8 research outputs found

    Intoxicação por chá de Brugmansia suaveolens (trombeta de anjo) em paciente jovem previamente hígido: relato de caso

    Get PDF
     Introdução: A Brugmansia suaveolens, conhecida como “trombeta de anjo,” é uma planta com alcaloides anticolinérgicos que provocam inibição da atividade de receptores muscarínicos no sistema nervoso central e periférico. Sua toxicidade resulta em agitação, alucinações, hipertermia, taquicardia, rabdomiolise, insuficiência renal e morte. Objetivo: Descrever um caso de intoxicação aguda por chá de trombeta, cursando com hepatite fulminante. Materiais e Métodos: Trata-se de um relato de caso, com dados clínicos e laboratoriais coletados a partir dos registros em prontuário. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi obtido com familiar e o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Relato de Caso: Masculino de 19 anos, saudável, internado por quadro de febre de 41°C e crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas, evoluindo para intubação orotraqueal. Apresentava midríase fixa e rigidez de nuca. Família relata que o paciente tinha feito uso de chá de “trombeta de anjo”. À admissão, realizou tomografia computadorizada de crânio, que não evidenciou desvio de linha média, líquor sem alterações, gasometria arterial com acidose metabólica grave, insuficiência renal aguda com necessidade dialítica e insuficiência hepática aguda fulminante. Conclusões: A intoxicação pelo “chá de trombeta” é uma emergência neurológica que deve ser rapidamente reconhecida por ser potencialmente fatal. Tendo meningite como diagnóstico diferencial, é importante obter história clínica completa para investigar possível contato prévio com a planta. Para nosso conhecimento, esse é o primeiro caso a relatar quadro de hepatite fulminante pela “trombeta de anjo,” além dos sintomas neurológicos já descritos em literatura, o que corrobora ainda mais para a importância do tema em questão.INTRODUCTION: Brugmansia suaveolens, popularly known as “angel’s trumpet,” is a plant with anticholinergic alkaloids that inhibit the activity of muscarinic receptors in the central and peripheral nervous system. Its toxicity results in agitation, hallucinations, hyperthermia, tachycardia, rhabdomyolysis, renal failure, and death. OBJECTIVE: Report a case of acute intoxication due to ingestion of “angel’s trumpet” tea, with associated fulminant hepatitis. METHODS: We present a case report with clinical and laboratory data collected from medical records. The study was approved by the Research Ethics Committee, and Written Informed Consent was obtained from a legally responsive relative. CASE REPORT: A healthy 19-year-old male was hospitalized with a fever of 41°C and generalized tonic-clonic seizures, progressing to orotracheal intubation. He exhibited fixed mydriasis and neck stiffness. We were informed by the family that the patient had made use of the tea from the “angel’s trumpet” plant. At admission, he performed a computerized cranial tomography, which showed no midline shift, cerebrospinal fluid without alterations, arterial blood gas analysis with severe metabolic acidosis, acute renal failure requiring dialysis, and fulminant acute liver failure. CONCLUSIONS: “Trumpet tea” intoxication is a neurological emergency that must be quickly recognized for its potential fatal effects. With meningitis as a differential diagnosis, it is important to collect a complete history taking to investigate possible previous contact with the plant. To our knowledge, this is the first case report of fulminant hepatitis caused by “angel’s trumpet,” in addition to the neurological symptoms already described in the literature, which further corroborates the importance of the topic in question

    Imbalance of NET and Alpha-1-Antitrypsin in Tuberculosis Patients Is Related With Hyper Inflammation and Severe Lung Tissue Damage

