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    Doações de campanha implicam em retornos contratuais futuros? Uma análise dos valores recebidos por empresas antes e após as eleições

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    O presente trabalho pretende averiguar se as empresas que efetuam doações para partidos da coalizão do governo federal recebem maiores valores contratuais, antes e após as eleições. A partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre doações de campanha de 2006 e de valores contratuais extraídos do Portal da Transparência do Governo Federal, foi estimado o efeito mínimo de doar para integrantes da coalizão sobre os valores contratuais. Embora os estimadores contenham viés de seleção, devido a variáveis omitidas e não observadas, a expectativa do viés é positiva devido à correlação também positiva entre tratamento e variável dependente, de um lado, e entre tratamento e variáveis omitidas, de outro. Isso significa que é possível estimar o efeito mínimo de doar para a coalizão sobre retornos contratuais. O efeito sobre retornos contratuais após as eleições é baixíssimo, mas os valores contratuais recebidos por empresas antes das eleições estão associados às doações de modo expressivo. Ademais, não é possível afirmar que doadores do partido do chefe do Executivo recebem maiores contratos em relação aos financiadores da oposição. Em suma, se existe algum pacto entre empresas e integrantes da coalizão, os acordos são estabelecidos e cumpridos antes das eleições

    Uma estratégia nacional de desenvolvimento no Brasil dos anos 1990

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    Este artigo trata do predomínio de uma estratégia de desenvolvimento de cunho neoliberal no Brasil dos anos 1990 com duplo objetivo: 1) mostrar que, embora o cenário apresentasse desafios incontornáveis como a “reestruturação produtiva” e a “globalização”, a alternativa neoliberal não era a única disponível; 2) sugerir que, para entender como e por que um determinado tipo de estratégia de desenvolvimento é escolhido em determinada sociedade, é preciso ter em conta, também, o papel central desempenhado pelas elites estatais. O método utilizado foi um estudo aprofundado de caso, com fontes documentais, biográficas e bibliográficas. Divergindo com parte da literatura, os resultados permitem sustentar as duas hipóteses centrais deste trabalho: 1) havia no Brasil uma estratégia nacional de desenvolvimento (qualitativamente distinta tanto do “velho” desenvolvimentismo quanto da alternativa neoliberal) desde o início dos anos 1990; 2) o processo de implantação de uma estratégia de cunho neoliberal não foi respaldada por um consenso empresarial em torno dessa alternativa. A análise empreendida aponta para a importância de se considerar a presença de uma elite estatal subjetivamente orientada para entender a escolha do tipo de estratégia adotado naquele período
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