5 research outputs found

    A serpente de Ouroborus enquanto memória na arquitetura: Oscar Niemeyer e o baú dos guardados

    No full text
    Memory is the primordial soupfor the creative act and design inarchitecture. Memories of the architect, asindividual, act as pillars and foundations ofa work of architecture, and this as a mirrorof experiences about the creative minds.This article approaches around the theme ofmemory in Architecture, and aims todemonstrate that the architect uses a“drawer of the saved memories”, build,“living” or “manufactured” ones, dependingon the degree of presence of the object, andwhich it uses according to “unconscious”memories or “’conscious’ active”,according to physiological data, intrinsic tohis intellectual maturation processes, and isalways a base for his life path - the innerconstruction: the drawer from the drawer.For this example, the architect OscarNiemeyer is used to illustrate the impact ofmemory of the architecture on the designprocess: an evidence of the importance ofthe primordial house (first memories of/forthe architecture), the intra and extra mainplanning relations between the individual,political affiliation, their ideals and theirpersonal training in designing as searchprocesses and use of existing memories.Niemeyer, considered by many as therepresentative symbol - often up to the highstatus icon – for the spontaneous creation ofideas driven by imagination, is analyzed inall dimensions of his speech - from theinterview, writing and project. It will beexplored, thus, the validity of “spontaneouscreation.” Being the creative process an actof integrated design, it also intends to showthe origin of the architect, the architectureand the relationship between them: “home”(as is) as the primary trial between livingmemory and the constructed memory.These crossings common to architects anddifferentiated in each individual mirror theapparent and disguised uniqueness of thecreative process. But other voices, such asarchitect Frank Gehry, Ruskin, the artistEleni Basteá, writers Jorge Luis Borges andthe essayist Montaigne, show that creativeprocess is the result of a link and also a linkbetween past and future memories. In thispremise, there is no spontaneous creation -the invention is purely speculative and not real.A memória em arquitetura é asopa primordial para o ato criativo e deconcepção em arquitetura. As memórias doarquiteto funcionam como pilares efundações de uma obra de arquitetura, eesta como um espelho das vivências eexperiências do indivíduo criativo. Esteartigo, subordinado ao tema da memória emarquitetura, tem como objetivo demonstrarque o arquiteto utiliza-se de uma “gavetados guardados”, que constrói de forma“viva” ou “fabricada”, dependendo do graude presença do objeto, e que utiliza deacordo com memórias “inconscientes” ou“conscientes ativas”, de acordo comprocessos fisiológicos, intrínsecos à suamaturação intelectual, e sempre comuns aoseu percurso de vida – à construção interior:a gaveta da gaveta. É utilizado o caso doarquiteto Oscar Niemeyer para ilustrar aincidência da memória na arquitetura: umaevidência da importância da casa primordial(as primeiras memórias da arquitetura), osósia, o companheiro, as relações intra eextra-projetuais entre o indivíduo, a filiaçãopolítica, os seus ideais e a sua formaçãopessoal na concepção como processos deprocura e utilização de memóriasexistentes. Niemeyer, considerado pormuitos como o símbolo representativo –muitas vezes até elevado ao estatuto deícone – da criação espontânea, das ideiasconduzidas pela imaginação, é analisadoem todas as dimensões do seu discurso –desde a entrevista à escrita e ao projeto.Verificar-se-á, assim, a validade da “criação espontânea”. Sendo o processo criativo umato de concepção integrada, pretende-setambém mostrar a origem do arquiteto, daarquitetura e da relação entre ambos: a casaprimordial como julgamento entre amemória viva e a memória construída.Estes cruzamentos, comuns aos arquitetos ediferenciados a cada indivíduo, espelham aaparente e disfarçada singularidade doprocesso criativo. Mas outras vozes, comoos arquitetos Frank Ghery e Ruskin, aartista Eleni Basteá, os escritores Jorge LuisBorges e o ensaísta Montaigne, comprovamque o processo criativo é então o resultadode um elo e ligação entre memóriaspassadas e futuras, partindo desta premissa,não existe qualquer criação espontânea – ainvenção é puramente especulativa e não real

