342 research outputs found

    Etiquette school manuals in Portugal in the 19th century

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    A versão depositada corresponde ao pre-print da publicação.Etiquette (Civilidade) was included in the school curriculum, at the level of the first arts, as part of the pombalina reforms which, at the end of the 18th century and still within an absolutist context, led to the creation of a public school system. The generalisation of the school model - a task which Portuguese liberalism sought to put into practice, especially following its consolidation in 1834 - reinforced the role of the school as a privileged space for the socialisation of children and young people and their integration into the values of the new society. At the primary level the subjects chosen for this end were diverse. In some cases they were aimed more towards the instruction of the voting citizen, free and aware of the rights and duties which a liberal society requires in theory. In other cases, their purpose was to conform to the moral and religious principles of Catholicism or the normalisation of behaviour in accordance with the patterns considered to be socially legitimate, as was provided for in the etiquette manuals. The tension between the desire for liberation and the integration vocation is one of the constants of liberal education and one of its greatest paradoxes. In this article, we will concentrate on the latter case. Our main source will be the etiquette school manuals published in Portugal between 1820, the year that the first liberal experiment began, and 1910, when the constitutional monarchy was deposed by a victorious republican revolution. Based on these manuals, we will endeavour to reflect on the finalities, content and sense of the socialising component of the curriculum in the liberal education system, its continuity and changes. Although Civilidade - as this subject is commonly known - only appears on occasion as autonomous education material in study plans, the profusion of compendiums, especially in the second half of the 19 th century, makes us raise the hypothesis that, at an everyday school level and in association with Catholic religious and moral teachings, these were one of the main instruments for social and cultural integration that were necessary to legitimise the embryonic nation-state. By defining appropriate behaviour and by forbidding that which was considered improper in "civilised" man, etiquette introduced a policy of "control and distinction" in social and cultural practices. Ideas such as order, hierarchy, respect, decency and moderation, among others, would be considered essential for the integration of all in a "civilisation of customs" which, in terms of social relations, attempted to be the counterpoint of a liberal society in which the facts of a courtly way of life and the fascination for the aristocratic tradition harmonised, without apparent contradiction, with the utilitarian values and attitudes typical in the burgeoning bourgeois societies

    The New Member Problem in the Cooperative Management of the Northern Atlantic Bluefin Tuna

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    In this paper the new member problem faced by the regional fisheries management organisations is discussed for a typical highly migratory species: the northern Atlantic bluefin tuna. The analysis is based on simulation and optimisation results from a bio-economic model. The results, for both the East and the West Atlantic stocks, show that presently the threat of the new members is not relevant for the breakdown of the cooperative management. This is due to the very low level of the stock, which makes noncooperation a low payoff strategy. As the optimal cooperative strategy calls for an initial harvest moratorium the threat becomes progressively more relevant, showing that this is a dynamic problem which is aggravated in the long run. Two possible solutions for this problem are simulated: transferable membership and waiting period. The simulation results show that a transferable membership scheme, if properly implemented, is fully efficient in protecting the cooperative agreements of the regional fisheries organisations from the free rider actions of the prospective new members. The waiting period, although protecting the member countries generally does not preclude such behaviours.

    Citizenship Education within the process of portuguese social democratization

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    Propomo-nos discutir, neste texto, algumas das raízes do ideal de cidadania ao nível do debate pedagógico, tal como se desenvolveu em Portugal nos anos 60 e 70 do século XX, um período marcado pelo final do Estado Novo autoritário e pela fase inicial de construção da democracia portuguesa, que sentiu a necessidade de educar os cidadãos para o exercício pleno do seu papel, numa perspectiva crítica e participativa. É, em particular, no período revolucionário que o projecto de democratização do ensino se torna central na agenda educativa, surgindo Rui Grácio (1921-1991) como uma figura marcante, não só da reflexão sobre essa matéria como da tentativa de a concretizar no terreno educativo, por via de experiências como a unificação do ensino, o serviço cívico estudantil ou a educação cívica e politécnica. É os contornos dessa reflexão e dessa acção que procuraremos aqui delimitar

    THE NEW-MEMBER PROBLEM IN THE COOPERATIVE MANAGEMENT OF HIGH SEAS FISHERIES

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    This paper discusses the threat that new members pose to the cooperative agreements in the management of straddling and highly migratory fish stocks and the possible solutions to this problem. In particular, the main solutions proposed in the fisheries literature are explored-namely the "transferable membership," the "waiting period" and the "fair sharing rule." The analysis is illustrated by a typical highly migratory species: the northern Atlantic bluefin tuna. The application of the analysis to the bluefin tuna fishery case study shows that, at present, the threat of the new members is not sufficient for the breakdown of the cooperative agreement. The simulation results for this case study show that both the "transferable membership" and the "fair sharing rule" solutions solve the potential new member threat.Resource /Energy Economics and Policy,

    International Environmental Agreements under Uncertainty: Does the Veil of Uncertainty Help?

