12 research outputs found

    Turmalina e rutilo como indicadores da origem magmática-hidrotermal dos níveis de turmalinito de São José do Barreiro, Cinturão Ribeira, sudeste do Brasil

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    Tourmalines from tourmaline-rich layers intercalated with schists of the Rio Una Unit of the Embu Complex and from coarse-grained tourmalinite layers associated with quartzite from São José do Barreiro and Formoso (Central Ribeira Belt, São Paulo State, Brazil) were analyzed for major, trace- and rare-earth elements and boron stable isotopes. Two main phases of tourmaline formation were identified by mineral chemistry. The tourmalines from the schist-hosted tourmaline layers are characterized by relatively low MgO (from 4.7 to 6.5%), Na2O (1.5 to 2.1%) and CaO (from 0.2 to 1.1%) contents and high Al2O3 (from 32 to 35%) and FeO (from 6.7 to 9.0%) contents, and also by two (REE)CN patterns, one represented by (La/Yb)CN from 2.7 to 4.3 and positive Eu anomalies, and the other by (La/Yb)CN from 0.2 to 0.3 and practically no Eu anomaly. The variations in major-element contents reflect the composition of the rock being metamorphosed and in which tourmaline is crystallizing, whereas the (REE)CN patterns indicate the evolution of the metamorphic fluid in face of changing metamorphic conditions. The tourmaline of the tourmalinite layers intercalated in quartzite is characterized by relatively high Al2O3 (from 32.3 to 33.92%), FeO (from 6.54 to 7.3%) and Na2O (from 1.8 to 2.1%) contents and very low total REE (3.5 ppm) contents, in particular of HREE. The (REE)CN pattern for this tourmaline is characterized by a positive Eu anomaly, indicating a high fluid/rock ratio. The δ11B values for this tourmaline fall in the -12.3 and -13.9 interval. On the other hand, the tourmaline of a massive tourmalinite also associated with quartzite has the highest MgO (from 7.3 to 9.7%), CaO (from 0.8 to 2.5%), F, Th, U, Hf, Zr, Y, Sr and total REE (305 ppm) contents and the lowest Al2O3 (from 28.6 to 31.8%) and FeO (from 5.4 to 8.3%) contents, when compared to the other tourmalines analyzed. Differing from all other (REE)CN patterns, the one that characterizes this tourmaline is LREE-enriched [(La/Yb)CN = 5.8] and shows a slightly negative Eu anomaly. Negative δ11B values in the -13.9 and -15.8 interval indicate, as the other interval, filiation with S-type granite magmatism-hydrothermalism. The massive tourmalinite also contains zircon, scheelite, and monazite as accessory minerals and relatively abundant (green and red) rutile. The green rutile is enriched in Nb, Al, Fe and Sn when compared to the red rutile, which is Cr rich. The differences in composition observed in the tourmaline and rutile of the massive tourmalinite indicate the involvement of magmatic-hydrothermal fluids with metamorphic fluids from which tourmaline and other minerals crystallized. The syn-collisional, S-type São José do Barreiro Granite is the possible source for the magmatic-hydrothermal fluids.Turmalinas de níveis ricos em turmalina intercalados com os xistos da Unidade Rio Una do Complexo Embu e de turmalinitos grossos associados a quartzito da região de São José do Barreiro e Formoso (Cinturão Ribeira, SP, Brasil) foram analisadas para elementos maiores, traço e terras raras e isótopos estáveis de boro. Duas fases principais de formação de turmalina foram identificadas pela química mineral. A primeira fase, que corresponde a níveis ricos em turmalina intercalados em xistos, caracteriza-se pelos teores relativamente baixos de MgO (entre 4,7 e 6,5%), Na2O (1,5 e 2,1%) e CaO (entre 0,2 e 1,1%) e altos de Al2O3 (entre 32 e 35%) e FeO (entre 6,7 e 9,0%). Dois padrões de elementos terras raras (normalizados para o condrito C1) são representados respectivamente por razões (La/Yb)NC de 2,7 a 4,3 e anomalias positivas de Eu e razões (La/Yb)NC de 0,2 a 0,3 e anomalias de Eu praticamente ausentes. As variações nos teores de elementos maiores refletem as composições da rocha hospedeira que está sendo metamorfizada e na qual a turmalina está se