    Get PDF
    Background: Pulmonary tuberculosis (PTB) can lead to lung tissue damage (LTD) and compromise the pulmonary capacity of TB patients that evolve to severe PTB. The molecular mechanisms involved in LTD during anti-tuberculous treatment (ATT) remain poorly understood.Methods and findings: We evaluated the role of neutrophil extracellular trap (NET) and the occurrence of LTD through chest radiographic images, the microbial load in sputum, and inflammatory serum profile (IL-12p40/p70, IL-8, IL-17A, IL-23, VEGF-A, MMP-1, and -8, galectin-3, citrunillated histone H3—cit-H3, alpha-1-antitrypsin—α1AT, C-reactive protein—CRP and albumin) in a cohort of 82 PTB patients before and after 60 days of ATT. Using univariate analysis, LTD was associated with neutrophilia and increase of several inflammatory proteins involved in the neutrophil-mediated response, being cit-H3 the more related to the event. In the multivariate analysis, neutrophilia and cit-H3 appear as directly related to LTD. The analysis of the ROC curve at day 60 presented AUC of 0.97 (95.0% CI 0.95–1). Interestingly, at day 0 of ATT, these biomarkers demonstrated fine relation with LTD showing an AUC 0.92 (95.0% CI 0.86–0.99). Despite of that, the same molecules have no impact in culture conversion during ATT.Conclusions: Our data revealed that NETs may play a key role in the pathway responsible for non-specific inflammation and tissue destruction in PTB. High level of cit-H3 and low level of α1AT was observed in the serum of severe TB patients, suggesting a breakdown in the intrinsic control of NET-driven tissue damage. These data show a new insight to knowledge TB immunopathogenesis, the role of neutrophil and NET pathway. Likewise, we identified possible biomarkers to screening of PTB patients eligible to adjuvants therapies, as anti-inflammatories and alpha-1-antitrypsin

    MENINGOENCEFALITE POR LISTERIA MONOCYTOGENES EM PACIENTE EM USO DE IMUNOBIOLÓGICO: RELATO DE CASO

    No full text
    A meningoencefalite por Listeria monocytogenes (L. monocytogenes) é uma infecção que pode evoluir com hidrocefalia, acarretando elevadas taxas de morbimortalidade. É adquirida através do consumo de alimentos contaminados e acomete predominantemente os extremos de idade, gestantes e imunossuprimidos. Este relato apresenta um caso de meningoencefalite em paciente com imunossupressão pelo tratamento de artrite reumatoide (AR). Paciente do sexo feminino, 47 anos, com história de AR complicada com miocardite, em tratamento com metotrexate e infliximab, iniciou quadro de febre, cefaleia, fotofobia e prostração. Após uma semana, evoluiu com rigidez de nuca e rebaixamento de nível de consciência. Tomografia (TC) de crânio de admissão não evidenciou alterações, e líquor apresentou 533 células, com predomínio de polimorfonucleares, proteinorraquia de 374 mg/dL e glicose de 50 mg/dL, sendo iniciado ceftriaxone empírico. Após três dias, paciente evoluiu com convulsões tônico-clônico generalizadas devido à hidrocefalia comunicante grave, sendo realizada derivação ventricular externa e adicionados vancomicina e ampicilina ao esquema antimicrobiano. O teste de reação em cadeia de polimerase do liquor identificou L. monocytogenes e possibilitou o descalonamento para beta lactâmico associado à gentamicina. Após tratamento direcionado, paciente apresentou melhora hemodinâmica, sem novas crises convulsivas. Contudo, não apresentou reflexos de tronco após suspensão da sedação e TC de controle sugeriu herniação temporal. Realizado protocolo de morte encefálica, com constatação de óbito após 18 dias de internação. O metotrexato é um imunomodulador que afeta a atividade de linfócitos T e já foi associado a infecções oportunistas como pneumocistose e aspergilose, mas não à listeriose. O infliximab é um antagonista do fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), citocina essencial no combate de infecções por microrganismos intracelulares, como a L. monocytogenes. Em estudos anteriores, a combinação de metotrexato e infliximab não resultou no aumento do risco de infecções oportunistas em relação ao uso das medicações isoladamente. É importante alertar à comunidade médica sobre a forte associação entre antagonistas do TNF-a e listeriose invasiva, de modo a instituir terapia empírica precoce nos casos de meningoencefalite em pacientes de risco e assim evitar desfechos negativos. Do mesmo modo, os pacientes devem ser orientados sobre cuidados com alimentos como forma de prevenção

