58 research outputs found

    Aprendendo a deliberar: fundamentos e método aplicados na disciplina de Bioética da Responsabilidade

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    Material didático.O presente material é fruto das primeiras duas ediçções da disciplina de Bioética da Responsabilidade, oferecida no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Catarina.A disciplina tem como objetivo educar para a gestão autônoma dos valores morais e para a deliberação de decisões éticas, buscando o desenvolvimento de profissionais de saúde, docentes e cidadãos eticamente competentes e responsáveis. Para tanto, valeu-se de momentos de ensino aprendizagem-teórica, onde os fundamentos de ética foram inicialmente apresentados e discutidos, para então se conhecer e compreender a Bioética da Responsabilidade. Posteriormente, por meio da Bioética Narrativa, o Método da Deliberação Moral foi primeiramente empregado, passando-se a uma parte mais prática da disciplina, onde a cada aula, uma dupla de estudantes apresentava um caso a ser deliberado. O registro das deliberações realizadas está compilado neste material didático. Além das sessões deliberativas, este documento contém uma parte introdutória onde se apresentam os fundamentos teórico-metodológicos empregados, bem como o plano de ensino da disciplina. Ao final, encontra-se ainda, uma avaliação do processo de ensino-aprendizagem, levantando recomendações para a continuidade e ampliação do ensino da Bioética da Responsabilidade e de seu método de Deliberação Moral.Não teve

    Representações sociais de gestantes sobre saúde bucal: uma referência para repensar a assistência odontológica materno-infantil

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Odontologia.Partindo do pressuposto de que é necessário melhor entender para melhor agir, este estudo investigou os saberes de gestantes sobre saúde bucal, tendo como objetivo a compreensão das representações sociais (RS) que influenciam suas práticas, à luz da Teoria das Representações Sociais, proposta por Moscovici, em 1961. Os sujeitos desta pesquisa qualitativa foram 12 gestantes, encontradas através de serviços de saúde pré-natais. A coleta de dados consistiu em uma entrevista semi-estruturada com cada gestante, que foi gravada e transcrita. Da análise deste material emergiram pré-categorias que foram agrupadas em 14 categorias subcategorias: perfil, procura por tratamento odontológico, início do tratamento, influências no aprendizado de saúde bucal, conteúdos apreendidos, autocuidado, conceitos e valores de saúde bucal, gestação versus tratamento odontológico, necessidade de informações profissionais, relação entre a saúde bucada gestante e a do bebê, responsabilidade, desejos e cuidados com o filho e outras questões. O reagrupamento destas subcategorias resultou em quatro categorias: o perfil das gestantes, as RS sobre a sua própria saúde bucal, as RS sobre a relação entre gestação e Odontologia e as RS sobre a saúde bucal do futuro filho. A discussão dos resultados procurou colaborar na instrumentalização dos profissionais da área, ao discutir as representações sociais da saúde bucal e ao proporcionar uma reflexão sobre a atual assistência odontológica prestada à gestante, a partir de achados tais como a representação do tratamento odontológico durante a gestação como um risco à saúde do feto e a representação da influência da saúde bucal da gestante na saúde do filho, mediada pela indissociabilidade entre gestante e feto, pelo contato físico íntimo também após o parto, pelos cuidados tomados em comum e pelos exemplos passados pelas mães a seus filhos. A aproximação entre gestantes e a Odontologia parece ser um desafio fundamental para o início de um ciclo de promoção de saúde bucal promissor. Para tanto é necessário que a formação dos recursos humanos na saúde, especialmente na Odontologia, e a prática odontológica nos serviços de saúde sejam repensadas, enfatizando-se a educação problematizadora, o trabalho pré-natal interdisciplinar e a assistência odontológica integral à gestante. Outras sugestões são também apontadas ao final do estudo, no sentido de fornecer subsídios aos trabalhos de educação em saúde bucal e de contribuir para a melhora da assistência odontológica materno-infantil

