16 research outputs found

    Aids, Infância(s) e Políticas Públicas: A Construção de Sujeitos Através do Discurso

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    No panorama nacional da Aids, há uma preocupação com sua incidência em mulheres, apontando a transmissão vertical do HIV como uma prioridade nas políticas de prevenção. Contudo, quando se trata de políticas públicas voltadas especificamente para a infância que vive com HIV/Aids, há uma invisibilidade e um silenciamento, que vão designar diferentes posições de sujeito no âmbito da Aids. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo investigar os discursos que constituem as políticas públicas em saúde no Brasil voltadas à questão da Aids na infância e seus dispositivos de saber/poder que constroem posições de sujeito. Foi realizada uma pesquisa documental, que contou com a análise de 19 documentos oficiais selecionados de acordo com os núcleos de sentido relacionados ao objetivo da pesquisa (criança/infância; transmissão vertical e gravidez/gestação) e encontrados em uma base de dados do Ministério da Saúde. Observou-se a existência de posições diferenciadas de infância no âmbito da Aids, sendo, uma infância que é, ao mesmo tempo, enunciada como alvo de políticas públicas, antes mesmo de se conhecer seu status sorológico e, por outro lado, uma infância que vive com HIV/Aids, que deixa de ser alvo de políticas públicas. Tais posições de invisibilidade da criança produzem efeitos no âmbito das práticas sociais em saúde pública voltadas a esse segmento populacional, sendo válido, portanto, estudos que se destinem à análise de tais políticas, considerando que os discursos que enunciam as infâncias e a aids também fabricam as políticas públicas na área da saúde e reverberam práticas e saberes

    Entrelaçando (im)possibilidades: reflexões sobre a atuação da psicologia social comunitária na atenção primária à saúde

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    O presente trabalho relata a experiência de estágio em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Juiz de Fora/MG. O objetivo foi analisar a prática da Psicologia Social Comunitária (PSC) e suas (im)possibilidades de ações. No contexto estudado, as estratégias utilizadas foram: sistematização das informações, conversas informais e visitas domiciliares. Tais estratégias, desenvolvidas em conjunto com a equipe e usuários do serviço, se mostraram importantes para o mapeamento do território e no processo de aproximação com os moradores. No que se refere às questões éticas, observou-se a importância em sustentar uma perspectiva crítica da PSC, na tentativa de romper com os padrões hegemônicos da Psicologia. Com isso, observa-se que as estratégias sob a perspectiva crítica podem favorecer ações mais integradas às necessidades da população atendida pela UBS. O estágio apontou questionamentos sobre os modelos de atuação prestados pela Psicologia, abrindo espaço para discutir uma atuação comprometida com a comunidade

    Entrelaçando (im)possibilidades: reflexões sobre a atuação da psicologia social comunitária na atenção primária à saúde

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    O presente trabalho relata a experiência de estágio em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Juiz de Fora/MG. O objetivo foi analisar a prática da Psicologia Social Comunitária (PSC) e suas (im)possibilidades de ações. No contexto estudado, as estratégias utilizadas foram: sistematização das informações, conversas informais e visitas domiciliares. Tais estratégias, desenvolvidas em conjunto com a equipe e usuários do serviço, se mostraram importantes para o mapeamento do território e no processo de aproximação com os moradores. No que se refere às questões éticas, observou-se a importância em sustentar uma perspectiva crítica da PSC, na tentativa de romper com os padrões hegemônicos da Psicologia. Com isso, observa-se que as estratégias sob a perspectiva crítica podem favorecer ações mais integradas às necessidades da população atendida pela UBS. O estágio apontou questionamentos sobre os modelos de atuação prestados pela Psicologia, abrindo espaço para discutir uma atuação comprometida com a comunidade

    As possibilidades de intervenção do psicólogo em favor dos procedimentos de doação de órgãos e transplantes: um relato de experiência

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    Este relato de experiência apresenta, primeiramente, uma breve revisão sobre o funcionamento dos procedimentos de doação de órgãos e transplantes no Brasil, em termos de regulamentação jurídica, protocolos técnicos e questões éticas envolvidas. Num segundo momento, argumentamos sobre a necessidade de atuação do psicólogo na chamada “cadeia de doação”. Por fim, apresentamos o relato de experiência de um projeto realizado em um hospital geral, situado em uma cidade da Zona da Mata Mineira, que demonstra como a intervenção psicológica grupal pode melhorar os serviços de conscientização social sobre a importância da doação de órgãos. Em longo prazo e em escalas maiores, as intervenções psicológicas podem funcionar como ferramenta de redução das filas de espera para transplantes, por meio da modificação de opiniões muitas vezes fantasiosas sobre esse procedimento que tem salvado vidas em todas as partes do mundo.Palavras chave: Doação de órgãos; Transplante de órgãos; Atenção primária; Psicologia hospitalar

