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    CONCEPÇÕES DE SAÚDE DE ADOLESCENTES E PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA

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    A adolescência, enquanto estágio de desenvolvimento humano tem sido conceituada como transição entre a infância e a fase adulta, sendo definida pela OMS como um período compreendido entre 10 e 19 anos (WHO, 2016). A saúde do adolescente constitui um desafio para os profissionais da saúde visto que, apesar do crescente interesse nas últimas décadas por esta população, a sociedade comumente exige do adolescente o cumprimento dos seus deveres como cidadão, mas não tem dado a devida atenção quanto aos direitos e às necessidades deste ciclo de vida (RUZANY, 2008). Entendendo as especificidades da adolescência e tomando como base as Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), este trabalho tem por objetivo relatar o projeto de pesquisa que teve início em 2017 e está em andamento em um bairro do município de Blumenau/SC. O estudo envolve a aplicação de questionário sociodemográfico com os pais/responsáveis e a realização de grupos focais com os adolescentes da escola do bairro e entrevistas com profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família da mesma localidade. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética na Pesquisa em Seres Humanos com os números 2.558.376 e 2.216.628/2017. A finalidade é compreender as concepções de saúde expressas pelos adolescentes e pelos profissionais de saúde, ancorados em uma perspectiva holística e positiva da saúde (NORDENFELT, 2000), visando promover junto à comunidade reflexões e ações de saúde sobre a adolescência. Os resultados parciais indicam que os adolescentes conceituam saúde como qualidade de vida e bem-estar e que possuem informações sobre as condições para uma vida saudável, mas referem dificuldade para colocá-las em prática. Não ter saúde foi apresentado como processos físicos e mentais como doenças e histórias de perdas familiares que os impedem de realizar ações consideradas importantes para eles. Quanto aos profissionais de saúde, estes expressaram histórico de dificuldades em relação à sua própria adolescência e resistência no trabalho com o público deste ciclo de vida. Mesmo reconhecendo a importância do acolhimento ao adolescente e do trabalho diferenciado para este grupo, os profissionais declaram que ainda há escassa inserção do adolescente no planejamento de ações da atenção básica e que possuem dificuldade para atingir este público. Percebe-se que conhecer as condições sociodemográficas e as concepções de saúde dos adolescentes é essencial para o planejamento de ações de saúde que atendam as características daquela comunidade. Aliado a estas questões, a escuta dos profissionais e a análise de suas trajetórias de vida, pode possibilitar a construção de um ambiente sensível, acolhedor e promotor de saúde para os adolescentes. Outrossim, a perspectiva positiva de saúde pode contribuir para a construção de estratégias que estimulem o protagonismo juvenil e o bem-estar durante a adolescência, favorecendo uma vida adulta saudável

