109 research outputs found

    O hábito de beber e dirigir no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013 e 2019

    Get PDF
    OBJETIVO: Investigar os fatores associados ao hábito de beber e dirigir, bem como estimar as variações nas prevalências desse comportamento entre os anos de 2013 e 2019, por meio das informações das duas edições da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). MÉTODOS: A PNS é um estudo transversal, de âmbito nacional e base domiciliar. Nos anos de 2013 e 2019, foram entrevistados, respectivamente, 60.202 e 85.854 indivíduos. Para investigar a associação entre o indicador “beber e dirigir” e as variáveis do estudo, as razões de chances (RC) brutas e ajustadas foram estimadas por meio de modelos de regressão logística. Para a comparação das prevalências entre os anos estudados, foi utilizado o teste Qui-Quadrado de Pearson ajustado pela correção de Rao-Scott (que leva em consideração o efeito do plano de amostragem) e convertido em uma estatística F, testada no nível de significância de 5%. RESULTADOS: A prevalência do hábito de beber e dirigir foi maior entre os homens no ano de 2013 (27,4%; IC95% 25,6–29,3%) e no ano de 2019 (20,5%; IC95% 19,4–21,7%) do que entre as mulheres (11,9%; IC95% 9,9–14,2% e 7,2%; IC95% 6,7–9,0%, respectivamente). Estimativas significativamente mais altas foram apresentadas por pessoas de 30 anos a 39 anos, que vivem sem companheiro(a), residentes em áreas rurais e condutores de motocicleta. Maiores prevalências de beber e dirigir foram encontradas entre homens que possuem maior rendimento. Entre os anos de 2013 e 2019, foi observado um decréscimo significativo no ato de beber e dirigir. Quanto ao envolvimento em acidentes de trânsito, as RC foram significativas (p < 0,01) nos anos estudados em ambos os sexos. DISCUSSÃO: Os resultados mostram a necessidade de dar continuidade às políticas de fiscalização de alcoolemia e educação no trânsito, com ações específicas dirigidas às áreas rurais e aos condutores de motocicletas.OBJECTIVE: To assess factors associated with the habit of drinking and driving and estimating the variations in the prevalence of this behavior in 2013 and 2019, considering information from the two editions of the Pesquisa Nacional de Saúde (PNS – National Survey of Health). METHODS: PNS is a nationwide cross-sectional home-based study. In 2013 and 2019, 60,202 and 85,854 individuals were interviewed, respectively. To assess the association between the indicator “drinking and driving” and the study variables, crude and adjusted odds ratios (ORs) were estimated using logistic regression models. To compare the prevalence between the studied years, a Pearson’s chi-squared test adjusted by the Rao‐Scott correction (which considers the effect of the sampling plan) and converted into an F statistic, tested at a 5% significance level, was used. RESULTS: The prevalence of drinking and driving was higher among men in 2013 (27.4%; 95%CI 25.6–29.3%) and 2019 (20.5%; 95%CI 19.4–21.7%) than among women (11.9%; 95%CI 9.9–14.2% and 7.2%; 95%CI 6.7–9.0%, respectively). Inidviduals aged 30 to 39, who lived without a partner, in rural areas, and were motorcycle drivers had significantly higher estimates. Men with higher income had higher prevalence of drinking and driving. From 2013 to 2019, the act of drinking and driving significantly decreased. Regarding traffic accidents, ORs were significant (p < 0.01) in the studied years for both men and women. DISCUSSION: Results show the need to continue policies to monitor blood alcohol level and traffic education, with specific actions directed to rural areas and motorcycle drivers

    Correcao de informacoes vitais: estimacao da mortalidade infantil, Brasil, 2000-2009