cristalizando, ao passo que os padrões de ETR indicam a evolução do fluido metamórfico face às condições de metamorfismo. A segunda fase de turmalina, que compõe níveis de turmalinito intercalados com quartzito, caracteriza-se pelos teores relativamente elevados de Al2O3 (entre 32,3 e 33,92%), FeO (entre 6,54 e 7,3%) e Na2O (entre 1,8 e 2,1%) e teores muito baixos de ERT total (3,5 ppm), em particular de ETR leves. O padrão de ETR para esta turmalina caracteriza-se pela anomalia positiva de Eu, o que indica alta razão fluido/rocha. Os valores de δ11B obtidos para esta turmalina caem no intervalo entre -12,3 e -13,9. No extremo oposto, a turmalina do turmalinito maciço, também associado a quartzito, apresenta os teores mais altos de MgO (entre 7,3 e 9,7%), CaO (entre 0,8 e 2,5%), F, Th, U, Hf, Zr, Y, Sr e ETR total (305 ppm) e os mais baixos de Al2O3 (entre 28,6 e 31,8%) e FeO (entre 5,4 e 8,3%), quando comparada às demais turmalinas analisadas. Diferentemente dos demais padrões de ETR, o que caracteriza esta turmalina é o enriquecimento em ETR leves [(La/Yb)NC = 5,8] e leve anomalia negativa de Eu. Valores negativos de δ11B no intervalo entre -13.9 e -15.8 indicam, tal qual o anterior, a filiação com magmatismo-hidrotermalismo granítico do tipo S. O turmalinito maciço também contém zircão, scheelita e monazita como minerais acessórios e rutilo (verde e vermelho) abundante. O rutilo verde é mais enriquecido em Nb, Al, Fe e Sn do que o rutilo vermelho que, por sua vez, é mais rico em Cr. As diferenças nas composições da turmalina e do rutilo do turmalinito maciço indicam o envolvimento de fluidos magmáticos-hidrotermais na evolução dos fluidos metamórficos dos quais turmalina e outros minerais cristalizaram-se. O Granito São José do Barreiro, do tipo S e sin-colisional, é a possível fonte desses fluidos magmáticos-hidrotermais

    Rochas ricas em turmalina da formação Morro da Pedra Preta: relações com os turmalinitos portadores de ouro do Grupo Serra do Itaberaba, SP

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    Tourmaline is a common mineral in the Serra do Itaberaba Group (Guarulhos-Brazil), especially in its basal, volcanic-sedimentary sequence, the Morro da Pedra Preta Formation. Tourmalinites, basic metatuffs, intermediate to acid metavolcaniclastic rocks, metapelites and quartz veins are among the tourmaline-rich rocks. The presence of gold disseminated in a tourmalinite of the Tapera Grande prospect led to the investigation of the relation between the environments of tourmalinite genesis and mineralizations in the Serra do Itaberaba Group. The investigation was extended to tourmaline-rich basic metatuffs, intermediate to acid metavolcaniclastic rocks, and metapelites that also show some silicification, carbonatization, potassification, chloritization and sulfidation. The tourmaline chemistry showed that even in the regions proximal to the exhalative center, the fluid/rock ratio is low because the tourmaline preserves most of the host rock's characteristics rather than those of the boron-rich fluids themselves. Such hydrothermal-metamorphic fluids promoted the redistribution of synsedimentary or syngenetic gold. The composition (aqueous-carbonic, low-salinity) of these fluids, however, did not favor the formation of massive sulfide deposits.A turmalina é um mineral comum no Grupo Serra do Itaberaba, particularmente na Formação Morro da Pedra Preta. Dentre as rochas ricas em turmalina, destacam-se: turmalinitos, metatufos básicos, metavulcanoclásticas intermediárias a ácidas, metapelitos e veios de quartzo. A presença de ouro disseminado em turmalinito do prospecto Tapera Grande estimulou a investigação da relação entre os ambientes de formação dos turmalinitos e as mineralizações do Grupo Serra do Itaberaba. A investigação é ampliada neste trabalho, incluindo metatufos básicos, metavulcanoclásticas intermediárias a ácidas e metapelitos que, além de conter turmalina, apresentam indícios de silicificação, carbonatização, potassificação, cloritização e sulfetização. A química da turmalina revelou que mesmo nas porções mais proximais ao centro exalativo, a razão fluido/rocha foi baixa, pois a turmalina preserva muitas das características da rocha hospedeira do que propriamente as dos fluidos ricos em boro que a geraram. Os fluidos, de origem hidrotermal-metamórfica, promoveram a redistribuição de ouro sin-sedimentar ou singenético; entretanto, sua composição (aquo-carbônica, baixa salinidade), não favoreceu a formação de depósitos de sulfetos maciços

