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    As ideias iluminadas e polidas sobre as mulheres nas filosofias britânicas

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    O objetivo desta pesquisa consiste em investigar como a mulher é retratada e compreendida pelos filósofos das luzes da Grã-Bretanha nas três seguintes etapas: em primeiro lugar, através do papel que serviam para a justificação dos gentlemen a respeito da superioridade do estágio civilizatório polido que acreditavam se encontrar; em segundo lugar, por meio dos elementos que faziam com que os autores considerassem as mulheres como iguais (ou mesmo superiores em determinados domínios) aos homens; e, em terceiro e último lugar, através do tipo de emancipação que elas possivelmente encontraram em função dos escritos iluminados e das iniciativas práticas que algumas delas participaram. Para essa investigação, emprego os seguintes conceitos/ideias: degradação de Axel Honneth, incoerência de Mary Wollstonecraft, hipocrisia de Jenny Davidson e a ironia. Esses conceitos/ideias servirão como chaves interpretativas que serão capazes de avaliar os pontos de vista iluminados dos intelectuais letrados das luzes britânicas sobre as mulheres

    EDUCAÇÃO MORAL E POESIA NO SÉCULO XVIII BRITÂNICO

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    Pretende-se apresentar de que forma a considerada boa poesia do século XVIII britânico pode ser vista com o mesmo objetivo das morais práticas, isto é, o de refinar e polir os indivíduos. Para isso, seguiremos os seguintes passos: i. reconstruir o contexto que produziu essa concepção: a distinção entre civilização e barbárie, bem como a dificuldade de unificar o modo escrito e o oral e a preocupação com a supressão do ócio; ii. sublinhar a relevância de Milton, Shakespeare e Spenser para a poesia britânica setecentista; iii. apresentar os ideais a esse respeito que permeavam os textos de importantes filósofos

    Hipocrisia ou polidez? : Boas maneiras no iluminismo britânico

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    A Grã-Bretanha setecentista foi um dos períodos mais preocupados e que mais escreveu sobre galanteria, moral, modéstia, virtudes, cavalheirismo e boas maneiras; em uma palavra: polidez. Uma das razões que justifica a preocupação de grande parte dos autores britânicos com esse tema (Hume, Chesterfield, Gregory, Mandeville, Wollstonecraft, Fordyce, Shaftesbury – só para citar alguns) estaria atrelada a uma necessidade de evidenciar a diferença entre os povos bárbaros e os civilizados. As boas maneiras seriam um dos principais divisores de águas entre a barbárie e a civilização, inculcadas principalmente através de textos de morais práticas, refletiriam a superioridade de caráter, o acúmulo de virtudes e de conhecimentos, tornando as faculdades mentais aptas para agirem sempre da melhor forma possível. Um dos pontos que usualmente são esquecidos ou ignorados por esses autores – e por seus comentadores – diz respeito ao caráter da hipocrisia exposto por Davidson. Meu objetivo será apresentar de que forma estas relações se constituíam através da compreensão da formação de caráter proporcionada aos considerados cavalheiros e mulheres de mérito e em que medida pode-se caracterizá-los como hipocrisia

    FRANKENSTEIN OU O PROMETEU MODERNO E O PROGRESSO CIENTÍFICO

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    Durante uma competição que envolveu Lord Byron, Polidori e Percy Shelley, numa prova de quem seria capaz de criar a melhor história de horror, nasce o rascunho de o que conhecemos hoje como Frankenstein. Aprovado e exaltado pela crítica, o novo romance de horrores, que marca o início da segunda fase do gótico, é tido por Walter Scott como uma obra que investiga as condições e implicações do conhecimento e da imaginação humana. Não é novidade que o gênero gótico é tido como uma marca e um local no qual temas marginalizados e silenciados podem ser tratados de forma aberta, os ideais deixados por grandes filósofos como, por exemplo, Bacon e Descartes passam a ser questionados e têm suas implicações levadas às últimas consequências. Frankenstein não foge dessa regra. O romance se distingue por conta da formação do arquétipo do cientista louco, do medo dos avanços científicos e a superação de limites através da artificialidade que são caracterizados, em última instância, no ato de "brincar" de Deus e tentar conferir vida a uma matéria morta. Dito isso, meu objetivo é explorar, em primeiro lugar, de que maneira este romance se posiciona perante os ideais filosóficos (especialmente científicos); em segundo lugar, como recusa tais ideais e, por fim, de que maneira se difere dos romances góticos que o antecedeu

