4 research outputs found
Os recursos analĂłgicos em textos metalinguĂsticos portugueses e espanhĂłis (sĂ©culos XVI-XIX)
Los recursos analĂłgicos, oriundos de una RetĂłrica Clásica, siguen formando parte del discurso cientĂfico de las distintas áreas del conocimiento, unas veces, como declaradas herramientas para la presentaciĂłn de ideas, otras, como discretos y amalgamados miembros de denominaciones especĂficas. Las metáforas, las comparaciones y las demás figuras de pensamiento, utilizadas por la LingĂĽĂstica y por toda una reflexiĂłn anterior Ă su origen, nos conceden, a travĂ©s la fuerza de sus imágenes, una peculiar visiĂłn de esta área del saber que brota en la PenĂnsula IbĂ©rica, como en toda la Europa, con el aparecimiento de las lenguas vernáculas. En la senda de estas imágenes, interesantes retratos de un mundo en mutaciĂłn, desvelamos las preocupaciones de los especialistas ibĂ©ricos en los perĂodos anteriores a la LingĂĽĂstica.Les recours analogiques, issus d´une RhĂ©torique Classique, continuent Ă ĂŞtre prĂ©sents dans le discourse scientifique des divers domaines du savoir, soit comme outils fondamentaux Ă l’illustration d’idĂ©es, soit comme membres discrets de dĂ©nominations spĂ©cifiques. Les mĂ©taphores, les comparaisons et d’autres figures de pensĂ©e employĂ©es par la Linguistique, et par toute une rĂ©flexion antĂ©rieure Ă sa genèse, nous offrent, par la force de leurs images, une vision diachronique particulière de ce domaine du savoir qui commence Ă se manifester dans la PĂ©ninsule IbĂ©rique, comme partout en Europe, avec la naissance des nationalitĂ©s et le besoin subsĂ©quent de fixation et de règlementation des langues vernaculaires. C’est sur la voie de ces images, portraits intĂ©ressants d’un monde en mutation, que l’on dĂ©couvre les soucis des spĂ©cialistes portugais et espagnols dans les pĂ©riodes antĂ©rieures Ă la Linguistique.Os recursos analĂłgicos, oriundos de uma RetĂłrica Clássica, continuam a estar presentes no discurso cientĂfico das diversas áreas do conhecimento, umas vezes, como declarados utensĂlios Ă ilustração de ideias, outras, como discretos e amalgamados membros de denominações especĂficas. As metáforas, as comparações e as demais figuras de pensamento, usadas pela LinguĂstica e por toda uma reflexĂŁo metalinguĂstica anterior Ă sua gĂ©nese, oferecem-nos, pela força das suas imagens, uma peculiar visĂŁo diacrĂłnica desta área do saber que desabrocha na PenĂnsula IbĂ©rica, como por toda a Europa, com o nascimento das nacionalidades e a subsequente necessidade de fixação e de regulamentação das lenguas vernáculas. É na senda destas imagens, interessantes retratos de um mundo em mutação, que desvelamos as preocupações dos especialistas ibĂ©ricos nos perĂodos anteriores Ă LinguĂstica
A linguagem do organismo nos contos de Quim Monzó e na tetralogia o reino de Gonçalo M. Tavares: a face abjecta do corpo
Esta dissertação consiste na análise do modo como dois autores ibéricos
contemporâneos, Quim Monzó (1952) e Gonçalo M. Tavares (1970), valorizam nas
suas obras a linguagem do orgânico, aquela que se enuncia através do corpo humano em
pleno exercĂcio das suas funções excretĂłrias e secretoras. No rasto dessa matĂ©ria,
recuperada do âmbito do prosaico ou do clĂnico, e convocada pelos escritores ao
patamar do literário, num gĂ©nero de operação higiĂ©nica que torna o repugnante artĂstico,
procuraremos encontrar toda uma alquimia ou semiĂłtica do humano, entrando em
diálogo com os grandes temas da literatura universal. Em simultâneo, e sempre com o
auxĂlio desse corpĂłreo por vezes grotesco, delinearemos os cotejos possĂveis entre as
obras dos dois autores, sem a pretensĂŁo de se levar a cabo um estudo exaustivo; ABSTRACT:This dissertation consists on the analysis of how two contemporary iberic writers, Quim
Monzó (1952) and Gonçalo M. Tavares (1970), value in their works, the language of the
organic, the one that states itself through the human body in its secretory and excretory
functions. Following this subject, saved by the prosaic and clinic extent and called by
the writers in a literary world, in a kind of hygienic operation that transforms the
disgusting into artistic, we will find a whole alchemic or human semiotics, getting into a
dialogue with the famous themes of the universal literature. Simultaneously, and always
with the help of this body, sometimes grotesque, we will delineate the possible
similarities between the works of both writers, without the ambition to carry out an
exhaustive study
Para uma tipologia das gentes bizarras em Juan José Millás: um estudo de faunas e criaturas literárias
Neste trabalho percorreremos a obra literária de Juan José Millás (Valencia, 1946), desde
1975 até 2018. O nosso périplo pelo conjunto da obra narrativa do autor (19 romances e
8 coletâneas de contos) terá como foco de interesse o estudo da personagem que se afasta
de uma determinada tipologia do que se entende ser a personagem humana, aquela que Ă©
possuidora de um corpo e de um rosto que sĂŁo a primeira marca da sua identidade.
