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Materiais de contacto com água para consumo humano, mecanismos de degradação e contaminação
Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia dos MateriaisO conhecimento da natureza das contaminações da água, assim como as consequências para a saúde humana dos diferentes contaminantes, levou a que a exigência do controlo e gestão da qualidade tenha atingido um nível considerável, quando comparado com outras áreas da saúde e ambiente. De uma forma reactiva de actuar neste domínio, em que os ensaios laboratoriais eram realizados depois de consumida a água, passou-se a ter uma atitude preventiva, em que se procuram identificar pontos críticos dos sistemas, e avaliá-los a tempo de se tomarem medidas. Deste modo, os materiais de contacto com a água são uma potencial origem de contaminações, tóxicas ou não, que importa controlar. Nesta dissertação pretende-se concluir que alguns materiais são totalmente desadequados para contacto com água para consumo humano, pelo elevado perigo que comportam, mas muitos outros apenas têm um risco considerável se não forem usados adequadamente, ignorando os mecanismos de degradação.
Pretende-se ainda demonstrar que a qualidade percebida (consequências) pelos consumidores, segundo a lei de Pareto1, está associada a um número muito pequeno de razões (causas), mas ao contrário da gestão empresarial, aqui o mais importante é gerir os 80% não perceptíveis
Identificação de perigos e eventos perigosos em redes prediais de água para consumo humano
Grupo de trabalho da CS/04: Ana Luísa Fernando- Universidade Nova de Lisboa; Maria Helena Rebelo – Instituto Nacional de Saúde, Doutor Ricardo Jorge; Maria João Benoliel – Empresa Portuguesa das águas Livres, S.A.; Paulo Diegues – Direção-Geral da Saúde; Paulo Nico Casimiro – SMAS de Almada.No sistema de abastecimento de água para consumo humano, a rede de distribuição alimenta, por meio de ramais de ligação, os diversos edifícios ou instalações a servir.
As redes prediais de águas para consumo humano devem merecer uma atenção especial, devido ao facto de os mesmos poderem ter um desempenho pouco adequado, que pode afetar o funcionamento dos sistemas e a qualidade da água, com riscos a nível da saúde pública. Com efeito, a má conceção, instalação e gestão das redes prediais tem riscos, podendo causar alterações da qualidade da água.
Neste contexto, o presente documento pretende transmitir conceitos que permitam gerir adequadamente os sistemas das redes prediais de água, dando ainda especial atenção, aos requisitos regulamentares e normativos aplicáveis. Não são aqui considerados os aspetos associados ao sistema de abastecimento público de água, entendido como o conjunto de equipamentos e infraestruturas que englobam a captação, o tratamento, a adução, o armazenamento e a distribuição da água para consumo humano (Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei nº 152/2017, de 7 de dezembro), ou a ligação a origens de água particulares.
Segundo este diploma legal, considera-se para consumo humano, toda a água no seu estado original, ou após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar, à preparação de alimentos, à higiene pessoal ou a outros fins domésticos, independentemente da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede de distribuição, de um camião ou navio-cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com ou sem fins comerciais; ou a ser utilizada na indústria alimentar para o fabrico, transformação, conservação ou comercialização de produtos ou substâncias destinados ao consumo humano, assim como a utilizada na limpeza de superfícies, objetos e materiais que podem estar em contacto com alimentos, exceto quando a utilização dessa água não afeta a salubridade do género alimentício na sua forma acabada.
A inadequada distribuição de água em edifícios pode ter efeitos consideráveis na saúde, bem como impactos económicos e sociais significativos. Requerem especial cuidado os edifícios com redes prediais extensas e complexas, como sejam, hospitais, escolas, creches, lares de idosos, hotéis, centros desportivos, entre outros. A correta conceção e manutenção de redes prediais domésticas também são importantes, sobretudo se a dimensão e número de fogos forem elevados.
Muitos dos conceitos indicados neste documento são igualmente aplicáveis a habitações de ocupação individual, no entanto, em casas particulares, as ações de gestão e de manutenção, tais como a implementação de Planos de Segurança da Água (PSA) são raramente ou nunca implementadas.
A degradação da qualidade da água em redes prediais pode ocorrer devido à contaminação microbiológica, química e física, sendo de destacar as seguintes causas:
Contaminação direta devido a falhas nos sistemas de água, migração de elementos/substâncias inadequadas ou corrosão;Contaminação indireta através de ligações cruzadas entre os sistemas de água para consumo humano e água contaminada ou produtos químicos;
Crescimento de microrganismos (ex.º, Pseudomonas aeruginosa, Mycobacteria não-tuberculosas e Legionella).
Este documento pretende ser um recurso útil para todas as partes interessadas na conceção, construção, operação, manutenção e gestão de redes prediais, incluindo também as entidades com poder regulador.info:eu-repo/semantics/publishedVersio