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    O debate sobre a representação da diferença e o significado da guerra na Bósnia-Herzegóvina

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    Este artigo apresenta o desencontro de vozes que percebi durante a pesquisa de campo na Bósnia em relação à representação da diferença e o significado da guerra. Em Sarajevo, nota-se um inconformismo em relação à situação da Bósnia hoje. Sarajevo sempre foi visto como símbolo da tolerância. O acordo de paz colocou fim ao conflito, dividindo o território em duas entidades - Federação e Republika Srpska -, mas teria, deste modo, institucionalizado as diferenças nacionais e se constituído como um prêmio aos "agressores" e a sua política de limpeza étnica e genocídio. Na Republika Srpska, esse mesmo acordo colocou fim ao conflito, instituindo uma entidade autônoma sérvia na Bósnia. Diferente de "prêmio aos agressores", ele teria sido consequência de uma guerra civil, que de outro modo não poderia ter chegado ao fim. A partir de interpretações distintas a respeito do significado da guerra, histórias e verdades vêm sendo criadas

    Telling stories : fixers in Saravejo

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    Orientador: Omar Ribeiro ThomazTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: A partir de pesquisa de campo em Sarajevo sobre fixers e outros que trabalharam para os jornalistas estrangeiros durante a guerra na Bósnia-Herzegóvina, pretendo pensar o lugar desses sujeitos na constituição de uma fala sobre o conflito. Paralelamente, penso a guerra enquanto um contexto de elaboração de discursos e identidades, que se revelaria de modo especial por meio destes sujeitos que procuro analisar. Os fixers são os intérpretes, os guias que tornaram possível o fazer jornalístico durante a guerra - em um lugar estrangeiro e de língua estrangeira para os grandes veículos internacionais de imprensa, predominantemente norte-americanos e europeus, que realizaram a cobertura do conflito e a transmitiram para todo o globo. Penso os fixers, portanto, como reveladores dos processos elencados acima e, também, como emblemáticos para se pensar o próprio fazer antropológico e o lugar do intermediário, sempre presente no campo, mas, na maioria das vezes, ausente nas etnografias. Esse trabalho é sobre eles, e como contam e entendem a sua história e a construção do estado na BósniaAbstract: Considering the field research in Sarajevo about fixers and those people ho worked for foreign journalists during the war in Bosnia and Herzegovina, I analyze their role in the making of the history about the conflict. Besides that, I consider the war as a context of elaboration of discourses and identities that can be noticed through the subjects I analyze. Fixers are the translators, the guides who made the work of journalists during the war possible - in a foreign country, a strange language - for the great Media Corporations, mainly American and European, who covered the conflict and broadcasted it worldwide. I think that the research about fixers shed light on the processes quoted before, and eventually, on the anthropological work itself, concerning the role of the "intermediary", always present on the field, but mostly absent in the ethnographies. Hence, this thesis is about those people and about how they are telling history and thinking the building of the StateDoutoradoAntropologia SocialDoutor em Antropologia Socia
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