3 research outputs found

    A situação atual da caça de lazer e manejo de áreas úmidas no Rio Grande do Sul

    Get PDF
    Leisure hunting is a traditional activity in many western countries, including Brazil, where it has a legal frame in only one State – Rio Grande do Sul. Due to the ongoing process of habitat loss and degradation, the management of private lands for wildlife and other alternative conservation strategies can be important elements in a system of biodiversity conservation. In Rio Grande do Sul, landowners and hunters manage rice fields and seminatural wetlands for hunting purposes, whose contribution for the protection of wetlands and wetland species has not yet been evaluated. In this paper we (1) describe the main management actions in agricultural lands of the Coastal Zone of Rio Grande do Sul for duck hunting purposes; (2) characterise the semi-natural areas selected by hunters; and (3) analyse the trends of hunting participation on the State. Rice fields were selected as hunting areas by 70% of hunters and semi-natural wetlands by 65% and these proportions didn’t change between 2002 and previous years (?2 = 1,723; p>0,5). About 27% of the hunting areas are managed to attract waterbirds. The most frequent practices are water level regulation (N=48), supplementary feeding/baiting (N=37) and control against illegal hunters (N=10). Land leasing or informal agreements were practised by 12% of hunters in order to guarantee and control access to private lands. Semi-natural areas selected by hunters have greater richness and abundance of game waterbirds than non-hunted areas. The number of hunters declined 93.5% between 1974 and 2005. In the same period, the number of species allowed for hunting and the weekly bag limits also decreased steadily. The predisposition for the management of private lands both by hunters and landowners can be an opportunity to foster the capacity of agricultural landscapes to protect wetlands and wetland biodiversity, reducing the conflicts with economic and leisure activities. Otherwise, the declining trend in hunting participation suggests that less private areas are been managed for waterbirds. Novel strategies are needed to foster the conservation of wetlands and wetland species outside the system of protected areas and a sound leisure hunting system can help on this task. Key words: recreational hunting, wetland birds, anatidae, management, marshes, natural renewable resources.A caça de lazer é uma atividade tradicional em muitas sociedades contemporâneas. No Brasil, esta modalidade de caça está regulamentada apenas no Rio Grande do Sul. Dada a continuidade do processo de degradação dos hábitats naturais, o manejo de áreas privadas e formas alternativas de proteção legal, são instrumentos que podem colaborar para as estratégias de proteção da biodiversidade. No Rio Grande do Sul, proprietários rurais e caçadores desportistas manejam lavouras de arroz e áreas úmidas com a finalidade de caça, cuja contribuição potencial para a proteção de áreas úmidas e aves aquáticas ainda não foi investigada. Neste trabalho, descrevem-se as principais formas de manejo de áreas agrícolas relacionadas com a caça de lazer em áreas úmidas da zona costeira do Rio Grande do Sul, as características das áreas naturais sujeitas à pressão de caça e as tendências de adesão à prática da caça de lazer. Arrozais são utilizados como ambientes de caça por 70% dos caçadores e áreas úmidas naturais por 65%. Não houve mudança nos padrões de escolha dos ambientes de caça entre a temporada de caça de 2002 e anos anteriores (?2 = 1,723; p>0,5). Cerca de 27% das áreas de caça receberam um manejo diferenciado para atrair aves aquáticas. O manejo da água (N=48), a suplementação alimentar (N=37) e a vigilância contra caçadores furtivos (N=10) foram as ações mais freqüentes. O arrendamento ou instrumentos menos formais de manutenção de áreas atrativas para aves aquáticas foi praticado por 12% dos caçadores. Nas áreas naturais, a pressão de caça parece obedecer às diferenças de riqueza e abundância de aves de interesse cinegético, que são maiores nas áreas onde existem evidências de caça. O número de praticantes de caça de lazer declinou 93.5% entre 1974 e 2005. Durante o mesmo período, o número de espécies e as cotas de caça foram progressivamente reduzidos. A existência de atitudes de manejo de áreas agrícolas e áreas úmidas naturais por caçadores e proprietários rurais sugerem que existem oportunidades para estimular a capacidade das paisagens agrícolas em proteger espécies, reduzindo os conflitos com atividades econômicas e interesses de lazer. A tendência de declínio da caça de lazer, por outro lado, sugere que cada vez menos áreas privadas tendem a ser manejadas com o objetivo de atrair aves aquáticas. A conservação de aves aquáticas fora do sistema de áreas protegidas depende da implementação de estratégias inovadoras capazes de estimular a conservação e manejo de hábitats favoráveis à presença de aves aquáticas. Palavras-chave: caça desportiva, caça amadorista, gestão, anatídeos, aves, banhados, recursos naturais renováveis