    Turmalinitos vulcanogênicos da formação Morro da Pedra Preta do Grupo Serra do Itaberaba (SP): petrografia, composição química da turmalina e implicações metalogenéticas

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    Tourmalinites associated with amphibolites, metachert, iron formation, metatuffs, metasedimentary, metavolcaniclastic and calc-silicate rocks were found in the Morro da Pedra Preta Formation, basal metavolcano-sedimentary sequence of the Serra do Itaberaba Group (São Paulo State, Brazil). The syn-sedimentary origin of the tourmalinites is attested by the deformation of the alternating tourmaline-rich and quartz-rich layers, the presence of rip-up clasts, and whole-rock chemistry similar to that of surrounding metassedimentary rocks. Microprobe analyses show that the tourmaline compositions are: 1) within the schorl-dravite series, for the examples associated with metatuffs, iron formation, metachert metavolcaniclastic and metasedimentary rocks, and 2) within the dravite-uvite series, for those associated with amphibolites, metatuffs and calc-silicate rocks. The former are characterized by low Ca and high Na and Al contents, with variable Fe and Mg contents (schorl-dravite series), whereas the latter, a F-bearing tourmaline, has low Na and Al and high Mg and Ca contents. The schorl component of the tourmaline of the proximal tourmalinites is indicative of the potential of Morro da Pedra Preta Formation for gold, which contrasts with the conditions required for the formation of volcanic massive sulphide deposits (hypersaline fluids and association with magnesian tourmalinites). The tourmaline of the various tourmalinites of the Morro da Pedra Preta Formation is not typically magnesian and its composition was more strongly influenced by the composition of the neighboring rocks than that of the hydrothermal fluids, especially when the tourmalinite was deposited in an intermediate to distal position in relation to the volcano-exhalative center.Turmalinitos associados a anfibolitos, metachert, formação ferrífera, metatufos, rochas metassedimentares, metavulcanoclásticas e calciossilicáticas são encontrados na Formação Morro da Pedra Preta, seqüência metavulcano-sedimentar basal do Grupo Serra do Itaberaba (SP - Brasil). A deformação da rocha, que é formada por leitos ricos em turmalina alternados com leitos ricos em quartzo, a presença de clastos do tipo rip-up e a química de rocha total semelhante à das rochas metassedimentares comprovam a origem sin-sedimentar dos turmalinitos. Análises químicas da turmalina por microssonda eletrônica mostram que, para a turmalina dos turmalinitos associados a metatufos, formação ferrífera, metachert e rochas metavulcanoclásticas e metassedimentares, as composições são intermediárias à série schorlita-dravita, enquanto para os turmalinitos associados a anfibolitos, metatufos e a rochas calciossilicáticas, as composições são intermediárias à série dravitauvita. As primeiras apresentam conteúdos baixos de Ca e elevados de Al e Na, com variações nos teores de Fe e Mg (série schorlita-dravita), e as últimas são caracterizadas por teores baixos de Na e Al e altos de Mg e Ca, contendo adicionalmente flúor. A componente schorlita da turmalina dos turmalinitos situados em porções proximais aos centros de atividade vulcano-exalativa de fundo oceânico é indicativa do potencial para ouro da Formação Morro da Pedra, o que contrasta com as condições requeridas para a formação de depósitos de sulfetos maciços (fluidos hipersalinos e associação com turmalinitos magnesianos). A turmalina dos vários turmalinitos da Formação Morro da Pedra Preta não é tipicamente magnesiana e sua composição foi mais fortemente influenciada pela composição das rochas circundantes do que por aquela dos fluidos hidrotermais, especialmente no caso em que o turmalinito se depositou em uma posição intermediária a distal em relação ao centro de atividade vulcano-exalativa

