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    Posseiros no médio São Francisco: planejamento estatal e mobilidade do trabalho

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    Este artigo trata dos aspectos recentes da mobilidade do trabalho dos posseiros e do planejamento estatal de perspectiva territorial no Médio São Francisco baiano, Território de Identidade do Velho Chico. As transformações atuais nessa área envolvem um processo no qual o Estado, munido da perspectiva territorial da ação planejada e por meio de outras ações (como a disposição de benefícios, incentivos, subsídios e regularizações de terra), dissemina e estimula uma série de programas cada vez mais determinantes na reprodução do trabalho dos posseiros, incluindo sua permanência transformada, mais monetarizada. Por outro lado, esses posseiros se veem tensionados, quando as ações estatais viabilizam também os meios facilitadores das ações empresariais, ameaçando constantemente os territórios dessas comunidades (impulsionando a mobilização do trabalho), voltados à produção de energia, mineração e agropecuária comercial. Ambas as formas de ação “elegem” o território como cerne da prática contraditória do Estado nessa área. Mostrar o desdobramento empírico dessa contradição torna-se o cerne desse artigo

    O “sentido da colonização” na territorialização do capital no Médio São Francisco: um olhar sobre o processo em meados do Século XVIII

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    This paper proposes to revisit and discuss the initial process of territorial formation of the Médio São Francisco, as position of the categorical assumptions of capital in territorialization, not without violence, and given in terms of the sense of colonization (PRADO JR ., 1979 [1942]). To that end, we turn to the bibliographical survey on the Sanfranciscan occupation, including an important historical reference, little studied, called "Roadmap of Maranhão to Goyaz by the captaincy of Piauhy" (of unknown authorship, published in the magazine of the Historical and Geographical Institute) written in (MARX, 1988 [1867]) and to the propositions of POLANYI (2000 [1944]) and KURZ (2014), in which the role of the State as promoter-product of the territorialisation of the assumptions of capital. First, by suppressing the means of the "social reproduction" of the indians, then by generating the production of subsistence, adequate to the sense of colonization: production of gold and goods for the Metropole. Process by which the social form of mediation was put, generalizing its fundamental categories, money, work and merchandise. These, violently imposed, became the social form of being of relations under capital

    The labour go to Brejo: mobilization, migration and colapse of modernization.

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    Este estudo trata do momento atual da modernização dos Brejos da Barra (BA), mais precisamente do Brejo da Cabeceira do São Gonçalo, onde observamos a reprodução do trabalho. Procuramos analisar como essa reprodução é crítica também por ser mediação social de categorias sociais contraditórias, que também aparecem, por este caráter contraditório, como não crítica. Assim, uma pergunta inicialmente elaborada sobre as práticas empíricas dos brejeiros radicalizou-se, tornando-se uma pergunta sobre a modernização de acordo com as categorias de mediação mercadoria, trabalho e dinheiro. O processo de formação de tais categorias é o mesmo que forma historicamente os Brejos, no qual se destacam a mobilidade territorial e a mobilização do trabalho por meio do apossamento de áreas e da produção agropecuária no Vale do São Francisco, para troca ou consumo próprio. Este processo acelera-se significativamente com ações, inclusive estatais, que estimulam a migração. A aceleração impõe, contraditoriamente, os próprios termos da crise na reprodução do capital social total. Observamos que todo esse processo diz respeito a uma gestão da crise, dada a profusão da infraestruturação geral, da disponibilidade de dinheiro e de crédito. Ainda assim, não deixa de ser reposição de categorias da modernização em crise e colapso.This dissertation deals with the modernization that is currently taking place in Brejos da Barra (BA), more precisely Brejo da Cabeceira do São Gonçalo and in which we observe the reproduction of labour. We seek to observe how critical this reproduction is, especially because it is socially mediated by contradictory social categories that seem non-critical precisely because of this character. So, the initial question about the empirical practice of the inhabitants became a question about the modernization seen through the mediated categories of merchandise, labour and money. The formation process of these categories is similar to the process that historically formed the Brejos region and from which we can highlight the territorial mobility and the mobilization of labour through the possession of the land and of the farming process for the inhabitants own use or to develop a trade system in Vale do São Franscisco. This process is accelerated through different interventions (including state intervention) which stimulate migration. However, this acceleration creates a crisis in the reproduction of the total social capital. We observe that this process is tantamount, paradoxically, to the management of the crisis because of the proliferation of the general infrastructure and of currency and credit circulation even if this process can also be seen as the reposition of the modern categories of crisis and collapse

    When planning goes to Brejo: labor mobility and territorial planning in the modernization of the Velho Chico

