66 research outputs found

    Urinary tract infection in pregnancy

    Get PDF
    Vários fatores tornam a infecção do trato urinário (ITU) uma relevante complicação do período gestacional, agravando tanto o prognóstico materno quanto o prognóstico perinatal. Durante muitos anos, a gravidez foi vista como fator predisponente a todas as formas de ITU. Hoje, sabe-se que ela, como evento isolado, não é responsável por maior incidência de ITU; as mudanças anatômicas e fisiológicas impostas ao trato urinário pela gravidez predispõem à transformação de mulheres bacteriúricas assintomáticas (BA) em gestantes com ITU sintomáticas. A BA acomete entre 2 e 10% de todas as gestantes, das quais aproximadamente 30% desenvolverão pielonefrite, se não tratadas adequadamente. No entanto, observa-se incompreensível resistência dos pré-natalistas à identificação da BA neste período. Seu diagnóstico é microbiológico e baseia-se em duas uroculturas apresentando mais que 10(5) colônias/mL de urina, identificando-se o mesmo germe. Seu tratamento é facilitado, visto que pode ser baseado no antibiograma, não havendo fundamentação científica de que o pré-estabelecimento de esquemas terapêuticos seja uma medida adequada. Para o tratamento da pielonefrite, não é possível aguardar o resultado da cultura e o conhecimento prévio do perfil de resistência dos antibacterianos disponíveis para uso em gestantes seria a melhor medida. Outra variável importante é utilizar um antibiótico bactericida, endovenoso na fase aguda da infecção e com possibilidades de ser administrado via oral após a melhora clínica da paciente, em seu domicílio. Em nosso meio, a droga que melhor atende a todas estas demandas é a cefuroxima, utilizada por um período de 10-14 dias. As cefalosporinas de terceira geração não existem na forma oral, carreando o inconveniente de tratamento parenteral em sua totalidade. Em decorrência dos efeitos colaterais, considera-se inadequado o uso de aminoglicosídeos em gestantes. Apesar das inconsistentes insinuações de contra-indicações das quinolonas monofluoradas, havendo indicação, acredita-se que a norfloxacina possa ser uma boa opção à cefuroxima. Para os casos em que a profilaxia da ITU está indicada, preferem-se os quimioterápicos, entre eles a nitrofurantoína, com o cuidado de evitar seu uso no final da gravidez pelo risco de kernicterus no neonato.Several factors cause urinary tract infection (UTI) to be a relevant complication of the gestational period, aggravating both the maternal and perinatal prognosis. For many years, pregnancy has been considered to be a factor predisposing to all forms of UTI. Today, it is known that pregnancy, as an isolated event, is not responsible for a higher incidence of UTI, but that the anatomical and physiological changes imposed on the urinary tract by pregnancy predispose women with asymptomatic bacteriuria (AB) to become pregnant women with symptomatic UTI. AB affects 2 to 10% of all pregnant women and approximately 30% of these will develop pyelonephritis if not properly treated. However, a difficult to understand resistance against the identification of AB during this period is observed among prenatalists. The diagnosis of UTI is microbiological and it is based on two urine cultures presenting more than 10(5) colonies/mL urine of the same germ. Treatment is facilitated by the fact that it is based on an antibiogram, with no scientific foundation for the notion that a pre-established therapeutic scheme is an adequate measure. For the treatment of pyelonephritis, it is not possible to wait for the result of culture and previous knowledge of the resistance profile of the antibacterial agents available for the treatment of pregnant women would be the best measure. Another important variable is the use of an intravenous bactericidal antibiotic during the acute phase, with the possibility of oral administration at home after clinical improvement of the patient. At our hospital, the drug that best satisfies all of these requirements is cefuroxime, administered for 10-14 days. Third-generation cephalosporins do not exist in the oral form, all of them involving the inconvenience of parenteral administration. In view of their side effects, aminoglycosides are considered to be inadequate for administration to pregnant women. The inconsistent insinuation of contraindication of monofluorinated quinolones, if there is an indication, norfloxacin is believed to be a good alternative to cefuroxime. In cases in which UTI prophylaxis is indicated, chemotherapeutic agents are preferred, among them nitrofurantoin, with care taken to avoid its use at the end of pregnancy due to the risk of kernicterus for the neonate

