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    Inferências ambientais e taxonômicas com base em lenhos carbonizados: análise de alterações geradas pela carbonização artificial de Araucariaceae

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    Os vegetais são organismos sensíveis às mudanças climáticas e podem ser considerados importantes testemunhos de eventos ambientais que afetaram e continuam afetando o planeta. Quando inseridos em contexto sedimentar sob a forma de fósseis, as plantas acabam por se transformar em registros confiáveis de variações paleoambientais ocorridas enquanto viviam. Por sua vez, o carvão vegetal macroscópico é amplamente aceito como indicador de ocorrência de (paleo)incêndios vegetacionais durante o seu processo de deposição. O estudo do carvão vegetal tem permitido realizar interpretações paleoambientais, taxonômicas e tafonômicas, portanto muitos trabalhos já foram publicados sobre sua ocorrência em diferentes períodos geológicos em todo o planeta. Entretanto, os processos sobre a formação do carvão vegetal, as condições ambientais no momento de sua deposição, e principalmente as variações observadas nas suas estruturas anatômicas, tem sido alvo menos frequente de estudos. Estas alterações ainda são desconhecidas para muitos táxons modernos de relevância paleobotânica. O presente estudo analisa alterações anatômicas, durante a carbonização artificial de madeira em espécies de Araucariaceae (Araucaria angustifolia, A. bidwillii, A. columnaris e Wollemia nobilis). Os parâmetros vistos e a longa história geológica mostram o valor que as formas associadas à família Araucariaceae possuem na avaliação do clima e da geologia pretéritos, tornando seu estudo especialmente valioso para geólogos e paleobotânicos. Blocos de madeira foram submetidos ao tratamento térmico, da condição ambiente até 1000ºC, aumentando de 50-50ºC. O carvão foi analisado por microscopia eletrônica de varredura (MEV). As mensurações dos caracteres anatômicos da madeira e do carvão foram analisadas estatisticamente em 0,05 de significância. Os resultados mostraram que a maioria das características anatômicas analisadas é estatisticamente significativas correlacionadas com as temperaturas de carbonização. Grande parte dos caracteres mostrou uma acentuada redução dimensional com o aumento da temperatura. No entanto, em comparação com a variabilidade das características anatômicas, há pouca modificação ocasionada pela temperatura. Com relação ao carvão vegetal fóssil de Araucariaceae, o presente trabalho pode contribuir para inferências taxonômicas e paleoambientais.Plants are organisms that are sensitive to climate change and can be considered important testimonies of environmental events that have affected and continue to affect the planet. When inserted in a sedimentary context in the form of fossils, the plants turn into reliable records of paleoenvironmental variations occurring while they lived. In turn, macroscopic charcoal is widely accepted as an indicator of occurrence of (paleo)wildfires during its deposition process. The study of charcoal has allowed to perform paleoenvironmental, taxonomic and taphonomic interpretations, so many works have already been published about their occurrence in different geological periods around the planet. However, the processes on charcoal formation, environmental conditions at the time of deposition, and especially the variations observed in their anatomical structures, have been less frequent targets of studies. These changes are still unknown to many modern taxa of paleobotanical relevance. The present study analyzes anatomical alterations during artificial carbonization of wood in Araucariaceae species (Araucaria angustifolia, A. bidwillii, A. columnaris and Wollemia nobilis). The parameters observed and the long geological history show the value that the forms associated to the Araucariaceae family have in the evaluation of the previous climate and geology, making their study especially valuable for geologists and paleobotanists. Wood blocks were submitted to the thermal treatment, from the ambient condition up to 1000ºC, increasing from 50-50ºC. The charcoal was analyzed by scanning electron microscopy (SEM). The measurements of the anatomical characters of the wood and the charcoal were statistically analyzed in 0,05 of significance. The results showed that most of the anatomical characteristics analyzed are statistically significant correlated with the carbonization temperatures. Most of the characters showed a marked dimensional reduction with increasing temperature. However, in comparison to the variability of anatomical characteristics, there is little modification caused by temperature. With regard to the fossil charcoal of Araucariaceae, the present work can contribute to taxonomic and paleoenvironmental inferences.CAPE

