93 research outputs found

    ESPELHAMENTO E DISTORÇÃO: A CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE DO RASKÓLNIKOV DE CRIME E CASTIGO EM SEU DIÁLOGO COM SVIDRIGÁILOV

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    O presente artigo apresenta resultados parciais da pesquisa de mestrado Polifonia e Emoções: um estudo sobre a construção da subjetividade em Crime e castigo de Dostoiévski, com a qual se intenta analisar o protagonista, Rodion Raskólnikov, em sua relação com outros personagens do romance. A análise leva em consideração, por um lado, os estudos da crítica literária, em particular as idéias de Bakhtin sobre o romance polifônico e, por outro lado, a proposta de psicologia da arte elaborada por Vigotski. O artigo contará com um resumo da análise elaborada sobre o par Raskólnikov-Svidrigáilov. Observou-se que Svidrigáilov aparece como duplo de Raskólnikov do tipo visão de horror, cuja função é espelhar, de modo distorcido, aspectos negativos de sua subjetividade. Foram estabelecidos paralelos entre as descrições físicas de cada um, suas relações com figuras femininas, o embate entre egoísmo e altruísmo e o pertencimento a outro mundo como traço de loucura

    Yiddish Jewish Theater in L. S. Vygotsky's Theatrical Critique

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    O artigo tem por objetivo apresentar alguns aspectos da formação de um teatro judaico de língua ídiche na Rússia, seus desafios e principais características, para, em seguida, comentar uma série de resenhas escritas por L. S. Vygótski (1896-1934) acerca das apresentações da companhia de teatro dirigida por Menachem Rubin, as quais tiveram lugar na cidade de Gomel (atual Bielorrússia), no ano de 1923. As resenhas acompanham as inovações trazidas pelo teatro judaico no contexto das vanguardas russas, mas também seus paradoxos e inconsistências. O olhar sobre a produção da província revela, ainda, as diferenças em relação ao que se faz nas grandes capitais. Por fim, as resenhas trazem à tona a ligação de Vygótski com tradições e temas judaicos, aspecto frequentemente negligenciado de sua biografia e que só recentemente tem recebido maior atenção.The essay has the objective of presenting some aspects of the formation a Jewish theater spoken in Yiddish in Russia, its challenges and main features. Later we intend to comment a series of reviews by L. S. Vygotsky (1896-1934) on the performances of a theatrical company directed by Menachem Rubin that took place in Gomel (now Belarus) in 1923. The reviews follow the innovations brought by the Jewish theater in the context of Russian avant-garde but also its paradoxes and inconsistencies. The look on provincial productions also reveals the differences in relation to what was made in big centers. At last, the reviews provide an overlook on Vygotsky’s relations to Jewish themes and traditions, an important aspect often neglected in its biography that just recently has received more attention

    Russian Formalism through the lens of L. S. Vygotsky: influence and critic

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    O artigo apresenta a discussão vygotskiana sobre as ideias do Formalismo Russo expostas no capítulo “Arte como procedimento”, do livro Psicologia da arte (de 1925). Trata-se de uma resposta crítica contemporânea ao desenvolvimento da escola. Apesar de dialogar mais intimamente com as vertentes marxistas do estudo da arte em sua obra, Vygótski faz uma crítica muito refinada, que ressalta o potencial da Escola Formal e, ao mesmo tempo, aponta suas contradições e limitações, sem que as mesmas invalidem a profunda inovação, muito cara a Vygótski, oferecida por vertente dos estudos literários.The paper presents a discussion of the ideas of Russian Formalism by Vygotsky exposed in the chapter “Art as device”, of the book The Psychology of art (1925). This is a critical response contemporaneous to the development of the aforementioned school. Despite the more intimate dialogue with Marxist approaches to the study of art in his work, Vygotsky makes a sophisticated criticism of the Formal School, one that enhances its potential and, at the same time, points to its contradictions and limitations without diminishing the originality of the approach to literary studies, which was so dear to Vygotsky

    Os Judeus e a Questão Judaica nas Obras de F. M. Dostoiévski

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    The text was written by the well-known Soviet psychologist L. S. Vygosky in his youth years. Despite the young age, the essay presents an acute exam of a burning question in Russian literature: the problematic attitude towards Jews. After presenting an overview of the portrayal of Jews by different authors (such as Pushkin, Gogol, Lermontov), Vygotsky examines the polemic and controversial presence of the zhid in the work of Dostoevsky.O texto foi escrito na juventude pelo conhecido psicólogo soviético L. S. Vygótski. A despeito da pouca idade do autor, o ensaio apresenta um exame agudo de uma questão candente da história da literatura russa – a problemática relação com a figura do judeu. Após um panorama das representações judaicas em diferentes autores (Púchkin. Gógol e Lérmontov, por exemplo), Vygótski se detém na presença polêmica e controversa do jid na obra dostoievskiana

