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Mechanisms of salt stress tolerance in Casuarina: a review of recent research
ReviewSalinization is a global concern whose extent is predicted to progressively increase over this century.
In this context, biosaline agriculture has been included in the set of climate-smart solutions to
support sustainable and resilient ecosystems. The Casuarinaceae family is widely known for its
intrinsic ability to thrive under saline environments. Therefore, understanding the mechanisms
underlying salt-tolerance in this family is of utmost importance for landscape integration and soil
rehabilitation. In this mini-review, we present the state of the art of Casuarina research – from gene to
ecosystem – in response to salinity, towards green growth and sustainable development. Based on
literature retrieval from 2000 to 2021, a general overview of salt-stress tolerance in the Casuarinaceae
is presented, and the extent of the contribution of root-nodule and arbuscular mycorrhizal symbioses,
as well as the related eco-physiological and molecular changes are discussedinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio
Estará o futuro dos biofuels em risco?
A descida abrupta dos preços do brent a partir de 2014 promovida pela OPEC
(Organization of the Petroleum Exporting Countries) teve efeitos nefastos no
relançamento dos biofuels de segunda geração e na chamada Economia Verde. De facto,
a implementação do aproveitamento de resíduos agroflorestais e a sua posterior
conversão em Etanol Celulósico (EC) traria vantagens em termos de emprego local, para
além de aspetos ambientais ligados às alterações climáticas e à descarbonização em
curso. Este EC destinar-se-ia a ser adicionado à gasolina (blend) em proporções variáveis
de acordo com a legislação em vigor em diferentes países ou blocos económicos. Por
exemplo, nos EUA já foi aprovado a introdução do E15 (15% de biofuel + 85% de
gasolina) para veículos fabricados a partir de 2001, embora esta norma não tenha sido
ainda implementada. Neste contexto, quanto maior for a percentagem de biofuel
adicionado, menor será a quantidade de gasolina utilizada, pelo que em países
completamente dependentes da importação de energia a redução da dependência
energética constitui per se um fator importante na balança de pagamentos. Por outro lado,
diminui-se a emissão de CO2 contribuindo para atenuar os efeitos das alterações
climáticas. Acresce que estes biofuels de segunda geração poderiam limitar a utilização
de biofuels (etanol) a partir de fontes alimentares, como é o caso do milho em particular
nos EUA e a beterraba e outros cereais no caso Europeu. O Brasil é uma notável exceção
dado que o etanol tem origem na cana-de-açúcar e se excluirmos os FFV (Flex Fuel
Vehicles) a mistura habitualmente utilizada no Brasil, é o E25.
A produção de EC tem, contudo, um calcanhar de Aquiles chamado “custo de produção”
pelo que o desinvestimento e a falência de grandes projetos ligados aos biofuels de
segunda geração estão intrinsecamente relacionados com preços do brent estabilizados
entre 100/barril.
Aos custos atuais do brent o EC não é competitivo e mesmo que o seu custo de produção
diminuísse, a OPEC poderia ajustar o preço do brent em baixa, invalidando assim o
ganho que seria efémero. Iremos continuar a assistir à produção de etanol a partir de
cereais com toda a controvérsia envolvente. Surgem assim os biofuels da terceira geração
em que as algas têm um papel importante. A liquefação hidrotérmica é um processo ainda
em estudo e em fase de desenvolvimento, mas fortemente incentivado pela União
Europeia que prevê que o futuro reside neste processo de conversão, a par de um
desenvolvimento da autonomia dos veículos elétricos e da produção de veículos cada vez
mais eficientes em termos de consumo.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Acúmulo de micronutrientes em frutos de Coffea canéfora cultivado na Amazônia
Os micronutrientes são essenciais para o crescimento, desenvolvimento e
produtividade do cafeeiro, variando as quantidades necessárias em função do
estádio fenológico, da idade e da produtividade da planta. O ferro se caracteriza
como o micronutriente mais acumulado na planta Coffea canephora, seguido do
manganês, boro, zinco e cobre. Frequentemente o cultivo de café é realizado em
solos com baixa disponibilidade de nutrientes e, na maior parte, a adubação com
micronutrientes não é priorizada, ocasionando decréscimos na produção. Durante
o período reprodutivo, os frutos constituem os drenos preferenciais dos
fotoassimilados, esse período coincide com a fase de maior crescimento vegetativo,
ocorrido de setembro a maio, aumentando ainda mais essa demanda. Assim, o
conhecimento das curvas de acúmulo de micronutrientes e do total acumulado
pelos frutos são importantes e auxiliam na recomendação e ajuste do programa de
adubação das lavouras. Para tal, avaliou-se o acúmulo de cobre, ferro, manganês e
zinco nos frutos de C. canephora em plantas com ou sem adubação, no estado de
Rondônia, Brasil, em lavoura propagada por estaca com 2,5 anos de idade. O
delineamento experimental utilizado foi de blocos causalizados, adotando-se um
esquema de parcelas principais constituídas por plantas com ou sem adubação, com
sub-parcelas correspondentes à época do ano. Os frutos foram coletados a cada 28
dias, desde a primeira florada até a maturação completa, no período de julho a abril.