    Get PDF
    OBJETIVO : Propor método simplificado para corrigir informações vitais e estimar o coeficiente de mortalidade infantil no Brasil. MÉTODOS : A correção dos dados vitais dos sistemas de informação sobre mortalidade e nascidos vivos foi obtida por meio de fatores de correção, estimados com base em eventos não informados ao Ministério da Saúde e captados por pesquisa de busca ativa. O método simplificado de correção das informações vitais, de 2000-2009 para o Brasil e unidades da federação, estabelece o nível de adequação das informações de óbitos e nascidos vivos, pelo cálculo do coeficiente geral de mortalidade padronizado por idade e da razão entre os nascidos vivos, informados e esperados, respectivamente, em cada município brasileiro. A partir da aplicação dos fatores de correção ao número de óbitos e nascidos vivos, informados em cada município, as estatísticas vitais foram corrigidas, possibilitando estimar o coeficiente de mortalidade infantil. RESULTADOS : Os maiores fatores de correção foram referentes aos óbitos infantis que atingiram valores maiores do que 7 para municípios com grande precariedade de informações de mortalidade. Os fatores de correção apresentaram gradiente decrescente à medida que melhoraram os indicadores de adequação das informações vitais para óbitos e nascidos vivos. As informações vitais corrigidas pelo método simplificado por unidade da federação, em 2008, foram similares às obtidas na pesquisa de busca ativa. A taxa de natalidade e o coeficiente de mortalidade infantil decresceram em todas as regiões brasileiras, no período. A taxa de decréscimo anual foi de 6,0% no Nordeste, a maior do Brasil (4,7%). CONCLUSÕES : A busca ativa de óbitos e nascimentos possibilitou calcular fatores de correção por nível de adequação das informações de mortalidade e de nascidos vivos. O método simplificado proposto permitiu corrigir as informações vitais por unidade da federação, de 2000 a 2009, e avaliar os progressos do coeficiente de mortalidade infantil no Brasil, regiões e unidades da federação

