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    Introdução: As obras urbanas como meio heurístico para a exploração da sociedade colonial

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    As obras públicas nas cidades coloniais tinham um papel de mediação entre os governos e as sociedades urbanas, ligado a um discurso próprio, o discurso do “bem comum”. Enquanto no âmbito conceitual e material havia uma grande semelhança entre as obras nas colônias e na Europa, as respectivas sociedades urbanas nas colônias eram muito mais heterogêneas do que aquelas na Europa, e seus governos, mais autônomos. Isso gerou intensas renegociações em termos da apropriação das obras. Foram concebidas pelos governos, mas moldadas pelas práticas dos seus usuários. Assim sendo, abrem novas perspectivas sobre as populações urbanas coloniais, incluindo suas partes mais marginalizadas.The public works in colonial cities had a mediating role between governments and urban societies, which was connected to a particular discourse, the discourse of the “common good”. While in conceptual and material scope, there was a great similarity between the public works in the colonies and in Europe, the urban societies in the colonies were much more heterogeneous than those in Europe, and their governments more autonomous. This generated intense re-negotiations regarding the appropriation of the public works. They were conceived by the governments, but shaped by the practices of their users. Therefore, the public works open new perspectives on colonial urban populations, including their most marginalized parts

    No sertão, a revolta: grupos sociais e formas de contestação na América portuguesa, Minas Gerais - 1736

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    O papel dos grupos sociais que participaram da série de revoltas conhecidas com Motins do Sertão do São Francisco em Minas Gerais, que tiveram como estopim o sistema de cobrança do quinto por meio da capitação, é o tema de que se ocupa esta dissertação. Destacando nomeadamente os membros de estratos sociais menos privilegiados, sustenta que esses grupos atuaram com certa independência em relação aos grandes proprietários que também estiveram envolvidos nos protestos. O trabalho trata ainda do processo de ocupação do sertão da Capitania, os grupos familiares que aí se fixaram com suas fazendas de gado e estabelecimento de relações comerciais com a região mineradora243 f

    HIERARQUIA E REVOLTA. PERNAMBUCO, 1817

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    A Revolução Pernambucana de 1817, por muitos considerada como a primeira revolução a se opor objetivamente contra a escravidão, ao mesmo tempo em que inovava no campo político, com a entrada de ideias liberais, reforçava hierarquias tradicionais no plano social, justamente num momento em que novos atores entravam na cena política.A fim de ilustrar essa assertiva, o texto explora episódio pitoresco ocorrido entre os revolucionários pernambucanos encarcerados na cadeia de Salvador na Bahia onde, insatisfeitos com o tratamento que lhes eram dispensados, foram instados pelo carcereiro a se organizarem “em classes”, a fim de receber melhor alimentação conforme a posição que cada um ocupava na escala social. Após acalorado debate entre os presos o que se viu, ao invés de uma organização tendo em vista a sociedade mais livre que almejavam, foi o reforço de antigas posições.PALAVRAS-CHAVES: Revolução Pernambucana; Revoltas; Política
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