Posteriormente determinou-se a concentração de cada nutriente e aferiu-se o
acúmulo através: massa seca fruto x concentração de nutriente. De entre os
micronutrientes estudados, constatou-se que apenas a taxa de acúmulo de
manganês respondeu positivamente à adubação, tão-somente na última coleta
realizada. Boro, zinco e cobre mostraram taxas de acúmulo semelhantes em ambos
os tratamentos. Ao longo do período reprodutivo as curvas de acúmulo de
micronutrientes seguiram o modelo sigmoidal simples, com baixas taxas na fase
inicial, denominada de grão chumbinho, e aumento pronunciado nos estádios de
expansão, granação e maturação dos frutos, contudo com algumas diferenças entre
nutrientes. Desta forma, conclui-se que a adubação de micronutrientes deve ser
parcelada no decorrer destes três estádios.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Bounds on the electromagnetic interactions of excited spin-3/2 leptons
We discuss possible deviations from QED produced by a virtual excited
spin-3/2 lepton in the reaction . Data recorded
by the OPAL Collaboration at a c.m. energy are used to
establish bounds on the nonstandard-lepton mass and coupling strengths.Comment: Latex, 5 pages, 7 ps figures. To be published in Phys. Rev.
Genetic control of common bean (Phaseolus vulgaris) resistance to powdery mildew (Erysiphe polygoni)
Aspetos nutricionais do arroz biofortificado em selénio
O Selénio (Se) é um elemento considerado essencial na saúde humana. No entanto
regista-se um nível baixo de ingestão do mesmo, devido à sua escassez nos
alimentos. O arroz é um dos cereais mais consumidos em todo o mundo. O aumento
do teor de Se no arroz através de estratégias de melhoramento de plantas e de
biofortificação agronómica poderá contribuir para um maior consumo deste
elemento pelas populações. Este estudo pretende caracterizar alguns aspetos
nutricionais do arroz biofortificado naturalmente em Se, obtido em ensaios de campo
no Ribatejo, a partir de variedades comerciais (Ariete e Albatros) e linhas avançadas
portuguesas (OP1105 e OP1109, Programa de Melhoramento do Arroz -
INIAV/Cotarroz). Procedeu-se à aplicação foliar de Se sob a forma de selenato e
selenito de sódio, em várias concentrações, com e sem adubação de fundo com
selenato. A aplicação foliar (sem adubação de fundo) foi suficiente para obtenção de
resultados satisfatórios. O Se distribuiu-se uniformemente pelo grão em todos os
tratamentos. Alguns parâmetros nutricionais e de qualidade (lípidos, açúcares
solúveis, proteína) foram avaliados na farinha obtida a partir dos grãos
biofortificados.
A concentração de Se nos grãos aumentou com os teores foliares de selenito e
selenato aplicados, obtendo-se no entanto melhores resultados para o selenito.