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    Na and Shin (1998) showed that the veil of uncertainty can be conducive to the success of self-enforcing international environmental agreements. Later papers confirmed this negative conclusion about the role of learning. In the light of intensified research efforts worldwide to reduce uncertainty about the environmental impact of emissions and the cost of reducing them, this conclusion is intriguing. The purpose of this paper is threefold. First, we analyze whether the result carries over to a more general setting without restriction on the number of players and which considers not only no and full learning but also partial learning. Second, we test whether the conclusion also holds if there is uncertainty about abatement costs instead of uncertainty about the benefits from global abatement. Third, we propose a transfer scheme that mitigates the possible negative effect of learning and which may even transform it into a positive effect.transnational cooperation, self-enforcing international environmental agreements, uncertainty, learning

    O projecto pedagógico das Universidades populares no Portugal das primeiras décadas do século XX. O exemplo da Academia de Estudos Livres

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    Nas décadas finais do século XIX e nas primeiras décadas do século XX o tema da educação popular entra na ordem do dia, associado à “descoberta” dos elevados índices de analfabetismo da população portuguesa e à assunção, por parte do republicanismo e da maçonaria, de um projecto alternativo de formação do cidadão. Para o combate ao analfabetismo assistimos então à proliferação de iniciativas várias, surgindo também diversas instituições vocacionadas para a educação permanente de adultos, as quais assumem as designações de Universidades Livres ou Universidades Populares. O presente texto pretende reflectir sobre a actividade de uma destas últimas instituições – a Academia de Estudos Livres (criada em 1889) -, que se assume, a partir de 1904, como Universidade Popular. A Academia assegura o funcionamento de uma escola (com ensino diurno e nocturno), para além de assegurar tarefas na área da vulgarização científica e cultural, as mais características das universidades populares, de que é exemplo a realização de cursos livres, conferências e visitas de estudo. A Academia dedicou-se, igualmente, à edição de publicações, com destaque para a revista Anais da Academia de Estudos Livres – Universidade Popular (1912-1916), uma espécie de órgão da instituição, e para o periódico estudantil A Mocidade (1910-1911). É esta última revista que se assume como fonte do presente estudo

    Igreja, Estado e Família no debate sobre o ensino particular em Portugal (meados do século XX)

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    O debate sobre o papel do ensino particular, na sua relação com o ensino público, emergiu com particular acuidade em alguns momentos do percurso histórico-educativo português na segunda metade do século XIX e ao longo de todo o século XX. A consolidação do sistema público de ensino foi um processo paralelo ao da afirmação do poder do Estado e um factor essencial para a sua consecução. Esse facto não pôs em causa a permanência de um sector particular com alguma relevância, embora variável conforme os momentos e respectivos contextos. A Igreja Católica continuou, nesse âmbito, a ocupar um lugar importante na oferta escolar e na escolarização dos portugueses, em correspondência com o seu entendimento, mesmo durante o período liberal, como instituição fundamental para a socialização em valores tidos por essenciais para a preservação dos equilíbrios sociais. A «liberdade de ensino» surge, nas suas diversas dimensões, como elemento central do referido debate, entendida, simultaneamente, como «liberdade de ensinar», ou seja, a possibilidade de abrir escolas, e como «liberdade de aprender», ou seja, o direito de escolha das escolas pelas famílias. O Estado Novo português (do início dos anos 30 até 1974) foi, não obstante o seu carácter tendencialmente totalitário, um momento privilegiado desse debate, em particular no que se refere às relações entre o Estado e a Igreja e sua expressão no terreno educativo. É inquestionável a afirmação do poder do Estado que procura controlar, de forma estrita, todas as iniciativas desenvolvidas nesse âmbito. Embora tanto a Constituição de 1933 como a Concordata de 1940, entre o Estado português e a Igreja Católica, consagrem a «liberdade de ensino», o Estatuto do Ensino Particular, publicado em 1949, contribui para reforçar a dependência do ensino particular em relação ao modelo «oficial», bem como os mecanismos de controlo a que ele estava sujeito. Mesmo assim, este é um período de franca expansão quantitativa do ensino particular, em particular ao nível do ensino liceal, até porque o Estado procura conter artificialmente a oferta, num período que começa a testemunhar uma procura crescente neste nível de ensino, mais sensível a partir do final dos anos 50. Apesar da cumplicidade política e ideológica mantida entre o salazarismo e a Igreja Católica, bem visível no papel atribuído ao catolicismo no currículo escolar, é igualmente notória a resistência que amplos sectores da Igreja oferecem à secundarização do ensino religioso católico e à sua assunção como meramente supletivo em relação ao ensino público. A finalidade da presente comunicação é, então, circunscrever os termos do debate então travado sobre os papéis respectivos da Igreja, da Família e do Estado na educação (direitos e deveres recíprocos), tendo como referência o ensino particular, entre as décadas de 40 e de 60 do século XX. Para tal, procederemos à análise de conteúdo de um conjunto diversificado de fontes, incluindo diplomas legais, artigos de revistas pedagógicas, actas de congressos, documentos da Igreja Católica e de entidades ligadas a esse sector do ensino, entre outras publicações