    Correcting vital information: estimating infant mortality, Brazil, 2000-2009

    Get PDF
    OBJECTIVE : To propose a simplified method of correcting vital information and estimating the coefficient of infant mortality in Brazil. METHODS : Vital data in the information systems on mortality and live births were corrected using correction factors, estimated based on events not reported to the Brazilian Ministry of Health and obtained by active search. This simplified method for correcting vital information for the period 2000-2009 for Brazil and its federal units establishes the level of adequacy of information on deaths and live births by calculating the overall coefficient of mortality standardized by age and the ratio between reported and expected live births, respectively, in each Brazilian municipality. By applying correction factors to the number of deaths and live births reported in each county, the vital statistics were corrected, making it possible to estimate the coefficient of infant mortality. RESULTS : The highest correction factors were related to infant deaths, reaching values higher than 7 for municipalities with very precarious mortality information. For deaths and live births, the correction factors exhibit a decreasing gradient as indicators of adequacy of the vital information improve. For the year 2008, the vital information corrected by the simplified method per state were similar to those obtained in the research of active search. Both the birth rate and the infant mortality rate decreased in the period in all Brazilian regions. In the Northeast, the annual rate of decline was 6.0%, the highest in Brazil (4.7%). CONCLUSIONS : The active search of deaths and births allowed correction factors to be calculated by level of adequacy of mortality information and live births. The simplified method proposed here allowed vital information to be corrected per state for the period 2000-2009 and the progress of the coefficient of infant mortality in Brazil, its regions and states to be assessed.OBJETIVO : Proponer método simplificado para corregir informaciones vitales y estimar el coeficiente de mortalidad infantil en Brasil. MÉTODOS : La corrección de los datos vitales de los sistemas de información sobre mortalidad y nacidos vivos fue obtenida por medio de factores de corrección, estimados tomando en cuenta eventos no informados al Ministerio de la Salud y captados por investigación de búsqueda activa. El método simplificado de corrección de las informaciones vitales, de 2000-2009 para Brasil y unidades de la federación, establece el nivel adecuado de las informaciones de óbitos y nacidos vivos, por el cálculo del coeficiente general de mortalidad estandarizado por edad y del cociente entre los nacidos vivos, informados y esperados, respectivamente, en cada municipio brasileño. A partir de la aplicación de los factores de corrección al número de óbitos y nacidos vivos, informados en cada municipio, las estadísticas vitales fueron corregidas, posibilitando estimar el coeficiente de mortalidad infantil. RESULTADOS : Los mayores factores de corrección estuvieron relacionados con los óbitos infantiles que alcanzaron valores mayores a 7 en municipios con gran precariedad de informaciones de mortalidad. Los factores de corrección presentaron gradiente decreciente en la medida que mejoraron los indicadores de adecuación de las informaciones vitales para óbitos y nacidos vivos. Las informaciones vitales corregidas por el método simplificado por unidad de federación, en 2008, fueron similares a las obtenidas en la investigación de búsqueda activa. La tasa de natalidad y el coeficiente de mortalidad infantil decrecieron en todas las regiones brasileñas, en el período. La tasa de disminución anual fue de 6% en el Noreste, la mayor de Brasil (4,7%). CONCLUSIONES : La búsqueda activa de óbitos y nacimientos posibilitó calcular factores de corrección por nivel de adecuación de las informaciones de mortalidad y de nacidos vivos. El método simplificado propuesto permitió corregir las informaciones vitales por unidad de federación, de 2000 a 2009 y evaluar los progresos del coeficiente de mortalidad infantil en Brasil, regiones y unidades de la federación.OBJETIVO : Propor método simplificado para corrigir informações vitais e estimar o coeficiente de mortalidade infantil no Brasil. MÉTODOS : A correção dos dados vitais dos sistemas de informação sobre mortalidade e nascidos vivos foi obtida por meio de fatores de correção, estimados com base em eventos não informados ao Ministério da Saúde e captados por pesquisa de busca ativa. O método simplificado de correção das informações vitais, de 2000-2009 para o Brasil e unidades da federação, estabelece o nível de adequação das informações de óbitos e nascidos vivos, pelo cálculo do coeficiente geral de mortalidade padronizado por idade e da razão entre os nascidos vivos, informados e esperados, respectivamente, em cada município brasileiro. A partir da aplicação dos fatores de correção ao número de óbitos e nascidos vivos, informados em cada município, as estatísticas vitais foram corrigidas, possibilitando estimar o coeficiente de mortalidade infantil. RESULTADOS : Os maiores fatores de correção foram referentes aos óbitos infantis que atingiram valores maiores do que 7 para municípios com grande precariedade de informações de mortalidade. Os fatores de correção apresentaram gradiente decrescente à medida que melhoraram os indicadores de adequação das informações vitais para óbitos e nascidos vivos. As informações vitais corrigidas pelo método simplificado por unidade da federação, em 2008, foram similares às obtidas na pesquisa de busca ativa. A taxa de natalidade e o coeficiente de mortalidade infantil decresceram em todas as regiões brasileiras, no período. A taxa de decréscimo anual foi de 6,0% no Nordeste, a maior do Brasil (4,7%). CONCLUSÕES : A busca ativa de óbitos e nascimentos possibilitou calcular fatores de correção por nível de adequação das informações de mortalidade e de nascidos vivos. O método simplificado proposto permitiu corrigir as informações vitais por unidade da federação, de 2000 a 2009, e avaliar os progressos do coeficiente de mortalidade infantil no Brasil, regiões e unidades da federação