    ARACNOIDITE ADESIVA DE CAUDA EQUINA ASSOCIADA À MENINGOCOCCEMIA GRAVE CAUSANDO PARAPLEGIA - RELATO DE CASO DE UMA COMPLICAÇÃO RARA

    No full text
    A meninigococcemia é uma doença de alta mortalidade e muito associada a morbidades, especialmente amputações. Neste trabalho, relatamos uma sequela grave, porém raramente descrita: uma aracnoidite de cauda equina levando à paraplegia. Homem, 38 anos, previamente hígido, não vacinado para meningite, apresentou febre e mialgia, evoluindo em poucas horas para lesões purpúricas em mãos e pés e rebaixamento de nível de consciência, necessitando de intubação de orotraqueal, início de antibioticoterapia empírica com Ceftriaxona e Vancomicina e transferência para unidade intensiva de hospital público de infectologia do Rio de Janeiro. Na análise liquórica por PCR multiplex, foi isolada Neisseria meningitidis do tipo C, sendo mantido o tratamento guiado por 7 dias, com boa resposta evolutiva e posterior extubação, apesar de ainda manter feridas sequelares em pés. Após o despertar, paciente apresentou paralisia e anestesia em membros inferiores, com sensibilidade tátil e térmica mantidas, associada à perda de controle esfincteriano e bexiga neurogênica, sendo submetido à ressonância magnética que evidenciou aracnoidite adesiva em causa equina. Foram realizadas sorologias virais para HIV, hepatites e sífilis, todas negativas, além de nova punção lombar descartando nova infecção de sistema nervoso central. Não foi realizada eletroneuromiografia pela presença de lesões na perna. Optado pela realização de pulsoterapia com Metilprednisolona 1 mg/kg e posterior manutenção de Prednisona em dose 0,5 mg/kg, com discreta melhora da força em coxas, sem ganho em relação à perda de sensibilidade dolorosa. Paciente recebeu alta necessitando de uso de cadeira de rodas. A meningococcemia é classicamente descrita como uma doença muito grave, de desfechos catastróficos. A aracnoidite é uma complicação raramente associada às meningites, porém com potencial de aumento da morbimortalidade e que deve ser investigada nos casos de alterações motoras não explicadas por outras causas. É discutível também se há subpercepção desta sequela, uma vez que a doença meningocócica se apresenta muitas vezes fulminante e com tanta gravidade que o paciente evolui para óbito antes mesmo de serem percebidas as consequências. Este relato mostra-se relevante para discutir esta associação que possui pouquíssimos relatos na literatura, mas leva a piora na qualidade de vida do paciente sobrevivente

    CARACTERIZAÇÃO DE QUADROS NEUROLÓGICOS DE POSSÍVEL ORIGEM INFECCIOSA EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA - AVALIAÇÃO DE TRÊS MESES