    As possibilidades de intervenção do psicólogo em favor dos procedimentos de doação de órgãos e transplantes: um relato de experiência

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    Este relato de experiência apresenta, primeiramente, uma breve revisão sobre o funcionamento dos procedimentos de doação de órgãos e transplantes no Brasil, em termos de regulamentação jurídica, protocolos técnicos e questões éticas envolvidas. Num segundo momento, argumentamos sobre a necessidade de atuação do psicólogo na chamada “cadeia de doação”. Por fim, apresentamos o relato de experiência de um projeto realizado em um hospital geral, situado em uma cidade da Zona da Mata Mineira, que demonstra como a intervenção psicológica grupal pode melhorar os serviços de conscientização social sobre a importância da doação de órgãos. Em longo prazo e em escalas maiores, as intervenções psicológicas podem funcionar como ferramenta de redução das filas de espera para transplantes, por meio da modificação de opiniões muitas vezes fantasiosas sobre esse procedimento que tem salvado vidas em todas as partes do mundo.Palavras chave: Doação de órgãos; Transplante de órgãos; Atenção primária; Psicologia hospitalar

    “Foguete ou tiro?”: a produção de subjetividade de juventudes a partir do território

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    O presente artigo objetiva analisar os efeitos que o território produz na construção da subjetividade da população jovem moradora de um bairro periférico da cidade de Juiz de Fora/MG. A pesquisa se deu a partir do referencial metodológico da Pesquisa-Ação Participante de base qualitativa e tem como ferramenta de levantamento de informações o grupo focal, mediado pelo roteiro com perguntas disparadoras da discussão. Ao todo, participaram da pesquisa 10 jovens, entre meninas e meninos. Por meio dos grupos focais realizados, foi possível compreender que o território exerce grande influência na construção de subjetividades, principalmente no que tange à categoria juventude e, esse território, é perpassado por diversos outros fatores como a violência, o tráfico de drogas e o medo. Todas essas questões compõem as realidades e forjam conceitos sobre os sujeitos que as vivenciam, influenciando assim rotas, hábitos e sentimentos de pertencimento a um lugar

    Juventude e drogas: uma intervenção sob a perspectiva da Psicologia Social

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    O presente artigo apresenta uma intervenção que teve como objetivo contribuir para a discussão sobre a prevenção do uso de álcool e outras drogas entre jovens, pautada na promoção integral da saúde e na criação de modos singulares de cuidado. Buscou-se problematizar a prevenção a partir da abordagem crítica da Psicologia Social. As atividades foram realizadas com 33 estudantes, entre 13 e 15 anos, de uma turma do 9º ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Muriaé-MG e seguiram o delineamento da Pesquisa-Intervenção, sendo desenvolvidas com a realização de oficinas temáticas. Adotou-se como estratégia a redução de danos, que busca diminuir os prejuízos advindos do uso de álcool e outras drogas, sem que a abstinência seja considerada a única saída. Pôde-se perceber que os jovens, quando valorizados por meio de atividades que considerem suas experiências, assumem posicionamento ativo, consciente e político durante as discussões.&nbsp

    Juventude e drogas: uma intervenção sob a perspectiva da Psicologia Social

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    O presente artigo apresenta uma interveno que teve como objetivo contribuir para a discusso sobre a preveno do uso de lcool e outras drogas entre jovens, pautada na promoo integral da sade e na criao de modos singulares de cuidado. Buscou-se problematizar a preveno a partir da abordagem crtica da Psicologia Social. As atividades foram realizadas com 33 estudantes, entre 13 e 15 anos, de uma turma do 9 ano do ensino fundamental de uma escola pblica da cidade de Muria-MG e seguiram o delineamento da Pesquisa-Interveno, sendo desenvolvidas com a realizao de oficinas temticas. Adotou-se como estratgia a reduo de danos, que busca diminuir os prejuzos advindos do uso de lcool e outras drogas, sem que a abstinncia seja considerada a nica sada. Pde-se perceber que os jovens, quando valorizados por meio de atividades que considerem suas experincias, assumem posicionamento ativo, consciente e poltico durante as discusses