    Medidas de morbidade referida e inter-relações com dimensões de saúde

    Get PDF
    OBJECTIVE: To assess the interrelationships between self-rated health, perceptions of long-term illness and diagnoses of chronic diseases. METHODS: In the World Health Survey, carried out in Brazil in 2003, 5,000 individuals aged 18 years and over who had been selected from a three-stage stratified sample were interviewed. The original questionnaire was adapted for the Brazilian context. It covered the presence of long-term illness or disability, self-rating of health (general and in several domains) and diagnoses of six chronic diseases (arthritis, angina, asthma, depression, schizophrenia and diabetes mellitus). To compare the relationships between self-rated health, perceptions of long-term illness and the chronic diseases evaluated, the statistical test of homogeneity of proportions and multiple logistic regression models were used. RESULTS: Self-rating of health as "not good" and perceptions of having long-term illnesses were significantly more frequent among women, individuals aged 50 years and over and individuals with one or more of the diseases investigated. The interviewees with a diagnosis of diabetes mellitus presented the worst self-rated health: 70.9% reported having a long-term illness and 79.3% considered that their health was "not good". Worse health ratings were found when two or more diseases were present together. The effect of self-rating of health on the perceptions of long-term illness was stronger than was the number of diseases. CONCLUSIONS: The three ways of measuring morbidity presented significant interrelationships. Self-rating of health as "not good" had a more important effect on the perceptions of long-term illness, thus suggesting that subjective measurements of health status may be more sensitive for establishing and monitoring individuals' wellbeing.OBJETIVO: Analisar as inter-relações entre auto-avaliação de saúde, percepção de doença de longa duração e diagnóstico de doenças crônicas. MÉTODOS: Na Pesquisa Mundial de Saúde, realizada no Brasil em 2003, foram entrevistados 5.000 indivíduos com 18 anos ou mais, selecionados a partir de amostra estratificada em três estágios. Foi utilizado o questionário original adaptado ao contexto brasileiro, abordando a presença de doença de longa duração ou incapacidade, a auto-avaliação de saúde (geral e dos vários domínios) e o diagnóstico de seis doenças crônicas (artrite, angina, asma, depressão, esquizofrenia e diabetes mellitus). Para comparar as relações entre a auto-avaliação de saúde, percepção de doença de longa duração e as doenças crônicas avaliadas foram utilizados teste estatístico de homogeneidade de proporções e modelos de regressão logística múltipla. RESULTADOS: A auto-avaliação de saúde "não boa" e a percepção de ser portador de doença de longa duração foram significativamente mais freqüentes entre mulheres, indivíduos com 50 anos ou mais e aqueles com alguma das doenças pesquisadas. Os entrevistados com diagnóstico de diabetes mellitus apresentaram as piores avaliações de saúde: 70,9% referiram doença de longa duração e 79,3% avaliaram sua saúde como "não boa". Verificou-se pior avaliação de saúde com a associação de duas ou mais doenças. O efeito da auto-avaliação de saúde sobre a percepção de doença de longa duração foi maior que o número de doenças. CONCLUSÕES: As três formas de aferição da morbidade mostraram inter-relações significativas. A auto-avaliação de saúde "não boa" apresentou efeito mais importante para a percepção de doença de longa duração, sugerindo que as medidas subjetivas do estado de saúde possam ser mais sensíveis para estabelecer e monitorar o bem-estar do indivíduo

    Life course socioeconomic inequalities and oral health status in later life: ELSI-Brazil

    Get PDF
    OBJECTIVE: To investigate the association between life course socioeconomic conditions and two oral health outcomes (edentulism and use of dental prostheses among individuals with severe tooth loss) among older Brazilian adults. METHODS: This was a cross-sectional study with data from the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil) which includes information on persons aged 50 years or older residing in 70 municipalities across the five great Brazilian regions. Regression models using life history information were used to investigate the relation between childhood (parental education) and adulthood (own education and wealth) socioeconomic circumstances and edentulism and use of dental prostheses. Slope index of inequality and relative index of inequality for edentulism and use of dental prostheses assessed socioeconomic inequalities in both outcomes. RESULTS: Approximately 28.8% of the individuals were edentulous and among those with severe tooth loss 80% used dental prostheses. Significant absolute and relative inequalities were found for edentulism and use of dental prostheses. The magnitude of edentulism was higher among individuals with lower levels of socioeconomic position during childhood, irrespective of their current socioeconomic position. Absolute and relative inequalities related to the use of dental prostheses were not related to childhood socioeconomic position. CONCLUSIONS: These findings substantiate the association between life course socioeconomic circumstances and oral health in older adulthood, although use of dental prostheses was not related to childhood socioeconomic position. The study also highlights the long-lasting relation between childhood socioeconomic inequalities and oral health through the life course