    Formação ética na graduação em odontologia: realidades e desafios

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Odontologia.Este estudo de caso teve como objetivo analisar a dimensão ética do processo de formação profissional em Odontologia, nos cursos de graduação brasileiros, para construir conhecimentos relativos a mudanças necessárias no sentido de se formar profissionais de saúde eticamente competentes. Para tanto, o objeto de estudo precisou ser delimitado por um marco conceitual, construído na interface de conceitos dispostos em diferentes níveis de abrangência: socialização primária, profissão e trabalho em saúde, formação em saúde, socialização profissional, currículo formal e oculto, formação ética e educação moral. O marco também colaborou no delineamento desta pesquisa qualitativa, em cuja primeira etapa um questionário enviado a coordenadores de 15 faculdades buscou traçar um panorama sobre como a formação ética vem sendo desenvolvida. Os resultados iniciais apontaram um comprometimento pontual dos cursos com a dimensão ética da formação profissional, indicando ações isoladas e limitadas, pouco intencionais e planejadas. Ao mesmo tempo, esta análise permitiu a seleção de duas instituições para o aprofundamento do estudo. Na segunda etapa, por meio de análise documental, buscou-se conhecer os fatores que influenciam a formação ética presentes no currículo formal. Na terceira etapa, focou-se nos fatores presentes no currículo oculto, através da coleta de dados em campo, valendo-se de entrevistas semidirigidas (10), observações diretas (10) e grupos focais (2). Os dados então coletados foram categorizados e reagrupados em três categorias temáticas - denominadas "modelos, mercado e poder"; "humanização"; e "ética no processo de socialização profissional" - revelando os fatores que influenciam a formação ética no currículo real, resultante da interação do currículo formal e do oculto. Os resultados apresentaram as realidades da formação ética vivenciadas nos cursos de graduação, confirmando a hipótese inicial de que a dimensão ética da formação profissional precisa ser mais bem desenvolvida para o pleno exercício da excelência profissional que é o objetivo principal da ética. O diálogo entre os dados coletados, os autores do marco conceitual e a pesquisadora apontaram então uma série de desafios que docentes e instituições precisam assumir no sentido de promoverem o desenvolvimento moral de seus estudantes e a vivência de valores humanizadores no ambiente acadêmico, de modo a fortalecer a dimensão ética do processo de formação profissional. Frente aos desafios levantados, algumas estratégias são propostas, ao final, para serem desenvolvidas com base nos valores da prudência, do realismo e da esperança, por todos os professores universitários que assumem o compromisso com a formação integral do ser humano e com a formação profissional ética de que a sociedade necessita

    Uma análise bioética das relações intra e inter-equipes de saúde bucal.

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    In the reorganization of primary and specialized care in oral health, the inclusion of the Dental Assistant and Dental Hygie nists may be perceived as a contemporary challenge. The aim of this study was to reveal in the light of daily bioethics, new problems and relational possibilities in the inter and intra dental team labor production processes. An exploratory-descriptive qualitative study was carried out by means of semi-structured interviews with 15 dental surgeons specialists, in a metropolitan area in southern Brazil. The data collected were analyzed in accordance with the Discursive Textual Analysis. The results showed that new profes sional identities start to be strengthened in the working process as a team. However, ethical problems are set in the work of both the intra and inter-teams: the ideology of professionalism; the dicho tomy still existing between the education in the biomedical model and the co-management model; and even a hegemonic notion of hierarchy. A new public ethos that associates the production of use values with intrinsic values of critical solidarity and political participation is constructed as a bioethical challenge.Na reorganização da atenção básica e especializada em saúde bucal, a inserção do Auxiliar e do Técnico é percebida como desafio contemporâneo à odontologia. Objetiva-se desvelar à luz da bioética os novos problemas e possibilidades relacionais nos processos de produção do trabalho inter e intra-equipes de saúde bucal. Em estudo exploratório-descritivo qualitativo, foram realiza das entrevistas semi-estruturadas com 15 cirurgiões-dentistas especialistas atuantes em Centros de Especialidades de uma região metropolitana do sul do Brasil, e analisadas por Análise Textual Discursiva. Os resultados evidenciaram a construção de novas identidades profissionais no processo de trabalho em equipe de saúde bucal, entrecortada por problemas intra e inter-equipe como: ideologia do profissionalismo; dicotomia entre a formação no modelo biomédico e no modelo de co-gestão; e hierarquização ainda hegemônica. Constrói-se como desafio bioético um novo ethos público que associe a produção de valores de uso a valores intrínsecos de solidariedade crítica e participação política