    Entrando na ciranda: aids, infâncias e políticas públicas em saúde no Brasil

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    The present master’s degree research starts with the view according to which there are certain specificities related to the aids theme, which are configured from elements such as class, sexuality, gender, race, territory and generation, involving processes of social hierarchization of the epidemic. With the goal of investigating the discourses which are related to the public health care policies in Brazil aimed to the issues of aids in the childhood and of analyzing the knowledge/power devices which constitute the statements and positions of the subject of childhood with aids, we find support in the theoretical references of Michel Foucault, which allows the analysis of how the discourses produce positions of subject, operating by means of complex power relations. Among epidemiologic indexes which guide public health care policies, there is a current concern with the incidence of aids in women, pointing to the Vertical Transmission of HIV as a priority in terms of prevention policies. However, when it comes to public policies aimed specifically to the childhood that lives with HIV/aids, there is an invisibility and a silencing, which, according to the analysis perspective of the present research, delegates positions of subject hierarchized in the scope of the public health care policies on HIV/aids in Brazil. The methodological outline contemplates the documental research and the Discourse Analysis of Foucaultian reference. The data production source is composed of official documents which gather the public policies and articulately enunciate childhood and HIV/aids. They are, therefore, public domain documents available at the Brazilian Health Ministry’s website, which are reference to the categories of research analysis. From the documental analysis we have observed that there are different positions of childhood when it comes to aids, that is, a childhood which is, at the same time, enunciated as target of public policies, even before their serologic status is known and, on the other hand, as a childhood who lives with HIV/aids, which, however, is no longer targeted by public policies.. Such position of child invisibility as a subject of rights, as well as the enunciation of this “no-place” to childhood living with HIV/aids in the public health care policies in Brazil produce effects of social and programmatic vulnerability in the scope of public health care policies aimed at this slice of the population. Therefore, it is valid to foment initiatives which take into consideration the critical and propositive questioning in the realm of public health, considering that the discourses enunciate childhood and aids in the childhood, also fabricate the public health care policies and reverberate practices and knowledge.A presente pesquisa de mestrado parte do pressuposto de que existem determinadas especificidades relacionadas à problemática da aids, que se configuram a partir de elementos como classe, sexualidade, gênero, raça, território e geração, envolvendo processos de hierarquização social da epidemia. Com o objetivo de investigar os discursos que atravessam as políticas públicas em saúde no Brasil voltadas à questão da aids na infância e analisar os dispositivos de saber/poder que constituem os enunciados e as posições de sujeito da infância com aids, encontramos sustentação no referencial teórico de Michel Foucault, que permite analisar como os discursos produzem posições de sujeito, operando por meio de complexas relações de poder. Em meio a índices epidemiológicos que orientam políticas públicas em saúde, há uma preocupação atual com a incidência da aids em mulheres, apontando para a Transmissão Vertical do HIV como uma prioridade em termos de políticas de prevenção. Contudo, quando se trata de políticas públicas voltadas especificamente para a infância que vive com HIV/aids, há uma invisibilidade e um silenciamento, que, de acordo com perspectiva de análise da presente pesquisa, designa posições de sujeito hierarquizadas no âmbito das políticas públicas em HIV/aids no Brasil. O delineamento metodológico contempla a pesquisa documental e a Análise do Discurso de referencial foucauldiano. A fonte de produção de dados é composta por documentos oficiais que reúnem as políticas públicas que enunciam articuladamente infância e HIV/aids. Tratam-se, portanto, de documentos de domínio público disponíveis no site do Ministério da Saúde do Brasil, que fazem referência às categorias de análise da pesquisa. A partir da análise documental, observou-se que existem posições diferenciadas de infância no âmbito da aids, ou seja, uma infância que é, ao mesmo tempo, enunciada como alvo de políticas públicas, antes mesmo de se conhecer seu status sorológico e, por outro lado, como uma infância que vive com HIV/aids, que, entretanto, deixa de ser alvo de políticas públicas. Tais posições de invisibilidade da criança como sujeito de direitos, bem como, a enunciação desse “não-lugar” para a infância vivendo com HIV/aids nas políticas públicas de saúde no Brasil produzem efeitos de vulnerabilidade social e programática no âmbito das práticas sociais em saúde pública voltadas a esse segmento populacional. Assim, é válido fomentar iniciativas que atentem para um questionamento crítico e propositivo no âmbito da saúde pública, considerando que os discursos que enunciam a infância e a aids na infância, também fabricam as políticas públicas na área da saúde e reverberam práticas e saberes.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superio

    Entre ser... Rede, jovem e sujeito político: possibilidades de subjetivação política nos cenários do HIV/Aids no Brasil