    Missed opportunities for cervical cancer prevention during prenatal care

    Get PDF
    A gravidez representa uma excelente oportunidade para prevenção do carcinoma cervical, já que o exame ginecológico faz parte da rotina de pré-natal. Foi realizado um estudo transversal, no qual foram entrevistadas 445 puérperas utilizando-se questionários padronizados. A prevalência de CP atualizado era de 38,9% no início da gestação, chegando a 59,1% no puerpério (p>0,001). As puérperas com 19 anos ou menos, não brancas, com escolaridade inferior a onze anos, com renda familiar inferior a um salário mínimo, sexarca aos 15 anos ou menos, início do pré-natal após o primeiro trimestre e com o acompanhamento no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentaram menor cobertura do citopatológico. Na análise ajustada, essas variáveis não mostraram significância associada à cobertura do citopatológico. Entretanto, a realização do pré-natal mostrou uma tendência à melhora da cobertura do CP com razão de prevalência de 1,18 (95%CI: 0,98-1,42). O serviço local de saúde mostrou-se pouco efetivo, revelando a necessidade de aumentar a cobertura do citopatológico, motivando e capacitando os profissionais quanto à importância dos procedimentos da rotina pré-natal.Pregnancy constitutes an excellent opportunity for the prevention of cervical carcinoma since the gynecological examination is part of routine prenatal care. A transversal study was conducted in which a total of 445 postnatal women were interviewed using standardized questionnaires. The prevalence of an up-to-date cytopathological exam was 38.9% at the beginning of pregnancy, reaching 59.1% during the postnatal period (p>0.001). Postnatal women aged 19 years or less, non-white, with less than 11 years schooling, family income of less than one minimum wage, sexually active at 15 years of age or less, with the beginning of prenatal care after the 1st trimester, and receiving prenatal care at healthcare units of the Unified Health System had a lower prevalence of cytopathological examination. Adjusted analysis revealed that the variables under study were not significantly associated with cytopathological coverage, though the incidence of prenatal care showed a prevalence ratio of 1.18 (95% CI: 0.98-1.42). The local health service proved ineffective, recvealing the need to increase cytopathological coverage and train health professionals regarding the importance of routine prenatal procedures

    Carcinoma microinvasor do colo uterino em paciente de 14 anos: relato de caso e revisão da literatura

    Get PDF
    CONTEXT: Cancer of the uterine cervix is rare during adolescence. The reported rates are 0/100,000 adolescents aged 10 to 19 years and 1.7/100,000 women aged 20 to 24 years. However, several studies have shown increasing incidence of preneoplastic lesions at increasingly early ages. CASE REPORT: This paper reports a case of microinvasive carcinoma of the uterine cervix in a 14-year-old patient with menarche at 10 years of age and first coitus at 12 years of age. The objective of the present report was to alert gynecologists and pediatricians regarding the need for cervical carcinoma prevention among sexually active adolescents, based on educational programs that explain the purpose of colpocytological examinations and encourage their use, along with condom use and limitation of the number of sexual partners.CONTEXTO: O câncer do colo uterino é raro na adolescência, apresentando taxas de incidência de 0/100.000 adolescentes com idade entre 10 a 19 anos e de 1,7/100.000 mulheres com idade entre 20 e 24 anos. Entretanto, vários estudos mostram a incidência crescente das lesões pré-neoplásicas em idade cada vez menores. RELATO DE CASO: Este artigo relata um caso de carcinoma microinvasor do colo uterino em paciente de 14 anos com menarca aos 10 anos e a primeira relação aos 12 anos. Com este relato objetivamos alertar a comunidade médica, principalmente ginecologistas e pediatras, para a prevenção do carcinoma cervical entre adolescentes com vida sexual ativa. Além da realização de projetos educativos que divulguem a finalidade do exame citopatológico, o uso de preservativos e o controle do número de parceiros sexuais

    Ductus venosus: From the anatomy to fetal well being evaluation

    Get PDF
    O ducto venoso é a continuação da veia umbilical com a veia cava inferior, e ele, posteriormente ao nascimento, oblitera-se, formando o ligamento venoso. Por meio dele, o sangue rico em oxigênio, proveniente da veia umbilical, chega ao átrio direito e a partir daí, pelo forame oval, ganha o átrio esquerdo e a circulação sistêmica, favorecendo o fluxo para órgãos vitais como o cérebro fetal. Em obstetrícia, a ultra-sonografia Doppler tem sido amplamente utilizada para se examinar o sistema arterial fetal. Recentemente, mais atenção tem sido dispensada ao sistema venoso. O estudo das ondas de velocidade de fluxo venoso pode desempenhar um papel importante na avaliação do bem-estar fetal, uma vez que a velocimetria do ducto venoso pode estar alterada na vigência de patologias fetais. A característica mais interessante é a redução ou fluxo reverso durante a contração atrial, comumente encontrada em fetos com defeitos cardíacos congênitos, arritmias, transfusão fetofetal grave e restrição de crescimento intra-útero. Este texto tem a finalidade de revisar as características anatômicas e funcionais do ducto venoso fetal, bem como a importância de sua avaliação ultra-sonográfica pré-natal.The ductus venosus is a blood vessel unique to the fetal circulation which functions as a shunt between the umbilical vein and inferior vena cava. Well-oxygenated blood from the umbilical vein will course almost directly through the ductus venosus towards the foramen ovale and left heart favoring flow to vital organs as the fetal brain. It becomes functionally impervious to blood just after birth, in the majority of mammals. In obstetrics, Doppler ultrasound scan has largely been used to examine the fetal arterial system. Recently, more attention has been paid to the venous system. Assessment of venous flow velocity waveforms can play an important role in the surveillance of fetal well-being. The ductus venosus velocimetry can be altered in fetal diseases. The most striking feature is the reduced or reversed flow during atrial contraction commonly found in fetuses with congenital heart defects, arrhythmias, twin-twin transfusion syndrome and serious intrauterine growth restriction. This text includes a review of the anatomic and physiologic characteristics of fetal ductus venosus and the importance of its evaluation by prenatal ultrasound