    A CONSULTA COMPARTILHADA COMO EXPERIÊNCIA DE PRÁTICA PARA A DOCÊNCIA NO MESTRADO PROFISSIONAL

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    Segundo a Portaria nº17 de 2009 (BRASIL, 2009), o mestrado profissional é uma Pós-Graduação stricto sensu que habilita o profissional-aluno para atender demandas do mercado de trabalho. O Programa de PósGraduação em nível de Mestrado Profissional em Saúde Coletiva da FURB (FURB, 2015) enfatiza o trabalho interdisciplinar objetiva qualificar profissionais da área da saúde para o serviço, ensino e pesquisa a partir da construção histórica do campo da Saúde Coletiva e das políticas de Estado para a Saúde. Dentre as disciplinas do programa, o Estágio em Docência visa capacitar o profissional para a docência no ensino superior, nas atividades teóricas, experimentais ou práticas, com a supervisão do professor. Este trabalho relata a experiência na prática para a docência no ensino superior realizado com acadêmicos da 9ª fase de Medicina no 1º semestre de 2018, na disciplina Internato em Medicina Família e Comunidade – Pediatria, no ambulatório da Fundação Hospitalar de Blumenau Hospital Santo Antônio. As ações de saúde desenvolvidas foram direcionadas a crianças, adolescentes e suas famílias com Diabetes Melittus Tipo I, Obesidade, Hipotireoidismo, Hipertireoidismo, entre outros. A metodologia adotada foi a consulta compartilhada projetando a aplicação do aprendizado alcançado ao longo do mestrado profissional: educação interprofissional e prática colaborativa. A consulta compartilhada possibilita a comunicação transversal entre diferentes profissionais da saúde a partir de abordagens diversas com uma clínica ampliada e com manejo eficiente da queixa/doença das pessoas. As consultas aconteciam semanalmente com crianças ou adolescentes de faixa etária variada, no ambulatório referido, em grupos de dois ou três alunos. Para o uso da estratégia, além do planejamento por parte do mestrando, a discussão dos casos que seriam atendidos era realizada com os acadêmicos e com o professor. Ao final de todos os atendimentos novamente discutiam-se caso a caso, favorecendo a comunicação, colaboração e unificando a conduta e acesso de todos às informações.  Em consultas compartilhadas o diagnóstico multidimensional é o resultado esperado, sem ultrapassar as funções e responsabilidades de cada profissão. Nosso posicionamento foi direcionado às subjetividades, baseada na escuta das famílias da qual puderam surgir novas demandas e com isso o ensino e a aprendizagem de forma ativa da integralidade em saúde. A experiência possibilitou a compreensão e apropriação dos ciclos de vida e as necessidades de saúde das crianças e adolescentes; atitude, postura e ação em mediar conflitos com discentes, equipe e familiares; promoção de múltiplas aprendizagens, exercício colaborativo e reflexões éticas sobre a atuação profissional, permitindo o aprendizado do coletivo na vivência e não somente no seu conceito. Contribuiu para reforçar o papel acadêmico e social da universidade, para a formação profissional dos graduandos e pós-graduandos através da articulação entre as políticas de educação e saúde, promovendo interação entre o ensino, serviço e comunidade, o que requer um esforço permanente para a reconfiguração dos espaços de ensino-aprendizagem

    CONCEPÇÕES DE SAÚDE DE ADOLESCENTES E PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA

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    A adolescência, enquanto estágio de desenvolvimento humano tem sido conceituada como transição entre a infância e a fase adulta, sendo definida pela OMS como um período compreendido entre 10 e 19 anos (WHO, 2016). A saúde do adolescente constitui um desafio para os profissionais da saúde visto que, apesar do crescente interesse nas últimas décadas por esta população, a sociedade comumente exige do adolescente o cumprimento dos seus deveres como cidadão, mas não tem dado a devida atenção quanto aos direitos e às necessidades deste ciclo de vida (RUZANY, 2008). Entendendo as especificidades da adolescência e tomando como base as Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), este trabalho tem por objetivo relatar o projeto de pesquisa que teve início em 2017 e está em andamento em um bairro do município de Blumenau/SC. O estudo envolve a aplicação de questionário sociodemográfico com os pais/responsáveis e a realização de grupos focais com os adolescentes da escola do bairro e entrevistas com profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família da mesma localidade. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética na Pesquisa em Seres Humanos com os números 2.558.376 e 2.216.628/2017. A finalidade é compreender as concepções de saúde expressas pelos adolescentes e pelos profissionais de saúde, ancorados em uma perspectiva holística e positiva da saúde (NORDENFELT, 2000), visando promover junto à comunidade reflexões e ações de saúde sobre a adolescência. Os resultados parciais indicam que os adolescentes conceituam saúde como qualidade de vida e bem-estar e que possuem informações sobre as condições para uma vida saudável, mas referem dificuldade para colocá-las em prática. Não ter saúde foi apresentado como processos físicos e mentais como doenças e histórias de perdas familiares que os impedem de realizar ações consideradas importantes para eles. Quanto aos profissionais de saúde, estes expressaram histórico de dificuldades em relação à sua própria adolescência e resistência no trabalho com o público deste ciclo de vida. Mesmo reconhecendo a importância do acolhimento ao adolescente e do trabalho diferenciado para este grupo, os profissionais declaram que ainda há escassa inserção do adolescente no planejamento de ações da atenção básica e que possuem dificuldade para atingir este público. Percebe-se que conhecer as condições sociodemográficas e as concepções de saúde dos adolescentes é essencial para o planejamento de ações de saúde que atendam as características daquela comunidade. Aliado a estas questões, a escuta dos profissionais e a análise de suas trajetórias de vida, pode possibilitar a construção de um ambiente sensível, acolhedor e promotor de saúde para os adolescentes. Outrossim, a perspectiva positiva de saúde pode contribuir para a construção de estratégias que estimulem o protagonismo juvenil e o bem-estar durante a adolescência, favorecendo uma vida adulta saudável
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