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    Obesidade e cirurgia bariátrica: perspectiva multidisciplinar

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    A consideração de que a obesidade se assume como um problema de saúde publica nos países desenvolvidos decorre da sua prevalência, os riscos que se lhe associam (Fandino, Bechimol, Coutinho & Appolinario, 2004), da sua cronicidade e da comorbilidade com outras condições  físicas (como sejam a apneia do sono ou doenças cardiovasculares) e psicológicas (como depressão ou outras perturbações do humor, ou perturbações  do espectro da ansiedade). A crescente prevalência da obesidade, associada a escassez de intervenções cujos resultados sejam mantidos a longo prazo, e ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas laparoscópicas, constituem‑se como factores tidos como conducentes a proliferação de cirurgias bariatricas na última década  (e.g., Bauchowitz, Gonder‑Frederick, Olbrisch, Azarbad, Ryee, Woodson, Miller & Schirmer, 2005). A já referida comorbilidade psicopatológica  requer que a avaliação  pre‑cirurgica   contemple a avaliação psicológica,  com destaque para as perturbações de humor, ansiedade e personalidade, exigindo‑se necessariamente a inclusão  de profissionais de saúde mental (psiquiatras e psicólogos ) neste processo. Em acréscimo , atente‑se ao abuso de substancias por parte dos candidatos a cirurgia bariatrica , que frequentemente se constitui como uma estratégia  de regulação  emocional, tal como tende a verificar‑se aquando da presença  de perturbações  do comportamento alimentar, em particular do binge eating (e.g., Glinski, Wetzler & Goodman, 2001). No que concerne ao estabelecimento das condições necessárias  para a realização  da cirurgia bariatrica , alguma controvérsia  persiste, seja em redor da perturbação  comorbida   identificada, seja da intensidade/gravidade da mesma. O consenso emerge, porem, quando, para alem da avaliação psicológica  e nutricional cuidada e exaustiva no momento pre‑cirurgia , se associa um acompanhamento psicológico  adaptado as reais necessidades de cada individuo em momento ulterior. Neste contexto, a consideração   exclusiva do preenchimento dos critérios de diagnostico psicopatológico  assume‑se como restrita, devendo a avaliação  psicológica  contemplar a presença  e impacto de sintomas  psicológicos ainda que não   configurem quadros específicos  de psicopatologia. Concomitantemente, aspectos relativos a adesão terapêutica  não  devem ser negligenciados, dada a evidencia da contribuição   que esta variável  desempenha no sucesso terapêutico , em antítese  ao verificado aquando da presença  de expectativas irrealistas no “milagre cirúrgico ” (Rabner & Greenstein, 1991), que conduz a desresponsabilização  individual no processo de diminuição  de peso e/ou manutenção do peso perdido (Travado, Pires, Martins, Ventura & Cunha, 2004). Efectivamente, vários   autores sublinham a relevância  da avaliação  psicológica  e da adequação  cognitiva e comportamental do individuo relativamente ao tratamento como cruciais factores da sua eleição  e respectivo prognostico (e.g., Glinski, Wetzler, & Goodman, 2001). Neste sentido, e assumindo a multifactorialidade   etiológica  da obesidade, urge que os processos de avaliação  e intervenção  adoptados se constituam como simultaneamente abrangentes e integradores. Abrangentes porque deverão  contemplar múltiplas abordagens (como a nutricional, farmacológica, cognitiva e comportamental) e integrativas porque dever‑se‑ao constituir como complementares e promotores de uma visão  holística  do individuo com obesidade. Intrinseca  a esta conceptualização  emerge a indispensabilidade de se desenvolver investigação sistematizada que contribua para o conhecimento em torno da adequabilidade da avaliação  e eficácia da intervenção  desenvolvida. Necessariamente, pois, o estabelecimento de equipas multidisciplinares cujo modus operandi assente na articulação  interdisciplinar, assume‑se como um repto cuja consecução  acarretaria a promoção  da qualidade do processo de avaliação  e intervenção junto do individuo obeso e, por inerência , da concretização e consubstanciação    dos ganhos terapêuticos ao longo do tempo, a que se associaria maximização dos