    Os primórdios do associativismo docente do ensino liceal português (1904-1908): as representações dos professores sobre a profissão e a construção de identidades

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    A criação de associações de professores constituiu historicamente um dos passos mais importantes dados no sentido da profissionalização da actividade docente e, como tal, elemento essencial da afirmação, a esse nível, da modernidade educativa. O associativismo docente – a par da imprensa pedagógica produzida por professores – propiciou o desenvolvimento de um contexto intelectual e afectivo favorável à socialização dos professores nas crenças e nos valores próprios da profissão e contribuiu para a difusão de um sentimento de pertença a uma mesma comunidade simbólica. O presente texto tem como propósito analisar os discursos produzidos pelos porta-vozes dos professores do ensino liceal, durante o período de existência da sua primeira associação (1904-1908), no sentido de captar as representações sobre a profissão então em circulação. Quais as crenças e valores que se procuram partilhar? Que tipo de associativismo docente se pretende concretizar? Quais as preocupações, reivindicações e formas de luta que se esboçam

    A República e o ensino da história: inovações e permanências

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    O tema do presente texto procura expressar a centralidade assumida pela dialéctica inovações – permanências no período republicano, no qual a maneira habitual de ensinar a história, os tradicionais compêndios e toda uma mitologia que vem sendo construída desde o século XIX, convivem com a tentativa de, sob o influxo da Educação Nova, introduzir novos temas e novas metodologias e de melhorar a qualidade dos compêndios. A República – esse momento particularmente interessante da nossa vivência cultural – procurou desenvolver uma nova educação histórica para a nova sociedade que se afirmava querer construir, isto sem, no entanto, pôr em causa uma certa tradição histórica, considerada conveniente para a afirmação da consciência nacional. Procurando delimitar a abordagem, centrar-me-ei na então designada Instrução Primária. O currículo sempre teve, a este nível, uma componente importante visando explicitamente a integração cultural, a conformidade social e a normalização dos comportamentos. A República não é excepção. É na escola primária que se procura formar o cidadão-eleitor preparado para a vida em democracia; mas é lá também que se pretende promover uma socialização de tipo republicano, necessária à preservação do novo regime. A história é, então, um dos saberes requisitados, tendo em vista a consecução das referidas finalidades. Daí a sua relativa importância curricular e a sua presença no debate cultural do período, já que o sebastianismo, o saudosismo, o seiscentismo, entre outros temas, justificaram acesas polémicas. É, por outro lado, particularmente a este nível, que se investe na construção de uma determinada memória colectiva. Utilizarei como fontes as seguintes: a legislação do período, designadamente reformas do ensino, programas de ensino e instruções pedagógicas deles decorrentes; manuais escolares de história; e alguns textos publicados na imprensa pedagógica da época

    A construção de uma deontologia profissional dos professores do ensino liceal português

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    A finalidade deste artigo é contribuir para o conhecimento de algumas raízes do processo de construção de uma deontologia da profissão docente, no que se refere aos professores do ensino liceal português, tendo como ponto de partida um conjunto de treze artigos subordinados a essa temática e publicados na revista pedagógica Labor. A referida sequência teve como único autor o professor de matemática do ensino secundário Francisco Dias Agudo. No seu conjunto, este texto constitui uma excelente reflexão sobre a dimensão ética da profissão docente, tal como poderia ser encarada por um profissional do ensino nos anos 50 do século XX, em plena vigência do Estado Novo. Situaremos a nossa análise nos discursos produzidos por professores e para professores, procurando captar as representações sobre a profissão e sobre a actividade docente por essa via veiculadas, de modo a traçar os contornos da imagem do que é ser um “bom professor” de liceu nos anos 50 do século XX. Preocupar-nos-emos, em particular, com a fundamentação ética e com as normas deontológicas propostas para a profissão
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