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    A pesquisa desenvolvida refere-se ao processo de modernização, territorialização das relações sociais do capital, no momento atual do planejamento estatal de perspectiva territorial (Territórios de Identidade) no Médio São Francisco, mais precisamente no município de Barra (BA) comunidades rurais dos Brejos da Barra. As transformações recentes na dinâmica da reprodução do trabalho dos posseiros nessa área envolve um processo no qual o Estado, munido da perspectiva territorial da ação planejada e por meio de outras ações (envolvendo a disposição de benefícios, incentivos, subsídios e regularizações de terra), dissemina e estimula uma série de programas cada vez mais determinantes na reprodução desse posseiro. Isso não é aceito sem crítica, as quais se colocam outras propostas de territorialização, mais voltadas aos desígnios das comunidades envolvidas, mostrando, inclusive, como aquela promoção da permanência transformada do camponês posseiro na terra, mais monetarizada, é, por outro lado, tensionada, justamente pelo Estado quando este viabiliza os meios facilitadores das ações empresariais, ameaçando constantemente os territórios dessas comunidades (impulsionando a mobilização do trabalho), voltados à produção de energia, mineração e agropecuária comercial. Ambos elegem o território como cerne da prática envolvendo um duplo aspecto indissociável: o da constrição e confinamento territorial dos camponeses posseiros. Todo esse recente processo tem, no entanto, uma determinação histórica social violenta de imposição categorial, cada vez mais tornada crítica na modernização, marcada por uma dinâmica contraditória, do desdobramento e generalização das mediações sociais, como trabalho, dinheiro, e mercadoria e Estado, perpassando todos os sujeitos sociais das ações. Por isso, nesta pesquisa, nos voltamos também a sua história de imposição, discutindo a formação dessas categorias sociais, do próprio Estado e do planejamento, para outra vez retornarmos ao momento mais recente, rediscutindo os desdobramentos concretos das relações sociais.The developed research refers to the modernization process, understood as the territorialization of capitals social relations, in the present moment of States planning within the territorial perspective (Territory of Identity Program) at the Medium São Francisco Valley, more precisely at the municipality of Barra/BA rural communities of the Brejos da Barra (Barra Swamps). Recent transformations of the labor reproduction dynamics of local smallholders unfold a process in which the State armed with the territorial perspective of planning action and by other actions involving the disposing of benefits, incentives, subsides, and land regularization disseminates and stimulates several programs more and more determining smallholders social reproduction. This has not been accepted without critics. On one hand, the current critics tend to present other proposals of territorialization, more connected to the aims of the involved communities, such as the promotion of land permanence, although more monetized. On the other, they are opposed by the very State once it makes viable the facilities to enterprise actions with plans towards energy production, mining and commercial agriculture, constantly threatening these communities territories and promoting the labor mobility. Both the State and the critics have elected the territory as the center of their practices involving a double side aspect: that of the constriction and of the territorial confining of smallholders and peasants. Nonetheless, the recent process as a whole has a social and historical violent determination of a categorical imposition, turned even more critical by the modernization, marked by a contradictory dynamics of unfolding and generalizing the social mediations, such as labor, money, commodity and the State, that pass through all the social actors of the related actions. Therefore, in this research we also turn to the history of the imposition of those social mediations, discussing their formation, in order to understand the recent moment as part of the critical concrete unfolding of social relations

    POSSEIROS NO MÉDIO SÃO FRANCISCO: PLANEJAMENTO ESTATAL E MOBILIDADE DO TRABALHO/Possessors in the middle San Francisco: state planning and labor mobility

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    Este artigo trata dos aspectos recentes da mobilidade do trabalho dos posseiros e do planejamento estatal de perspectiva territorial no Médio São Francisco baiano, Território de Identidade do Velho Chico. As transformações atuais nessa área envolvem um processo no qual o Estado, munido da perspectiva territorial da ação planejada e por meio de outras ações (como a disposição de benefícios, incentivos, subsídios e regularizações de terra), dissemina e estimula uma série de programas cada vez mais determinantes na reprodução do trabalho dos posseiros, incluindo sua permanência transformada, mais monetarizada. Por outro lado, esses posseiros se veem tensionados, quando as ações estatais viabilizam também os meios facilitadores das ações empresariais, ameaçando constantemente os territórios dessas comunidades (impulsionando a mobilização do trabalho), voltados à produção de energia, mineração e agropecuária comercial. Ambas as formas de ação “elegem” o território como cerne da prática contraditória do Estado nessa área. Mostrar o desdobramento empírico dessa contradição torna-se o cerne desse artigo

    POSSEIROS NO MÉDIO SÃO FRANCISCO: PLANEJAMENTO ESTATAL E MOBILIDADE DO TRABALHO/Possessors in the middle San Francisco: state planning and labor mobility

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    Este artigo trata dos aspectos recentes da mobilidade do trabalho dos posseiros e do planejamento estatal de perspectiva territorial no Médio São Francisco baiano, Território de Identidade do Velho Chico. As transformações atuais nessa área envolvem um processo no qual o Estado, munido da perspectiva territorial da ação planejada e por meio de outras ações (como a disposição de benefícios, incentivos, subsídios e regularizações de terra), dissemina e estimula uma série de programas cada vez mais determinantes na reprodução do trabalho dos posseiros, incluindo sua permanência transformada, mais monetarizada. Por outro lado, esses posseiros se veem tensionados, quando as ações estatais viabilizam também os meios facilitadores das ações empresariais, ameaçando constantemente os territórios dessas comunidades (impulsionando a mobilização do trabalho), voltados à produção de energia, mineração e agropecuária comercial. Ambas as formas de ação “elegem” o território como cerne da prática contraditória do Estado nessa área. Mostrar o desdobramento empírico dessa contradição torna-se o cerne desse artigo