Observou-se variabilidade genética entre os genótipos, destacando-se Albatros e
OP1105 pelos maiores teores de Se acumulados no grão, o que possibilita uma
manipulação tecnológica relevante. As aplicações de Se provocaram alterações nos
teores de ácidos gordos totais em alguns genótipos, resultantes de variações nos
teores dos ácidos palmítico (C16:0), oleico (C18:1) e linoleico (C18:2). Os teores de
açúcares solúveis e de proteína tenderam a aumentar com as concentrações mais
elevadas de Se. De uma forma geral o peso de mil grãos (PMG) não foi
significativamente afetado pelos tratamentos. Em síntese, os tratamentos aplicados
parecem ser adequados tendo em vista a acumulação de Se no grão, não
comprometendo a produção nem os parâmetros nutricionais. As concentrações de Se
a serem aplicadas dependerão da finalidade industrial do arroz. Concentrações mais
baixas de Se (30 a 60 g Se ha-1) serão mais adequadas para a biofortificação de arroz
em áreas de cultivo extensas, enquanto que as mais elevadas (até 180 g Se ha-1)
permitirão a obtenção de grãos com maior concentração de Se, que poderão ser
submetidos ao processamento industrial (i.e., produção de farinha) e incorporar
misturas com farinhas não biofortificadas.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Influência do aumento da concentração do CO2 atmosférico e da temperatura do ar no desenvolvimento da cultura do café
O clima condiciona fortemente a produtividade agrícola e mesmo alterações
moderadas a severas das condições ambientais poderão afetar a produção, levando a
perdas económicas e impactos sociais. O previsível aumento da concentração de CO2
atmosférico, associado a alterações nos padrões de pluviosidade, ao aumento na
duração e intensidade da seca, bem como a um aumento generalizado das
temperaturas, são realidades cada vez mais presentes em todos os cenários agrícolas.
As interações complexas entre estes diferentes fatores alterarão as respostas das
plantas com potencial impacto acrescido na produtividade e qualidade dos produtos
finais.
O aumento da concentração atmosférica de diferentes gases com efeito de estufa, com
destaque para o CO2, tem ocorrido em simultâneo com o aumento da temperatura do
ar. Desde o início da revolução industrial no séc. XVIII, a concentração de CO2
aumentou de ca. 280 μL CO2 L-1, tendo ultrapassado 400 μL CO2 L-1 em 2013, sendo
previsível que possa atingir valores entre 421 e 936 μL CO2 L-1 no final do século.
Adicionalmente, previsões recentes para este século apontam para aumentos da
temperatura ao nível da superfície do planeta que poderão ir de 0,3-1,7 ºC, até um
extremo de 2,6-4,8 ºC. Este eventual aumento de temperatura levará a alterações
drásticas nos teores de humidade do ar e consequentemente nos regimes de
pluviosidade. Estas circunstâncias poderão promover condições de seca mais
frequentes e extremas. Contrastando com o impacto negativo da redução da
disponibilidade hídrica ou do aumento da temperatura, o aumento do valor de CO2 per
se pode ter um papel positivo, pois estimula a produção.
A cultura do café é uma das mais importantes culturas de rendimento do mundo,
estando presente em mais de 80 países da região tropical e sendo suportada por 2
espécies, Coffea arabica L. (café tipo Arábica) e Coffea canephora Pierre ex A.
Froehner, (café tipo Robusta). Neste contexto torna-se premente o estudo dos mecanismos (com destaque para os ecofisiológicos) envolvidos na aclimatação das
plantas, a um ambiente em permanente mudança. Recentes projeções indicam perdas
significativas da área de cultivo de Coffea sp (particularmente de C. arabica), mas
estudos recentes mostraram que o aumento dos valores de CO2 na atmosfera têm um
efeito claramente mitigador do impacto de temperaturas supra-óptimas, moderando os
impactos antes estimados com base em modelos que não têm em linha de conta este
efeito benéfico do CO2.
O conhecimento proveniente de estudos multidisciplinares e a obtenção de indicadores
ecofisiológicos auxiliará na seleção de indivíduos mais tolerantes e servirá de
ferramentas para o melhoramento de novas plantas com uma maior capacidade de
adaptação.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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