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    Doenças inflamatórias intestinais: princípios da terapia nutricional

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    Inflammatory Bowel Diseases - ulcerative colitis and Crohn's disease- are chronic gastrointestinal inflammatory diseases of unknown etiology. Decreased oral intake, malabsorption, accelerated nutrient losses, increased requirements, and drug-nutrient interactions cause nutritional and functional deficiencies that require proper correction by nutritional therapy. The goals of the different forms of nutritional therapy are to correct nutritional disturbances and to modulate inflammatory response, thus influencing disease activity. Total parenteral nutrition has been used to correct and to prevent nutritional disturbances and to promote bowel rest during active disease, mainly in cases of digestive fistulae with high output. Its use should be reserved for patients who cannot tolerate enteral nutrition. Enteral nutrition is effective in inducing clinical remission in adults and promoting growth in children. Due to its low complication rate and lower costs, enteral nutrition should be preferred over total parenteral nutrition whenever possible. Both present equal effectiveness in primary therapy for remission of active Crohn's disease. Nutritional intervention may improve outcome in certain individuals; however, because of the costs and complications of such therapy, careful selection is warranted, especially in patients presumed to need total parenteral nutrition. Recent research has focused on the use of nutrients as primary treatment agents. Immunonutrition is an important therapeutic alternative in the management of inflammatory bowel diseases, modulating the inflammation and changing the eicosanoid synthesis profile. However, beneficial reported effects have yet to be translated into the clinical practice. The real efficacy of these and other nutrients (glutamine, short-chain fatty acids, antioxidants) still need further evaluation through prospective and randomized trials.As doenças inflamatórias intestinais - retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Crohn - são afecções inflamatórias gastrointestinais crônicas de causa ainda desconhecida. Caracterizam-se por diarréia crônica, malabsorção, síndrome do intestino curto, disfunção da barreira mucosa e processo inflamatório intestinal, fatores que determinam deficiências nutricionais e funcionais que ressaltam a importância da terapia nutricional em seu tratamento. As diversas formas de terapia nutricional visam corrigir os distúrbios nutricionais e modular à resposta inflamatória, podendo, desta forma, influir na atividade da doença. A nutrição parenteral total tem sido usada para corrigir os distúrbios nutricionais e proporcionar repouso intestinal na doença ativa. Seu uso deve ser reservado a pacientes que não podem tolerar a nutrição enteral. A nutrição enteral é efetiva em induzir remissão clínica da doença em adultos e promover crescimento em crianças. Devido à baixa incidência de complicações e menor custo, a nutrição enteral deve ser opção preferencial à nutrição parenteral total quando possível. Ambas apresentam igual efetividade na terapia primária na remissão da Doença de Crohn ativa. Embora a terapia nutricional possa melhorar a evolução de muitos pacientes, é necessária uma seleção criteriosa devido a seus custos e complicações, especialmente naqueles que requerem nutrição parenteral total. Recentes pesquisas têm se dedicado ao uso de nutrientes como agentes terapêuticos primários. A imunonutrição com ácidos graxos ômega-3 se constitui numa importante alternativa terapêutica no manuseio das doenças inflamatórias intestinais, modulando o processo inflamatório e modificando o perfil de produção de eicosanóides. Entretanto, a real eficácia deste e outros nutrientes (glutamina, ácidos graxos de cadeia curta) ainda necessitam de novas avaliações por estudos prospectivos, controlados e randomizados

    Results of D2 gastrectomy for gastric cancer: lymph node chain dissection or multiple node resection?

