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    Desinstitucionalização ou desospitalização: a aplicação do discurso na prática psiquiátrica de um serviço de Florianópolis

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.O presente trabalho trata da análise de alguns aspectos da Reforma Psiquiátrica, em curso no Estado de Santa Catarina. Para tanto, optou-se por pesquisa qualitativa, sendo o Estudo de Caso o método escolhido e, a coleta de dados se fez através de entrevista semi-estruturada e observação participante. O material coletado foi submetido à técnica de análise de conteúdo, de Bardin. A questão é analisada a partir das concepções teóricas, elaboradas por Franco Rotelli e colaboradores, enfocando o processo de desinstitucionalização da assistência psiquiátrica. A abordagem dada a questão, tem como assertiva, a influência marcante da Psiquiatria Democrática na Reforma Psiquiátrica brasileira e, por extensão, catarinense.. Para Rotelli, a Psiquiatria, ao haver separado um objeto fictício, a 'doença', da 'existência' global complexa e concreta dos pacientes e do corpo social", e sobre esta separação construir um conjunto de aparatos científicos, legislativos e administrativos, todos referidos à doença - a instituição - impossibilitou a aproximação com a pessoa doente. Para tanto, necessário se faz desmontar/remontar esta construção, desistitucionalizar. Desinstitucionalização refere-se a um processo de mudanças radicais, tendo por primeiro passo a desistitucionalização do paradigma, renunciando a perseguir a normalidade plenamente reestabelecida. Como conseqüência, muda-se o objeto da psiquiatria, deixando de ser a doença, passa a ser a existência-sofrimento dos pacientes e a sua relação com o corpo social. A ênfase não é mais colocada no processo de cura, mas no projeto de invenção de saúde e de reprodução social da pessoa. O trabalho terapêutico se amplia, adquirindo o sentido de tomar encargo, de cuidar da pessoa. Por conseqüência, a relação terapêutica passa a ocupar-se de questões econômicas, afetivas, jurídicas, trabalhistas, tornando mais complexa a profissionalidade dos operadores. Nesta ótica, a organização da assistência tem como foco os serviços substitutivos ao modelo centrado na doença, com o redirecionamento dos recursos antes destinados ao modelo hospitalocêntrico; a questão loucura deixa de ser preocupação exclusiva dos técnicos e passa a envolver a comunidade, pois trata-se de encontrar para "louco" um lugar na sociedade, que não seja a exclusão e tutela. Da analise dos dados se evidenciam discurso e prática díspares dos sujeitos da pesquisa. Encontramos discurso que se coadunam com princípios da desinstitucionalização, mas também identificamos aqueles que se distanciam, identificando-se mais com uma compreensão que aponta para a desospitalização, além da coexistência de ambos no mesmo discurso. Assim, prescindir do hospital psiquiátrico é visto como uma possibilidade, sendo ao mesmo tempo um recurso utilizado. A prática, muitas vezes sustentada por um discurso desistuticionalizante, é mais condizente com as práticas da desospitalização, visto que, embora exista a preocupação com a qualidade de vida do usuário do serviço, as ações se restringem, quase que exclusivamente, no emprego das técnicas terapêuticas derivadas dos saberes específicos da área de formação profissional. Quanto à organização dos serviços assistenciais, há uma convergência dos discursos, no entanto, não existe hegemonia. Mudanças são percebidas como sendo necessárias, de tal forma que a assistência vá ao encontro das necessidades do usuário, não só no tocante ao controle dos sintomas mas também enfrentando as questões do viver em sociedade. Portanto, o serviço enfocado não apresenta uma definição precisa dos pressupostos que animam sua prátic

    Saúde mental e dependência química

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    Neste módulo, vamos tratar sobre a temática da Saúde Mental e Dependência Química, como um dos grandes desafios da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Serão objetos de estudo do módulo os olhares sobre os transtornos psíquicos, a estruturação dos serviços substitutivos ao modelo vigente, a discussão sobre os principais transtornos mentais severos e sobre os chamados transtornos mentais comuns e algumas alternativas de tratamento oferecidas na rede de saúde mental no âmbito do SUS1.0Ministério da Saúde/OPAS/OM

    O enfermeiro de unidade básica de saúde e o usuário de drogas: um estudo em Biguaçú-SC