    Symbolic violence in undergraduate LGBT students’ experiences

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    Desde a infância, a violência simbólica é um processo vivenciado por pessoas LGBT diante das sanções da heteronormatividade hegemônica. A universidade se constitui como espaço de possibilidade e mudança para muitas pessoas, com uma expectativa em particular: a de maior abertura à pluralidade moral e, portanto, à diversidade. Este artigo investiga as experiências de violência simbólica e os contornos do habitus vividos por universitários LGBT, por meio de entrevistas não estruturadas com 16 estudantes analisadas a partir do arcabouço teórico de Bourdieu. A violência simbólica se mostrou presente na vida de todos, se manifestando em diversos ambientes e instituições, inclusive na vida acadêmica universitária, mas principalmente na vida familiar e escolar. Diante das imposições do habitus heterossexual, os indivíduos desenvolvem diversos recursos, com destaque para a aquisição de capital social, como a militância LGBT. No entanto, a universidade precisa concretizar ações específicas de enfrentamento às violências e de respeito à diversidade, considerando seu papel como instituição socialmente responsável pela educação de cidadãos para além de profissionais. Esse é um desafio já presente na definição da agenda ético-política universitária, que se torna ainda mais complexo em tempos de luta pela própria manutenção do sistema democrático no Estado brasileiro.Desde la infancia, la violencia simbólica es un proceso vivido por las personas LGBT ante las sanciones de la heteronormatividad hegemónica. La universidad se constituye como espacio de posibilidad y cambio para muchos, con una expectativa en particular: la de mayor apertura a la pluralidad moral y, por lo tanto, a la diversidad. Han sido investigadas las experiencias de violencia simbólica y los contornos del habitus vividos por universitarios LGBT. Han sido realizadas entrevistas no estructuradas con 16 estudiantes, analizadas a partir del marco teórico de Bourdieu. La violencia simbólica se mostró presente en la vida de todos. Ocurre en diversos ambientes e instituciones, con primacía en la familia y en la escuela, pero también en la vida académica universitaria. Ante las imposiciones del habitus heterosexual, los individuos desarrollan recursos, entre los cuales hay que destacar la adquisición de capital social, como la militancia LGBT. Pero la universidad, como institución socialmente responsable por la educación de ciudadanos más allá de profesionales, necesita concretar acciones específicas de enfrentamiento a las violencias y de respeto a la diversidad. Un desafío ya presente en la definición de la agenda ético-política universitaria, aún más complejo en tiempos de lucha por el propio mantenimiento del sistema democrático en el Estado brasileño.Since childhood, symbolic violence has been a process experienced by LGBT people facing the sanctions of hegemonic heteronormativity. University is a space of possibility and change for many people, with a particular expectation: of greater openness to moral plurality and, thus, diversity. This article investigates experiences of symbolic violence, and the contours of the habitus lived by LGBT university students, by using unstructured interviews with 16 students, analyzed from the theoretical framework of Bourdieu. Symbolic violence was present in all their lives, showing itself in different environments and institutions, including the university academic life, but mostly on their family and school life. Facing impositions of the heterosexual habitus, individuals develop resources, with the acquisition of social capital, such as LGBT militancy, standing out. However, the university needs to concretize specific actions to face violence and respect diversity, considering its role as an institution socially responsible for the education of citizens on top of professionals. This is a challenge already present in the definition of the ethical-political university agenda, that becomes even more complex in times of struggle for the very maintenance of the democratic system in the Brazilian State

    Instituintes e instituídos na formação médica: movimentos desencadeados pelo Programa Mais Médicos

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    RESUMO O presente estudo deteve-se no mapeamento das forças intervenientes no processo de implantação dos cursos de medicina criados a partir do Programa Mais Médicos (PMM), bem como nos efeitos dessas sobre as práticas de formação e sobre os sujeitos que as vivenciam. O campo de investigação foram dois novos cursos de medicina, nas regiões Sul e Nordeste do País. Por meio de abordagem qualitativa de pesquisa, fundamentada no método cartográfico, constatou-se que dois conjuntos de forças operam nos cursos, expressões do instituído e do instituinte na formação médica. No campo do instituído, destacaram-se as influências do modelo biomédico, do mercado de trabalho e dos movimentos de polarização política em curso no cenário nacional. Entre as forças instituintes, tiveram destaque os movimentos estudantis pela mudança na formação, os de reafirmação do Sistema Único de Saúde e da saúde coletiva, e aqueles que apoiam a formação focada em um perfil generalista. Em resumo, a proposta do Programa para a formação médica operou como dispositivo de interferência nesses cursos quando associada a um contexto grupal de construção coletiva, gestão compartilhada do curso e práticas pedagógicas ancoradas na perspectiva da produção sócio-histórica do processo saúde-doença-atenção e da própria instituição medicina

