento típico na capacidade intelectual, segundo os autores, o que contradiz os documentos nacionais e internacionais sobre Educação para Todos e respeito às diferenças, interferindo inclusive nos processos de resgate da autoimagem e de autoestima destes alunos, como apontado na pesquisa de Bernardi (2006), a mais antiga analisada
VIVÊNCIAS NA ESCOLA E FORA DA ESCOLA DE PESSOAS COM DISCALCULIA
Apresentamos uma pesquisa de Mestrado, ainda em fase inicial, que teve como inspiração o Trabalho de Conclusão de Curso cujo objetivo era “compreender as implicações da Discalculia no processo de ensino e de aprendizagem da Matemática a partir da pesquisa narrativa com o uso de narrativas (auto)biográficas captadas por meio de áudio/vídeo via Google Meet” (RAMIRES, 2022, p. 7). Este estudo trouxe experiências de uma pessoa adulta com Discalculia do Rio Grande do Norte que sofreu com estigmas, assédio e bullying, o que nos leva neste trabalho investigar os processos de ensino e aprendizagem nos espaços escolares e não escolares de pessoas com Discalculia. Cabe dizer que a Discalculia é um transtorno específico de aprendizagem em Matemática de origem neurobiológica que pode estar associado a outros transtornos. Além disso, de acordo com o Associação Americana de Psiquiatria-APA (2015) esse transtorno afeta as habilidades matemáticas, visuoespacial, memorização de números e lugares, a possui graus: leve, moderado e grave, os quais são influenciados pelo tempo que a pessoa demora para ter atendimentos especializado pedagógico, ou receber o laudo. Além de olhar para o ensino e a aprendizagem, pretendemos trazer uma discussão de como é o olhar do modelo médico para essas pessoas que, de acordo com Orrú (2017) “[...] é um vetor catalisador de discapacidades, déficits, ausências, prejuízos, falta de potência, anomalias, rigidez e espectros. É um mecanismo que coisifica, etiqueta, classifica [...]” (p. 21). Neste sentido, apesar de considerarmos importantes as definições que venham de um manual de diagnóstico para a conquista de direitos, não temos o objetivo de etiquetar ou coisificar o ser. Sendo assim, o nosso olhar para as pessoas com Discalculia irá ao encontro com o da Neurodiversidade evidenciando as potencialidades do ser considerando-o não só dentro da escola, mas em todas as vivências que ele tem no cotidiano. A Neurodiversidade é um movimento social que defende a diversidade das formas de pensar e ser, foi iniciada por Judy Synger, além disso, para ela o termo “é simplesmente um sinônimo autoritário para TODA ‘Humanidade’. Somos todos claramente uma parte da Natureza” (tradução nossa). Como escolha metodológica temos a pesquisa narrativa que abre espaço para conhecer a história de alguém, suas potencialidades e o impacto social que é exercido sobre o ser por meio das narrativas. À princípio, faremos entrevistas individuais com adultos e alunos da Educação Básica com roteiro semiestruturado, no entanto, se algum dos responsáveis legais optar por estar junto com o aluno faremos a entrevista de forma coletiva. Contudo, espera-se que este projeto nos mostre as vivências de pessoas com Discalculia e a importância das leis de amparo e de apoio pedagógico estarem em vigência, pois elas afetam os processos do ensino e da aprendizagem escolar e não escolar
NARRATIVAS DE SI: O QUE PROFESSORES (DE MATEMÁTICA) E ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONTAM SOBRE SUAS FORMAÇÕES?
Neste artigo apresentaremos o que professores (de Matemática) e alunos com deficiência visual dizem sobre as suas formações, enquanto profissionais e estudantes em escolas especiais e inclusivas, com a intenção de mostrar o caminho percorrido por eles na educação inclusiva. No caso dos professores, como se deu a formação deles em relação ao trabalho com alunos com deficiências nas escolas regulares e, dos alunos com deficiência, como foi sua vida escolar, principalmente nas aulas (de Matemática). Cumpre lembrar que este é um recorte de duas pesquisas. A primeira pesquisa foi constituída a partir de narrativas (auto)biográficas de professores escritas em um blog e a segundateve as narrativas constituídas por entrevistas com alunos com deficiência visual e suas respectivas mães. Em ambas as pesquisas, os participantes foram estimulados a escrever e a relatar sobre temas referentes à sua vida escolar e sua formação como um todo. A partir do apresentado, ousamos afirmar que a formação de professores e a garantia de pleno acesso a um sistema educacional inclusivo e aocurrículo em condições de igualdade, preconizadas pelas leis que tratam da inclusão de pessoas com deficiência, ainda não são realidade nas escolas, seja daquelas em que os professores falam ou das quais os alunos relatam
Inclusão e (In)tolerâncias, avanços e retrocessos: o que a sociedade, a escola e a educação matemática tem a ver com isso?