    No full text
    Introdução/Objetivo: As meningites estão associadas a alta morbidade e mortalidade, podendo ter origem infecciosa ou não-infecciosa. O presente trabalho visa a caracterizar as admissões por esses agravos em um instituto público de saúde especializado em doenças infecciosas, sendo a referência estadual no Rio de Janeiro para quadros neurológicos de possível origem infecciosa. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, com dados secundários retirados de banco de dados institucional de internações consecutivas no IEISS de pacientes com quadros neurológicos possivelmente infecciosos. Foram avaliados diagnóstico inicial, diagnóstico final, agente etiológico identificado, método diagnóstico de identificação e desfecho final (alta ou óbito). Os bancos de dados e as análises descritivas foram realizados em Excel. Resultados: De 01 de maio a 10 de julho de 2023, foram admitidos 29 indivíduos com quadros neurológicos de possível origem infecciosa. Oito pacientes apresentavam uma causa não-infecciosa ou tinham as alterações neurológicas decorrentes de infecção em outro local que não o sistema nervoso central. Dois pacientes permanecem aguardando diagnóstico. Dentre os demais pacientes identificados, houve 3 casos de neurotoxoplasmose, 1 caso de neurossífilis, 2 casos de meningite criptocócica e 13 casos de meningite bacteriana ou viral. Para as meningites bacterianas, o agente etiológico foi identificado em 10 casos, sendo pneumococo o agente e a detecção por PCR o método mais frequente (8/10 e 10/10, respectivamente). Observa-se alta letalidade (4/12), sendo maior nos casos de meningite criptocócica (1/1) e meningite bacteriana (3/4). Em todos os óbitos por meningite bacteriana, o agente identificado foi Streptococcus pneumoniae. De todos os pacientes avaliados, 10 apresentavam infecção pelo HIV. O estudo segue em andamento. Conclusão: Quadros neurológicos de origem infecciosa apresentam alta letalidade. Em uma unidade de referência para esse tipo de agravo, meningite bacteriana apresenta-se como o quadro mais frequente. O Streptococcus pneumoniae foi o principal agente etiológico e também o com maior letalidade entre as etiologias bacterianas, destacando sua importância epidemiológica e a necessidade de reconhecimento e tratamento empíricos adequados e precoces. A técnica de PCR foi a principal forma de diagnóstico etiológico, reforçando a contribuição das técnicas moleculares como ferramentas diagnósticas

    CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA DA INFECÇÃO HUMANA PELO VÍRUS MONKEYPOX NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    No full text
    Introdução/Objetivo: Em 2003, os primeiros casos de transmissão do vírus monkeypox (MPXV) fora do continente Africano foram confirmados em um surto nos EUA. Desde então, casos esporádicos em viajantes retornados da África foram descritos. No ano de 2022, a mpox se disseminou rapidamente por diferentes países e foi declarada emergência de saúde pública de importância internacional pela OMS. O vírus monkeypox (MPXV) apresenta manifestações clínicas similares à varíola humana, porém de menor intensidade, usualmente lesões cutâneas, de evolução sincrônica, associadas ou não a sintomas sistêmicos. Neste estudo buscamos caracterizar o perfil clínico-epidemiológico de casos de mpox no surto atual e investigar a ocorrência da doença em grupos populacionais com menor visibilidade inicial. Metodologia: Estudo de corte transversal realizado pelo Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (NEEDIER - UFRJ), onde foram incluídos pacientes com quadro suspeito de mpox do estado Rio de janeiro investigados na UFRJ de 01 de junho a 31 de dezembro de 2022. O diagnóstico foi realizado por PCR, os dados clínico-epidemiológicos foram obtidos na plataforma (REDCap) e analisados por meio do software R(versão-4.2.2). O estudo foi aprovado pelo CEP-HUCFF (CAAE: 62281722.5.0000.5257). Resultados: Foram incluídos 2919 pacientes que possuíam informações na plataforma REDCap, 787 (27%) dos quais foram diagnosticados com mpox. Dentre os positivos, a mediana da idade foi de 33 anos, 725 (92%) pertenciam ao sexo masculino, 430 (55%) se identificavam como homens que fazem sexo com homens e 284 (36%) viviam com HIV. As manifestações clínicas mais frequentes nos casos positivos foram: lesões cutâneas 676 (86%), febre 464 (59%), linfadenopatia 365 (46%), e cefaleia 340 (43%). Houve forte associação de sintomas, como lesões anogenitais (OR = 3,8, p valor < 0,001), proctite (OR= 5,96, p valor < 0,001), edema peniano (OR = 3,68, p valor < 0,001) e linfadenopatias (OR= 4,38, p valor = 0,001), com a infecção por MPXV na coorte total. Foram detectados 62 (8%) mulheres e 34 (4%) menores de 18 anos entre os casos positivos. Conclusão: Foram observadas mudanças em relação a apresentação clássica da doença, padrão de transmissão e acometimento de mulheres e crianças. Baixo limiar de suspeição clínica e testagem precoce favorecem o diagnóstico rápido, permitindo a intervenção efetiva na cadeia de transmissão e o manejo adequado da doença

