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    A emergência de condutas argumentativas de oposição na brincadeira infantil em ambiente virtual

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    A investigação de condutas argumentativas tem lançado luz sobre questões centrais da psicologia e da cognição, como os modos de constituição do psiquismo e os aspectos envolvidos no processo de aprendizagem. Mais recentemente, estudos que abordam a gênese das condutas argumentativas de oposição têm se constituído em foco de interesse na medida em que possibilitam a investigação da emergência precoce de condutas argumentativas opositivas preciosas ao desenvolvimento sócio-cognitivo humano. Como parte deste esforço de pesquisa, o presente estudo teve como objetivo específico a investigação dos diferentes tipos de condutas opositivas que emergem da situação de brincadeira em crianças dos três aos cinco anos de idade. Para tanto, foram analisados os registros videográficos de 03 díades de crianças (uma masculina, uma feminina e outra mista) engajadas na realização da brincadeira proposta: formatação de um quarto virtual de boneca através da execução de uma série de comandos simples para escolha de objetos a serem inseridos no quarto. Sete categorias de objetos deveriam ser escolhidas: armário, janela, cadeira, luminária, quadro, cama e animal de estimação. Em cada categoria, foram fornecidas cinco opções para a escolha. Após demonstração dos comandos para realização da atividade no computador, solicitou-se às duplas que escolhessem a mobília do quarto livremente, a única condição foi a de que todas as escolhas fossem realizadas a partir de um consenso. Desta condição, emergiram os diversos tipos de condutas de oposição. Utilizou-se para tratamento dos dados a análise qualitativa, micro-analítica e descritiva, atentando-se para as relações dinâmicas entre os participantes capturadas pelas videografias e transcrições dos episódios de brincadeira das díades de crianças. Os resultados demonstram uma grande variabilidade de tipos de condutas opositivas, o que vem reforçar as correntes que admitem a ocorrência precoce de formas básicas de funcionamento de linguagem-pensament

    A dialética de transformação do self e do autoconceito: dimensões auto-refletidas no cárcere feminino

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    O presente trabalho elege o evento encarceramento, ou privação de liberdade em decorrência de envolvimento em ato delituoso, como fator possivelmente desencadeador de transformações no autoconceito. Estas transformações, que no presente estudo foram abordadas no universo feminino, podem elucidar aspectos da conceituação, dinâmica do autoconceito e da permeabilidade deste a fatores do meio externo aos quais o sujeito está constantemente se defrontando durante a vida (Kinch, 1963; L’Écuyer, 1978, 1985a; Demo, 1992). O autoconceito é composto por múltiplas dimensões do Self que estão organizadas hierarquicamente, possuem uma mobilidade, em termos de posição mais ou menos central em diferentes momentos da vida, e funcionam como esquemas da cognição (L’Écuyer, 1978). É ainda um produto estrutural complexo da atividade reflexiva, permeável a mudanças promovidas por novas situações, transições e papéis sociais, ou seja, o autoconceito é, concomitantemente, estável e dinâmico (Demo, 1992). Para investigação das transformações e estrutura no autoconceito das mulheres encarceradas, cinco mulheres participaram, na etapa qualitativa do estudo, de entrevistas semi-estruturadas com base nas dimensões integradas do Self propostas por L’Écuyer (1978), e cento e cinquenta mulheres, na etapa quantitativa, responderam em escala likert de 5 pontos a um questionário, contendo o Inventário Feminino dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (Giavoni; Tamayo, 2005), a Escala de Clareza do Autoconceito (Campbell et al, 1996, versão em português Nascimento, 2008), a Escala de Autoconsciência Situacional (Nascimento, 2008) e a Escala Crime Emoções (Canter; Ioannou, 2004). Na etapa qualitativa realizou-se a Análise de Conteúdo (Bardin, 1977; Moraes, 1999) das entrevistas, e na quantitativa, as estatísticas descritivas dos testes, análises de Componentes Principais (CP) e de consistência interna (Alfa de Cronbach), índice Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), Teste de Esfericidade de Bartlett, critérios da Raiz Latente (Autovalores) e do Gráfico de Declive (o Teste Scree) e rotação ortogonal de tipo varimax, além de Regressão Múltipla, Correlações r de Pearson e Correlações de Spearman. Em síntese, os achados demonstraram uma organização dinâmica e multi-dimensional do autoconceito das mulheres, onde são encontradas categorias diversas do Self. Os dados demonstram a interveniência das variáveis Idade, Tempo e Quantidade de Prisões, Escolaridade e Pais Presos na estruturação do Autoconceito de Gênero, Clareza do Autoconceito, Autoconsciência Situacional e Emoções do Crime na vivência do encarceramento. O impacto da idade e tempo de prisão em aspectos especialmente auto-reflexivos da consciência apontam o caráter relativamente maleável do autoconceito na idade adulta, simultâneo à sua madura estruturação nesta etapa da vida

    Self-concept dialectical transformation: A study in a women's prison

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    Abstract The present study investigated incarceration as a possible triggering factor of self-concept transformations. Self-concept consists of a set of multiple dimensions organized hierarchically functioning as cognitive schemas. It is a structural complex product of reflective activity, and it is susceptible to changes as the individual encounters new situations, life transitions, and social roles. To investigate the transformations in the self-concept structure, 150 incarcerated women responded to the Feminine Inventory of the Self-Concept's Gender Schemas, Self-Concept Clarity Scale and Situational Self-Awareness Scale. The results showed dynamic and multidimensional organization of self-concept in the women investigated, including various categories of the self. The elements analyzed indicate that prison, an undesirable life event in adulthood, is a driver of transformations in the dynamics of self-concept
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