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    Práticas assistenciais em saúde mental na atenção primária à saúde: análise a partir de experiências desenvolvidas em Florianópolis

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2013.Este estudo qualitativo foi realizado com objetivo de descrever e analisar práticas assistenciais em saúde mental na Atenção Primária à Saúde (APS) na cidade de Florianópolis. Foram incluídos no estudo nove (09) equipes de saúde da família de centros de saúde e distritos sanitários distintos, havendo 21 profissionais e 20 usuários envolvidos de forma direta. Além de haver uma contextualização na análise de documentos e contato com gestores, a pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com profissionais de atenção primária a saúde (incluídos alguns profissionais de NASF), pela observação de atividades de atenção e também por meio de entrevista e análise de prontuário de usuários atendidos. As análises foram feitas a partir das ofertas identificadas, sendo que para isso os casos foram sistematizados utilizando-se o fluxograma de síntese proposto por Merhy, a saber, entrada, recepção, decisão de ofertas, cardápio (modalidades de atenção) e saída. Utilizou-se como referência para analisar as práticas a diferenciação entre o modo asilar psiquiátrico e o modo de atenção psicossocial proposto por Abílio Costa-Rosa, e também o conjunto de referências conceituais da APS. Os resultados obtidos apontam que é precária a incorporação do modo de atenção psicossocial na APS, e que este campo é bastante afeito a uma noção de cuidado similar a da psiquiatria comunitária ou preventiva. Assim, no conjunto das práticas referidas pelos profissionais da ESF, e também no conjunto dos estudos de caso, observa-se uma centralidade da atuação no acesso e monitoramento dos casos, sendo o tratamento de manutenção farmacológico por vezes quase tomado como objetivo em si, visando prevenir novos episódios de crise e as internações. Ficou bastante demarcado o quanto a ligação com os cuidados em saúde em geral é estruturante da assistência em saúde mental na APS, e que neste processo existe uma dimensão potencial importante. Entretanto, o próprio processo de cronificação identificado remete à incorporação sem crítica da mesma forma de atenção a outras condições atendidas na APS. Um conjunto de intervenções, tais como os grupos de apoio psicológico (ainda dependentes do NASF), as PIC e o incentivo à participação em atividades na comunidade ou em outras ações da própria unidade, se destacaram por ter potencial para operação em uma perspectiva de valorização da autonomia e singularidade. Apesar disso, observa-se que estas mesmas intervenções são subutilizadas em outros momentos justamente por não serem reconhecidas como potenciais ou pela própria dificuldade de explorar mais o campo da palavra e a singularidade. As análises apontam a necessidade de uma articulação dos atores dentro da própria ESF para que o acompanhamento não seja médico centrado e também para a importância de que assuma-se como referencial a atenção psicossocial, inclusive no campo do matriciamento. Por fim, reforça-se o potencial de aproximar a atenção psicossocial e a APS através da interface entre corporeidade e subjetividade, que é restrita na biomedicina This qualitative study was conducted to describe and analyze mental health care practices in primary health care (PHC) services in the city of Florianópolis, Brazil. The study included nine (09) Family Health Strategy teams from different health centers and districts, totalizing 21 professionals and 20 service users directly involved. Besides involving a contextualization through the analysis of documents and interviews with health care managers, the research was conducted through interviews with patients, primary health care professionals (including some professionals from the Family Health Support Units), review of patient records and observation of care activities. The analysis was carried out through the identification of health care offers, as the cases were systematized using Merhy's synthesis flowchart, which maps the entry, the reception, the decision about offers, the menu (available forms of care) and the exit. The differentiation between the asylum model and the psychosocial care model proposed by Abílio Costa-Rosa, and the set of conceptual references from PHC were used as references to perform the analysis. The results indicate that there is a poor incorporation of the psychosocial care model in PHC services, as this field is more accustomed to a notion of care similar to the one used in community or preventive psychiatry. Thus, in the practices reported by Family Health Strategy professionals and in the case studies, it was observed that care is centered on the access and monitoring of cases, as the pharmacological maintenance treatment is sometimes taken almost as a goal in itself, in order to prevent the occurrence of new crisis and hospitalizations. The articulation with health care in general was found to be a structuring aspect of mental health care in PHC, and in this process there is an important potential dimension. However, the identified process of chronification refers to an uncritical incorporation of the same forms of care to the different conditions treated in primary care. Interventions such as psychological support groups (still dependent on the Family Health Support Units), complementary and integrative practices, and incentives to participation in community or health unit activities, stood out for their potential to operate in a perspective that values autonomy and singularity. However, these very interventions are underutilized at other times, as there is a lack of recognition or simply a difficulty to further explore the potential effects of the word and singularity. The analysis points to the need for coordination between actors within the Family Health Strategy - including matrix support practices - in order to overcome medical-centered care and to embrace psychosocial care as a guiding reference. Finally, it reinforces the potential of bringing psychosocial care and PHC together through the interface between corporeality and subjectivity, which is limited in biomedicine