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    RACIONAL: A literatura oriental é notável por apresentar taxas de sobrevida para o tratamento cirúrgico do adenocarcinoma gástrico superiores àquelas apresentadas nos países ocidentais. OBJETIVO: Analisar o resultado a longo prazo após a gastrectomia D2 por câncer gástrico. MÉTODOS: Duzentos e setenta e quatro pacientes foram submetidos à gastrectomia com dissecção linfonodal D2 como tratamento exclusivo. Os critérios de inclusão foram: 1) remoção dos linfonodos de acordo com dissecção linfática padronizada Japonesa, 2) operação potencialmente curativa descrita no prontuário como dissecção D2 ou mais linfonodos; 3) invasão tumoral da parede gástrica restrita ao órgão (T1-T3); 4) ausência de metástases à distância (N0-N2/M0); 5) mínimo de cinco anos de acompanhamento. Dados clinicopatológicos incluíam sexo, idade, localização do tumor, classificação de Borrmann do tumor macroscópico, o tipo de gastrectomia, as taxas de mortalidade, tipo histológico, classificação e estadiamento TNM de acordo com a UICC TNM 1997. RESULTADOS: Gastrectomia total foi realizada em 77 casos (28,1%) e subtotal em 197 (71,9%). O tumor foi localizado no terço superior em 28 casos (10,2%), no terço médio em 53 (19,3%), e no terço inferior em 182 (66,5%). Borrmann foi atribuído cinco casos (1,8%) como BI, 34 (12,4%) BII, 230 (84,0%) BIII e 16 (5,9%) BIV. Os tumores foram histologicamente classificados como Laurén tipo intestinal em 119 casos (43,4%) e como o tipo difuso em 155 (56,6%). De acordo com a UICC TNM foram câncer gástrico precoce (T1) foi diagnosticada em 68 casos (24,8%); 51 (18,6%) T2 e 155 (56,6%) T3. Nenhum envolvimento linfonodal (N0) foi observado em 129 casos (47,1%), enquanto 100 (36,5%) eram N1 (1-6 linfonodos) e 45 (16,4%) N2 (7-15 gânglios linfáticos). O número médio de linfonodos dissecados foi de 35. A sobrevida em cinco anos para os estádios de I a III B foi de 70,4%. CONCLUSÃO: Cirurgiões digestivos devem ser estimulados a realizarem gastrectomias D2 para não deixar de lado o único tratamento para adenocarcinoma gástrico que provou ser eficiente os dias atuais. Deve ser enfatizado que a padronização da dissecção linfática de acordo com a localização do tumor é mais importante do que apenas o número de gânglios removido

    Determinação histopatológica da presença do helicobacter pylori em câncer gástrico Histopathological determination of helicobacter pylori in gastric cancer

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    RACIONAL: A causa do câncer gástrico (CG) é controversa e tem vários fatores envolvidos no seu processo de carcinogênese, incluindo o Helicobacter pylori (Hp) O papel da infecção pelo Hp no CG permanece incerto, com vários estudos controversos. OBJETIVO: Correlacionar a presença da infecção pelo Hp com câncer gástrico, através de exame anatomopatológico convencional do estômago ressecado. MÉTODO: Noventa e um pacientes tratados por ressecção cirúrgica foram revistos. O exame anatomopatológico foi feito em todos os pacientes para determinar a presença de infecção por Hp, metaplasia intestinal (MI) e confirmação do tipo histológico por hematoxilina-eosina. A análise estatística foi realizada através do qui-quadrado e testes de log-rank. RESULTADOS: MI foi observada em 81 tumores (89%). Em geral, a presença de infecção pelo Hp foi observada em 46 casos (50,5%). Não houve associação entre idade e Hp. Nos grupos de pacientes com CG avançado e precoce, a infecção pelo Hp estava presente em 47,7% e 54% dos tumores. A infecção pelo Hp ocorreu em 40 tumores (49%) no grupo de pacientes com MI. Nos com tumores sem MI, Hp estava presente em cinco (50%). Tumores proximais tiveram mais infecção por Hp, quando comparados aos tumores distais. CONCLUSÕES: A taxa de infecção não teve associação significativa com o tipo histológico, sexo, MI ou estágio de desenvolvimento tumoral. Esses resultados podem indicar que a participação da infecção pelo Hp durante o desenvolvimento do CG não pode ser descartada; no entanto, provavelmente não é essencial em todas as fases e o mecanismo do CG pode ser distinto da gastrite crônica e MI. Finalmente, é possível que a associação proposta é mera coincidência e que não há nenhuma influência real das bactérias no processo de carcinogênese.INTRODUCTION: Etiology of gastric cancer (GC) remains controversial and several factors have implicated in its carcinogenesis process, including Helicobacter pylori (Hp) infection. Hp infection's role on GC remains uncertain, with several conflicting studies. METHOD: Ninety-one patients with diagnosis of adenocarcinoma of the stomach treated by surgical resection were reviewed. Pathological examination was repeated in all patients to determine the presence of Hp infection, intestinal metaplasia (IM) and confirmation of the hystologic type by conventional haematoxylin-eosin staining. Statistical analysis was performed using Chi-quadrate and log-rank tests. RESULTS: IM was observed in 81 tumours (89%). Overall, the presence of Hp infection was observed in 46 tumours (50.5%). There was no association between age and Hp status. In the group of patients with early and advanced GC, Hp infection was present in 47.7% and 54% of tumours. Hp infection was present in 40 tumours (49%) in the group of patients with IM. In patients with tumours without IM Hp was present in five (50%) tumours. Proximal tumours had more Hp infection when compared to distal tumours. CONCLUSIONS: The infection rate had no significant association with histologic type, IM, gender or stage. These results may indicate that participation of Hp infection during GC development cannot be ruled out; however, it is probably not essential during all stages of GC development and the mechanism may be distinct of the chronic gastritis and IM progression. Finally, it is possible that the proposed association is merely coincidental and that there is no actual influence of the bacteria in the carcinogenesis process