    Hospitalizações entre adultos mais velhos: resultados do ELSI-Brasil

    Get PDF
    OBJECTIVE: To examine the factors associated with hospital use and their frequency in a nationally representative sample of the Brazilian population aged 50 years or older. METHODS: Data from the baseline of the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil), conducted in 2015-2016, were used. Predisposing, enabling and need factors for the use of health services were considered. The analyzes were based on the Hurdle regression model and on estimates of population attributable risks. RESULTS: Among 9,389 participants, 10.2% had been hospitalized in the previous 12 months. After adjusting for potential confounding variables, statistically significant associations (p < 0.05) were observed for need factors (previous medical diagnosis for chronic diseases and limitation to perform basic activities of daily living) and for enabling factors (living in a rural area and in the North and Midwest regions of the country). The analysis of population attributable risks (PAR) showed a hierarchy of the need factors for the occurrence of hospitalizations, with higher contributions by stroke (PAR = 10.7%) and cardiovascular disease (PAR = 10.0%), followed by cancer (PAR = 8.9%), difficulty to perform basic activities of daily living (PAR = 6.8%), depression (PAR = 5.5%), diabetes (PAR = 4.4% ) and hypertension (PAR = 2.2%). CONCLUSIONS: Four of the major diseases associated with hospitalizations (stroke, cardiovascular disease, diabetes and hypertension) are part of the Brazilian list of primary care-sensitive hospitalizations. These results show that there is a window of opportunity to reduce unnecessary hospitalizations among older Brazilian adults through effective primary care actions.OBJETIVO: Examinar os fatores associados à ocorrência e à frequência de hospitalizações em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos ou mais. MÉTODOS: Foram utilizados dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), conduzido em 2015–2016. Considerou-se fatores predisponentes, facilitadores e de necessidade para o uso de serviços de saúde. As análises foram baseadas no modelo de regressão Hurdle e em estimativas de riscos atribuíveis populacionais. RESULTADOS: Entre 9.389 participantes, 10,2% foram hospitalizados nos 12 meses precedentes. Após ajustes por potenciais variáveis de confusão, associações estatisticamente significantes (p < 0,05) foram observadas para fatores de necessidade (história de diagnóstico médico para doenças crônicas e limitação para realizar atividades básicas de vida diária) e para fatores facilitadores (residência em zona rural e nas regiões Norte e Centro-Oeste do país). A análise dos riscos atribuíveis populacionais (RAP) mostrou uma hierarquização dos fatores de necessidade para a ocorrência de hospitalizações, com maiores contribuições do acidente vascular cerebral (RAP = 10,7%) e da doença cardiovascular (RAP = 10,0%), seguidos do câncer (RAP = 8,9%), da limitação para realizar atividades básicas da vida diária (RAP = 6,8%), da depressão (RAP = 5,5%), do diabetes (RAP = 4,4%) e da hipertensão (RAP = 2,2%). CONCLUSÕES: Quatro entre as principais doenças associadas às hospitalizações (acidente vascular cerebral, doença cardiovascular, diabetes e hipertensão) fazem parte da lista brasileira de internações sensíveis à atenção primária. Esses resultados mostram que existe uma janela de oportunidades para a redução de hospitalizações desnecessárias entre adultos brasileiros mais velhos por meio de ações efetivas da atenção primária

    Fatores associados ao recebimento de aposentadorias entre adultos mais velhos: ELSI-Brasil