    Práticas assistenciais em saúde mental na atenção primária à saúde

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2013.Este estudo qualitativo foi realizado com objetivo de descrever e analisar práticas assistenciais em saúde mental na Atenção Primária à Saúde (APS) na cidade de Florianópolis. Foram incluídos no estudo nove (09) equipes de saúde da família de centros de saúde e distritos sanitários distintos, havendo 21 profissionais e 20 usuários envolvidos de forma direta. Além de haver uma contextualização na análise de documentos e contato com gestores, a pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com profissionais de atenção primária a saúde (incluídos alguns profissionais de NASF), pela observação de atividades de atenção e também por meio de entrevista e análise de prontuário de usuários atendidos. As análises foram feitas a partir das ofertas identificadas, sendo que para isso os casos foram sistematizados utilizando-se o fluxograma de síntese proposto por Merhy, a saber, entrada, recepção, decisão de ofertas, cardápio (modalidades de atenção) e saída. Utilizou-se como referência para analisar as práticas a diferenciação entre o modo asilar psiquiátrico e o modo de atenção psicossocial proposto por Abílio Costa-Rosa, e também o conjunto de referências conceituais da APS. Os resultados obtidos apontam que é precária a incorporação do modo de atenção psicossocial na APS, e que este campo é bastante afeito a uma noção de cuidado similar a da psiquiatria comunitária ou preventiva. Assim, no conjunto das práticas referidas pelos profissionais da ESF, e também no conjunto dos estudos de caso, observa-se uma centralidade da atuação no acesso e monitoramento dos casos, sendo o tratamento de manutenção farmacológico por vezes quase tomado como objetivo em si, visando prevenir novos episódios de crise e as internações. Ficou bastante demarcado o quanto a ligação com os cuidados em saúde em geral é estruturante da assistência em saúde mental na APS, e que neste processo existe uma dimensão potencial importante. Entretanto, o próprio processo de cronificação identificado remete à incorporação sem crítica da mesma forma de atenção a outras condições atendidas na APS. Um conjunto de intervenções, tais como os grupos de apoio psicológico (ainda dependentes do NASF), as PIC e o incentivo à participação em atividades na comunidade ou em outras ações da própria unidade, se destacaram por ter potencial para operação em uma perspectiva de valorização da autonomia e singularidade. Apesar disso, observa-se que estas mesmas intervenções são subutilizadas em outros momentos justamente por não serem reconhecidas como potenciais ou pela própria dificuldade de explorar mais o campo da palavra e a singularidade. As análises apontam a necessidade de uma articulação dos atores dentro da própria ESF para que o acompanhamento não seja médico centrado e também para a importância de que assuma-se como referencial a atenção psicossocial, inclusive no campo do matriciamento. Por fim, reforça-se o potencial de aproximar a atenção psicossocial e a APS através da interface entre corporeidade e subjetividade, que é restrita na biomedicina <br>This qualitative study was conducted to describe and analyze mental health care practices in primary health care (PHC) services in the city of Florianópolis, Brazil. The study included nine (09) Family Health Strategy teams from different health centers and districts, totalizing 21 professionals and 20 service users directly involved. Besides involving a contextualization through the analysis of documents and interviews with health care managers, the research was conducted through interviews with patients, primary health care professionals (including some professionals from the Family Health Support Units), review of patient records and observation of care activities. The analysis was carried out through the identification of health care offers, as the cases were systematized using Merhy's synthesis flowchart, which maps the entry, the reception, the decision about offers, the menu (available forms of care) and the exit. The differentiation between the asylum model and the psychosocial care model proposed by Abílio Costa-Rosa, and the set of conceptual references from PHC were used as references to perform the analysis. The results indicate that there is a poor incorporation of the psychosocial care model in PHC services, as this field is more accustomed to a notion of care similar to the one used in community or preventive psychiatry. Thus, in the practices reported by Family Health Strategy professionals and in the case studies, it was observed that care is centered on the access and monitoring of cases, as the pharmacological maintenance treatment is sometimes taken almost as a goal in itself, in order to prevent the occurrence of new crisis and hospitalizations. The articulation with health care in general was found to be a structuring aspect of mental health care in PHC, and in this process there is an important potential dimension. However, the identified process of chronification refers to an uncritical incorporation of the same forms of care to the different conditions treated in primary care. Interventions such as psychological support groups (still dependent on the Family Health Support Units), complementary and integrative practices, and incentives to participation in community or health unit activities, stood out for their potential to operate in a perspective that values autonomy and singularity. However, these very interventions are underutilized at other times, as there is a lack of recognition or simply a difficulty to further explore the potential effects of the word and singularity. The analysis points to the need for coordination between actors within the Family Health Strategy - including matrix support practices - in order to overcome medical-centered care and to embrace psychosocial care as a guiding reference. Finally, it reinforces the potential of bringing psychosocial care and PHC together through the interface between corporeality and subjectivity, which is limited in biomedicine

