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Acúmulo de micronutrientes em frutos de Coffea canéfora cultivado na Amazônia
Os micronutrientes são essenciais para o crescimento, desenvolvimento e
produtividade do cafeeiro, variando as quantidades necessárias em função do
estádio fenológico, da idade e da produtividade da planta. O ferro se caracteriza
como o micronutriente mais acumulado na planta Coffea canephora, seguido do
manganês, boro, zinco e cobre. Frequentemente o cultivo de café é realizado em
solos com baixa disponibilidade de nutrientes e, na maior parte, a adubação com
micronutrientes não é priorizada, ocasionando decréscimos na produção. Durante
o período reprodutivo, os frutos constituem os drenos preferenciais dos
fotoassimilados, esse período coincide com a fase de maior crescimento vegetativo,
ocorrido de setembro a maio, aumentando ainda mais essa demanda. Assim, o
conhecimento das curvas de acúmulo de micronutrientes e do total acumulado
pelos frutos são importantes e auxiliam na recomendação e ajuste do programa de
adubação das lavouras. Para tal, avaliou-se o acúmulo de cobre, ferro, manganês e
zinco nos frutos de C. canephora em plantas com ou sem adubação, no estado de
Rondônia, Brasil, em lavoura propagada por estaca com 2,5 anos de idade. O
delineamento experimental utilizado foi de blocos causalizados, adotando-se um
esquema de parcelas principais constituídas por plantas com ou sem adubação, com
sub-parcelas correspondentes à época do ano. Os frutos foram coletados a cada 28
dias, desde a primeira florada até a maturação completa, no período de julho a abril.
Posteriormente determinou-se a concentração de cada nutriente e aferiu-se o
acúmulo através: massa seca fruto x concentração de nutriente. De entre os
micronutrientes estudados, constatou-se que apenas a taxa de acúmulo de
manganês respondeu positivamente à adubação, tão-somente na última coleta
realizada. Boro, zinco e cobre mostraram taxas de acúmulo semelhantes em ambos
os tratamentos. Ao longo do período reprodutivo as curvas de acúmulo de
micronutrientes seguiram o modelo sigmoidal simples, com baixas taxas na fase
inicial, denominada de grão chumbinho, e aumento pronunciado nos estádios de
expansão, granação e maturação dos frutos, contudo com algumas diferenças entre
nutrientes. Desta forma, conclui-se que a adubação de micronutrientes deve ser
parcelada no decorrer destes três estádios.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Dry matter and macronutrient accumulation in fruits of Conilon coffee with different ripening cycles
Levantamento fitossociológico de plantas daninhas em cafezal orgânico.
A adequação de um cafezal para o sistema orgânico causa grande mudança no sistema de manejo de plantas daninhas, mas as informações sobre o comportamento da comunidade infestante em áreas de cultivo de café orgânico são escassas no Brasil. Objetivou-se com este trabalho realizar um levantamento fitossociológico da comunidade infestante em três cafezais (variedades Mundo Novo, Bourbon Vermelho e Obatã) desenvolvidos em sistema orgânico, no município de Garça (SP). Nas três áreas estudadas foram arremessados ao acaso cem quadrados metálicos com área vazada de 0,25 m2, nas entrelinhas da cultura. As espécies contidas no interior dos quadros foram identificadas segundo a espécie botânica, nome popular e família. A partir dos resultados, determinaram-se os parâmetros fitossociológicos: frequência, densidade, abundância, frequência relativa, densidade relativa, abundância relativa, índice de valor de importância e similaridade florísticas pelos métodos de Simple Matching de Sneath & Sokal e similaridade de Sorensen. As famílias que mais se destacaram, com maior número de espécies nas três áreas foram Poaceae e Asteraceae. Houve alta similaridade em todos os contrastes testados, já que pelo menos metade das espécies identificadas foi comum às duas áreas contrastadas
Influência do aumento da concentração do CO2 atmosférico e da temperatura do ar no desenvolvimento da cultura do café
O clima condiciona fortemente a produtividade agrícola e mesmo alterações
moderadas a severas das condições ambientais poderão afetar a produção, levando a
perdas económicas e impactos sociais. O previsível aumento da concentração de CO2
atmosférico, associado a alterações nos padrões de pluviosidade, ao aumento na
duração e intensidade da seca, bem como a um aumento generalizado das
temperaturas, são realidades cada vez mais presentes em todos os cenários agrícolas.