    Get PDF
    OBJECTIVE: To describe the prevalence of receipt of pensions and associated factors in a nationally representative sample of the Brazilian population aged 50 years and over. METHODS: We used data from 9,130 participants from the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil) baseline survey. The outcome variable was receipt of pensions from any source. The exploratory variables were age, gender, residence by region and by urban/rural area, household arrangements, schooling, household assets, perception of income sufficiency, age when started working, number of chronic diseases, and functional limitation. The analyses were based on the Poisson and binary logistic regressions. RESULTS: The prevalence of the receipt of pension was 54.3%. In the multivariate analysis, the following factors showed statistically significant (p < 0.05) associations with the outcome: age [Prevalence Ratio (PR) = 2.59 and 3.24 for 60–69 and 70 years], rural residence (PR = 1.23 ), residence in the Northeast, South and Southeast compared to the North (PR ranging from 1.18 to 1.23), living arrangements (PR = 1.07 and 1.15 for living with one person and living alone), perception of income sufficiency (PR = 1.08 and 1.15 for sometimes and always), functional limitation (PR = 1.13) and having 1 and ≥ 2 chronic diseases (PR = 1,09 and 1,17). Negative association was observed for 5-8 years of education. No association between age when the individual started working and the outcome was observed. Younger participants (50–59 years old) with ≥ 2 diseases or functional limitation were 31% and 63% more likely to receive pensions, respectively; the strength of these associations declined with age. CONCLUSIONS: The results suggest that health conditions are important determinants of early retirement. Discussions to increase age to the retirement cannot be separated from those on improvements in the health conditions of the Brazilian population.OBJETIVO: Descrever a prevalência do recebimento de aposentadorias e pensões e analisar seus fatores associados em amostra nacional da população com 50 anos ou mais. MÉTODOS: Foram utilizados dados de 9.130 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). O desfecho foi o recebimento do benefício por qualquer fonte. As variáveis exploratórias incluíram: idade, sexo, residência por região e zona urbana ou rural, arranjos domiciliares, escolaridade, bens domiciliares, suficiência da renda, idade em que começou a trabalhar, número de doenças crônicas e limitação funcional. As regressões de Poisson e logística binária foram utilizadas nas análises. RESULTADOS: A prevalência do recebimento do benefício foi de 54,3%. Na análise multivariada, os seguintes fatores apresentaram associações significantes (p < 0,05) com o recebimento do benefício: idade [razão de prevalência (RP) = 2,59 e 3,24 para 60–69 e 70 anos], residência rural (RP = 1,23), residência no Nordeste, Sul e Sudeste em comparação ao Norte (RP variando entre 1,18 e 1,23), arranjos domiciliares (RP = 1,07 e 1,15 para morar com uma pessoa e para morar só), percepção da suficiência da renda (RP = 1,08 e 1,15 para às vezes e sempre suficiente), ter doenças crônicas (RP = 1,09 e 1,17 para 1 e ≥ 2) e limitação funcional (RP = 1,13). Associação negativa foi observada para escolaridade igual a 5–8 anos (RP = 0,88). O recebimento do benefício não foi associado com a idade em que começou a trabalhar. Participantes mais jovens (50–59 anos) com ≥ 2 doenças crônicas ou limitação funcional foram 31% e 63% mais propensos a receber o benefício. Com o aumento da idade, a força dessas associações diminuiu. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que as condições de saúde são importantes determinantes da aposentadoria ou pensão precoce. As discussões para aumentar a idade da aposentadoria não podem ser separadas daquelas acerca de melhorias das condições de saúde da população brasileira

    Curso da vida e capacidade para o trabalho entre adultos mais velhos: ELSI-Brasil

    Get PDF
    OBJETIVO: Examinar os fatores associados à percepção da capacidade para o trabalho em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos ou mais. MÉTODOS: Foram utilizados dados de 8.903 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A variável dependente foi a autoavaliação da capacidade para o trabalho (boa ou muito boa versus razoável, ruim ou muito ruim). As variáveis independentes incluíram fatores que operam no início, no meio e na fase atual da vida. A análise multivariada foi baseada em razões de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) estimados por meio da regressão de Poisson. RESULTADOS: A boa capacidade para o trabalho foi informada por 49% dos participantes (49,4% entre homens e 48,6% entre mulheres). Os resultados da análise multivariada mostraram que, tanto para homens quanto para mulheres, a boa capacidade para o trabalho apresentou associações positivas e estatisticamente significantes (p < 0,05) com ter saúde boa até os 15 anos de idade (RP = 1,22 e 1,18, respectivamente), escolaridade ≥ 8 anos (RP = 1,19 e 1,21, respectivamente) e autoavaliação da saúde atual como boa (RP = 1,88 e 1,94, respectivamente). Associações negativas foram observadas para idade atual (RP = 0,99 para cada incremento de um ano), diagnóstico médico de depressão (RP = 0,70 para homens e RP = 0,87 para mulheres) e ter uma ou mais doenças crônicas (RP = 0,88 para homens e 0,91 para mulheres). Apenas entre os homens, associações positivas foram observadas para idade em que começou a trabalhar (RP = 1,14 e 1,12 para 11–17 e ≥ 18 anos) e residência com o cônjuge (RP = 1,09). CONCLUSÕES: A capacidade para o trabalho nas idades mais velhas é construída ao longo da vida, particularmente pelas condições de saúde na infância e na adolescência, pela idade em que os homens começam a trabalhar, pela escolaridade e pelas condições de saúde nas idades mais velhas. Políticas visando ao aumento da longevidade no mercado de trabalho devem levar em conta esses fatores.OBJECTIVE: To examine factors associated with perception of work ability in a nationally representative sample of Brazilians aged 50 years and over. METHODS: We used data from 8,903 participants of the baseline survey of the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil). The dependent variable was self-rated work ability (good or very good versus fair, poor, or very poor). Independent variables included factors that operate at the beginning, middle, and current stage of life. Multivariate analysis was based on prevalence ratios (PR) and 95% confidence intervals (95%CI) estimated by Poisson regression. RESULTS: Good work ability was reported by 49% of \ participants (49.4% among men and 48.6% among women). Results of the multivariate analysis showed that, for both men and women, good work ability showed positive and statistically significant associations (p < 0.05) with good health up to 15 years of age (PR = 1.22 and 1.18 , respectively), educational level ≥ 8 years (PR = 1.19 and 1.21, respectively), and current good self-rated health (PR = 1.88 and 1.94, respectively). Negative associations were observed for current age (PR = 0.99 for each increase of one year among men and women), medical diagnosis of depression (PR = 0.70 for men and PR = 0.87 for women), and having one or more at least chronic diseases (PR = 0.88 for men and 0.91 for women). Only for men, positive associations for the age at which they started working (PR = 1.14 and 1.12 for 11–17 and ≥ 18 years, respectively) and living with a spouse (PR = 1.09) were found. CONCLUSIONS: Work ability in older ages is built over the life course, particularly by the health conditions in childhood and adolescence, age at which men begin working, educational level, and health conditions in older ages. Policies aimed at increasing longevity in the labor market must take these factors into account