    Indo-Brazilian Late Palaeozoic wildfires: an overview on macroscopic charcoal

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    Carvão vegetal macroscópico é amplamente aceito como um indicador direto da ocorrência de paleo-incêndios vegetacionais, sendo relativamente bem estudado e distribuído de forma homogênea em depósitos do Paleozoico Superior da Euramérica e Cataísia. Por outro lado, apenas alguns registros deste tipo de material foram publicados para o Paleozoico Superior do Gondwana e, somente recentemente foi demonstrado que carvão vegetal macroscópico (e, portanto, incêndios) também é comum no continente meridional. Os mais importantes registros do Gondwana se constituem em fragmentos carbonizados de lenhos gimnospérmicos e estão associados, principalmente, a depósitos de carvão mineral. Registros de macro-charcoal (carvão vegetal macroscópico) foram descritos para níveis do Paleozoico Superior da Bacia Damodar (Índia) e da Bacia do Paraná (Brasil), demonstrando que paleo-incêndios vegetacionais ocorriam em sequências e intervalos estratigráficos variados no Gondwana durante esse período. Com base nos registros publicados até o momento e em novos exemplares provenientes do nível de carvão Seam-IV, Formação Raniganj, Bacia Damodar (Lopingiano da Índia), uma revisão acerca dos registros indo-brasileiros de carvão vegetal macroscópico em níveis do Paleozoico Superior são apresentados. O material inédito foi analisado sob Microscópio Eletrônico de Varredura para a definição de características anatômicas, sendo estabelecida uma afinidade gimnospérmica para os fragmentos. Os dados apresentados reforçam a importância dos paleo-incêndios vegetacionais como elemento perturbador dos diferentes paleoambientes gondvânicos durante o Paleozoico Superior.Sedimentary charcoal is widely accepted as a direct indicator for the occurrence of paleo-wildfires and, in Upper Paleozoic sediments of Euramerica and Cathaysia, reports on such remains are relatively common and (regionally and stratigraphically) more or less homogeneously distributed. On the contrary, just a few reliable records have been published for the Late Paleozoic of Gondwana and only recently it has been demonstrated that macroscopic charcoals (and thus fires) were also common in the southern continent during this period. The most important Gondwanan records are predominantly charred gymnosperm woods mainly related to coal bearing strata. Late Paleozoic macro-charcoal occurs in both, the Damodar Basin (India) and the Paraná Basin (Brazil), demonstrating that paleo-wildfires were spread out in different sequences and distinct stratigraphic intervals during this period in Gondwana. Based on the so far published records as well as new samples from the Seam-VI coalfield, Raniganj Formation (Damodar Basin – Lopingian of India), an overview of the Late Paleozoic Indo‑Brazilian macro-charcoal remains is presented. The hitherto unpublished samples were anatomically analyzed under Scanning Electron Microscope and a gymnosperm affinity could be established. The data presented here reinforce the relevance of paleo-wildfire as a source of environmental disturbance over large areas of Gondwana during the Late Paleozoic

    Características polínicas e físico-químicas de amostras de méis de Apis mellifera L., 1758 (Hymenoptera, Apidea ) e de Tetragonista angustula Latreille, 1811 (Hymenoptera, Trigonini) da Região do Vale do Taquari, Estado do Rio Grande do Sul

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    Com o objetivo de determinar a origem floral e características físico-químicas de méis de Apis mellifera e de Tetragonista angustula, na região do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, foram determinados os seguintes parâmetros para 22 amostras de méis de Apis mellifera e 11 amostras de méis de Tetragonista angustula: espectro polínico, umidade, condutividade elétrica, invertase e hidroximetilfurfural. A análise polínica qualitativa das amostras de mel de Apis mellifera demonstrou uma grande diversidade de pólen, sendo encontrados um total de 60 tipos polínicos ou espécies botânicas, distribuídas em 37 famílias. Nas amostras de méis de Tetragonista angustula ocorreram 27 tipos ou espécies polínicas, pertencentes a 16 famílias. Os tipos polínicos mais representativos foram Eucalyptus sp. (Mirtaceae) para os méis de Apis mellifera e Schinus terebinthifolius (Anacardiaceae) para as amostras Tetragonista angustula. Dos 60 tipos polínicos encontrados 13 coincidem para ambas espécies. Nas análises físico-químicas, os valores das médias das análises de umidade e condutividade elétrica das amostras de mel de Tetragonista angustula apresentaram-se fora dos limites estabelecidos pela legislação brasileira, enquanto que para os méis de Apis mellifera 3 amostras obtiveram o teor de hidroximetilfurfural acima do permitido
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