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HAITIANOS EM CUIABÁ: A VOZ DE UM POVO NAS HISTÓRIAS DE VIDA
O presente trabalho reflete as inquietações provocadas pelo movimento migratório de haitianos para Cuiabá, Mato Grosso, após o terremoto em 2010, no que refere à reconfiguração identitária, presente nas situações vivenciadas noutro contexto sociocultural. Trata-se de análise do relato de três sujeitos, através de histórias de vida, colhidas via entrevista semiestruturada. Indivíduos com patrimônio cultural consolidado dentro de um processo histórico modificam-se pela incorporação de outros elementos da nova realidade, tornando os processos reais de solidariedade, um lugar para refazer a subjetividade humana e suas expressões identitárias situacionais. É na reemergência do sujeito que observamos o surgimento de novas identidades, uma multiplicação de identidades locais com o colapso da identidade de origem. Com o objetivo de dar voz aos sujeitos, esta perspectiva implica num novo olhar e outros aportes teóricos para a captação da realidade do sujeito-objeto. A narrativa como ferramenta para pesquisa contribui para a construção histórica da realidade a partir do relato de fatos passados, numa perspectiva para o futuro. Assim o sujeito relata sua experiência, atribuindo-lhe outro significado, e possibilita ao entrevistador a escuta e transformação de si por impregnar-se desses conteúdos, proporcionando diversas possibilidades de interpretação. Os resultados indicam, de maneira geral, preocupação com inserção no mercado de trabalho, procura por espaços de preservação da cultura haitiana, e pela aprendizagem da cultura e idioma locais. Palavras-chave: Cuiabá; Identidade; Haitianos; Narrativa.
A Poética de Gervane de Paula: reflexões para o artivismo e a decolonialidade
A partir do presente texto intenta-se uma reflexão e doravante uma possível aproximação através de pesquisa ao universo do artista plástico Gervane de Paula, bem como de sua obra e os sentidos sociais, concretos e subjetivos, que esta deixa em suas expressões irreverentes e críticas. É inegável a riqueza expressiva contida na obra desse artista latino americano, a qual aponta para as realidades sociais gritantes e ao mesmo tempo, muitas vezes não percebidas em nosso contexto. Uma vez que, o saber positivista pouco se inclina a subjetividade do diferente, do estranho, do diverso e daqueles que não se submetem aos padrões naturalizados enquanto únicos e verídicos; eis aí uma oportunidade de legitimação acadêmica da obra de Gervane, mas antes, uma aproximação de seu universo e seu modo impar de estar no mundo, de interagir com a realidade e nomeá-la de modo rico, expressivo e irreverente, visto sua poética estar de algum modo imbricada ao artivismo e ao pensamento decolonial, tão necessários e indispensáveis em nosso contexto
DIÁLOGOS E ENTRELUGARES: HAITI EM CUIABÁ
Os Haitianos, após a catástrofe do terremoto em 2010, escolheram o Estado de Mato Grosso, dentre outros estados brasileiros, em busca de refúgio. Cuiabá, a capital mato-grossense acolheu estes refugiados. Não houve um grupo organizado e preparado para o acolhimento dos refugiados, exceto no que refere à regularização de documentos oficiais, além da recepção realizada por igrejas. As crianças e alunos adultos foram encaminhados para a escola pública – os adultos para o EJA, embora, no começo, não tivessem tradutores para melhor adaptação. Para esta pesquisa, a hipótese levantada foi se haveria uma dimensão de vida na qual os haitianos estariam mantendo uma zona de conforto que os potencializasse a ficar no Brasil ou aguentar um período de espera para retornar ao Haiti, uma vez que, em vários lugares da capital, como shoppings, bares, praças e escolas, muitos permaneciam sem emprego e dependendo de ajuda humanitária de instituições, embora, entre eles, existiam profissionais com diploma superior e aptidão para uma série de ocupações laborais. A pesquisa de campo e qualitativa teve o objetivo de investigar a produção simbólica, a significação e ressignificação dos fenômenos criativos de múltiplas linguagens, surgidas no entrelugar do diálogo e da cultura por meio das festas e rituais desenvolvidos em Cuiabá. As festas religiosas católicas ou evangélicas, os locais de conversas e/ou diversão, assim como o local de trabalho e estudo parecem configurar o entrelugar dos haitianos em Cuiabá. São momentos em que as identidades de projeto se projetam e possibilitam uma vivência possível no lugar onde são refugiados. Palavras-chave: Cuiabá; Entrelugares; Haitianos; Festas religiosas; Refugiados
Modelo de um Memorial justificado, para que possa ser utilizado como ferramenta complementar no ensino e aprendizagem do processo projetual nas disciplinas de Projeto de Arquitetura
Este artigo trata de um modelo de memorial justificativo que poderá servir de referência para auxiliar os alunos de arquitetura a descreverem e justificarem, de maneira sistemática, as razões para as decisões tomadas e que resultaram em uma solução arquitetônica. Servir de ferramenta complementar no ensino e aprendizagem do processo de projeto nas disciplinas de projeto de arquitetura. A linha de pensamento que orientou o desenvolvimento do memorial teve como base teórica o método desenvolvido por Neves e para a adoção do partido na arquitetura e conceitos abordados por Mahfuz, relacionados ao processo projetual