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    Adolescent Medicine in the State of São Paulo from 1970 to 1990: a historical dimension

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    Observa-se relativa escassez de trabalhos especializados a respeito da reconstrução histórica da institucionalização da Medicina de Adolescentes e da Atenção à Saúde Integral dos Adolescentes, no Estado de São Paulo. Esta lacuna mostra-se ainda maior quando se trata de examinar a implantação desses serviços pioneiros no âmbito das universidades e a maneira como os profissionais responsáveis por esse pioneirismo se posicionavam diante das dificuldades e embates no contexto de suas instituições de ensino, à luz daquele momento histórico: meados da década de 1970, marcado pela ditadura militar no país. O presente trabalho tem como objetivo recuperar as origens da Medicina de Adolescentes em São Paulo, entre as décadas de 1970 a 1990. Trata-se de um estudo qualitativo, orientado pela análise dos documentos históricos produzidos ao longo das mencionadas décadas acerca da institucionalização da Medicina de Adolescentes e da construção histórico-cultural do adolescente, e pela obtenção de depoimentos dos responsáveis pela implantação dos primeiros serviços de atenção à saúde dos adolescentes no Estado de São Paulo, seja no âmbito da Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Psiquiatria, seja na área da Saúde Coletiva. Foram realizadas entrevistas, com roteiro semiestruturado, no período de 2009 a 2010, gerando depoimentos pessoais que visaram à recuperação de sentimentos, motivações, dificuldades enfrentadas e entraves institucionais e ideológicos que ocorreram no período da institucionalização da Medicina de Adolescentes e dos programas de saúde pública para essa faixa etária, que não poderiam ser extraídos por meio de documentação escrita. A preocupação com a saúde do adolescente se deu, sobretudo nas décadas de 1970 a 1990, em um momento em que se discutia a efetiva prática da medicina global ou integral ofertada ao indivíduo e se questionava a sua fragmentação efeito colateral da emergência das subespecialidades médicas e da medicalização do sujeito com o advento da medicina tecnológica envolvendo profissionais das áreas clínicas (pediatras, ginecologistas e psiquiatras) e da Saúde Coletiva. No tocante à saúde dos adolescentes, a discussão dos novos paradigmas de saúde fez emergir concepções divergentes entre clínicos e sanitaristas, em relação ao enfoque de atenção integral à saúde. Os sanitaristas e os idealizadores de uma política pública para a adolescência vislumbravam atingir as metas populacionais, baseados em dados epidemiológicos sobre a problemática dos adolescentes. A área clínica, ainda que considerasse as influências externas ao processo de saúde e doença, mantinha seu olhar centrado no indivíduo, nas suas peculiaridades e singularidades, aspecto esse inerente ao seu campo de atuação. Daí as dificuldades de interlocução entre essas duas áreas da saúde, e o embate acadêmico em torno da institucionalização dos programas de atenção à saúde dos adolescentes, o que foi percebido por meio da análise dos depoimentos concedidos. Essa dificuldade de diálogo entre os referidos campos, na trajetória histórica inicial da Medicina de Adolescentes e da Atenção à Saúde Integral ao Adolescente, pode ter gerado entraves e morosidade no processo de implantação de programas e estratégias de obtenção de assistência à saúde de qualidade para essa faixa etária. A reconstrução do passado é necessária para a análise do presente, donde a necessidade de compreensão de alguns aspectos da trajetória da Medicina de Adolescentes em particular, e da Atenção à Saúde dos Adolescentes, em geral, para auxiliar os profissionais de saúde na busca de soluções para as dificuldades enfrentadas no atendimento à saúde desta população.In light of scarcity of specialized works on the historical reconstruction of the establishment of Adolescent Medicine in particular, and of Adolescents Comprehensive Health Care, in general, in the State of São Paulo, especially as regards implementing these pioneering services within the scope of the universities and also as regards the views of the professionals responsible for such pathbreaking towards the difficulties and resistances within the context of their institutions of education and further in relation to the historical moment considered herein, i.e., mid 70s (characterized by the military dictatorship in the country), the purpose thereof was to recover the origins of Adolescent Medicine in the State of São Paulo between the 70s and the 90s. It regards a qualitative study, oriented by the analysis of the historical documents produced throughout the decades referred to above as regards the establishment of Adolescent Medicine and as regards the historical and cultural development of adolescents, and by gathering testimonies from those responsible for implementing the pioneering services related to adolescents health care in the State of São Paulo, either within the scope of Pediatrics, Gynecology and Obstetrics and Psychiatry, or within the Public Health area. Interviews, with a semi-structured plan, were conducted between 2009 and 2010, generating personal testimonies with the purpose of recovering feelings, motivations, difficulties experienced and institutional and ideological obstacles encountered during the period of establishment of Adolescent Medicine and public health programs for adolescents, which could not be extracted by means of written documentation. Concern for adolescents health was expressed, especially from 1970 to 1990, on an occasion on which discussions were being conducted as regards the actual practice of global or full medicine offered to individuals and questions were being raised as regards fragmenting the individuals side effect of the emergency for medical sub-specialties and for medicalization of the individuals upon arrival of the technological medicine involving professionals from the clinical areas (pediatricians, gynecologists and psychiatrists), and from Public Health. As regards adolescents health, discussions on the new health paradigms gave rise to diverging conceptions among doctors and sanitarians in relation to the full health care focus. The purpose of the sanitarians and the creators of a public policy for adolescence was to achieve the population goals, based upon epidemiological data on the adolescents problems. The clinical area, even considering the external influences on the health and disease process, focused on the individuals, on their individuality and peculiarity, aspect inherent to their field of operations, thus giving rise to difficulties of communication between those two health areas and academic resistance to the establishment of the adolescents health care programs, which have been noticed by analyzing the given testimonies. Such difficulty to establish communication between the said fields, on the initial historical path of Adolescent Medicine and of Adolescents Comprehensive Health Care, may have given rise to obstacles and slowness in the process of implementing programs and strategies to obtain quality health care for this age group. It is necessary to reconstruct the past to analyze the present, thus the need to understand a few aspects of Adolescent Medicine path in particular, and of Adolescents Health Care, in general, to assist health professionals in search of solutions for the difficulties encountered at providing health to this population