    O debate sobre as “sete teses do mundo rural brasileiro”: um breve balanço recente sobre a modernização (conservadora)

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    O presente artigo tem como objetivo principal estabelecer uma aproximação crítica com o debate relativo às dinâmicas do chamado “mundo rural brasileiro”, principalmente ocorrido entre 2013 e 2014 a partir do texto “Sete teses sobre o rural brasileiro”, escrito por Antônio M. Buainain, Eliseu Alves, José Maria da Silveira e Zander Navarro, presente no livro O novo rural no Brasil do século 21. Isso será feito observando também as críticas às teses efetivadas por outros autores, dado o tratamento superficial em relação aos processos reais do mundo rural. Se, por um lado, havia uma proposta teórica aparentemente contundente marcada nas “sete teses” em relação às prerrogativas gerais do desenvolvimento agrícola a partir de políticas públicas e dados estatísticos de investimento, diversos autores apresentaram as fragilidades das mesmas ao não atentarem para aspectos da realidade em análise e seu desdobramento. Nesse sentido é que pretendemos retomar as críticas a elas realizadas para ressaltar questões pertinentes ao debate fundamental recente dessa dinâmica do desenvolvimento rural

    Mem?ria cultural e recorda??o : narratividade e espera no document?rio Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho.

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    O document?rio Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho, tem uma conturbada e longa hist?ria de realiza??o. Ao incluir no filme essa narrativa sobre os problemas enfrentados desde a primeira ideia do document?rio, o documentarista prop?e uma intrigante reflex?o sobre a representa??o da mem?ria, assim como sobre a rede entre mem?ria, cultura e hist?ria brasileira. O real e a realidade ganham novos contornos e conex?es pela espera ? ? esse lapso temporal entre projetos e a incorpora??o do processo de cria??o do filme que engendram uma po?tica do olhar e novas formas de percep??o da historicidade e da constru??o de uma mem?ria narrativa e cinematogr?fica brasileira. Os sujeitos envolvidos no projeto s?o chamados para assistir ao que sobrou da primeira tentativa de realiza??o do document?rio, passando a narrar o que foi e como se percebem nessa trajet?ria marcada pela viol?ncia do Estado, em um processo de autointerpreta??o e/ou autoformula??o de suas imagens e recorda??es.Twenty Years Later (Portuguese: Cabra marcado para morrer, ?Man Marked for Death?) is a 1984 Brazilian documentary film directed by Eduard Coutinho, and it has a long and troubled production period. By incorporating in the film a narrative concerning the difficulties faced since the project very conception, the documentarian comes up with an intriguing reflection about both memory representations and the network of memory, culture, and Brazilian history. The real and the reality acquire new shapes and relations due to the waiting period ? the time gap between the projects and the inclusion of the film creation process engendered a poetics of the sight and new ways of perceiving historicity and the establishment of a Brazilian narrative and cinematographic memory. Those involved in the project are invited to watch what was left of the first attempt of the filmmaking, while they start telling what it was and how they see themselves in this path marked by the Brazilian state's violence, in an auto-interpretation and/or auto-formulation process of their imageries and recalling

    O BOOM E O ESTOURO DA BOLHA DAS COMMODITIES NO SÉCULO XXI E A AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA BRASILEIRA: DA MOBILIZAÇÃO A CRISE DO TRABALHO/ The Commodity’s Bubble Boom and Burst in the 21st Century and the Brazilian Sugarcane Agroindustry: from labor mobilization to its crisis/ El Boom y el Estallido de la Burbuja de las Commodities en el Siglo XXI y la Agroindustria Brasileña de la Caña de Azúcar: de la Movilización a la Crisis del Trabajo

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    A expansão da agroindústria canavieira das últimas décadas no Brasil carrega em sua dinâmica os paradigmas que permitem uma reflexão sobre o próprio processo de territorialização do capital cada vez mais financeirizado. As transformações recentes de ordem produtiva, como as relações de trabalho, expansão em área e produtividade da produção de cana-de-açúcar, endividamento e crise do agronegócio no entorno dessa atividade, no estado de São Paulo e outros da região Sudeste, são apresentados no presente artigo. Com ele, tentamos mostrar como a reprodução ampliada do capital se desdobra numa contraditória dinâmica de expansão produtiva, crise do trabalho e dependência cada vez maior de capital fictício, balizados quase sempre no Estado, e como isso envolve outra, relativa à mobilidade do trabalho e urbanização recente de cidades dependentes da dinâmica desse setor, o que diz respeito, na verdade, à pergunta acerca da reprodução da socialização sob relações capitalistas como um todo, no momento de sua crise
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