    NEOTROPICAL ALIEN MAMMALS: a data set of occurrence and abundance of alien mammals in the Neotropics

    No full text
    Biological invasion is one of the main threats to native biodiversity. For a species to become invasive, it must be voluntarily or involuntarily introduced by humans into a nonnative habitat. Mammals were among first taxa to be introduced worldwide for game, meat, and labor, yet the number of species introduced in the Neotropics remains unknown. In this data set, we make available occurrence and abundance data on mammal species that (1) transposed a geographical barrier and (2) were voluntarily or involuntarily introduced by humans into the Neotropics. Our data set is composed of 73,738 historical and current georeferenced records on alien mammal species of which around 96% correspond to occurrence data on 77 species belonging to eight orders and 26 families. Data cover 26 continental countries in the Neotropics, ranging from Mexico and its frontier regions (southern Florida and coastal-central Florida in the southeast United States) to Argentina, Paraguay, Chile, and Uruguay, and the 13 countries of Caribbean islands. Our data set also includes neotropical species (e.g., Callithrix sp., Myocastor coypus, Nasua nasua) considered alien in particular areas of Neotropics. The most numerous species in terms of records are from Bos sp. (n = 37,782), Sus scrofa (n = 6,730), and Canis familiaris (n = 10,084); 17 species were represented by only one record (e.g., Syncerus caffer, Cervus timorensis, Cervus unicolor, Canis latrans). Primates have the highest number of species in the data set (n = 20 species), partly because of uncertainties regarding taxonomic identification of the genera Callithrix, which includes the species Callithrix aurita, Callithrix flaviceps, Callithrix geoffroyi, Callithrix jacchus, Callithrix kuhlii, Callithrix penicillata, and their hybrids. This unique data set will be a valuable source of information on invasion risk assessments, biodiversity redistribution and conservation-related research. There are no copyright restrictions. Please cite this data paper when using the data in publications. We also request that researchers and teachers inform us on how they are using the data

    NEOTROPICAL CARNIVORES: a data set on carnivore distribution in the Neotropics

    No full text
    Mammalian carnivores are considered a key group in maintaining ecological health and can indicate potential ecological integrity in landscapes where they occur. Carnivores also hold high conservation value and their habitat requirements can guide management and conservation plans. The order Carnivora has 84 species from 8 families in the Neotropical region: Canidae; Felidae; Mephitidae; Mustelidae; Otariidae; Phocidae; Procyonidae; and Ursidae. Herein, we include published and unpublished data on native terrestrial Neotropical carnivores (Canidae; Felidae; Mephitidae; Mustelidae; Procyonidae; and Ursidae). NEOTROPICAL CARNIVORES is a publicly available data set that includes 99,605 data entries from 35,511 unique georeferenced coordinates. Detection/non-detection and quantitative data were obtained from 1818 to 2018 by researchers, governmental agencies, non-governmental organizations, and private consultants. Data were collected using several methods including camera trapping, museum collections, roadkill, line transect, and opportunistic records. Literature (peer-reviewed and grey literature) from Portuguese, Spanish and English were incorporated in this compilation. Most of the data set consists of detection data entries (n = 79,343; 79.7%) but also includes non-detection data (n = 20,262; 20.3%). Of those, 43.3% also include count data (n = 43,151). The information available in NEOTROPICAL CARNIVORES will contribute to macroecological, ecological, and conservation questions in multiple spatio-temporal perspectives. As carnivores play key roles in trophic interactions, a better understanding of their distribution and habitat requirements are essential to establish conservation management plans and safeguard the future ecological health of Neotropical ecosystems. Our data paper, combined with other large-scale data sets, has great potential to clarify species distribution and related ecological processes within the Neotropics. There are no copyright restrictions and no restriction for using data from this data paper, as long as the data paper is cited as the source of the information used. We also request that users inform us of how they intend to use the data
    corecore