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    Preditores de resposta à terapia cognitivo-comportamental em grupo de tempo limitado no transtorno obsessivo-compulsivo

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    O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) possui freqüentemente curso crônico, incapacitando cerca de 10% dos seus portadores. Os sintomas interferem de forma acentuada na vida do paciente, alterando suas rotinas e causando incompreensão dos familiares e daqueles que convivem com ele. A terapia cognitivo-comportamental em grupo (TCCG) é um tratamento eficaz, reduzindo os sintomas do TOC em mais de 70% dos portadores, sendo que ao redor de 27% obtêm remissão completa dos sintomas. Entretanto, cerca de 30% não obtêm nenhuma melhora. Conhecer as razões pelas quais esses pacientes não melhoram e identificar os fatores preditores associados ao aproveitamento ou não da terapia poderia auxiliar em uma melhor compreensão do TOC, numa melhor indicação do tratamento e no desenvolvimento de estratégias que incrementem sua eficácia. O presente estudo foi realizado com 181 pacientes com TOC, que cumpriram um programa de TCCG de 12 sessões semanais de 2 horas, entre outubro de 1999 e dezembro de 2006, no Programa de Transtornos de Ansiedade (PROTAN) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e tinha como objetivo verificar, em pacientes portadores de TOC, a existência de fatores preditores da resposta à TCCG.Os pacientes foram avaliados antes, durante e ao final do tratamento com os seguintes instrumentos: Y-BOCS, Y-BOCS chek-list, CGI, WHOQOL-BREF. Foi utilizada uma entrevista clínica estruturada com a finalidade de colher dados sobre os sintomas do paciente, histórico da doença, tratamentos anteriores e estabelecimento do diagnóstico do TOC de acordo com o DSM-IV-TR. Também foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, status ocupacional, uso de medicação e critérios deinclusão na pesquisa. A entrevista foi complementada pelo MINI (International Neuropsychiatric Interview) para verificar a presença de comorbidades. Considerou-se como “resposta” a redução no mínimo de 35% nos escores da Y-BOCS e uma pontuação na CGI “normal” ou “limítrofe para doença” do pós para o pré-tratamento. O estudo pretende verificar se as seguintes variáveis: sexo, idade do paciente no início do tratamento, tempo de duração da doença, idade de início da doença, situação conjugal, nível de instrução, situação ocupacional, tipo de início da doença, curso, intensidade dos sintomas do TOC no início do tratamento, juízo crítico, história familiar, tipos de sintomas, uso de medicação específica para o TOC concomitante à TCCG estão associadas ou não com a resposta ao tratamento. Para avaliar a associação entre as variáveis categóricas à resposta ao tratamento, foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson. Nas variáveis dicotômicas foi aplicada a correção de Yates. Para avaliar as variáveis quantitativas em relação às categorias de resposta ao tratamento, foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes. As variáveis que obtiveram um nível descritivo amostral (valor p) menor do que 0,25 foram inseridas no modelo de regressão logística múltipla.Fatores associados com uma melhor resposta à TCCG: sexo feminino (p=0,074); melhor juízo crítico acerca dos sintomas da doença (p=0,017); melhor qualidade de vida antes do início do tratamento: domínio físico (p=0,039), domínio psicológico (p35% reduction in Y-BOCS scores and normal or borderline CGI scores at post-treatment evaluation. The study investigated the possible association of the following variables with response to treatment: sex, age at beginning of treatment, disease duration, age at onset, marital status, education, occupation, type of disease onset, disease course, intensity of OCD symptoms at beginning of treatment, insight, family history, types of symptoms, and use of antiobsessional medications during GCBT. The Pearson chi-square test was used to evaluate the association between categorical variables and response to treatment. Yates correction was performed for dichotomous variables. The Student t test for independent samples was used to evaluate quantitative variables in relation to categories of response to treatment. Variables that achieved a p value lower than 0.25 were included in the initial logistic regression model, which evaluated the predictors of response to treatment and also controlled for possible confounding variables. The following factors showed associations with response to GCBT: women had greater odds of responding to treatment (p=0.074); better insight into disease symptoms was associated with better results (p=0.017); better quality of life before the beginning of treatment was also associated with better results (physical domain: p=0.039; psychological domain: p<0.001; environmental domain: p=0.038; social domain: p=0.053); patients with greater global severity of disease according to CGI had worse results (p=0.007); a greater number of associated comorbidities (p=0.063), social phobia (p=0.044) and dysthymia (p=0.072) were associated with poorer results; repeating compulsion was also associated with lower odds of responding to treatment (p=0.104).In the second stage of statistical analysis, all variables associated with results in the first analysis were included in the multivariate model, and the variables that retained significance were: female sex (ORAdjusted=2.58; p=0.021); WHOQOL-BREF psychological domain (ORAdjusted=1.05; p=0.011); insight (ORAdjusted=2.67; p=0.042) and CGI-severity before GCBT (ORAdjusted=0.62; p=0.045). Although we identified some factors associated with response to treatment, predicting which patients will benefit from therapy and which will not is still an open question. The reasons for such different outcomes may be associated with the heterogeneity of OCD and of the samples used in different studies, as well as with the lack of standardization of the psychotherapeutic techniques used. Finally, unspecific factors not associated with the person of the therapist, the quality of the therapeutic relationship, and the patient’s motivation and tolerance to frustration may play an important role that remains to be evaluated