    Controle da hipertensão arterial entre adultos mais velhos: ELSI-Brasil

    Get PDF
    OBJETIVO: Estimar a prevalência do controle adequado da hipertensão arterial sistêmica entre adultos mais velhos e examinar a sua associação com fatores predisponentes, facilitadores e de necessidade para o uso de serviços de saúde. MÉTODOS: A análise foi conduzida em 4.148 participantes (≥ 50 anos) da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), que informaram ser hipertensos e estar em uso de medicação anti-hipertensiva. O controle adequado da hipertensão arterial foi definido pela pressão sistólica e diastólica inferior a 140 mmHg e 90 mmHg, respectivamente. As variáveis exploratórias incluíram: idade, sexo, comportamentos em saúde e índice de massa corporal (fatores predisponentes); macrorregião de residência, residência rural ou urbana, escolaridade, situação socioeconômica do domicílio e cobertura por plano privado de saúde (fatores facilitadores); diagnóstico médico para diabetes (fator de necessidade). A análise multivariada foi feita por meio da regressão de Poisson e regressão logística binária. RESULTADOS: A prevalência do controle adequado da hipertensão arterial foi igual a 51,1% (IC95% 48,5–53,6). Após ajustes por potenciais variáveis de confusão, associações estatisticamente significativas (p < 0,05) foram observadas para escolaridade > 4 anos [razão de prevalência (RP) = 1,12 em relação ao nível inferior], quintil superior do nível socioeconômico (RP = 1,22 em relação ao quintil mais baixo), cobertura por plano privado de saúde (RP = 1,13), residência nas regiões Sul (RP = 1,19) e Centro-Oeste (RP = 1,20) em relação à região Sudeste, e obesidade (RP = 1,10). CONCLUSÕES: Metade da população estudada apresentou controle adequado da hipertensão arterial. A melhora desse controle é um importante desafio, que deve considerar a superação das desigualdades sociais e regionais a ele associadas.OBJECTIVE: To estimate the prevalence of adequate control of hypertension among older adults and to examine its association with predisposing and enabling factors and the need to use health services. METHODS: The analysis was carried out with 4,148 participants (≥ 50 years) from the baseline of the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil), who reported being hypertensive and using antihypertensive medication. Adequate control of hypertension was defined as systolic and diastolic blood pressure below 140 mmHg and 90 mmHg, respectively. The following exploratory variables were included: age, sex, health behaviors, and body mass index (predisposing factors); region of residence, rural or urban residence, education level, socioeconomic status of the household, and coverage by private health plan (enabling factors); and medical diagnosis of diabetes (need). The multivariate analysis was performed using Poisson regression and binary logistic regression. RESULTS: The prevalence of adequate control of hypertension was equal to 51.1% (95%CI 48.5–53.6). After adjusting for potential confounders, we observed statistically significant associations (p < 0.05) for education level > 4 years [prevalence ratio (PR) = 1.12 in relation to the lowest level], highest quintile of the socioeconomic status (PR = 1.22 in relation to the lowest quintile), coverage by private health plan (PR = 1.13), residence in the South (PR = 1.19) and Midwest regions (PR = 1.20) in relation to the Southeast region, and obesity (PR = 1.10). CONCLUSIONS: Half of the population studied had adequate control of hypertension. The improvement of this control is an important challenge, which should consider overcoming social and regional inequalities associated with it