    Musculoskeletal pain and musculoskeletal pain syndromes in adolescents of a private school and their relation with digital media use

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    Objetivo: Avaliar o uso de dispositivos eletrônicos e televisão (TV) em adolescentes saudáveis de uma escola particular da cidade de São Paulo; avaliar possíveis associações entre a presença de dor e síndromes musculoesqueléticas e o uso de dispositivos eletrônicos e TV. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com adolescentes de uma escola particular da cidade de São Paulo. 299 adolescentes (10 a 19 anos) responderam a um questionário individual, confidencial e autoaplicável, com perguntas sobre o uso isolado e simultâneo de dispositivos eletrônicos (computadores, videogames, celular) e TV; dados demográficos; prática de atividade física e esportiva; disponibilidade, padrão de consumo, tipos de mídia utilizados e sintomas dolorosos do sistema musculoesquelético. Além da aplicação do questionário, foi realizado exame físico específico do aparelho musculoesquelético nos adolescentes que apresentavam queixas álgicas nos últimos três meses, visando à avaliação das seguintes síndromes musculoesqueléticas idiopáticas crônicas e não inflamatórias: fibromialgia juvenil, síndrome de hipermobilidade articular benigna, síndrome miofascial, tendinite, bursite, epicondilite e síndrome de dor regional complexa. Resultados: O índice de Kappa entre o pré-teste e reteste foi de 0,83. Dor musculoesquelética e síndromes musculoesqueléticas foram encontradas em 183/299 (61%) e 60/183 (33%), respectivamente. As medianas de idade [15 (10-18) versus 14 (10-18) anos, p=0,032] e os anos de escolaridade [10 (5-12) vs. 9 (5-12) anos, p=0,010] foram significantemente maiores em adolescentes com dor musculoesquelética em comparação com aqueles sem essa condição. A frequência do gênero feminino foi maior no grupo de adolescentes com dor musculoesquelética comparado ao grupo sem essa condição (59% versus 47% p=0,019), assim como as frequências do uso do telefone celular (93% contra 81%, p=0,003) e do uso simultâneo de pelo menos dois dispositivos eletrônicos (80% vs. 67%, p=0,011) foram significantemente maiores no grupo de adolescentes com dor musculoesquelética. Em relação às comparações entre os grupos com e sem síndromes musculoesqueléticas: a frequência de gênero feminino foi significantemente maior no grupo de estudantes com síndromes musculoesqueléticas (75% versus 25%, p=0,002), e os adolescentes com síndromes musculoesqueléticas apresentaram uma mediana significantemente reduzida de horas de jogos eletrônicos aos finais de semana e feriados [1,5 (0-10) vs. 3 (0-17) horas/dia, p=0,006]. Conclusões: Uma alta prevalência de dor musculoesquelética e síndromes musculoesqueléticas foi observada em estudantes adolescentes de uma escola particular. A dor musculoesquelética foi relatada em idade mais avançada, sobretudo entre as meninas e os alunos que usavam telefone celular e dispositivos eletrônicos simultaneamente. O sexo feminino e o uso reduzido de jogos eletrônicos foram associados à presença de síndromes musculoesqueléticasObjective: To evaluate television and simultaneous electronic devices use in adolescents with musculoskeletal pain and musculoskeletal pain syndromes. Methods: A cross-sectional study was performed in 299 adolescents of a private school. All students completed a self-administered questionnaire, including: demographic data, physical activities, musculoskeletal pain symptoms, and use of simultaneous television/electronic devices (computer, internet, electronic games and cell phone). Seven musculoskeletal pain syndromes were also evaluated: juvenile fibromyalgia, benign joint hypermobility syndrome, myofascial syndrome, tendinitis, bursitis, epicondylitis and complex regional pain syndrome. Results: Inter-rater agreement between pretest and retest was 0.83. Musculoskeletal pain and musculoskeletal pain syndrome were found in 183/299 (61%) and 60/183 (33%), respectively. The median of age [15 (10-18) vs. 14 (10-18) years, p=0.032] and years of education [10 (5-12) vs. 9 (5-12) years, p=0.010] were significantly higher in adolescents with musculoskeletal pain compared to those without this condition. The frequencies of female gender (59% vs. 47%, p=0.019), cell phone use (93% vs. 81%,p=0.003) and simultaneous use of at least two electronic devices (80% vs. 67%,p=0.011) were significantly higher in the former group. Further comparisons between adolescents with and without musculoskeletal pain syndromes revealed that the frequency of female gender was significantly higher in the former group (75% vs. 25%,p=0.002), and with significantly reduced median of weekends/holidays electronic games use [1.5 (0-10) vs. 3 (0-17) hours/day, p=0.006]. Conclusions: A high prevalence of musculoskeletal pain/syndromes were observed in female adolescents. Musculoskeletal pain was mostly reported at median age of 15 years and students were using cell phone and at least two electronic devices simultaneously. Reduced electronic games use was associated with musculoskeletal pain syndrome
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