    Composição Química da Turmalina de Turmalinitos Estratiformes da Mina de Passagem de Mariana, Sudeste do Quadrilátero Ferrífero (MG)

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    The Passagem de Mariana Mine in the southeastern part of the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil, is one of the oldest Brazilian gold mines. Gold is associated with stratiform tourmalinites and tourmaline-bearing quartz and carbonate veins and breccias. The highest gold contents (up to 200 g/t) have been recorded in the stratiform tourmalinites, which belong to the Batatal Formation (Caraça Group, Minas Supergroup). Three petrographic types of tourmaline have been defined and analyzed by electron microprobe and ICP-MS. Type 1 corresponds to the very fine-grained tourmaline that composes homogeneous tourmalinites. They occur as continuous levels or boudins, and as fragments in quartz-carbonate veins and breccias. Type 2 zoned tourmaline is coarser-grained and composes both homogeneous and banded tourmalinites. Type 3 coarse-grained, zoned tourmaline grows perpendicularly to the contact between the tourmalinite or its fragments and the quartz-carbonate veins and breccias. The main chemical variations observed in the three tourmaline types are decrease of SiO2 and Al2O3 and increase of MgO, Na2O and F contents with increasing CaO and TiO2 contents. Additionally, types 2 and 3 tourmalines also contain higher concentrations of LREE, Rb, Sr, Y, Cs, Th and U in relation to type 1. These chemical variations are coherent with the geochemical conditions that prevail during diagenesis and metamorphism. No evidence was found of the participation of external (e.g., magmatic) fluids in the generation of the stratiform tourmalinites, for which the main source for boron could have been the Batatal Formation carbonaceous metapelites. Therefore, the syngenetic origin of the tourmalinites cannot be completely ruled out. The tourmalinites could have evolved during the prograde metamorphism of the beginning of the Transamazonian Event. Type-3 tourmaline, grown in the contact between the tourmalinite and quartz-carbonate veins and breccias, could have been generated after the metamorphic peak and during the extensional phase of the Transamazonian Event, with gold remobilization in veins and brecciasA mina subterrânea de Passagem de Mariana é uma das minas de ouro mais antigas do Brasil. O ouro associa-se a turmalinitos estratiformes e veios e brechas de quartzo e carbonato com turmalina. Os turmalinitos estratiformes pertencem à Formação Batatal (Grupo Caraça, Supergrupo Minas) e neles foram registrados os teores mais elevados de ouro (até 200 g/t). Três tipos de turmalina constituintes dos turmalinitos foram analisados por microssonda eletrônica e por ICP-MS. O tipo 1 corresponde à turmalina muito fina que compõe os turmalinitos maciços que ocorrem como níveis contínuos ou boudinados e como fragmentos em veios e brechas de quartzo-carbonato. A turmalina do tipo 2 é um pouco mais grossa que a do tipo 1, é zonada e compõe turmalinitos maciços e bandados. A turmalina do tipo 3 é grossa, zonada, e cresce perpendicularmente ao contato do turmalinito ou fragmentos deste com veios e brechas de quartzo-carbonato. As principais variações composicionais nos três tipos de turmalina são diminuição nos teores de SiO2 e Al2O3 e aumento nos de MgO, Na2O e F, que acompanham aumento nos teores de CaO e TiO2. Quanto aos elementos-traço, nos tipos 2 e 3, além do aumento das concentrações totais de ETR, há enriquecimento de ETR leves, Rb, Sr, Y, Cs, Th e U em relação ao tipo 1. As variações composicionais são condizentes com as condições geoquímicas reinantes durante a diagênese e o metamorfismo. Não foram encontradas evidências de contribuição de fluidos externos (e.g., magmáticos) na geração dos turmalinitos estratiformes, cuja principal fonte de boro pode ter sido os metapelitos carbonáceos da Formação Batatal. Assim, não se descarta totalmente a origem singenética dos turmalinitos, cuja formação pode ter evoluído durante o metamorfismo progressivo do início do Evento Transamazônico. A turmalina do tipo 3, por desenvolver-se no contato entre o turmalinito e veios e brechas de quartzo-carbonato, pode ter sido gerada após o pico metamórfico e durante a fase extensional do Evento Transamazônico, com a remobilização do ouro em veios e brecha

