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    “Só me conheço como sinfonia” – educar para a alteridade na sociedade do conhecimento

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    Na propalada sociedade do conhecimento, a Escola é hoje confrontada com os desafios da era da informação consumida, sobretudo, através dos múltiplos ecrãs a partir dos quais lemos o mundo globalizado. Neste contexto, o papel dos profissionais de Educação tem vindo a redimensionar-se, ganhando maior relevo a sua mediação e promoção de práticas educativas para a alteridade, de modo a acolher a diversidade linguística e cultural, fomentando percursos solidários de partilha de conhecimento de si para/com o Outro. Assim, este artigo tem como objetivo indagar a importância da educação para a alteridade hoje, numa sociedade em rede, focando: i) a relevância da abertura ao Outro, na construção reflexiva da identidade em alteridade, destacando o papel da(s) língua(s) neste processo; ii) o papel do professor e dos profissionais de Educação em tal missão de (re)descoberta de si e do Outro, para a consolidação de uma “literacia da compreensão”, partilhada com a comunidade educativa em geral, e com os alunos em particular. Conclui-se que, na atual tessitura global, a construção do conhecimento deverá assentar no fomento de itinerários de alteridade, numa rede solidária feita de identidade e cultura, a qual também pode e deve continuar a ter lugar na sociedade do conhecimento

    O desenvolvimento do Processo de Bolonha e a (re)construção da(s) literacia(s) – que pedagogia para a autonomia?

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    No ensino superior em geral, e no âmbito do ensino politécnico em particular, debatemo-nos hoje com múltiplos e renovados desafios que se alimentam hodiernamente da necessidade de realizar práticas educativas que configurem a miríade de literacias exigidas no âmbito de uma cidadania ativa. Nesse sentido, os itinerários de trabalho autónomo e colaborativo que traçamos com/para os estudantes merece particular atenção, pelas suas possíveis repercussões no labor que futuramente desenvolverão. Nesta comunicação procuramos, pois, refletir sobre um conjunto de indagações entretecidas nas nossas práticas docentes, numa instituição do ensino superior politécnico, com sessenta estudantes inscritos na unidade curricular de Teoria da Informação e da Comunicação I (integrada no plano de estudos do curso de Comunicação Social, 1.º ano), no 1.º semestre do ano letivo 2013/2014, partilhando uma abordagem pedagógica apoiada na (re)organização do processo de ensino/aprendizagem, a partir dos conteúdos programáticos desta unidade curricular. Deste modo temos como objetivos: i) refletir sucintamente sobre as razões que nortearam a planificação e o desenvolvimento de tal processo; ii) apresentar algumas propostas de redimensionamento de práticas de ensino/aprendizagem que possam favorecer a consolidação do trabalho autónomo dos estudantes, bem como o trabalho colaborativo desenvolvido em sala de aula, tendo como ponto de partida a articulação entre a metodologia de ensino e a avaliação; iii) refletir sobre a autoavaliação realizada pelos estudantes no final da unidade curricular no que respeita ao trabalho levado a cabo, a partir da análise de conteúdo das suas reflexões individuais sobre o mesmo. Considerou-se adequada para este estudo uma abordagem de natureza qualitativa, sendo a opção pela técnica de análise de conteúdo de tipo exploratório entendida enquanto favorecedora do descortinar dos sentidos implícitos e explícitos que pudessem emergir das reflexões dos estudantes. Foi possível compreendermos que estes consideraram positiva a abordagem dos conteúdos programáticos ao longo das aulas, embora as modalidades de trabalho concretizadas em sala de aula tivessem constituído um desafio para alguns. Relativamente às modalidades de avaliação propostas, embora tivessem sido objeto de (re)negociação ao longo da abordagem desenvolvida, verificámos que o seu acolhimento foi menos entusiástico, possivelmente por exigir um exercício de autonomia que não realizariam de forma sistemática e habitual. Dados os resultados obtidos, espera-se que uma abordagem pedagógica com estes contornos, privilegiando a autonomia dos estudantes e a sua participação mais ativa no processo de ensino/aprendizagem, possa vir a ser realizada, no próximo ano letivo, com estudantes do 1.º ano do curso de Publicidade e Relações Públicas

    Da página ao(s) ecrã(s): tecnologia, educação e cidadania digital no século XXI

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    Na atual sociedade em rede, a relação entre literacia e tecnologia tem vindo a estreitar-se, abrindo um amplo debate sobre as vantagens da utilização das TIC em contexto escolar, para acompanhar o ritmo das gerações quotidianamente rodeadas de ecrãs que as convidam a explorar novas formas de “ler” o mundo. Partindo deste pressuposto, os objetivos do artigo são: 1) fazer uma revisão de literatura sobre a evolução conceptual da literacia digital, sublinhando a pluralidade das suas facetas e a sua relevância em contexto escolar; 2) refletir sobre o modo como tal evolução alimenta e consolida o exercício da cidadania digital, tendo como objetivo a promoção da e-inclusão; 3) indagar o modo como a escola tem sido desafiada a integrar as TIC em contexto de sala de aula, a partir de uma seleção de estudos que, por um lado, configuram um retrato possível da atual “geração digital” e, por outro lado, incidem sobretudo em exemplos concretos de atividades realizadas no ensino básico, enfatizando as perceções e atitudes de professores e alunos nelas envolvidos. Finalmente, conclui-se que os avanços conseguidos são um incentivo para repensar a implementação sistemática de processos de utilização pedagógica das TIC no ensino e aprendizagem enquanto um dos pilares do futuro digital da educação