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    The present thesis has aimed to investigate possibilities of political subjectivation a tRedes de Jovens Vivendo com HIV/Aids (Networks of Young People Living with HIV/Aids) in Brazil and their (possible) constitution as a political subject. The research positions itself in front of a complex theoretical, methodological and conceptual field and assumes as epistemological orientation the production of Jacques Rancière about the dissensus dimension of politics. In the contemporary panorama of HIV/Aids, some paths that have become relevant in the history of the epidemic in the country are addressed, especially those focused on the youth living with the virus. In this sense, attention is focused on issues such as: processes involving the participation of organised civil society in HIV/Aids prevention policies; the institutional relations that constructed the logic of agreement and assimilation with the State; the valorisation of a technical rationality from the increment of new prevention technologies; and the position of youth and their cooperative articulation in these fields. In this study, the youth is understood as a field crossed by interventions, mainly in its relationship with the State, questioning logics of appropriation and a guarded protagonism. Against this background, Ethnography is taken as a methodological design, using participant observation, field diary and (in)formal conversations to access the reality of the Redes de Jovens Vivendo com HIV/Aids. It from the ethnographic field, five topics of analytical synthesis were unfolded: 1) Meetings, spaces and relationships; 2) About living and surviving with HIV/Aids and making/being Redes; 3) Institutions, agreements and Redes; 4) From social participation to political subjectivation; 5) Between ―being Rede‖, ―being young‖ and ―being a political subject‖. Such synthesis concentrates on the division between the regime of the police and the politics and the possibilities of rupture in the sensible order that opportune the political subjectivation. As a conclusion, the possible occurrence of Redes as a political subject is related to an inversion produced about its own existence. From this inversion provoked by actions of recognition of the dissent, or of naming a polemic, an interval occurs in the sensible ordering and the naturalised logics of the hierarchies in the political scenario of Aids. For the political subject is precisely in the condition of keeping ―in between‖, escaping from the logic that assimilates it as part of the standard process and neutralises its effects. Through the (de)identification, it is understood that it is in the knot between being young, being Redes and being a political subject, that it becomes possible to reinvent the modes of politics.A presente tese teve como objetivo investigar as possibilidades de subjetivação política das Redes de Jovens Vivendo com HIV/Aids no Brasil e sua (possível) constituição enquanto sujeito político. A pesquisa posiciona-se frente a um complexo campo teórico, metodológico e conceitual e assume como orientação epistemológica a produção de Jacques Rancière sobre a dimensão dissensual da política. No panorama contemporâneo do HIV/Aids, são abordados alguns caminhos que fizeram-se relevantes na história da epidemia no país, principalmente os que colocam em foco a juventude que vive com o vírus. Nesse sentido, destina-se atenção a problematizações como: os processos que envolveram a participação da sociedade civil organizada nas políticas de prevenção ao HIV/Aids; as relações institucionais que construíram lógicas de pactuação e assimilação com o Estado; a valorização de uma racionalidade técnica a partir do incremento de novas tecnologias de prevenção; e a posição da juventude e sua articulação coletiva nestes campos. No estudo, a juventude é entendida enquanto campo atravessado por intervenções, principalmente em sua relação com o Estado, questionando-se lógicas de apropriação e de um protagonismo tutelado. Frente a este contexto, a Etnografia é tomada como desenho metodológico, lançando mão da observação participante, do diário de campo e das conversas (in)formais para acessar o recorte da realidade das Redes de Jovens Vivendo com HIV/Aids. Do campo etnográfico, desdobraram-se cinco tópicos de sínteses analíticas: 1) Encontros, espaços e relações; 2) (Sobre)viver com HIV/Aids e fazer/ser Redes; 3) Instituições, pactuações e Redes; 4) Da participação social à subjetivação política; 5) Entre ―ser Rede‖, ―ser jovem‖ e ―ser sujeito político‖. Tais sínteses concentram-se na divisão entre o regime da polícia e da política e nas possibilidades de ruptura na ordem sensível que oportunizam a subjetivação política. Como conclusão, o possível acontecimento das Redes enquanto sujeito político está relacionado a uma inversão produzida acerca de sua própria existência. A partir desta inversão provocada por ações de reconhecimento do dissenso, ou de nomeação de uma polêmica, ocasiona-se um intervalo no ordenamento sensível e nas lógicas naturalizadas das hierarquias no cenário político da Aids. Pois o sujeito político encontra-se justamente na condição de se manter ―entre‖, escapando da lógica que o assimila como parte do processo comum e neutraliza seus efeitos. Pela via da (des)identificação, entende-se que é no nó entre ser jovem, ser Redes e ser sujeito político, que torna-se possível reinventar os modos da política
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