recursos disponíveis  e, deste modo, minimização dos custos associados. A consideração  de que a obesidade se assume como um problema de saúde  pública nos países desenvolvidos decorre da sua prevalência , dos riscos que se lhe associam (Fandino, Bechimol, Coutinho & Appolinario, 2004), da sua cronicidade e da comorbilidade  com outras condições  físicas (como sejam a apneia do sono ou doenças  cardiovasculares) e psicológicas  (como depressão  ou outras perturbações  do humor, ou perturbações  do espectro da ansiedade). A crescente prevalência  da obesidade, associada a escassez de intervenções  cujos resultados sejam mantidos a longo prazo, e ao desenvolvimento de técnicas  cirúrgicas laparoscópicas , constituem‑se como factores tidos como conducentes a proliferação de cirurgias bariatricas   na última década  (e.g., Bauchowitz, Gonder‑Frederick, Olbrisch, Azarbad, Ryee, Woodson, Miller & Schirmer, 2005). A ja referida comorbilidade psicopatológica  requer que a avaliação  pre‑cirurgica contemple a avaliação psicológica , com destaque para as perturbações de humor, ansiedade e personalidade, exigindo‑se necessariamente a inclusa o de profissionais de saúde mental (psiquiatras e psicólogos ) neste processo. Em acréscimo , atente‑se ao abuso de substâncias por parte dos candidatos a cirurgia bariatrica , que frequentemente se constitui como uma estratégia  de regulação  emocional, tal como tende a verificar‑se aquando da presença  de perturbações  do comportamento alimentar, em particular do binge eating (e.g., Glinski, Wetzler & Goodman, 2001). No que concerne ao estabelecimento das condições necessárias  para a realização  da cirurgia bariatrica , alguma controvérsia  persiste, seja em redor da perturbação  comorbida  identificada, seja da intensidade/gravidade da mesma. O consenso emerge, porem, quando, para alem da avaliação psicológica  e nutricional cuidada e exaustiva no momento pre‑cirurgia , se associa um acompanhamento psicológico  adaptado as reais necessidades de cada individuo em momento ulterior. Neste contexto, a consideração  exclusiva do preenchimento dos critérios de diagnóstico psicopatológico assume‑se como restrita, devendo a avaliação psicológica  contemplar a presença e impacto de sintomas psicológicos ainda que não configurem quadros específicos  de psicopatologia. Concomitantemente, aspectos relativos a adesão terapêutica  não  devem ser negligenciados, dada a evidencia da contribuição  que esta variável  desempenha no sucesso terapêutico , em antítese  ao verificado aquando da presença  de expectativas irrealistas no “milagre cirúrgico ” (Rabner & Greenstein, 1991), que conduz a desresponsabilização  individual no processo de diminuição  de peso e/ou manutenção do peso perdido (Travado, Pires, Martins, Ventura & Cunha, 2004). Efectivamente, vários  autores sublinham a relevância  da avaliação  psicológica  e da adequação  cognitiva e comportamental do individuo relativamente ao tratamento como cruciais factores da sua eleição  e respectivo prognostico (e.g., Glinski, Wetzler, & Goodman, 2001). Neste sentido, e assumindo a multifactorialidade etiológica  da obesidade, urge que os processos de avaliação  e intervenção  adoptados se constituam como simultaneamente abrangentes e integradores. Abrangentes porque deverão  contemplar múltiplas abordagens (como a nutricional, farmacológica, cognitiva e comportamental) e integrativas porque dever‑se‑ao  constituir como complementares e promotores de uma visão  holística  do individuo com obesidade. Intrinseca   a esta conceptualização  emerge a indispensabilidade de se desenvolver investigação sistematizada que contribua para o conhecimento em torno da adequabilidade da avaliação  e eficácia da intervenção  desenvolvida. Necessariamente, pois, o estabelecimento de equipas multidisciplinares cujo modus operandi assente na articulação  interdisciplinar, assume‑se como um repto cuja consecução  acarretaria a promoção  da qualidade do processo de avaliação  e intervenção junto do indíviduo obeso e, por inerência , da concretização e consubstanciação  dos ganhos terapêuticos ao longo do tempo, a que se associaria maximização dos recursos disponíveis  e, deste modo, minimização dos custos associados
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