    A situação atual da caça de lazer e manejo de áreas úmidas no Rio Grande do Sul

    Get PDF
    Leisure hunting is a traditional activity in many western countries, including Brazil, where it has a legal frame in only one State – Rio Grande do Sul. Due to the ongoing process of habitat loss and degradation, the management of private lands for wildlife and other alternative conservation strategies can be important elements in a system of biodiversity conservation. In Rio Grande do Sul, landowners and hunters manage rice fields and seminatural wetlands for hunting purposes, whose contribution for the protection of wetlands and wetland species has not yet been evaluated. In this paper we (1) describe the main management actions in agricultural lands of the Coastal Zone of Rio Grande do Sul for duck hunting purposes; (2) characterise the semi-natural areas selected by hunters; and (3) analyse the trends of hunting participation on the State. Rice fields were selected as hunting areas by 70% of hunters and semi-natural wetlands by 65% and these proportions didn’t change between 2002 and previous years (?2 = 1,723; p>0,5). About 27% of the hunting areas are managed to attract waterbirds. The most frequent practices are water level regulation (N=48), supplementary feeding/baiting (N=37) and control against illegal hunters (N=10). Land leasing or informal agreements were practised by 12% of hunters in order to guarantee and control access to private lands. Semi-natural areas selected by hunters have greater richness and abundance of game waterbirds than non-hunted areas. The number of hunters declined 93.5% between 1974 and 2005. In the same period, the number of species allowed for hunting and the weekly bag limits also decreased steadily. The predisposition for the management of private lands both by hunters and landowners can be an opportunity to foster the capacity of agricultural landscapes to protect wetlands and wetland biodiversity, reducing the conflicts with economic and leisure activities. Otherwise, the declining trend in hunting participation suggests that less private areas are been managed for waterbirds. Novel strategies are needed to foster the conservation of wetlands and wetland species outside the system of protected areas and a sound leisure hunting system can help on this task. Key words: recreational hunting, wetland birds, anatidae, management, marshes, natural renewable resources.A caça de lazer é uma atividade tradicional em muitas sociedades contemporâneas. No Brasil, esta modalidade de caça está regulamentada apenas no Rio Grande do Sul. Dada a continuidade do processo de degradação dos hábitats naturais, o manejo de áreas privadas e formas alternativas de proteção legal, são instrumentos que podem colaborar para as estratégias de proteção da biodiversidade. No Rio Grande do Sul, proprietários rurais e caçadores desportistas manejam lavouras de arroz e áreas úmidas com a finalidade de caça, cuja contribuição potencial para a proteção de áreas úmidas e aves aquáticas ainda não foi investigada. Neste trabalho, descrevem-se as principais formas de manejo de áreas agrícolas relacionadas com a caça de lazer em áreas úmidas da zona costeira do Rio Grande do Sul, as características das áreas naturais sujeitas à pressão de caça e as tendências de adesão à prática da caça de lazer. Arrozais são utilizados como ambientes de caça por 70% dos caçadores e áreas úmidas naturais por 65%. Não houve mudança nos padrões de escolha dos ambientes de caça entre a temporada de caça de 2002 e anos anteriores (?2 = 1,723; p>0,5). Cerca de 27% das áreas de caça receberam um manejo diferenciado para atrair aves aquáticas. O manejo da água (N=48), a suplementação alimentar (N=37) e a vigilância contra caçadores furtivos (N=10) foram as ações mais freqüentes. O arrendamento ou instrumentos menos formais de manutenção de áreas atrativas para aves aquáticas foi praticado por 12% dos caçadores. Nas áreas naturais, a pressão de caça parece obedecer às diferenças de riqueza e abundância de aves de interesse cinegético, que são maiores nas áreas onde existem evidências de caça. O número de praticantes de caça de lazer declinou 93.5% entre 1974 e 2005. Durante o mesmo período, o número de espécies e as cotas de caça foram progressivamente reduzidos. A existência de atitudes de manejo de áreas agrícolas e áreas úmidas naturais por caçadores e proprietários rurais sugerem que existem oportunidades para estimular a capacidade das paisagens agrícolas em proteger espécies, reduzindo os conflitos com atividades econômicas e interesses de lazer. A tendência de declínio da caça de lazer, por outro lado, sugere que cada vez menos áreas privadas tendem a ser manejadas com o objetivo de atrair aves aquáticas. A conservação de aves aquáticas fora do sistema de áreas protegidas depende da implementação de estratégias inovadoras capazes de estimular a conservação e manejo de hábitats favoráveis à presença de aves aquáticas. Palavras-chave: caça desportiva, caça amadorista, gestão, anatídeos, aves, banhados, recursos naturais renováveis