    Caracterização das mineralizações e dos ambientes deposicionais dos sulfetos, turmalinas e ouro no contexto da Formação Morro da Pedra Preta do Grupo Serra do Itaberaba, SP

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    A Formação Morro da Pedra Preta hospeda as principais mineralizações de sulfetos e ouro, do Grupo Serra do Itaberaba (São Paulo, Brasil), além de corpos de turmalinitos e rochas ricas em turmalina. Dados de microscopia eletrônica de varredura e de isótopos de \'delta POT.34\'S em pirrotita, pirita, calcopirita, galena e molibdenita, definiram quatro estágios de sulfetização e seus ambientes de formação. Estágio I, com valores negativos variando entre -8,70 e -5,47%o 100o correspondem à \"pirrotita sedimentar\" dos grafita xistos. Para o Estágio II, valores positivos de \'delta POT.34\'S variando de 6,3 a 7,58%o (metatufos) e de 4,48 e 5,72%o (metavulcanoclástica). Para o Estágio III, valores de \'delta POT.34\'S variam no intervalo de 2,56 a 3,63%o, indicando a interação com fluidos magmáticos, derivados das intrusões andesíticas e dacíticas que foram coladas na bacia oceânica durante o regime de retroarco no Proterozóico. Para o Estágio IV, os valores variam entre 1,03 e 2,38%o, mostrando contribuição de fluidos derivados de granitos do Brasiliano, que percolaram através de fissuras geradas pelo cizalhamento. Embora o ouro epigenético esteja associado com os últimos estágios de sulfetização, não se constatou nenhuma relação com deste com os sulfetos. Turmalinitos de Tapera Grande são caracterizados por serem intermediários à distais em ralação aos centros fumarólicos. Para os metacherts relacionados com turmalinitos os valores de \'delta POT.18\'O variam no intervalo entre 12,7 a 12,8%o (quartzo) e entre 11,5 e 11,6%o para as turmalinas, enquanto o \'delta POT.18\'D%o situa-se ao redor de -104%o caracterizando uma assinatura sedimentar para essas turmalinas. Tanto os turmalinitos como os metacherts estão mineralizados em ouro. Metatufos que hospeda os turmalinitos e metabásicas subjacentes a estes, mostram empobrecimento em Si, Mg, Al, Ca, Zr, Y, Th e U, em relação aos da área C, que foram submetidos a forte alteração hidrotermal-metassomática pré-metamórfica. Entretanto não há indicação da presença de mineralizações de metais básicos nesta área, indicando que outros fatores poderiam ser responsáveis pelo enriquecimento de metais. Isótopos radiogênicos mostram que os fluidos que percolaram a seqüência vulca-sedimentar em Tapera Grande tiveram um amplo intervalo de residência crustal, permitindo a lixiviação, transporte e deposição de sua carga metálica, principalmente durante o metamorfismo. Por outro lado, dados microtermométricos indicam fraca competência destes fluidos (aquo-carbônicos, baixa salinidade). Assim sendo, as intrusões andesíticas e dacíticas (Proterozóico) e graníticas (Neoproterozóico) mais o cizalhamento, forneceram os meios (condições físico-químicas) para que esses fluidos percolassem através de falhas e fraturas gerando os quartzo de veios mineralizados.The Mono da Pedra Preta Formation hosts the main sulfide and gold mineralizations of the Serra do ltaberaba Group (São Paulo, Brazil), along with tourmalinites and tourmaline-rich rocks. Scanning electron microscopy and sulfur stable isotope data for pyrrhotite, pyrite, chalcopyrite, galena and molybdenite define four sulfidation stages and their environment. Stage l, with negative \'\'delta\' POT. 34\'S values ranging from - 8.70 to - 5,47%o, correspond to the \"sedimentary pyrrhotite\" present in graphite schists, as well as primary gold. For Stage ll, positive \'\'delta\'POT. 34\'S values range in two distinct intervals, from 6.3 to 7,58%o (metatuffs) and from 4.48 to 5.72%o (metavolcaniclastic rocks). For Stage lll, \'\'delta\'POT. 34\'S values are even lower, falling in the 2.56-3.63%o interval, indicating the interaction with magmatic fluids, derived from andesite and dacite bodies that were emplaced during the backarc regime of the oceanic basin during the Proterozoic. For Stage lV, \'\'delta\'POT. 34\'S values vary between +1.03 and +2,38%o, showing contribution of fluids derived from the Brasiliano granites, percolating through fissures generated by shearing. Although epigenetic gold is associated with the later stages of sulfidation, it does not have any relation with the sulfides. Tourmalinites from Tapera Grande are characteristic of intermediate or distal zones in relation to the hydrothermal vents. For the metachert related to the tourmalinites, \'\'delta\'POT. 18\'S O values vary from 12.7 to 12.8%o (quartz) and from 11.5 and 11.6%o, for the tourmalines. Additionally, \'delta\'D values are close to -104%o, characterizing a sedimentary signature for these tourmalines. Both tourmalinites and metachert are mineralized in gold. Metatuffs and metabasic rocks that underlie or host the tourmalinites show Si, Mg, Al, Ca, Zr, Y, Th and U depletions in relation to an area NW of from Tapera Grande that underwent hydrothermal metasomatism prior to metamorphism. However there are no indications of mineralization (e.g. base metals) in such area, which means that other factors must have been responsible for metal enrichments. Radiogenic data show that the fluids that percolated the volcanic-sedimentary sequence in Tapera Grande had a wide crustal residence time interval, allowing leaching, transport and deposition of their metallic load, mainly during metamorphism. Microthermometric data indicate, on the other hand, that the competence of these fluids was rather low (low salinity, aquo-carbonic). Only when the andesite and dacite (Proterozoic) and granitic (Neoproterozoic) intrusions, plus shearing, did these fluids have the power (and the physico-chemical conditions) to percolate channelways that gave place to mineralized quartz veins

    Caracterização das mineralizações e dos ambientes deposicionais dos sulfetos, turmalinas e ouro no contexto da Formação Morro da Pedra Preta do Grupo Serra do Itaberaba, SP

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    A Formação Morro da Pedra Preta hospeda as principais mineralizações de sulfetos e ouro, do Grupo Serra do Itaberaba (São Paulo, Brasil), além de corpos de turmalinitos e rochas ricas em turmalina. Dados de microscopia eletrônica de varredura e de isótopos de \'delta POT.34\'S em pirrotita, pirita, calcopirita, galena e molibdenita, definiram quatro estágios de sulfetização e seus ambientes de formação. Estágio I, com valores negativos variando entre -8,70 e -5,47%o 100o correspondem à \"pirrotita sedimentar\" dos grafita xistos. Para o Estágio II, valores positivos de \'delta POT.34\'S variando de 6,3 a 7,58%o (metatufos) e de 4,48 e 5,72%o (metavulcanoclástica). Para o Estágio III, valores de \'delta POT.34\'S variam no intervalo de 2,56 a 3,63%o, indicando a interação com fluidos magmáticos, derivados das intrusões andesíticas e dacíticas que foram coladas na bacia oceânica durante o regime de retroarco no Proterozóico. Para o Estágio IV, os valores variam entre 1,03 e 2,38%o, mostrando contribuição de fluidos derivados de granitos do Brasiliano, que percolaram através de fissuras geradas pelo cizalhamento. Embora o ouro epigenético esteja associado com os últimos estágios de sulfetização, não se constatou nenhuma relação com deste com os sulfetos. Turmalinitos de Tapera Grande são caracterizados por serem intermediários à distais em ralação aos centros fumarólicos. Para os metacherts relacionados com turmalinitos os valores de \'delta POT.18\'O variam no intervalo entre 12,7 a 12,8%o (quartzo) e entre 11,5 e 11,6%o para as