    Tradição e inovação na pena de John Ruskin e Alexandre Herculano

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    Alexandre Herculano (1810-1877) e John Ruskin (1819-1900) conferiram uma nova vitalidade ao passado, entretecendo-o de ficções e realidades que cativaram os leitores do seu tempo e lhes abriram novos horizontes. Se é certo que não foram os únicos a lançar mão do passado para sanar os males do seu século, o modo como exploraram tal filão, metamorfoseando épocas passadas numa amálgama rica em tradições inovadas, merece um olhar atento. Ruskin foi muitas vezes guiado por Walter Scott quer em termos pessoais, quer em termos da obra que produziu, considerando a Idade Média a época que mais riquezas trouxe à humanidade. Herculano, como é sabido, inspirou-se em Scott para criar o seu romance histórico e nunca escondeu a sua admiração pelo escritor Escocês. Tal como Ruskin, Herculano não poupou elogios à Idade Média demonstrando, quer nos seus romances históricos, quer em diferentes momentos da sua vida nas reflexões que deu a lume, ser essa a época onde urgia buscar antídoto para combater os males da sociedade sua contemporânea. O passado funcionou para Ruskin e Herculano como alternativa não passiva ao presente corrupto e degradado que denunciaram sem temor. Não sendo possível, nem sequer desejável, demonstrar de forma absoluta o modo com Herculano e Ruskin (re)interpretaram o passado em Portugal e Inglaterra, respectivamente, optámos por reflectir sobre a forma como ambos encararam o passado nacional e lançar um olhar interessado ao modo como Ruskin equaciona o seu passado individual. Em primeiro lugar, teremos em consideração as estratégias que ambos adoptaram para (re)ver o passado e o modo como os dois escritores apresentaram propostas válidas de mudança à sociedade do seu tempo. Em segundo lugar, acompanharemos de perto a forma como na sua autobiografia Ruskin estabelece pactos com passados reais e imaginados no intuito de se descobrir a si próprio

    Literacia científica, poesia e cidadania: diálogos (im)prováveis?

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    A atual sociedade em rede, pautada por fluxos informacionais elevados, exige aos cidadãos competências em literacia científica fundamentais à sua participação plena na sociedade. Neste contexto, uma visão holística da construção do conhecimento institui-se como um dos objetivos fundamentais da Escola, favorecedor de um exercício de cidadania ativo e responsável. Assim, os objetivos principais deste artigo serão: (1) refletir sobre a importância da literacia científica para a (re)construção da cidadania; (2) (re)ver o papel do professor na formação para cidadania; (3) discutir a relevância das competências transversais e o recurso ao diálogo entre poesia e ciência enquanto pilares de uma visão holística de saberes em atualização permanentes. Finalmente, sugere-se que, apesar de alguns testemunhos nesse sentido, há ainda múltiplos caminhos a desbravar para a construção de novas pontes para o conhecimento

    Pedagogia para a autonomia no ensino superior: inquietações, (re)flexões e pactos do quotidiano com estudantes do 1.º Ciclo de estudos em Comunicação Social

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    Numa sociedade marcada pela omnipresença dos Media, os cidadãos são crescentemente convocados a participar em exercícios de cidadania plasmados pela pluralidade. No ensino superior, os estudantes são chamados em permanência a participar ativamente em tal (r)evolução, mormente através do trabalho autónomo e colaborativo que realizam, exigindo-lhes uma mobilização de literacias múltiplas. Neste sentido, será cada vez mais necessário que os professores/educadores, no seu papel de descobridores de caminhos, reflitam sobre as suas práticas, num processo de indagação e inquietação permanentes, assentes em pilares de incertezas, mas abertos a novas possibilidades e deslumbramentos. A essa luz, nesta comunicação procuramos (per)correr um conjunto de indagações que germinaram a partir do práticas educativas com estudantes do 1.º Ciclo de estudos em Comunicação Social numa instituição do ensino superior, na unidade de Teoria da Informação e da Comunicação I partilhando uma abordagem pedagógica apoiada na (re)organização do processo de ensino/aprendizagem. Assim, será nosso objetivo: i) refletir sobre os desafios e nervuras a partir dos quais se desenvolveu tal processo; ii) indagar possíveis formas de redimensionamento de práticas de ensino/aprendizagem apoiadas nas possibilidades de novas leituras do mundo, sugeridas a partir da articulação entre a metodologia de ensino e a avaliação e seu cruzamento com os conteúdos programáticos da unidade curricular; iii) refletir sobre a autoavaliação que os estudantes realizaram no final da unidade curricular sobre a abordagem implementada, através da análise de conteúdo das suas reflexões individuais sobre o percurso percorrido. Conclui-se (provisoriamente) que os estudantes valorizaram possíveis mais-valias decorrentes da aprendizagem colaborativa em que se envolveram, possibilitando os desafios e dificuldades que emergiram das suas reflexões uma renovação das inquietações e indagações sobre nossas práticas, no ensino superior

    Leitura(s) e criatividade(s): representações, itinerários e (desa)fios para formar leitores com as Metas Curriculares de Português

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    A leitura e a criatividade têm sido crescentemente valorizadas na Educação pelo papel diversificado e importante que desempenham no universo social dos indivíduos, convidando o professor a (re)ver as suas práticas. Face aos desafios colocados pela homologação das Metas Curriculares de Português no que diz respeito a tais práticas, procedemos, primeiramente, a uma breve revisão do caráter multidimensional dos conceitos de criatividade e de leitura. De seguida, indagamos de que forma(s) as representações dos professores/futuros profissionais de Educação sobre tais conceitos se podem repercutir nas suas práticas. Finalmente, refletimos sobre os múltiplos desafios inerentes ao cruzamento entre criatividade e leitura
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