    Instituições de atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua Service institutions for street children and adolescents

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    O presente estudo visou à descrição das instituições de atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua da cidade de Porto Alegre a partir da análise dos documentos escritos produzidos por estes locais e das respostas de um questionário aplicado aos dirigentes institucionais. Esta análise possibilitou uma melhor compreensão dos serviços de atendimento, que são importantes contextos desenvolvimentais para os meninos e meninas em situação de rua. Os resultados demonstram haver contradições entre os documentos e a realidade institucional. Isto se deve, principalmente, ao fato dos documentos não acompanharem as mudanças sofridas pelas instituições, tornando-se, muitas vezes, obsoletos. É importante ressaltar a relevância da análise documental, pois esta possibilita o entendimento de uma série de valores e ideologias assumida pelas instituições. Trata-se, inclusive, de uma relevância histórica que permite compreender como as instituições se organizam para lidar com a questão das crianças e dos adolescentes em situação de rua.This study sought to describe Porto Alegre's service institutions to street children and adolescents based on written documents produced by these institutions and the answers to a which are very important developmental contexts for this population. The results showed that there are some contradictions between the documents and institutional reality. This is due, mainly, to the fact that the documents did not follow-up on institutional changes, usually becoming obsolete. It is important to emphasize the relevance of the documental analysis, since this enables to understand a series of values and ideologies assumed by the institutions. Also, institutional aspects expressed in the documents are historically relevant, allowing for a better comprehension of the institutions, how they organize themselves to work with issues about street children and adolescents

    The street youth and assistance institutions: uses and recognition of objectives / Os adolescentes em situação de rua e as instituições de atendimento: utilizações e reconhecimento de objetivos

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    The study aims to identify the meanings of institutional agencies for street youth. Thirteen male adolescents, 12 to 17 years old, were interviewed on the streets. The results revealed that the institutions are extremely important to these youngsters, giving food, clothes, leisure, education, job training and health care to those adolescents. The institutions constitute the social support network of the street youth. The institutional meanings were understood by the use and the given attributions related to their goals, showing the established relation between the adolescent and the institution
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