    Crohn’s disease and pregnancy

    Get PDF
    A doença de Crohn é uma enterite granulomatosa, transmural, crônica, de etiologia desconhecida que pode acometer qualquer parte do trato gastrintestinal, atingindo, preferencialmente, o íleo distal, os cólons e a região anorretal. Seu curso é variável, podendo ser de caráter indolente e prolongado, seguindo um padrão de exacerbações e remissões. A incidência da doença de Crohn aumentou nos últimos 30 anos e, na maioria dos casos, as manifestações clínicas iniciam-se na segunda e terceira décadas da vida, acometendo as mulheres em pleno período reprodutivo. O fator mais importante para o prognóstico gestacional, nessas mulheres, é a atividade da doença no início da gravidez. Complicações obstétricas como aborto espontâneo, parto pré-termo, malformações fetais e retardo de crescimento intra-útero, ocorrem com as recidivas da doença no período periconcepcional ou durante o primeiro trimestre gestacional. A evolução da doença de Crohn, durante a gestação, também dependerá da atividade da mesma, no início da gestação. Nesta revisão, os autores avaliaram os principais aspectos etiológicos, clínicos e terapêuticos da doença de Crohn durante a gravidez, discutindo detalhadamente os efeitos da doença sobre a gestação e as conseqüências da gravidez sobre a evolução dessa doença.Crohn’s disease is a chronic transmural granulomatous enteritis of unknown etiology that may affect any part of the gastrointestinal tract, preferentially involving the distal ileum, the colons and the anorectal region. Its course is variable, of a dormant and prolonged nature, with a pattern of exacerbations and remissions. The incidence of Crohn’s disease has greatly increased in the last 30 years, with the absolute majority of cases starting to show clinical manifestations in the second and third decades of life, and with women being affected during their reproductive years. The disease activity in the beginnig of pregnancy is the most important factor affecting both the prognosis of Crohn’s disease and gestational prognosis. Obstetrical complications as spontaneous abortion, preterm delivery, fetal malformation and intrauterus growth retardation happen when the disease is active in the periconceptional period or during the first trimester of pregnancy. In the present review, the authors evaluate the major etiological, clinical and therapeutic aspects of Crohn’s disease during pregnancy, with a detailed discussion of the effects of the disease on pregnancy and the consequences of gestation for the evolution of the disease

    Level of cervical dilatation and request for regional analgesia by pregnant women with intact and ruptured chorioamniotic membrane

    Get PDF
    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Durante o processo de parturição, diversos fatores alteram a intensidade da dor, tais como a paridade, a rotura de membranas corioamnióticas, a dilatação cervical, bem como influências culturais e ambientais. Assim, os objetivos deste estudo foram verificar o número de requisições de analgesia regional e o grau de dilatação cervical no momento da solicitação da analgesia pelas parturientes com membranas corioamnióticas íntegras e aquelas com corioamniorrexe. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, com análise de 208 prontuários de parturientes primigestas, 129 com membranas corioamnióticas íntegras e 79 com corioamniorrexe, assistidas no Centro da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto, SP, no período de novembro de 2008 a maio de 2009. Para análise estatística dos dados foram utilizados os testes de Mann-Whitney e o Qui-quadrado, com nível de significância p < 0,05 e intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: Foi solicitada analgesia regional por 87,9% das parturientes selecionadas para esta pesquisa. A média da dilatação cervical para as pacientes com membranas íntegras foi de 6,26 ± 1,67 cm e para aquelas com corioamniorrexe foi com dilatação de 6,11 ± 1,75 cm, não havendo diferença significativa entre esses dois grupos de parturientes (p = 0,12). Em relação ao tipo de analgesia, houve predomínio do duplo bloqueio, sem diferenças significativas entre os dois grupos avaliados (p = 0,84). CONCLUSÃO: A maioria das parturientes deste estudo solicitou analgesia regional tipo duplo bloqueio com em média 6 cm, de acordo com a dilatação cervical, não havendo diferença entre primigestas com membranas corioamnióticas rotas e íntegras
    corecore