23 research outputs found

    A esperança e o poder

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    Nesta segunda metade de janeiro de 2009, é difícil contemplar a cena internacional sem dedicar atenção à mudança na presidência dos Estados Unidos. O país mais poderoso do mundo substitui George Bush, geralmente apontado como um dos piores mandatários da sua história, por Barack Obama, primeiro presidente americano negro e que, pelo seu carisma e por sua mensagem, desperta enormes esperanças na sua própria nação e no mundo

    Geopolítica e regionalismo continental

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    Em artigo recente, interessante tanto pelo conteúdo como pela oportunidade, José Luís Fiori recorda a visão que, na década de 1940, Nicholas Spykman, grande geoestrategista norte-americano do século XX, tinha da América Latina – e em particular da “luta pela América do Sul” – no quadro da geopolítica de Washington. Segundo ele, a América dos latinos, radicalmente separada da dos anglo-saxões, compreenderia, do ponto de vista político-estratégico, duas regiões: uma primeira, que ele denomina de “mediterrânea”, que abrangeria o México, a América Central, o Caribe, a Venezuela e a Colômbia; e outra, que incluiria toda a América do Sul abaixo daqueles dois países sul-americanos. Na percepção de Spykman, a primeira ficaria sempre numa posição de dependência em relação aos Estados Unidos, já que México, Venezuela e Colômbia não teriam, no seu entender, condições de tornarem-se grandes potências. Assim, qualquer tentativa de contrabalançar a supremacia regional de Washington só poderia vir dos grandes países do sul do continente, particularmente Argentina, Brasil e Chile, quer através de uma ação comum, quer pelo recurso a influências extracontinentais. Nesta hipótese, concluiria o autor citado por Fiori, “uma ameaça à hegemonia americana nesta região do hemisfério (a região do ABC) terá de ser respondida através da guerra”

    Eleições nacionais e integração regional

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    As implicações das últimas eleições presidenciais e parlamentares do Paraguai merecem séria reflexão não apenas de parte, como é óbvio, dos cidadãos paraguaios, mas também dos brasileiros

    Em marcha a ré rumo ao futuro?

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    A ordem internacional estabelecida ao término da II Guerra Mundial, apesar de proclamar a igualdade jurídica entre os Estados, criou formalmente uma oligarquia, na qual os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança eram colocados praticamente acima da lei, juízes supremos do bem e do mal. A Guerra Fria fez surgir efetivamente uma distribuição ainda mais restrita do poder mundial: a vida internacional passou, essencialmente, a ser função da intercorrência das políticas externas das duas superpotências. Como, porém, cada uma delas buscava ampliar sua projeção mundial sem chegar a um confronto militar direto com a outra, era indispensável respeitar certas práticas de convivência – ou de prudência – para evitar que a rivalidade se convertesse em catástrofe. A principal delas era que, de modo geral, cada superpotência respeitava a área de influência estabelecida da outra, que nela gozava de liberdade de ação quase irrestrita

    Não-proliferação e conflito nuclear

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    O desenvolvimento da bomba atômica representou não apenas um avanço espetacular na tecnologia militar, mas também uma drástica mudança na condução da política entre os Estados. O imenso poder de destruição da nova arma – dramaticamente demonstrado sobre Hiroshima e Nagasaki – tornou evidente que um conflito bélico entre dois países dotados de tal armamento levaria a danos recíprocos de tal magnitude que, ao final, seria difícil falar de vencedores e vencidos. Era a situação que, em certa época, costumava ser objeto de um adequado trocadilho a partir da sigla inglesa M.A.D. (mutual assured destruction), denotando a loucura envolvida. O enfrentamento militar direto entre grandes potências tornara-se um ato de insanidade política, se não mental

    Desafios de uma política externa assertiva

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    Este artigo examina os desafios com que provavelmente se defrontará o atual governo na execução da política externa anunciada pelo candidato Luiz Inácio Lula da Silva e confirmada pelas primeiras declarações e iniciativas do atual Presidente. A linha de conduta internacional com que se comprometeu o governo atual representa uma significativa mudança em relação àquela seguida pelo país desde 1990 e tem pontos de afinidade com algumas das preocupações tradicionais da nossa diplomacia, mas inova em outros e se choca com desafios ligados à complexidade do Brasil de hoje e às peculiaridades do mundo pós-Guerra Fria e pós-11 de setembro.<br>This article examines the main challenges which the present Brazilian government will probably have to face in carrying out the foreign policy announced by presidential candidate Luiz Inácio Lula da Silva and reaffirmed by the President's first statements and initiatives. The grand design of that policy entails a considerable shift from that pursued by different Brazilian governments since 1990 and has many points in common with some traditional concerns of our diplomacy while innovating in others. The main challenges it will face relate to the complexity of today's Brazil and the peculiarities of the world order after the end of the Cold War and especially after September 11, 2001

    Um mundo pós-proliferação

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    A insistência iraniana em prosseguir com o seu programa de enriquecimento de urânio, o recente teste nuclear realizado pela Coréia do Norte e uma certa perplexidade da comunidade internacional, particularmente dos membros permanentes do Conselho de Segurança, quanto à melhor forma de enfrentar essas situações deram ao problema da não proliferação de armas nucleares uma renovada premência
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