    A arquitectura dos sanatórios em Portugal: 1850-1970

    No full text
    Tese de doutoramento em Arquitectura apresentada à Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de CoimbraA presente tese de doutoramento tem como objecto de estudo a arquitectura para a tuberculose em Portugal, nomeadamente os sanatórios, desde o seu contexto e projecto até ao seu declínio. Estes equipamentos de saúde, distinguidos dos congéneres tipos, constituem uma presença marcante e singular no universo da arquitectura entre 1850 e 1970, e com os quais se pode observar as mutações ao longo de mais de cem anos de existência. Por outro lado, são espelho de mudanças científicas e programáticas a um combate à doença que, em grande parte, das suas arquitecturas dependeu. A partir de uma construção de dados dispersos por vários arquivos – pois não foi encontrado o arquivo próprio da Assistência Nacional aos Tuberculosos, que tutelou os processos dos sanatórios em Portugal – resultou um conjunto de informações que justifica uma análise exaustiva historiográfica, a partir de várias linhas ou visões de investigação multidisciplinares, à arquitectura para a peste branca. Tendo como base um retrato alargado da sua evolução, desde as suas origens (analisando a sua afirmação como sanatórios, tal como a sua funcionalidade própria) até à sua desmaterialização ou reformulação, constituíram-se três pontos fundamentais para a abordagem. Um primeiro, constituído pela historiografia da arquitectura de combate à doença, relacionada com os aparentemente semelhantes tipos, e onde os arquitectos protagonistas são estudados na sua preponderância, constituiu o enquadramento necessário à compreensão do fenómeno. As gramáticas e linguagens estéticas, as aproximações arquitectónicas formais e as configurações espaciais, entre os sanatórios as demais arquitecturas de escopo similar, são analisadas à luz de processos de causa efeito e, sempre que possível, com relações internacionais. Por outro lado, serve o mesmo capítulo para a construção da influência dos panoramas internacionais e a construção de estipulações vectoriais com sistemas portugueses. A cada um dos arquitectos-chave são associadas as suas obras, em constante leitura comparativa e associada. Além deste foco, viaja-se entre leituras urbanas consequentes de processos higienistas (nomeadamente na charneira dos séculos XIX e XX) e a escala arquitectónica dos vários edifícios, nomeadamente os hospitalares. Os organismos com poder decisório sobre os arquitectos e as arquitecturas são também analisados, nomeadamente com os eternos paradigmas das várias modernidades e possíveis leituras interpretativas dos diversos momentos governativos a que os sanatórios são transversais. Entre a tradição e o moderno, analisam-se os diversos modelos, para a consolidação tipológica do sanatório enquanto arquitectura e enquanto terapia. Um segundo capítulo assume paralela estrutura, mas relacionado com a história da tuberculose, a sua evolução, as terapêuticas e as consequências para o programa dos sanatórios. Desde as primeiras considerações científicas relativas à tuberculose, à sua definição e à consolidação como disciplina, passando pelas suas transições e terminando na estruturação do seu combate, revelam-se as múltiplas fases e camadas da organização e poder, pelos arquitectos, médicos e decisores políticos. Entretanto, e antes do princípio do fim, estipula-se uma série de premissas e de definições de dispositivos, redes e sistemas que marcaram o trilho do sanatório, enquanto sistema e enquanto dispositivo para a doença. Desta forma, dá-se lugar a um terceiro capítulo – o corpo da tese – onde são minuciosamente estudados os pontos e as interrogações que se colocaram a estas arquitecturas. Uma primeira acepção discorre sobre as primeiras arquitecturas sanatoriais em Portugal, com os casos particulares da Madeira e da Serra da Estrela, entre o pioneirismo internacional a consolidação de um propagandeado tratamento pelo mar e pela altitude. Seguidamente, através da consolidação de estâncias de tratamento, chega-se à análise comparativa dos sanatórios, das arquitecturas, dos arquitectos, dos médicos e, necessariamente, à constantemente rodada esfera de poder que os circundou, desde o financiamento, planeamento, aprovação e execução. Existe a preocupação da consolidação da importância moderna – tanto nos programas como nos edifícios – e a sua evolução, nomeadamente com os preceitos higienistas de transição e durante o Estado Novo, reflectida nas instituições e como espelho das preocupações com a pandemia sem tratamento efectivo. São correlacionados os seus elementos diferenciadores, como as galerias de cura, jardins, equipamentos e configurações espaciais, entre categorias diferenciais ou paralelas a outros sistemas, a par dos estylos e das gramáticas arquitectónicas, pelo lápis de arquitectos-chave e as suas obras. Conclui-se, sublinhando-se as principais ideias, as possíveis respostas e uma consequente análise dos resultados, abrindo pistas para considerações futuras de investigação. O universo de pesquisa e consolidação da informação é apresentado no segundo corpo (anexos), com uma estrutura própria que permite a compreensão individual de todos os sanatórios estudados, apoiados com a respectiva documentação textual e gráfica, sintetizada nas suas fichas individuais.The present PhD thesis aims to study the architecture for tuberculosis in Portugal, in particular sanatoriums, from its context and project until its decline. This health equipment, distinguished from similar types, constitute a remarkable and singular presence in the universe of architecture between 1850 and 1970, and with which one can observe the mutations during more than one hundred years of existence. On the other hand, they are a mirror of scientific and programmatic changes to combat the disease that depended, to a great extent, from its architectures. From a construction of data scattered by several archives – since the National Assistance to Tuberculosis' own file was not found, which protected the sanatorium processes in Portugal – resulted a set of information that justifies a thorough historiographical analysis, from several research lines or visions, to the architecture for the white plague. Based on a broad picture of its evolution, from its origins (analyzing its assertion as sanatoriums, as well as its own functionality) until its dematerialization or reformulation, three fundamental points for the approach were constituted. A first one, constituted by the historiography of the architecture to combat the disease, related to the seemingly similar types, and where architects, the protagonists, are studied in their preponderance, constituted the necessary framework to the understanding of the phenomenon. Grammars and aesthetic languages, formal architectural approximations and spatial configurations, between sanitariums and other architectures of similar scope, are analyzed in the light of cause-effect processes and, where possible, with international relations. On the other hand, the same chapter is designed to build the influence of international panoramas and the construction of vector stipulations with Portuguese systems. Each of the key architects are associated with their works, in constant comparative and associated reading. In addition to this focus, one travels between urban readings resulting from hygienic processes (notably at the hinge of the nineteenth and twentieth centuries) and the architectural scale of the various buildings, particularly hospital buildings. The bodies with decision-making power over architects and architectures are also analyzed, in particular with the eternal paradigms of the various modernities and possible interpretative readings of the various governmental moments to which sanatoriums are transversal. Between tradition and modernity, the various models are analyzed, for the typological consolidation of the sanatorium as architecture and as therapy. A second chapter takes parallel structure, but related to the history of tuberculosis, its evolution, therapeutics and consequences for the sanatorium program. From the first scientific considerations regarding tuberculosis, its definition and consolidation as a discipline, through its transitions and ending in the structuring of its fight, are revealed the multiple phases and layers of the organization and power, by the architects, doctors and political decision makers. Meanwhile, and before the beginning of the end, a series of premises and definitions of devices, networks and systems that marked the path of the sanatorium as a system and as a device for the disease are stipulated. In this way, a third chapter – the body of the thesis – takes place, where the points and the questions that are placed in these architectures are carefully studied. A first concept argues about the first sanatorial architectures in Portugal, with the particular cases of Madeira and Serra da Estrela, between the international pioneering spirit and the consolidation of a propagated treatment by sea and altitude. Subsequently, through the consolidation of treatment centers, we come to the comparative analysis of sanatoriums, architectures, architects, physicians and, necessarily, the constantly changing sphere of power that has surrounded them, from financing, planning, approval and execution. There is a concern about the consolidation of modern importance – both in programs and in buildings – and its evolution, especially with the hygiene rules of transition and during the “Estado Novo”, reflected in the institutions and as a mirror of the concerns of the pandemic without effective treatment. Its differentiating elements, such as healing galleries, gardens, equipment and spatial configurations, are correlated between different categories or parallel to other systems, along with estylos and architectural grammars, by the pencil of key architects and their works. One concludes by highlighting the main ideas, the possible responses and a consequent analysis of the results, providing clues to future research considerations. The universe of research and consolidation of information is presented in the second body (annexes), with its own structure that allows the individual understanding of all sanatoriums studied, supported with the respective textual and graphic documentation, synthesized in their individual files