As interações complexas entre estes diferentes fatores alterarão as respostas das
plantas com potencial impacto acrescido na produtividade e qualidade dos produtos
finais.
O aumento da concentração atmosférica de diferentes gases com efeito de estufa, com
destaque para o CO2, tem ocorrido em simultâneo com o aumento da temperatura do
ar. Desde o início da revolução industrial no séc. XVIII, a concentração de CO2
aumentou de ca. 280 μL CO2 L-1, tendo ultrapassado 400 μL CO2 L-1 em 2013, sendo
previsível que possa atingir valores entre 421 e 936 μL CO2 L-1 no final do século.
Adicionalmente, previsões recentes para este século apontam para aumentos da
temperatura ao nível da superfície do planeta que poderão ir de 0,3-1,7 ºC, até um
extremo de 2,6-4,8 ºC. Este eventual aumento de temperatura levará a alterações
drásticas nos teores de humidade do ar e consequentemente nos regimes de
pluviosidade. Estas circunstâncias poderão promover condições de seca mais
frequentes e extremas. Contrastando com o impacto negativo da redução da
disponibilidade hídrica ou do aumento da temperatura, o aumento do valor de CO2 per
se pode ter um papel positivo, pois estimula a produção.
A cultura do café é uma das mais importantes culturas de rendimento do mundo,
estando presente em mais de 80 países da região tropical e sendo suportada por 2
espécies, Coffea arabica L. (café tipo Arábica) e Coffea canephora Pierre ex A.
Froehner, (café tipo Robusta). Neste contexto torna-se premente o estudo dos mecanismos (com destaque para os ecofisiológicos) envolvidos na aclimatação das
plantas, a um ambiente em permanente mudança. Recentes projeções indicam perdas
significativas da área de cultivo de Coffea sp (particularmente de C. arabica), mas
estudos recentes mostraram que o aumento dos valores de CO2 na atmosfera têm um
efeito claramente mitigador do impacto de temperaturas supra-óptimas, moderando os
impactos antes estimados com base em modelos que não têm em linha de conta este
efeito benéfico do CO2.
O conhecimento proveniente de estudos multidisciplinares e a obtenção de indicadores
ecofisiológicos auxiliará na seleção de indivíduos mais tolerantes e servirá de
ferramentas para o melhoramento de novas plantas com uma maior capacidade de
adaptação.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Percepção ambiental dos produtores e qualidade do solo em propriedades orgânicas e convencionais.
O sistema orgânico de produção deve resultar na utilização mais racional dos recursos naturais, sobretudo do solo. Os produtores orgânicos devem adotar práticas conservacionistas, além de atender a outros princípios deste sistema de produção. Neste trabalho foram avaliadas as práticas de manejo e conservação do solo adotadas por produtores orgânicos e convencionais nas regiões dos municípios de Socorro (Serra da Mantiqueira e Mogiana) e Ibiúna, situados no Estado de São Paulo. O objetivo dessa pesquisa foi verificar o grau de adoção de práticas conservacionistas pelos produtores e avaliar a qualidade do solo na agricultura orgânica e convencional. Foi elaborado e aplicado um questionário, com visitas locais para verificação das práticas conservacionistas e ocorrência de erosão, em 30 propriedades. Os resultados foram expressos em índices indicadores de diversidade de uso do solo, atitude conservacionista, percepção de erosão e do impacto sobre os recursos hídricos. Foram também realizadas análises de atributos químicos, físicos e biológicos indicadores da qualidade do solo. Concluiu-se que os produtores orgânicos têm maior percepção quanto à atitude conservacionista e nas propriedades orgânicas há maior diversidade de cultivos, embora não haja maior diversidade geral de uso do solo. A produção orgânica de alface, em Ibiúna proporcionou maior atividade biológica no solo e maior colonização por fungos micorrízicos arbusculares. O sistema orgânico possui maiores teores de matéria orgânica e menores de potássio e não houve diferença entre os atributos físicos do solo dos sistemas orgânico e convencional