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II Diretrizes em Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia
O diagnóstico e tratamento de pacientes idosos com doença cardiovascular apresentam
distinções importantes em relação aos pacientes adultos não idosos. A anamnese pode ser
dificultada por diminuição de sensibilidade dolorosa, déficit de memória e de audição, dificultando
a compreensão das questões formuladas pelo médico, com menor precisão das informações e
consequente erro diagnóstico. A omissão ou desvalorização ou hipervalorização dos sintomas
contribuem para aumentar essas dificuldades. Além disso, o exame físico pode confundir. A estase
jugular, característica de ICC, pode ser ocasionada por vasos tortuosos e ateroscleróticos ou por
compressão venosa pelo arco aórtico alongado. Estertores pulmonares podem ser ocasionados
por atelectasia ou doença pulmonar obstrutiva crônica; a hepatomegalia, por diafragma rebaixado
secundário à doença pulmonar obstrutiva crônica; e o edema, por insuficiência venosa, ação
gravitacional ou compressão extrínseca por tumor. O tratamento deve ser conduzido com
cuidado. As transformações que ocorrem com o envelhecimento modificam a farmacocinética e a
farmacodinâmica dos fármacos, com alterações em sua distribuição, metabolização e eliminação,
além de repercutirem em sua ação e efeito no organismo do idoso. Esses fatos demandam
adequação das doses dos medicamentos. A presença de comorbidades e aparecimento das doenças
degenerativas associada ao processo de envelhecimento levam ao uso de maior número de fármacos
e, consequentemente, de interações medicamentosas, exigindo atenção na prescrição terapêutica