    Métodos para avaliar efetividade de gestão: o caso particular das Áreas de Proteção Ambiental (APAs)

    Get PDF
    The Environmental Protection Areas (APAs) categories are Conservation Units (CUs) with sustainable use of natural resources on private and public lands. It is well known that their management effectiveness depends on a better understanding of the social framework in which they are established. Besides, it is one of the principal tools for the conservation in Brazil and the most representative category in terms of area covering. Nowadays, there are several methodologies for evaluating and assessing the Management Effectiveness; however, there are limitations to the use of these methods applied to APAs, since it is a specific UC of the National System of Conservation Units and does not correspond directly with the categories of the International Union for Conservation of Nature. Thus, this work focuses on developing a suitable method to evaluating the management effectiveness of APAs. In this way, the Rapid Assessment and Prioritization of Protected Area Management (RAPPAM) with another 11 methodologies were adapted. As the RAPPAM methodology is designed to evaluate forest CUs, adaptive modifications were made to suit both a single area and APAs with marine and continental areas. The new methodology was tested by applying the questionnaire to a team from the APA of the Baleia Franca (APABF), located on the southern coast of Santa Catarina state. The results show that APABF has a management effectiveness of 49.4%, therefore, minimally satisfactory. This indicates that the APABF is not reaching the conservation goals and is highly vulnerable. It was concluded that the proposed method here met the expectation of APABF management efficiency evaluation.As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) são Unidades de Conservação (UCs) de uso sustentável constituídas por terras públicas e privadas, onde diversos usos são permitidos. Entende-se que sua efetividade de gestão depende de uma melhor compreensão do contexto social em que estão inseridas. Além disso, é um dos principais instrumentos para a conservação no país e a categoria mais representativa do território brasileiro. Atualmente, existem dezenas de metodologias para Avaliação da Efetividade de Gestão, entretanto, ocorrem limitações para o uso dos métodos já conhecidos aplicados às APAs, pois é uma UC particular do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e sem correspondência direta com as categorias da International Union for Conservation of Nature. O objetivo deste trabalho, portanto, é propor um método adequado de avaliação de efetividade de gestão de APAs devido as suas características únicas. Elaborou-se um método de Avaliação da Efetividade de Gestão de APAs, adaptando a metodologia Rapid Assessment and Prioritization of Protected Area Management (RAPPAM) à categoria APA com a colaboração de outras 11 metodologias. Como o RAPPAM é projetado para se fazer a avaliação de um grupo de unidades de conservação e avaliação de UCs florestais, a metodologia teve que ser adaptada para se adequar tanto para ser aplicada a apenas uma área como para APAs com territórios marinhos e continentais. O método foi testado aplicando-se o questionário para a equipe da APA da Baleia Franca (APABF), localizada no litoral sul de Santa Catarina. Observou-se que a APABF, por meio do método utilizado, possui uma efetividade de gestão de 49,4%; assim, a efetividade de gestão dela é minimamente satisfatória. Este dado indica que a APABF não está cumprindo com os objetivos de conservação e se encontra altamente vulnerável. Concluiu-se que o método proposto atendeu a expectativa de avaliação de eficiência de gestão da APABF
    corecore