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    The present study investigates the opinion of healthcare professionals (nurses) toward drug users; to identify individual approaches and to know what knowledge they consider essential to the nursing care. The information was collected by interviewing 7 nurses from health units in the city of Biguacu -SC, using the Bardin technique of analysis. This sample is believed to reflect the opinion of broader social and medical boards. However, some part of this sample can be indicating the understanding of that the globalization process can be contributing for the "deregulation" of the drug use, approaching to the Critical-Holistic Analysis of International Health.El presente estudo buscó conocer la opinión de los enfermeros acerca de los usuarios de drogas: identificar a cual abordaje la opinión de los enfermeros se acerca y conocer que conocimentos consideran esenciales para el cuidado de enfermería. Las informaciones fueron obtenidas por medio de una entrevista semi-estructurada con siete enfermeros de Unidades de Salud del primer nivel, del Município de Biguaçú-SC, y los resultados fueran analisados atraves del metodo de análisis de contenido de Bardin. Los resultados demuestran que las opiniones se concetran en la abordaje médica y socio-cultural. Todavia, algunos discursos pueden estar indicando una compreensión de que el proceso de globalización tiene contribuido para la "desregulamentación" del uso de drogas, en una aproximación de la abordaje crítico-holístico de la salud internacional.O presente estudo buscou conhecer a opinião do enfermeiro sobre usuários de drogas, identificar de qual abordagem a opinião dos enfermeiros se aproxima e levantar que conhecimentos consideram essenciais para o cuidado de enfermagem. As informações foram obtidas através de entrevista semi-estruturada com sete enfermeiros lotados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Biguaçú-SC, e submetidas à técnica de análise de conteúdo de Bardin. A análise mostra que as opiniões concentram-se na abordagem médica e sócio-cultural. No entanto, alguns extratos das falas podem estar indicando a compreensão de que o processo de globalização possa estar contribuindo para a "desregulamentação" do uso de drogas, aproximando-se da abordagem Crítico-Holístico de Saúde Internacional

    Módulo V: Fundamentos históricos e conceituais da saúde mental e atenção psicossocial

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    Ministério da Saúd

    Use of creativity and technology in teaching the crisis in mental health and psychiatric nursing

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    Se trata de un estudio de actualización, en lo que se pretendió presentar algunas de las posibilidades de enseñanza de la crisis en salud mental en la carrera de pregrado en enfermería. Es posible dividir el proceso de enseñanza de la crisis en dos ejes: uno sobre la postura profesional frente a la crisis en los servicios de salud y el otro sobre las estrategias de enseñanza-aprendizaje para el conocimiento, la intervención y la problematización de la crisis en la universidad. Se espera que ese estudio sea un apoyo para la práctica pedagógica y para los profesionales de salud, para poder problematizar las diferentes profesiones, sus saberes, sus prácticas, sus tecnologías y las diferentes (y enriquecidas) posibilidades de intervención.This knowledge update study aimed to present teaching opportunities about crisis in mental health in nursing undergraduate courses. The teaching process of crisis can be divided into two axes: the first is related to the professional attitude towards the crisis in the health services and the second to the teaching-learning strategies for knowledge, intervention and problem-solving abilities in crisis at the university. This study can support the pedagogical practice and the health professionals, enabling the discussion of the different professions, their knowledge, practices, technologies and different (and rich) possibilities for intervention.Trata-se de estudo de atualização, no qual se pretendeu apresentar possibilidades de ensino sobre crise em saúde mental nos cursos de graduação em enfermagem. É possível dividir o processo de ensino da crise em dois eixos: o primeiro estaria relacionado à postura profissional frente à crise nos serviços de saúde e, o segundo, às estratégias de ensino-aprendizagem para o conhecimento, a intervenção e a problematização da crise na universidade. Espera-se que este estudo sirva de subsídio para a prática pedagógica e para profissionais de saúde, de modo a poder problematizar as diferentes profissões, seus saberes, suas práticas, suas tecnologias e as diferentes (e enriquecidas) possibilidades de intervenção

    Módulo VII: Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)

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    Ministério da Saúd

    Alcoolismo e a produção científica da enfermagem brasileira: uma análise de 10 anos

