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    Os Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu: terra, território e palavras guardadas

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    O ensaio fotográfico que segue descreve sobre alguns caminhos tecidos durante a pesquisa de campo do trabalho de doutorado intitulado “Este é nosso corpo, a terra: caminhos e palavras Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu para além do fim do mundo”. Trabalho que têm como objetivo principal pensar com os Avá Guarani/Ñandeva sobre as questões do desenvolvimento, primeiro: como os Avá Guarani/Ñandeva pensam e produzem sua noção própria de desenvolvimento, e segundo: como os Avá Guarani/Ñandeva historicamente produziram formas de enfrentamentos em relação a imagem da invenção branca de desenvolvimento. Por isso, as imagens que seguem buscam explicitar as palavras guardadas ouvidas durante o decorrer da pesquisa. Palavras que caminham e produz uma complexa realidade nunca desvinculada da terra e do território. Pois, as palavras guardadas Avá Guarani/Ñandeva dizem que são nascidos da terra e o que corpo é a terra. Imagens escolhidas na busca de levar para quem vê, um caminho, um caminhar pelo território Avá Guarani/Ñandeva Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu situado na fronteira do Brasil com o Paraguai no Mato Grosso do Sul. Caminho guiado por imagens que por si só, são éticas e políticas, pois revelam um pedaço da realidade de uma sociedade que esta em simetria com a sociedade moderna/capitalista, pois ambas são sociedades, mas que caminha por um caminho contrário, e que todos os dias encontra a violência por todos lados, pelo simples fato de caminhar por outras dimensões como vida, e que ultimamente, aparece como umas das poucas saídas para além do já anunciado fim do mundo.   

    Este é nosso corpo a terra: uma conversa sobre modos de cuidados Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu.

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    O escrito que segue é um recorte de uma pesquisa que por entre conversas sobre a noção de desenvolvimento com um pesquisador Avá Guarani/Ñandeva do território Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu, busca refletir sobre as complexidades sócio cosmológicas que envolve os modos de cuidado Avá Guarani/Ñandeva, ampliando o debate sobre a saúde das e nas sociedades indígenas. Seus caminhos e regimes de conhecimentos e práticas. Pois, conversar sobre a questão do desenvolvimento, consequentemente leva a pensar a saúde nos territórios indígenas

    A era do antropoceno e contextos de emergências e desastres: reflexões com e a partir das populações tradicionais e sociedades indígenas

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    O dossiê que segue apresenta variações sobre a escuta e as falas indígenas para uma tomada de posição diante da civilização tecno científica, aquela que abdicou da razão em prol da racionalidade tecnológica, e do sentido em prol do fazer tudo, aqui e agora, sem se importar com a alteridade, nem com a vida do planeta como um ser vivo. Aqui as vozes se encontram na proposição de uma polifonia entre corpos, matos, bichos e espíritos, nas entrelinhas de protestos e de imaginações de mundos possíveis, da prototopia do envolvimento entre humanos e não-humanos

    Caminhos com os Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu.

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    O ensaio fotográfico que segue estão dentro do trabalho de pesquisa de doutorado intitulada “Este é nosso corpo a terra: caminhos e palavras Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu”, que já tem no seu titulo o sentido básico de todo trabalho, a perspectiva do conceito de envolvimento como produção de realidade Avá Guarani/Ñandeva que revela caminhos e palavras para além do fim do mundo, ou melhor, para além da invenção branca de desenvolvimento. Trabalho que entende os Avá Guarani/Ñandeva como uma sociedade própria que esta em simetria com a sociedade capitalista/moderna, em simetria, pois ambas são sociedades que possuem suas cosmologias, organizações sociais, modos de existir e modos de vida. Em simetria, mas que tecem caminhos contrários como organizações que produzem a realidade. Para os Avá Guarani/Ñandeva a produção de realidade se dá pelo movimento de envolvimento e para a sociedade capitalista/moderna se dá pelo movimento de desenvolvimento. Ponto central, simétricos e contrários. Centralidade que permite o levantamento de criticas, inversões e questionamentos com os Avá Guarani/Ñandeva de Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu sobre a cosmologia capitalista e desenvolvimentista produzida pela sociedade moderna, a invenção branca de desenvolvimento. O que faz pensar sobre o envolvimento com os Avá Guarani/Ñandeva como forma/conteúdo de radical sofisticação para além do fim do mundo de humanos e não-humanos, questionando a hegemonia da invenção branca de desenvolvimento como mito fundador que gere a imagem do sempre visto e esperado fim do mundo. Dessa forma, as fotografias, a partir das intencionalidades de guia e de reflexão, diz sobre alguns dos caminhos percorridos com os Avá Guarani/Ñandeva do território Porto Lindo (Jakarey) Yvy Katu, situado no Estado do Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai. Caminhos que seguem sem perder o rosto do Outro, as questões, os problemas e as reflexões dos Avá Guarani/Ñandeva sobre o conceito de “desenvolvimento”. Por isso, cada fotografia faz palavras sobre cada momento da pesquisa, reagindo e tecendo sentidos que aproxima quem lê, de todo processo da pesquisa de campo, pois cada fotografia apresentada neste ensaio remete a cada passo da pesquisa que teve seu inicio do começo de 2016 e seu termino no fim de 2018. Mas, porque fotografias? Pela proposta de potências poéticas, filosóficas e políticas que a fotografia permite alcançar.      &nbsp
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