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As artes conventuais nos Açores e o processo de criação do arcano místico da Ribeira Grande
As artes tiveram um papel central nos processos de construção de sociedades perfeitas femininas no arquipélago dos Açores. A dádiva de doces e de objectos de arte criava laços de comunicação religiosa, instituía relações de poder no interior dos conventos, estreitava e aprofundava as relações familiares, económicas e políticas com a sociedade exterior. A instauração do
Liberalismo e a extinção dos conventos dispersaram as freiras artistas, uma
das quais se dedicou à criação e exposição do Arcano, a mais importante obra
de escultura de tradição conventual dos Açores.ABSTRACT: The arts played a central role in the processes of construction of perfect female societies in the Azores archipelago. The gift of sweets and art objects created religious communication ties, established power relations
within the convents, narrowed and deepened family, economic and political relations with the outside world. The instauration of Liberalism and the extinction of the female monasteries dispersed these nuns artists, one of which
was devoted to the creation and exhibition of the Arcanum, the most important sculpture work of monastic tradition in Azores
Mito e história no noroeste de Angola
Este trabalho de síntese constitui a primeira parte de uma obra mais vasta, dedicada ao sistema político tradicional das populações do Noroeste de Angola, na qual abordaremos, igualmente, os emblemas dos chefes e alguns aspectos etno-morfológicos e estéticos de uma insígnia particular: o bastão (mvwala). A escolha desta temática não foi meramente arbitrária, mas resultou
da necessidade de completarmos e aprofundarmos a discussão dos resultados
do trabalho de campo realizado entre os Ndembu durante os anos de 1972 e 1973. Todo o passado do Noroeste angolano foi dominado pelo desenvolvimento e queda do Estado Kongo e, por isso, o estudo de qualquer população
dessa vasta região pressupõe o conhecimento da evolução do "Reino de São Salvador". Por outro lado, não é possível abordar a problemática das insígnias dos chefes sem saber o que é um chefe Kongo, em que sistema político se insere e de que poderes disfruta. Porém, o Kongo do século XVIII não
era igual àquele que os portugueses contactaram, pela primeira vez, no século
XV, e a situação presente é o resultado de um complexo e fascinante processo
histórico. Assim, se o âmbito do nosso trabalho é especialmente limitado
pela área de influência da cultura conguesa, no tempo, ele percorre um caminho que vai do século XV aos nossos dias. Contudo, a nossa intenção não é reconhecer exaustivamente a realidade Kongo, tarefa impossível para
os ombros de um só investigador, mas determinar somente as características
fundamentais da sua organização política. Esta tarefa pareceu-nos indispensável para uma cabal compreensão do quadro sócio-político do Noroeste de Angola e, em última análise, para situar o Estado Kongo na tipologia dos Estados Negro-Africanos. Afim de prosseguirmos este projecto de investigação, definimos previamente vários problemas, em torno dos quais procurámos
desenvolver o nosso trabalho. Recorremos para isso à riquíssima documentação
histórica disponível, às tradições orais registadas, e aos estudos históricos
e etnológicos. No caso específico dos Ndembu, utilizámos dados recolhidos
durante os trabalhos de campo. Visto globalmente, todo este manancial
de fontes apresenta-se crivado de lacunas. Os documentos escritos, apesar de abundantes e, por vezes ricos de conteúdo, estão muito longe de cobrir todos os aspectos da realidade, distribuem-se de forma desigual ao longo do tempo e relacionam-se com regiões particulares dentro da área, o que torna controversa a generalização do respectivo conteúdo. Além disso, foram elaborados em grande parte por Missionários e têm de ser encarados criticamente.
Quanto às tradições orais, pouco ou nada se sabe dos locais e circunstâncias em que foram recolhidas, o que torna a sua utilização sempre problemática.
Os historiadores, ligados ou não à Antropologia Cultural, têm produzido
trabalhos de excepcional mérito, mas as suas perspectivas são diferentes e até contraditórias. Quase se pode afirmar que há tantos "reinos" Kongo quanto os historiadores. No domínio etnológico existem boas monografias, muito embora grande número de sociedades esteja ainda por estudar. [...