Da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 aos dias atuais, muitos foram os avanços conquistados em direção a uma sociedade inclusiva e, consequentemente, a uma educação inclusiva. No entanto, ainda há socialmente muita hesitação e relutância em relação à inclusão, causadas em boa medida por concepções preconceituosas e intolerâncias. Neste artigo, a partir de uma revisão bibliográfica, intenciona-se apresentar e discutir os efetivos avanços, do ponto de vista legal e das políticas públicas, conquistados em prol de uma sociedade/educação inclusiva. Para tanto, inicialmente, remete-se à Declaração dos Direitos Humanos e percorrem-se os principais tratados internacionais referentes à inclusão e também algumas leis e documentos brasileiros. Também se procurou problematizar concepções e atitudes preconceituosas e intolerantes que perduram em nossa sociedade, bem como um possível aumento da propagação discursos dessa natureza, voltados a grupos vulneráveis. Após isso, apontam-se implicações dessas discussões com o campo da Educação Matemática
Alunos com identificação de altas habilidades ou superdotação nas práticas da Educação Matemática Inclusiva.
Nosso objetivo é discutir o que acontece após a identificação do aluno com altas habilidades ou superdotação (AH/SD) com afinidades em Matemática na inclusão em sala de aula, nas práticas que envolvem a Educação Matemática. Buscamos esse objetivo a partir de narrativas construídas em entrevistas com estudantes que frequentam ou frequentaram o Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar para Altas Habilidades/Superdotação (CEAM-AHS), que é responsável pela identificação e acompanhamento destes alunos em sua trajetória escolar e de vida. Como referencial teórico utilizamos Renzulli (1978), Gardner (1983) e a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEI) (BRASIL, 2008). Os resultados encontrados inicialmente apontam que a identificação de AH/SD causa mudanças na vida escolar desses alunos, como a mudança do sentimento de exclusão em sala, traz melhor compreensão dos professores a respeito de determinados comportamentos apresentados, auxiliando na elaboração de estratégias pedagógicas para inclusão destes alunos na sala de aula
MOVIMENTOS DO GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, DIVERSIDADE E DIFERENÇA (GEduMaD)
O Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Diversidade e Diferença (GEduMaD) foi criado em 2016 e, à época, recebeu o nome de Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática (GEduMat) e era somente vinculado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Paranaíba. Em 2019, com a mudança de nome, ele também passa a ser vinculado à UFMS, campus de Campo Grande.Atualmente, os participantes do grupo estão vinculados ao Programa de Pós-graduação em Educação Matemática do Instituto de Matemática (INMA/UFMS), ao Programa de Iniciação Científica na linha de Formação de Professores e ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS, unidade de Paranaíba.Assim, a intenção do GEduMaD é congregar e fomentar estudos e pesquisas que abordem a Educação Matemática e questões sociais, culturais, econômicas, políticas e/ou filosóficas. Nesse sentido, visamos discutir a diversidade, diferença e as relações de inclusão e exclusão de grupos subalternizados, a saber: pessoas do campo, com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento, estrangeiros que atravessam a fronteira para buscar escolarização no Brasil, grupos étnicos, dentre outros.Dizendo de outro modo, os estudos do GeduMaD discutem a Educação Matemática em diferentes espaços escolares e a inclusão/exclusão dos grupos supracitados nesses ambientes, além das questões de normalização e discriminação.Cabe ressaltar que a escola, como parte da sociedade, também é entremeada por discursos e ações normalizantes e discriminatórios, e também cabe a ela, assim como todos os setores da sociedade, combater toda forma de fascismo. No entanto, muitas vezes a escola é responsável pela difusão destes discursos e ações fascistas, pois é um aparelho de Estado em defesa da sociedade, ou seja, a escola é uma das instituições que tem o objetivo de formar as pessoas para que a sociedade se mantenha em um certo modelo e para isso cria e/ou reproduz padrões de normalidade. (FOUCAULT, 2010)Assim, para manter o status quo da sociedade, Foucault (2005) explica que, como outras instituições disciplinares, a escola insere o corpo humano em uma maquinaria que o esquadrinha, o desarticula, o recompõe e que tem o objetivo, a partir da punição, de produzir corpos dóceis que podem ser submetidos, utilizados, transformados e aperfeiçoados. Esta característica da escola compara, diferencia, hierarquiza, homogeneíza e exclui quem não se enquadra em seu padrão.Nesse sentido, a Matemática Escolar, neste aspecto, tanto