    Outcome predictor factors in the treatment of obsessive-compulsive disorder using behavior and cognitive-behavior therapies : a systematic review

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    INTRODUÇÃO: As terapias comportamental e cognitivo-comportamental reduzem os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo em mais de 70% dos pacientes. Entretanto, cerca de 30% não obtêm nenhuma melhora. Conhecer fatores associados a esses desfechos poderia auxiliar numa melhor indicação do tratamento, incrementando sua eficácia. MÉTODO: Foram revisados trabalhos que investigaram fatores preditivos de resultados nos tratamentos do transtorno obsessivo-compulsivo, nas fontes PubMed, PsycINFO e LILACS. Termos utilizados na busca: predictive factors OR prediction AND obsessive-compulsive disorder AND exposure response prevention OR ritual prevention OR behav* therapy OR cognitive behav* therapy, resultando em 104 artigos. As referências dos artigos foram analisadas, possibilitando maior número de trabalhos revisados. Excluíram-se artigos que utilizaram apenas farmacoterapia e aqueles que não abordavam o tema, resultando em 29 artigos. DISCUSSÃO: As variáveis demográficas parecem exercer papel indireto, destacando-se sexo masculino e ausência de companheiro(a) como fatores de pior prognóstico. Maior gravidade e início precoce dos sintomas indicariam piores resultados. O transtorno esquizotípico comórbido é potencialmente negativo. Sintomas relacionados ao colecionismo e com conteúdo sexual/religioso indicam pior prognóstico. Maior nível de insight, motivação e colaboração com o tratamento são características favoráveis. Maior intensidade da melhora e a remissão completa são preditores para a não-recaída. CONCLUSÃO: A identificação de fatores preditores de resultados está longe de ser esclarecida. É possível que múltiplos fatores, cujas associações são complexas, atuem em conjunto. Os resultados podem depender de fatores não-específicos, ainda não abordados pelos estudos. A heterogeneidade do transtorno obsessivo-compulsivo e das pesquisas e o uso associado de medicamentos dificultam o estabelecimento de conclusões mais definidas.INTRODUCTION: Behavioral and cognitive-behavioral therapies reduce symptoms of obsessivecompulsive disorder in over 70% of patients. However, about 30% do not show any improvement. The knowledge of factors associated with these outcomes may inform better treatment indications and improve treatment efficacy. METHOD: Review of studies that investigated predictors of obsessive-compulsive disorder treatment results in PubMed, PsychoINFO and LILACS databases. Terms used in the search were predictive factors OR prediction AND obsessive-compulsive disorder AND exposure response prevention OR ritual prevention OR behav* therapy OR cognitive behav* therapy." The search retrieved 104 studies. The references of retrieved studies were also analyzed to ensure that all relevant studies were included. Studies that used only pharmacotherapy or did not discuss the topic under analysis were excluded, and 29 studies met inclusion criteria. DISCUSSION: Demographic variables seem to play an indirect role in treatment results; male sex and not having partner are factors associated with poor prognosis. Greater severity and early symptom onset also indicate poor outcomes. Comorbid schizotypal disorder is potentially negative. Symptoms associated with hoarding and sexual/religious obsessions predict poor prognosis. Greater insight, motivation and collaboration with treatment are favorable characteristics. Greater improvement and complete remission of symptoms are predictors of no relapse. CONCLUSION: The identification of outcome predictors is still far from complete. Multiple factors may contribute to results, and their associations are complex. Results may depend on unspecific factors not yet investigated. Definite conclusions are difficult to reach because of the heterogeneity of obsessive-compulsive disorder and of the studies investigating it and the combined use of drugs
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