SenseBloom
A Work Project, presented as part of the requirements for the Award of a Masters Degree in Management from the NOVA – School of Business and Economic
Recovery of Incomplete Data of Statistical Livestock Number Applying an Entropy Approach
Livestock Production/Industries, Research Methods/ Statistical Methods,
A minimum cross entropy model to generate disaggregated agricultural data at the local level
This work presents an entropy approach to disaggregate agricultural data at a local level. It comprises two different steps. In a first one, an information prior at disaggregated level based on experts’ opinions, available cartography of land use and biophysical data is created. In a second step, it’s used a minimum cross entropy process in order to manage these information inputs and to guaranty a solution compatible with all the different restrictions. The model was applied to the region of Algarve in the year of 1999, in order to disaggregate the data at the pixel and county level. Results show that the model was able to provide some satisfactory results since the estimated values obtained for the different areas revealed a good approximation to the true values. These results were then analyzed and provided a new insight about the policies’ consequences in the territory.Minimum cross entropy, data disaggregation, local level, Algarve, agricultural policies, Agricultural and Food Policy, C11, C81, Q15, R14,
Distributed production planning and control agent based system
A model of an Agent based Production Planning and Control (PPC) system able to be dynamically adaptable to local and distributed utilization of production resources and materials is presented. The PPC system is based on the selection of resources to deal with one order of different quantities of one product each time. In this way it is build one scheduling solution for that particular order. The production resources are selected and scheduled using a multiagent system supported by an implementation of the Smith Contract Net, using Java Spaces technology. The multiagent system is based on three main agents: Client, Resource and Manager. These agents negotiate the final product, and the correspondent components, requested by the client. An order for each product (component) triggers a process of dynamic design of a production system to fulfill that particular order. This system exists till the end of the order
O barro, a técnica e a arte : a cerâmica dos Açores e as olarias de Vila Franca do Campo
A Tecnologia Cultural é a disciplina da Etnologia que estuda as actividades técnicas do homem, ou seja, o conjunto de acções que este exerce sobre a matéria, a fim de obter resultados que o ajudarão a satisfazer múltiplas necessidades. As tecnologias implicam matéria prima e energia, ligadas entre si por actos técnicos que recorrem a utensílios. Os objectos criados pelo homem são os únicos testemunhos das mais recuadas civilizações, documentando toda a história humana, e não admira que no século XIX Lewis Morgan tenha classificado evolutivamente os estádios culturais da humanidade de acordo com a sucessão dos inventos técnicos. O próprio difusionismo havia de nascer nos Museus ele Berlim, sob o fascínio dos objectos, da sua sistematização e da sua apresentação ao público. O estudo das tecnologias está hoje ligado a nomes clássicos da Antropologia Cultural como Marcel Mauss, Montandon, Leroi-Gourhan, Haudricourt, Hélène Balfet, Cresswell e Godelier. Nos Estados Unidos, Leslie White e Julien Steward reexaminaram o papel do factor tecnológico na evolução das culturas e a problemática por eles desenvolvida está na base da Ecologia Cultural. O estudo das tecnologias tradicionais tem sempre grande relevo num curso de Etnologia, nomeadamente quando este assume, entre os seus objectivos, o despertar das consciências para os valores culturais da sociedade tradicional e para a necessidade do seu estudo e recuperação. Nesta perspectiva, vamos tentar a abordagem de uma tecnologia tradicional dos Açores, a cerâmica ele Vila Franca do Campo (São Miguel), encarando-a como um meio de pensarmos o relacionamento do homem insular com o ambiente, uma técnica e uma arte. Os oleiros açorianos criaram utensílios que povoaram o quotidiano ilhéu até que a implacável civilização do alumínio e do plástico remeteu para o etnólogo a missão de acompanhar a arte elo barro à sua derradeira morada: o Museu.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
A luminária popular da ilha Graciosa
Prosseguindo o estudo sistemático das candeias de azeite açorianas, um dos utensílios indispensáveis no equipamento doméstico da antiga casa rural insular, é altura de nos debruçarmos sobre as lâmpadas da ilha Graciosa. De 1984 a 1986, tive a oportunidade de efectuar algumas estadias na illha Branca, que me proporcionaram um inesquecível convívio com os seus habitantes, e durante as quais me pude aperceber de quanto era urgente incluir também esta ilha nos programas de investigação do Centro de Estudos Etnológicos da Universidade dos Açores. Os vários projectos então iniciados revelaram aspectos inéditos e até surpreendentes do rico património tradicional da Região e, graças ao apoio incansável e desinteressado de tantos graciosenses, é possível divulgar agora os primeiros resultados do trabalho realizado.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
A antropologia cultural na Universidade dos Açores : um contributo para a descoberta e a salvaguarda do património etnográfico insular
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Mas a evolução cultural e, nos últimos anos, a avassaladora implantação da sociedade de consumo, das suas práticas e da sua ideologia levou ao abandono e à morte de muitos valores da cultura tradicional açórica. O açoriano vai despindo a sua roupa cultural para a trocar por outra que não se adapta à sua pele nem à sua maneira de ser. O rico património tradicional com que se identificava morre e esquece. Os açorianos são progressivamente um povo sem memória, sacrificado a um tipo de desenvolvimento alienante.
Parece-me que o progresso técnico que é real nos Açores não foi adaptado às características geográficas e culturais da região nem as respeita. Neste contexto os etnólogos podem e devem contribuir para o inventário, o estudo, a protecção e sobretudo para a dignificação dos aspectos da cultura tradicional que estão em vias de se perder. Devem consciencializar as pessoas para o valor do seu património tradicional e divulgá-lo a todos os níveis. No caso dos Açores, julgo que é urgente dar uma dimensão enraizadamente cultural a um processo de regionalização que tem sido sobretudo administrativo e político.
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Sobre uma lâmpada tradicional da ilha do Pico (Açores)
Em anterior trabalho fizemos uma primeira abordagem das candeias de azeite utilizadas, até data recente, na iluminação das casas da ilha do Pico, feitas em ferro forjado, por ferreiros especializados, e suspensas no local que carecia de luz.
No decurso de pesquisas de campo, efectuadas em 1980, na freguesia das Ribeiras (Lajes), deparou-se-nos uma lâmpada de pousar, feita em metal amarelo pela técnica de fundição. Esta candeia, pertencente a Lassalete Câmara da Silveira Soares (Caminho de Cima-Ribeiras), que a recebeu da avó materna, Luísa da Conceição Câmara Neves (1892-....) (Canto- Ribeiras), fugia completamente aos modelos usuais nos Açores e, por isso, lhe dedicamos um estudo à parte.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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