    Inflammatory bowel diseases: principles of nutritional therapy Doenças inflamatórias intestinais: princípios da terapia nutricional

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    Inflammatory Bowel Diseases - ulcerative colitis and Crohn's disease- are chronic gastrointestinal inflammatory diseases of unknown etiology. Decreased oral intake, malabsorption, accelerated nutrient losses, increased requirements, and drug-nutrient interactions cause nutritional and functional deficiencies that require proper correction by nutritional therapy. The goals of the different forms of nutritional therapy are to correct nutritional disturbances and to modulate inflammatory response, thus influencing disease activity. Total parenteral nutrition has been used to correct and to prevent nutritional disturbances and to promote bowel rest during active disease, mainly in cases of digestive fistulae with high output. Its use should be reserved for patients who cannot tolerate enteral nutrition. Enteral nutrition is effective in inducing clinical remission in adults and promoting growth in children. Due to its low complication rate and lower costs, enteral nutrition should be preferred over total parenteral nutrition whenever possible. Both present equal effectiveness in primary therapy for remission of active Crohn's disease. Nutritional intervention may improve outcome in certain individuals; however, because of the costs and complications of such therapy, careful selection is warranted, especially in patients presumed to need total parenteral nutrition. Recent research has focused on the use of nutrients as primary treatment agents. Immunonutrition is an important therapeutic alternative in the management of inflammatory bowel diseases, modulating the inflammation and changing the eicosanoid synthesis profile. However, beneficial reported effects have yet to be translated into the clinical practice. The real efficacy of these and other nutrients (glutamine, short-chain fatty acids, antioxidants) still need further evaluation through prospective and randomized trials.<br>As doenças inflamatórias intestinais - retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Crohn - são afecções inflamatórias gastrointestinais crônicas de causa ainda desconhecida. Caracterizam-se por diarréia crônica, malabsorção, síndrome do intestino curto, disfunção da barreira mucosa e processo inflamatório intestinal, fatores que determinam deficiências nutricionais e funcionais que ressaltam a importância da terapia nutricional em seu tratamento. As diversas formas de terapia nutricional visam corrigir os distúrbios nutricionais e modular à resposta inflamatória, podendo, desta forma, influir na atividade da doença. A nutrição parenteral total tem sido usada para corrigir os distúrbios nutricionais e proporcionar repouso intestinal na doença ativa. Seu uso deve ser reservado a pacientes que não podem tolerar a nutrição enteral. A nutrição enteral é efetiva em induzir remissão clínica da doença em adultos e promover crescimento em crianças. Devido à baixa incidência de complicações e menor custo, a nutrição enteral deve ser opção preferencial à nutrição parenteral total quando possível. Ambas apresentam igual efetividade na terapia primária na remissão da Doença de Crohn ativa. Embora a terapia nutricional possa melhorar a evolução de muitos pacientes, é necessária uma seleção criteriosa devido a seus custos e complicações, especialmente naqueles que requerem nutrição parenteral total. Recentes pesquisas têm se dedicado ao uso de nutrientes como agentes terapêuticos primários. A imunonutrição com ácidos graxos ômega-3 se constitui numa importante alternativa terapêutica no manuseio das doenças inflamatórias intestinais, modulando o processo inflamatório e modificando o perfil de produção de eicosanóides. Entretanto, a real eficácia deste e outros nutrientes (glutamina, ácidos graxos de cadeia curta) ainda necessitam de novas avaliações por estudos prospectivos, controlados e randomizados
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