pode ser usada para difundir ideias que corroboram com os padrões, tais como, “a Matemática é um conhecimento para poucos”, “o homem tem mais aptidão em Matemática que a mulher”, “conhecimento ocidental acadêmico é superior aos outros”, quanto atua como um poderoso filtro social promovendo um alto índice de reprovação, evasão motivada pelo fracasso nesta disciplina e determinação de quem poderá alcançar as profissões mais bem remuneradas. Esta última pode ser compreendida por algumas facetas, a Matemática tanto afugenta os “inábeis” de profissões em que é a base científica quanto serve de mecanismo de seleção em vestibulares e concursos.No entanto, para mudarmos esse quadro é necessário criarmos focos de resistência, ou seja, formas de lutar, mesmo que pequenas ou pontuais, contra a padronização, a normalização e a exclusão. Acreditamos que os estudos e pesquisas desenvolvidas no âmbito do grupo podem se configurar como essas formas de resistência e nos possibilitar pensar uma Educação Matemática outra, ou mesmo uma Educação outra
Compreensões sobre a vida escolar dos alunos com Altas Habilidades ou Superdotação referentes à Educação Matemática Inclusiva
A pesquisa, em fase inicial, tem como objetivo compreender o que acontece na vida escolar dos alunos identificados com altas habilidades ou superdotação (AH/SD) em Matemática, nas práticas que envolvem a Educação Matemática no ensino regular. A curiosidade para esta investigação surgiu por meio de pesquisas feitas para um trabalho de conclusão de curso de graduação em Pedagogia e conversas informais com alunos identificados com AH/SD. Nelas foram relatadas situações as quais o professor de Matemática faz um questionamento na aula e quando estes alunos querem responder, são convidados a ficarem quietos e deixar outros colegas da sala responderem. Daí nos veio a questão: será que situações como essa são situações de exclusão?
Nesse sentido, o estudo acontecerá por meio de narrativas construídas a partir de entrevistas feitas com alunos identificados com AH/SD convidados com a colaboração do Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar para Altas Habilidades ou Superdotação (CEAM-AHS), centro responsável pelas avaliações e posterior atendimento educacional especializado no Estado de Mato Grosso do Sul, conforme a legislação educacional brasileira recomenda[1]. Para melhor compreensão sobre o trabalho desenvolvido pelo centro, serão convidados para entrevista um psicólogo(a), um pedagogo(a) e a diretora do CEAM-AHS. Azevedo (2014) destaca a importância da narrativa: ao narrar, o participante desperta a consciência de si e de suas aprendizagens pela vivência quando se percebe, ao mesmo tempo, nos papéis de ator e de investigador da sua própria história. Assim, as narrativas produzidas trarão para reflexão as trajetórias como estudante, suas expectativas e suas desilusões.
Cabe destacar que um aluno com AH/SD em Matemática[2] apresenta alguns comportamentos específicos como habilidade numérica, a alta memória, a abstração, o pensamento divergente, o raciocínio lógico avançado, a rapidez de pensamento e o desenvolvimento elevado da capacidade mental (JELINEK, 2015). Devido a essas características, esse aluno tem tendência a resolver problemas matemáticos mentalmente, sem escrever os passos seguidos para resolução. Pode ainda terminar as tarefas com maior rapidez do que seus pares e, com isso, ficar conversando com os colegas e interferindo em suas atividades.
A partir das análises das narrativas, esperamos que nossa pesquisa possa nos ajudar a compreender como acontecem as relações pedagógicas nas práticas que envolvem a Educação Matemática (Inclusiva) e os alunos identificados com AH/SD, compreender as consequências dessa identificação na vida familiar, na busca por instituições de ensino comuns e/ou especializadas e como a família vê o papel da escola no desenvolvimento dos potenciais do aluno com AH/SD. Além disso, esperamos também contribuir com os estudos realizados pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Diversidade e Diferença (GEduMaD) e o Grupo de Trabalho 13 da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM).
REFERÊNCIAS
JELINEK, Karin Ritter. Altas habilidades em Matemática: incentivando potenciais no Ensino Fundamental. Revista Eletrônica de Matemática - REMAT, Caxias do Sul (RS), v. 1, n. 2, p. 1-8, 2015.
AZEVEDO, Priscila Domingues. Narrativas de Práticas Pedagógicas de Professoras que Ensinam Matemática na Educação Infantil. Bolema, Rio Claro (SP), v.28, n. 49, p. 857-874, ago. 2014.
[1] Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Política Nacional de Educação Especial (PNEE), por exemplo.
[2] AH/SD pode ser identificado em qualquer área do conhecimento como, por exemplo Artes, Linguística, Política. A Matemática é uma possibilidade e o foco da nossa pesquisa