    Violência simbólica na experiência de estudantes universitários LGBT

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    Desde a infância, a violência simbólica é um processo vivenciado por pessoas LGBT diante das sanções da heteronormatividade hegemônica. A universidade se constitui como espaço de possibilidade e mudança para muitas pessoas, com uma expectativa em particular: a de maior abertura à pluralidade moral e, portanto, à diversidade. Este artigo investiga as experiências de violência simbólica e os contornos do habitus vividos por universitários LGBT, por meio de entrevistas não estruturadas com 16 estudantes analisadas a partir do arcabouço teórico de Bourdieu. A violência simbólica se mostrou presente na vida de todos, se manifestando em diversos ambientes e instituições, inclusive na vida acadêmica universitária, mas principalmente na vida familiar e escolar. Diante das imposições do habitus heterossexual, os indivíduos desenvolvem diversos recursos, com destaque para a aquisição de capital social, como a militância LGBT. No entanto, a universidade precisa concretizar ações específicas de enfrentamento às violências e de respeito à diversidade, considerando seu papel como instituição socialmente responsável pela educação de cidadãos para além de profissionais. Esse é um desafio já presente na definição da agenda ético-política universitária, que se torna ainda mais complexo em tempos de luta pela própria manutenção do sistema democrático no Estado brasileiro.Desde la infancia, la violencia simbólica es un proceso vivido por las personas LGBT ante las sanciones de la heteronormatividad hegemónica. La universidad se constituye como espacio de posibilidad y cambio para muchos, con una expectativa en particular: la de mayor apertura a la pluralidad moral y, por lo tanto, a la diversidad. Han sido investigadas las experiencias de violencia simbólica y los contornos del habitus vividos por universitarios LGBT. Han sido realizadas entrevistas no estructuradas con 16 estudiantes, analizadas a partir del marco teórico de Bourdieu. La violencia simbólica se mostró presente en la vida de todos. Ocurre en diversos ambientes e instituciones, con primacía en la familia y en la escuela, pero también en la vida académica universitaria. Ante las imposiciones del habitus heterosexual, los individuos desarrollan recursos, entre los cuales hay que destacar la adquisición de capital social, como la militancia LGBT. Pero la universidad, como institución socialmente responsable por la educación de ciudadanos más allá de profesionales, necesita concretar acciones específicas de enfrentamiento a las violencias y de respeto a la diversidad. Un desafío ya presente en la definición de la agenda ético-política universitaria, aún más complejo en tiempos de lucha por el propio mantenimiento del sistema democrático en el Estado brasileño.Since childhood, symbolic violence has been a process experienced by LGBT people facing the sanctions of hegemonic heteronormativity. University is a space of possibility and change for many people, with a particular expectation: of greater openness to moral plurality and, thus, diversity. This article investigates experiences of symbolic violence, and the contours of the habitus lived by LGBT university students, by using unstructured interviews with 16 students, analyzed from the theoretical framework of Bourdieu. Symbolic violence was present in all their lives, showing itself in different environments and institutions, including the university academic life, but mostly on their family and school life. Facing impositions of the heterosexual habitus, individuals develop resources, with the acquisition of social capital, such as LGBT militancy, standing out. However, the university needs to concretize specific actions to face violence and respect diversity, considering its role as an institution socially responsible for the education of citizens on top of professionals. This is a challenge already present in the definition of the ethical-political university agenda, that becomes even more complex in times of struggle for the very maintenance of the democratic system in the Brazilian State

    A Bioética Cotidiana como instrumento de reflexão sobre a atenção à saúde da população LGBT