    Nos amis les ennemis: nuances of the Slavophile versus Westernizers dispute

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    A partir do exame das ideias de personagens específicas da história da cultura e da literatura russas, o presente artigo pretende oferecer uma visada original acerca da famosa querela entre eslavófilos e ocidentalistas, geralmente tida como eixo norteador do debate intelectual russo do século XIX. A escolha dos personagens — Pável Péstel (1793-1826), Aleksandr Herzen (1812-1870) e Fiódor Dostoiévski (1821-1881) — preconizou a diversidade de pontos de vista e, assim, permite entrever mais nuances do que dicotomias. Pretendemos examinar como o futuro da Rússia diante da encruzilhada geográfica e cultural que lhe é inerente se delineia no pensamento de Herzen e Dostoiévski. Péstel nos faz recuar no tempo para revelar como a querela oitocentista surgiu em meio a um debate de fundo anterior.By examining the ideas of specific personalities of Russian culture and literature, this paper aims to offer an original perspective of the well-known dispute between slavophiles and westernizers, usually deemed as the axis of the Russian intellectual debate in the 19th century. The selection of such personalities — Pavel Pestel (1793-1826), Alexander Herzen (1812-1870) e Feodor Dostoevsky (1821-1881) — has privileged the diversity of points of view and, thus, allows a glimpse more of nuances than of dichotomies. We intend to examine how the future of Russia faced with an inherent geographic and cultural crossroads is shaped in the thoughts of Herzen and Dostoevsky. Pestel makes us go back in time to disclose how this 19th century dispute has emerged from a previous background debate

    L. S. Vygotsky’s theatrical reviews: aspects of the translation

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    This paper aims to approach translation aspects from a set of theater plays’ reviews written by L. S. Vygotsky and published in the periodical Nash Ponedelnik (1922, a local newspaper from Gomel). The reviews provide comments to the plays presented by the theatrical troupe Solovstov and have a journalistic and publicist character. The details of the language approached by this paper reveal the style of the author and his mission as a critic.O presente artigo pretende abordar aspectos da tradução de um conjunto de resenhas de espetáculos teatrais escritas por L. S. Vygótski e publicadas em 1922 no periódico Nach Ponediénik (veículo de circulação local da cidade de Gomel). As resenhas comentam as montagens apresentadas pela companhia teatral Solovtsóv e têm caráter jornalístico e publicístico. As características da linguagem abordadas no artigo revelam o estilo específico do autor e sua missão como crítico

    O dândi vaidoso de "Uma história desagradável", de Dostoiévski: aspectos poéticos e tradutórios

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    O presente artigo aborda aspectos poéticos e da tradução do conto Uma história desagradável, de Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski, publicado originalmente em 1862 na revista O Tempo, e em primeira tradução direta para o português pela Editora 34 em 2016 (DOSTOIÉVSKI, 2016). Inicialmente serão apresentados elementos do enredo e do contexto que circundam a narrativa, particularmente a forte estratificação social russa e o período das reformas do tsar Alexandre II. A seguir, são elencados aspectos poéticos do conto, escolhidos por serem característicos da obra em questão. Em primeiro lugar será comentada a dramaticidade da prosa dostoievskiana, já observada pela crítica (VÁSSINA, 2008), mas que será complementada e ponderada por uma análise do papel do narrador neste texto. A seguir, serão tratadas a elaboração poética da linguagem (cf. SCHNAIDERMAN, 1982) e o humor, aspecto menos privilegiados pela crítica do romancista. Por fim, serão comentados alguns momentos da tradução – uso de notas, adaptações e tradução do título –, reforçando a ideia de que cada escolha reflete a necessidade de ajustes conforme a língua de chegada e uma interpretação consistente da obra

    O narrador de Crime e castigo segundo Gary Rosenshield: o romance polifônico em xeque

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    Outra vez Bazárov

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    Aleksandr Herzen’s epistolar essay was composed in 1868 and presents the author’s acute polemic towards the “new men” of the 1860s, the “children”, according to the category devised by Turgenev in his famed novel. In the text, Herzen, an eminent representative of the generation of the fathers, settles the score with stereotypical views of the generation he belongs to, indicates the “children’s” mistakes, injustices and deviations. Finally, the author steps into the dispute for the philosophical concept of nihilism, reworking it on a new basis.O ensaio epistolar de Aleksandr Herzen foi composto em 1868 e constitui uma acirrada polêmica do autor com “os novos homens” da década de 1860, os “filhos”, segundo a categoria fundada pelo romance de Turguêniev. No texto, Herzen, um eminente representante da geração dos pais, acerta as contas com as representações estereotipadas sobre a geração à qual pertence, apontando os erros injustiças e desvios dos “filhos”,. Por fim, o autor entra na disputa pelo conceito filosófico de niilismo, reelaborando-o em outras bases

    A questão das emoções e da vivência estética: o diálogo entre Vigotski e Stanislávski em torno da psicologia do ator

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    Resumo O artigo objetiva examinar as ocorrências do conceito de vivência em textos vigotskianos sobre arte, particularmente o ensaio sobre Hamlet, de 1915; o livro Psicologia da arte, de 1925; e o capítulo “Educação Estética”, publicado em Psicologia pedagógica, de 1926. Em seguida, o artigo se debruça sobre o texto “A psicologia do trabalho criativo pelo ator”, buscando compreender como nele Vigotski analisa criticamente as ideias de Denis Diderot e Konstantin Stanislávski para propor uma visada original sobre a psicologia da vivência cênica do ator. Visto sob o pano de fundo de escritos anteriores, o artigo pretende contextualizar o texto de 1932 dentro do quadro de interesses de Vigotski, que articula o campo da arte teatral e o estudo das emoções
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