    Prática de atividade física entre adultos mais velhos: resultados do ELSI-Brasil

    Get PDF
    OBJETIVO: Descrever a prevalência da prática de atividade física entre adultos mais velhos brasileiros e os fatores associados a essa prática, além de identificar potenciais modificadores de efeito para a associação entre atividade física e idade. MÉTODOS: Foram analisados dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), compreendendo 8.736 indivíduos (92,8%) com 50 anos ou mais. A atividade física foi aferida pela versão reduzida do International Physical Activity Questionnaire. A variável desfecho foi a prática de pelo menos 150 minutos de atividades semanais em todos os domínios. As variáveis exploratórias foram idade, sexo, escolaridade, cor da pele, estado conjugal, número de doenças crônicas e consultas médicas, e conhecer ou participar de programas públicos de incentivo à atividade física. As análises foram baseadas na regressão logística e nas estimativas de probabilidades preditas. RESULTADOS: A prevalência de atividade física nos níveis recomendados foi de 67,0% (IC95% 64,3–69,5). A atividade física apresentou associação significativa com idade (OR = 0,97; IC95% 0,96–0,98) e foi mais comum na população com maior escolaridade (OR = 1,27; IC95% 1,11–1,45 para 4–7 anos e OR = 1,52; IC95% 1,28–1,81 entre aqueles com oito anos ou mais), entre os casados ou em união estável (OR = 1,22; IC95% 1,08–1,38) e entre aqueles que relataram conhecer (OR = 1,34; IC95% 1,16–1,54) ou participar (OR = 1,78; IC95% 1,34–2,36) de algum programa de incentivo à prática de atividade física. A redução da atividade física com a idade foi mais acentuada entre as mulheres e entre aqueles com menor escolaridade (valor de p para interação < 0,05). CONCLUSÕES: Além da associação com estado conjugal e programas de promoção da saúde, foi possível observar uma importante desigualdade em relação ao gênero e escolaridade na redução da atividade física com a idade. Esse conhecimento permite caracterizar grupos mais vulneráveis à redução da atividade física com o envelhecimento e contribui para o planejamento de ações de promoção da saúde, sobretudo nas faixas etárias mais velhas.To describe the prevalence of the practice of physical activity (PA) among older Brazilian adults and associated factors. In addition, potential effect modifiers of the association between PA and age were investigated. METHODS: We have analyzed data from 8,736 participants (92.8%) aged 50 and older from the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil). Physical activity was measured using the short version of the International Physical Activity Questionnaire. The outcome variable was defined as at least 150 minutes of weekly activities in all domains. The exploratory variables were age, sex, education, ethnicity, marital status, number of chronic diseases and medical appointments, and knowledge about or participation in public programs that encourage physical activity. Logistic regression and estimates of predicted probabilities were performed. RESULTS: The prevalence of recommended levels of physical activity was 67.0% (95%CI 64.3–69.5). Physical activity was associated with age [odds ratio (OR) = 0.97; 95%CI 0.96–0.98], higher educational level (OR = 1.27; 95%CI 1.11–1.45 for 4–7 years and OR = 1.52; 95%CI 1.28–1.81 for eight years or more), participants who were married/ in a long term relationship (OR = 1.22; 95%CI 1.08–1.38), and those who reported knowledge about (OR = 1.34; 95%CI 1.16–1.54) or participation in (OR = 1.78; 95%CI 1.34–2.36) a program aimed at the practice of physical activity. Women and those with lower educational level (p value for interaction < 0.05) reported lower physical activity levels. CONCLUSIONS: In addition to the association with marital status and health promotion programs, there were significant sex and educational level inequalities in physical activity decline later in life. These findings help the identification of groups more vulnerable to decreased physical activity levels with aging, as well as the planning of health promotion strategies, especially in older groups
    corecore