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    The discrimination based on sexual orientation and gender identity in the social determination of the disease makes the issue of health care for the LGBT population (Lesbian, Gay, Bisexual, Transvestite and Transsexual) a question of ethics. Recognizing the Everyday Bioethics proposed by Giovanni Berlinguer as a powerful reference for the analysis of ethical problems, it is proposed an approximation between the health care of the LGBT population as object of analysis and the referred theoretical reference. For this reason, some concepts that allow us to highlight the morality implied in gender phobias, notably heteronormativity, homophobia and cisnormativity, are presented, in order to later draw the possible approximations between Everyday Bioethics and the health care problem of the LGBT population. It was considered that Everyday Bioethics constitutes a reflective apparatus of deep critical analysis to the way in which the health and life issues as a whole are treated, being able to include in its agenda the situations linked to the issues of gender, discrimination and social exclusion.A discriminação por orientação sexual e por identidade de gênero na determinação social da doença faz com que a problemática da atenção à saúde da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) possa ser percebida também como uma questão de ordem ética. Reconhecendo a Bioética Cotidiana proposta por Giovanni Berlinguer enquanto potente referencial de análise de problemas éticos, propõe-se uma aproximação entre a atenção à saúde da população LGBT enquanto objeto de análise e o referido referencial teórico. Neste sentido, abordam-se inicialmente alguns conceitos que permitem evidenciar a moralidade implicada nas fobias de gênero, notadamente heteronormatividade, homofobia e cisnormatividade, para posteriormente traçar as aproximações possíveis entre a Bioética Cotidiana e a problemática da atenção à saúde da população LGBT. Considerou-se que a Bioética Cotidiana constitui um aparato reflexivo de profunda análise crítica à maneira como as questões de saúde e de vida como um todo são tratadas, podendo-se então incluir em sua pauta as situações atreladas às questões de gênero, discriminação e exclusão social

    Bioethicsof the care in the teaching clinic : learning with patients

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    O estudo buscou compreender práticas de acolhimento de pacientes em uma clínica de ensino odontológico. Trata-se de um estudo de caso único e holístico, com abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas abertas com 20 pacientes, guiadas por um roteiro com temas problematizadores que procuram ligar princípios bioéticos a dispositivos subjetivos do cuidado: conceito ampliado de saúde e doença, intersubjetividade, corresponsabilidade e qualidade de vida. As práticas discursivas analisadas mostraram que o vínculo entre estudantes e pacientes da clínica de ensino se estabelece em uma construção mediada pelo longo tempo da formação. A corresponsabilidade está relacionada às construções intersubjetivas no cuidado e tem como atores do processo os estudantes e os pacientes. Ao afirmarem sentirem-se livres para opinar sobre seus tratamento também expressam uma postura de reduzida autonomia, pois consideram que não seja necessário fazê-lo. Como reflexo da fragmentação do cuidado nas clínicas de ensino, muitos silenciamentos emergem destas relações de poder e cuidado. Acredita-se que é clara a importância de práticas que se desvinculem de funções estritamente técnicas e invistam nos processos de fala e escuta, incansavelmente buscando empatia e vínculo como as tecnologias de saúde mais potentes para o tratamento, pois reafirmam a autonomia das pessoas na construção de seus itinerários de cuidado e a dignidade humana como valor central da prática de saúde.The study aimed to understand welcoming patients practices in a dentistry teaching clinic.It is a holistic single-case study with a qualitative approach.Twenty patients were interviewed following anopen-ended script containing problematizing topics trying to connect bioethical principles tosubjective devices of care: expandedconcept of health and illness, intersubjectivity, co-responsibility, and quality of life.The discursive practices analyzed showed that the bond between students and patients of the teaching clinic is established in a construction mediated by the long training time.Co-responsibility is related with the intersubjective constructions in the care, being the actors of the process both the students and the patients.When claiming to feelfree to give an opinion on their treatment, they also express a position of reduced autonomy, as they consider that it is not necessary to give it.As a reflection of the fragmentation of the care in the teaching clinics, much silencing emerges from these relations of power and care.It is believed that that the importance of practices that unlinkthemselvesfrom strictly technical functions and invest in the speaking and listening processes is clear. In an untiring search for empathy and bond as the mostpowerful health technologies for the treatment, they reaffirm the autonomy of the people in the construction of their itineraries of care and human dignity as a core value of the practice of health
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