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    Trata-se de uma pesquisa documental cujo objetivo foi refletir sobre o alcoolismo como objeto de conhecimento da enfermagem brasileira, a partir das teses e dissertações publicadas sobre a temática no período de 1977 a 2007. A fonte de pesquisa foi o Banco de Teses e Dissertações da Associação Brasileira de Enfermagem aonde foram identificados 43 estudos. A análise dos dados teve duas etapas: primeiro, realizou-se uma caracterização dos trabalhos, posteriormente, organizou-se o material a partir dos dados evidentes nos estudos, originando as seguintes categorias temáticas: o imaginário sobre o alcoolista; o álcool e o adolescente; o tratamento do alcoolismo; e alcoolismo feminino. Constatou-se que os estudos propiciaram apreender os aspectos do contexto psicossocial, tão importantes e necessários no sentido de se olhar mais atentamente a prática assistencial que se presta ao alcoolista nos serviços de saúde do Brasil. Descritores: Pesquisa em enfermagem; Álcool; Drogas; Alcoolismo

    Desinstitucionalização ou desospitalização

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.O presente trabalho trata da análise de alguns aspectos da Reforma Psiquiátrica, em curso no Estado de Santa Catarina. Para tanto, optou-se por pesquisa qualitativa, sendo o Estudo de Caso o método escolhido e, a coleta de dados se fez através de entrevista semi-estruturada e observação participante. O material coletado foi submetido à técnica de análise de conteúdo, de Bardin. A questão é analisada a partir das concepções teóricas, elaboradas por Franco Rotelli e colaboradores, enfocando o processo de desinstitucionalização da assistência psiquiátrica. A abordagem dada a questão, tem como assertiva, a influência marcante da Psiquiatria Democrática na Reforma Psiquiátrica brasileira e, por extensão, catarinense.. Para Rotelli, a Psiquiatria, ao haver separado um objeto fictício, a 'doença', da 'existência' global complexa e concreta dos pacientes e do corpo social", e sobre esta separação construir um conjunto de aparatos científicos, legislativos e administrativos, todos referidos à doença - a instituição - impossibilitou a aproximação com a pessoa doente. Para tanto, necessário se faz desmontar/remontar esta construção, desistitucionalizar. Desinstitucionalização refere-se a um processo de mudanças radicais, tendo por primeiro passo a desistitucionalização do paradigma, renunciando a perseguir a normalidade plenamente reestabelecida. Como conseqüência, muda-se o objeto da psiquiatria, deixando de ser a doença, passa a ser a existência-sofrimento dos pacientes e a sua relação com o corpo social. A ênfase não é mais colocada no processo de cura, mas no projeto de invenção de saúde e de reprodução social da pessoa. O trabalho terapêutico se amplia, adquirindo o sentido de tomar encargo, de cuidar da pessoa. Por conseqüência, a relação terapêutica passa a ocupar-se de questões econômicas, afetivas, jurídicas, trabalhistas, tornando mais complexa a profissionalidade dos operadores. Nesta ótica, a organização da assistência tem como foco os serviços substitutivos ao modelo centrado na doença, com o redirecionamento dos recursos antes destinados ao modelo hospitalocêntrico; a questão loucura deixa de ser preocupação exclusiva dos técnicos e passa a envolver a comunidade, pois trata-se de encontrar para "louco" um lugar na sociedade, que não seja a exclusão e tutela. Da analise dos dados se evidenciam discurso e prática díspares dos sujeitos da pesquisa. Encontramos discurso que se coadunam com princípios da desinstitucionalização, mas também identificamos aqueles que se distanciam, identificando-se mais com uma compreensão que aponta para a desospitalização, além da coexistência de ambos no mesmo discurso. Assim, prescindir do hospital psiquiátrico é visto como uma possibilidade, sendo ao mesmo tempo um recurso utilizado. A prática, muitas vezes sustentada por um discurso desistuticionalizante, é mais condizente com as práticas da desospitalização, visto que, embora exista a preocupação com a qualidade de vida do usuário do serviço, as ações se restringem, quase que exclusivamente, no emprego das técnicas terapêuticas derivadas dos saberes específicos da área de formação profissional. Quanto à organização dos serviços assistenciais, há uma convergência dos discursos, no entanto, não existe hegemonia. Mudanças são percebidas como sendo necessárias, de tal forma que a assistência vá ao encontro das necessidades do usuário, não só no tocante ao controle dos sintomas mas também enfrentando as questões do viver em sociedade. Portanto, o serviço enfocado não apresenta uma definição precisa dos pressupostos que animam sua prátic
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