13 research outputs found

    Violência e sofrimento social: a resistência feminina na obra de Veena Das

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    Social suffering has been studied in several circumstances by Brazilian researchers, usually associated with socially excluded people who are victims of violence and chronic poverty. Special attention has been given to its effects on women's and children's bodies. In this work, we deal with the Medical Anthropology concept of social suffering, especially from the works of the Indian anthropologist Veena Das, searching for a dialogue between social suffering, health, and gender questions. Her conceptions about mental imagery and women's daily resistance to hegemonic discourses under violence and social suffering support a new perspective on women's body use and care. We conclude that such modality of women's resistance in Veena Das' view can be useful to conduct studies and social interventions concerning Brazilian women submitted to suffering and inequality. Listening to young and poor Brazilian women speak about the way they can (not) control their destiny and define life projects could offer clues to intervene in health promotion contexts. Under imaginary movements that lead to language use and body care, these practices could bring meaning to social processes that have uncertainty and incompleteness as human marks.O sofrimento social vem sendo discutido por pesquisadores brasileiros em diferentes contextos, normalmente associado às populações socialmente excluídas, vítimas de violência e da miséria crônica, com atenção especial para sua repercussão nos corpos de mulheres e crianças. Neste trabalho discute-se o conceito de sofrimento social, que tem como referência a Antropologia Médica a partir dos trabalhos da antropóloga indiana Veena Das, buscando diálogo com questões de gênero e saúde em nosso meio. A importância dessas concepções é investigada nos trabalhos de Das sobre a resistência do feminino no imaginário e no cotidiano, nos quais esta resistência aos discursos hegemônicos em meio à violência e ao sofrimento social se apresenta de maneira sutil nos usos cotidianos dos corpos. Concluindo, a posição sobre a resistência feminina na perspectiva de Veena Das pode ser útil para estudos e intervenções no campo da saúde, realizados com mulheres brasileiras de populações em situação de miséria crônica em contextos de sofrimento e exclusão social. A escuta de mulheres jovens e pobres a respeito da maneira como (não) dirigem seus destinos e elaboram projetos de vida, aponta para a possibilidade de investigar fenômenos que remetem aos mesmos cenários descritos por Das. A busca de sua inserção em movimentos imaginários que se materializam em suas falas e nos usos e cuidados com seus corpos pode ser decisiva para, em contextos de promoção de saúde, dar entendimento e intervir sobre processos que parecem sem sentido, mas que guardam na sua incompletude e incerteza a marca indelével do humano

    Strategies of social approach by 2 to 6 years old children

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    This study investigates the strategies of peer approach used by 2-6 years old children during free play. 108 episodes of social approach were selected from 40 video-recorded observation sessions. The strategies of approach were categorized, and were analysed in relation to: sex and age of the child, his/her degree of familiarity with the partners, social composition and spatial configuration of the approached group, activities in which the approached group was engaged, relationship between the members of the group, and outcome of the episode. The children approached preferably same-sexed groups. The results pointed out the role of visual orientation, which appears to enable the child to collect information about the approached, and to adjust his/her actions to the activity in which group is engaged. Positive outcomes were correlated with the degree of familiarity with the partners; with the occurrence of mediation by an adult or by an object; and with the adjustment between the child's action and the activity of the approached group. Some directions for future research are suggested.Investiga estratégias de abordagens de parceiros sociais em crianças de 2 a 6 anos, observadas em situação de atividade livre. Analisa 108 episódios de abordagem social extraídos de registros em vídeo. Além das variáveis sexo e idade dos sujeitos, e desenlace dos episódios, já focalizadas na literatura, explora relações entre as formas de abordagem e algumas variáveis do contexto, tais como composição e configuração espacial do grupo abordado, tipo de atividade em que os parceiros abordados estão envolvidos, tipo de relação entre os membros do grupo e grau de familiaridade da criança com o grupo. Os resultados indicam a importância da orientação visual como recurso de obtenção de informações para a abordagem. Eles também indicam a preferência pela abordagem de grupos de crianças de sexo igual ao do sujeito, assim como a adequação entre a ação do sujeito e o que caracteriza a atividade do grupo. O desenlace positivo se mostrou correlacionado com o tempo de permanência do sujeito no grupo, com a ocorrência de intermediação através de adulto ou de objeto, e com a adequação à atividade do grupo. Sugere algumas direções de pesquisa futura sobre o tema

    Estratégias de aproximação social em crianças de dois a seis anos

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    Investiga estratégias de abordagens de parceiros sociais em crianças de 2 a 6 anos, observadas em situação de atividade livre. Analisa 108 episódios de abordagem social extraídos de registros em vídeo. Além das variáveis sexo e idade dos sujeitos, e desenlace dos episódios, já focalizadas na literatura, explora relações entre as formas de abordagem e algumas variáveis do contexto, tais como composição e configuração espacial do grupo abordado, tipo de atividade em que os parceiros abordados estão envolvidos, tipo de relação entre os membros do grupo e grau de familiaridade da criança com o grupo. Os resultados indicam a importância da orientação visual como recurso de obtenção de informações para a abordagem. Eles também indicam a preferência pela abordagem de grupos de crianças de sexo igual ao do sujeito, assim como a adequação entre a ação do sujeito e o que caracteriza a atividade do grupo. O desenlace positivo se mostrou correlacionado com o tempo de permanência do sujeito no grupo, com a ocorrência de intermediação através de adulto ou de objeto, e com a adequação à atividade do grupo. Sugere algumas direções de pesquisa futura sobre o tema

    Mulheres candidatas: relações entre gênero, mídia e discurso

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    http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2006000200002 Tendo como pano de fundo a sobreposição das presenças da mulher e do político nas candidaturas a cargos públicos, neste artigo discutimos o peso da mídia na influência sobre a escolha dos eleitores e a posição destes como intérpretes dessas mensagens midiáticas. Assumindo um entendimento que relativiza o poder da mídia, indicamos como a idéia de discurso de (e sobre) gênero pode ser compreendido como mediador dessa influência. Embora pesquisas indiquem que a presença da mulher na mídia como candidata, transformada em um produto de marketing, tendem a desqualificá-la, esses efeitos apenas acompanham o estereótipo da mulher restrita à cena privada, alimentado por um discurso social que identifica o lugar da mulher como sendo o lar, longe, portanto, do espaço público. A mídia, assim, além de sua responsabilidade pela instalação desse lugar de mulher, atua pela sua manutenção. Concluímos que a participação política das mulheres se apresenta intimamente ligada a como elas são representadas no senso comum, indicando que uma mudança da participação política feminina passaria pela mudança nos discursos hegemônicos sobre as mulheres, discursos esses que atravessam os indivíduos e os grupos sociais

    Women candidates: the relationships between gender, media and discourse

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    On this paper we discuss, within the cross over of two representations - woman and politic function - the media’s power to influence voters’ choices and their roles as interpreters of media messages. Under a position that understands the relativity of the media’s power, we set the idea of gender discourse as a mediator of its influence. Whereas literature shows how a candidate suffers an important effect of media exposition, transformed in a marketing product, we suggest that women in politics suffer from the stereotype that states "women’s place is at home". We conclude that women politic participation is strongly linked to the way in which they are represented in the common sense and a change in the hegemonic discourses about women that cross individuals and social groups becomes necessary as to have this situation modified
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