    Ciência, Crise e Mudança. 3.º Encontro Nacional de História das Ciências e da Tecnologia. ENHCT2012

    No full text
    III Encontro Nacional de História das Ciências e da Tecnologia. O Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência, organiza o 3.º Encontro Nacional de História da Ciência e da Técnica, sob o tema «Ciência, Crise e Mudança» que tem lugar na Universidade de Évora, nos dias 26, 27 e 28 de Setembro de 2012. O Primeiro Encontro Nacional de História da Ciência teve lugar em 21 e 22 Julho de 2009, no seguimento do programa de estímulo ao de¬senvolvimento da História da Ciência em Portugal e de valorização do património cultural e científico do País, lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) em 31 de Janeiro desse ano. A sua organização coube a investigadores do Instituto de História Contemporânea (IHC), da FCSH da UNL, e do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em cujas instalações se realizou. De en¬tre as conclusões do Encontro, destacou-se a de realizar periodicamen¬te novos Encontros Nacionais, a serem organizados de forma rotativa por diferentes centros e núcleos de investigadores. Na sequência deste Primeiro Encontro, o Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) organizou, entre 26 e 28 de Julho de 2010, o II Encontro, dedicado ao tema “Comunicação das Ciências e da Tecnologia em Portugal: Agentes, Meios e Audiências”. Cabe agora ao CEHFCi cumprir o que foi decidido no final deste Encontro. Na situação económica e política que hoje vivemos torna-se particularmente urgente aprofundar o estudo e o debate sobre a interação entre a Sociedade, a Ciência e a sua História. Coordenação Científica e Executiva do encontro estiveram a cargo de dois investigadores CEHFCi: Maria de Fátima Nunes, José Pedro Sousa Dia
    corecore