Partindo da personagem humana que se vai corporeamente diminuindo, por via da
amputação, da assimetria, da deficiência ou da própria morte, abrimos caminho para um
género de personagem despojada de corpo, que se petrifica ou se faz oca. À medida que
o vazio acontece, o corpo da escrita, uma prĂłtese como as outras, ganha volume, e um
novo repovoamento tem lugar, com o aparecimento de personagens cada vez mais
distantes da tradicional humana, mas não por isso desumanizadas. É então que o objeto
inerte se faz gente, que o animal se recobra de mĂşltiplos significados, que o robot se
amantiza com o humano, que a miniatura o desafia. Acompanharemos, deste modo, o
Millás sombrio e hermético dos primeiros anos, assistiremos à sua metamorfose no
trânsito de uma escrita mais realista para outra assumidamente fantástica,
permaneceremos com ele no seu colorido que trouxe, nos Ăşltimos vinte anos, uma certa
forma carnavalizada e nova de ver o mundo. Mas o assunto da escrita de Millás
permanece sério: o da busca da identidade, ou talvez do mistério. E o mistério é veiculado
por todas as criaturas bizarras que vivem na sua obra, os outros, de que fará parte também
um eu Ă beira de um precipĂcio, ou de uma mĂŁe cĂłsmica eternamente por desvendar; Abstract:
For a typology of bizarre people in Juan José Millás – A study of the
fauna and literary creatures
In this work we will travel through the literary work of Juan José Millás (Valencia,1946),
from 1971 to 2018. Our journey through the narrative work of the author (19 novels and
8 compilations of short stories) will focus on the study of the character that doesn’t obey
to a certain typology, the one we believe to be a human character, gifted of a body and a
face which are the first signs of an identity. Going from the human character that loses
body, through amputation, asymmetry, deficiency or own death, we open a path to a new
kind of character with no body, that petrifies itself or becomes hollow. As the emptiness
happens, the body of the writing, a prosthesis like others, gains volume and a new
repopulation takes place, with the apparition of characters more and more distant from
the traditional human figure, but not totally inhuman. Then, the inert object will become
people, the animal gets multiple meanings, the robot will have feelings for the human, the
miniature defies it. So, we will accompany the dark and tense Millás of the early years,
we will experience his metarmorphosis from a realistic writing to a clearly fantastic one,
we will stay with him in this brightnes brought to us from the last twenty years, through
a new and carnavalesque way to see the world. But the subject of Millas’ writing remains
serious: the search for identity or perhaps mistery. And the mistery is aired by all the
bizarre creatures that live through his work, the others, and an I at the edge of a precipice
or a cosmic mother that is forever uncovered
As faunas miudinhas de Javier Tomeo e Juan José Millás: Formigas, Moscas e Homens escritores numa relação de amor/ódio
Along this article we trace an insect path, namely the ant and the fly, in the Spanish stories of
Javier Tomeo (1932) and Juan José Millás (1946), trying to uncover marks of love and hate in the
relation that the character establishes with the writer. Trough these tiny people, we will keep up with
some of writer's concerns, that question about the place of the man in the universe, about the mass
that it is made of, and about the activity of the writer that, sitting in front of the computer or in his
reading couch, is being surprised, but also disturbed, by the most magical visits.Ao longo deste artigo traçamos a trajetória do inseto, nomeadamente a formiga e a mosca, nos
contos dos espanhóis Javier Tomeo (1932) e Juan José Millás (1946), procurando descortinar marcas
de amor e ódio na relação que a personagem estabelece com o escritor. Através destas gentes
miudinhas, acompanharemos algumas das preocupações deste último que contemplam um
questionamento sobre o lugar do homem no universo, sobre a massa de que Ă© feito e sobre a
atividade do escritor que, sentado frente ao computador ou no sofá das suas leituras, é surpreendido,
mas também perturbado, pelas mais mágicas visitas