turmalinas, enquanto o \'delta POT.18\'D%o situa-se ao redor de -104%o caracterizando uma assinatura sedimentar para essas turmalinas. Tanto os turmalinitos como os metacherts estão mineralizados em ouro. Metatufos que hospeda os turmalinitos e metabásicas subjacentes a estes, mostram empobrecimento em Si, Mg, Al, Ca, Zr, Y, Th e U, em relação aos da área C, que foram submetidos a forte alteração hidrotermal-metassomática pré-metamórfica. Entretanto não há indicação da presença de mineralizações de metais básicos nesta área, indicando que outros fatores poderiam ser responsáveis pelo enriquecimento de metais. Isótopos radiogênicos mostram que os fluidos que percolaram a seqüência vulca-sedimentar em Tapera Grande tiveram um amplo intervalo de residência crustal, permitindo a lixiviação, transporte e deposição de sua carga metálica, principalmente durante o metamorfismo. Por outro lado, dados microtermométricos indicam fraca competência destes fluidos (aquo-carbônicos, baixa salinidade). Assim sendo, as intrusões andesíticas e dacíticas (Proterozóico) e graníticas (Neoproterozóico) mais o cizalhamento, forneceram os meios (condições físico-químicas) para que esses fluidos percolassem através de falhas e fraturas gerando os quartzo de veios mineralizados.The Mono da Pedra Preta Formation hosts the main sulfide and gold mineralizations of the Serra do ltaberaba Group (São Paulo, Brazil), along with tourmalinites and tourmaline-rich rocks. Scanning electron microscopy and sulfur stable isotope data for pyrrhotite, pyrite, chalcopyrite, galena and molybdenite define four sulfidation stages and their environment. Stage l, with negative \'\'delta\' POT. 34\'S values ranging from - 8.70 to - 5,47%o, correspond to the \"sedimentary pyrrhotite\" present in graphite schists, as well as primary gold. For Stage ll, positive \'\'delta\'POT. 34\'S values range in two distinct intervals, from 6.3 to 7,58%o (metatuffs) and from 4.48 to 5.72%o (metavolcaniclastic rocks). For Stage lll, \'\'delta\'POT. 34\'S values are even lower, falling in the 2.56-3.63%o interval, indicating the interaction with magmatic fluids, derived from andesite and dacite bodies that were emplaced during the backarc regime of the oceanic basin during the Proterozoic. For Stage lV, \'\'delta\'POT. 34\'S values vary between +1.03 and +2,38%o, showing contribution of fluids derived from the Brasiliano granites, percolating through fissures generated by shearing. Although epigenetic gold is associated with the later stages of sulfidation, it does not have any relation with the sulfides. Tourmalinites from Tapera Grande are characteristic of intermediate or distal zones in relation to the hydrothermal vents. For the metachert related to the tourmalinites, \'\'delta\'POT. 18\'S O values vary from 12.7 to 12.8%o (quartz) and from 11.5 and 11.6%o, for the tourmalines. Additionally, \'delta\'D values are close to -104%o, characterizing a sedimentary signature for these tourmalines. Both tourmalinites and metachert are mineralized in gold. Metatuffs and metabasic rocks that underlie or host the tourmalinites show Si, Mg, Al, Ca, Zr, Y, Th and U depletions in relation to an area NW of from Tapera Grande that underwent hydrothermal metasomatism prior to metamorphism. However there are no indications of mineralization (e.g. base metals) in such area, which means that other factors must have been responsible for metal enrichments. Radiogenic data show that the fluids that percolated the volcanic-sedimentary sequence in Tapera Grande had a wide crustal residence time interval, allowing leaching, transport and deposition of their metallic load, mainly during metamorphism. Microthermometric data indicate, on the other hand, that the competence of these fluids was rather low (low salinity, aquo-carbonic). Only when the andesite and dacite (Proterozoic) and granitic (Neoproterozoic) intrusions, plus shearing, did these fluids have the power (and the physico-chemical conditions) to percolate channelways that gave place to mineralized quartz veins
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