    O ideal de ciência na modernidade: Bacon e Descartes

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    Trata-se de analisar em que medida convergem os autores Bacon e Descartes no que diz respeito ao progresso das ciências, e como constituem um ideal de ciência na modernidade. O cenário que se constituía na Europa em meados do século XVII era de reconfiguração, de redescoberta e de inventos. Apesar de as artes mecânicas, as artes marítimas e as artes eruditas receberem, em alguma medida, um impulso para o novo, a ciência era ainda influenciada pela escolástica. A ela se oporiam, de maneiras diferentes, Bacon e Descartes, com a finalidade de viabilizar o progresso das ciências. É evidente que se encontra, nos autores propostas dissemelhantes para que o progresso das ciências ocorra: para um o experimento é imprescindível e para o outro o uso da razão é fundamental. Neste artigo, entretanto, será investigado como posicionam-se Bacon e Descartes em três partes: 1- As preocupações para o avanço do conhecimento, 2-Os novos métodos e suas consequências, e, por fim, 3- Da finalidade do avanço das ciências. Ficará evidente, em cada parte, que, apesar das dissonâncias entre suas filosofias, há vários pontos em que convergem no que diz respeito ao progresso das ciências, como é o caso, por exemplo, do uso da natureza, da técnica, da importância de Deus e das escrituras para enfatizar como a possibilidade do progresso estava em consonância com o que o Criador permitia ao homem. Ficará evidente, também, como, a partir dos pontos aos quais convergem Bacon e Descartes, pode-se observar o estabelecimento de certo ideal de ciência na modernidade

    Hobbes: uma tensão entre a mecânica e a linguagem

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    Em Hobbes, a natureza é colocada em uma perspectiva mecanicista, e o homem, antes de ser apresentado na vida política, é apresentado em sua condição natural para ser entendido; a física dos movimentos ganha força como um modo de entender a natureza e, por conseguinte, a natureza humana. A linguagem registrando os eventos ocorridos na natureza e sendo condição de possibilidade para a ciência, parece relacionar-se com a força que a física dos movimentos ganha na obra do filosofo de Malmesbury. O objetivo deste artigo, em vista disso, será apresentar que, em última instância, todo o sistema hobbesiano pode ser fundamentado na linguagem, e apresentar, ainda, que essa leitura pode acarretar algumas tensões na obra do autor quando entendemos a relação da prudência com as palavras, e a relação do mundo dos falantes com a natureza. Palavras-chave : Hobbes; linguagem; mecânica; causalidade; universo dos falantes

    Hipocrisia ou polidez? Boas maneiras no iluminismo britânico

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    A Grã-Bretanha setecentista foi um dos períodos mais preocupados e que mais escreveu sobre galanteria, moral, modéstia, virtudes, cavalheirismo e boas maneiras; em uma palavra: polidez. Uma das razões que justifica a preocupação de grande parte dos autores britânicos com esse tema (Hume, Chesterfield, Gregory, Mandeville, Wollstonecraft, Fordyce, Shaftesbury – só para citar alguns) estaria atrelada a uma necessidade de evidenciar a diferença entre os povos bárbaros e os civilizados. As boas maneiras seriam um dos principais divisores de águas entre a barbárie e a civilização, inculcadas principalmente através de textos de morais práticas, refletiriam a superioridade de caráter, o acúmulo de virtudes e de conhecimentos, tornando as faculdades mentais aptas para agirem sempre da melhor forma possível. Um dos pontos que usualmente são esquecidos ou ignorados por esses autores – e por seus comentadores – diz respeito ao caráter da hipocrisia exposto por Davidson. Meu objetivo será apresentar de que forma estas relações se constituíam através da compreensão da formação de caráter proporcionada aos considerados cavalheiros e mulheres de mérito e em que medida pode-se caracterizá-los como hipocrisia
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