20 research outputs found
Assessment of biofilm formation of emerging fungi and their susceptibility to antifungal agents in free form and in nanocapsules
Nos últimos anos, várias espécies de fungos, até então conhecidos como saprófitas do ambiente, têm emergido como importantes patógenos na prática clínica, associados muitas vezes com a resistência aos antimicrobianos disponíveis comercialmente. Dessa forma, o conhecimento de aspectos relacionados à patogenicidade desses micro-organismos, como a formação de biofilme, assim como o perfil de susceptibilidade aos antifúngicos e a novas alternativas terapêuticas faz-se necessário. Uma importante tecnologia neste contexto é a utilização de sistemas nanoestruturados a partir de polímeros biodegradáveis para a veiculação de fármacos. Este trabalho visa verificar em isolados fúngicos emergentes a expressão fenotípica de biofilme através do teste em microplaca de poliestireno e o perfil de susceptibilidade frente a antifúngicos na forma livre e incorporados em sistemas nanoestruturados, através da técnica de microdiluição em caldo. Foram selecionados para o estudo 82 isolados fúngicos potencialmente patogênicos, sendo 26 oriundos do ambiente e 56 procedentes de espécimes clínicos. Quanto à capacidade de formação de biofilme verificou-se que 68 (82,9%) isolados produziram biofilme pelo teste da microplaca, sendo 38 classificados como fortes, 17 como moderados e 13 como fracos produtores. Além disso, observou-se que os isolados clínicos apresentaram maior capacidade de formação de biofilme do que os isolados ambientais. Não houve correlação entre a produção de biofilme e a susceptibilidade aos antifúngicos testados nas células planctônicas. De um modo geral, os fungos foram sensíveis à maioria dos antifúngicos testados neste trabalho. Entretanto, o fluconazol apresentou baixa atividade (CIM≥64μg/mL) para 45% dos isolados avaliados. Com o intuito de investigar o efeito de cetoconazol e de fluconazol associados a nanoestruturas sobre os diferentes fungos apresentados no estudo, também foram desenvolvidas nanocápsulas de poli-ɛ-caprolactona contendo estes fármacos. Análises físico-químicas das nanoestruturas revelaram tamanho médio de partícula variando de 206 nm para as nanocápsulas de cetoconazol (CN) e de 211 nm para as nanocápsulas de fluconazol (FN). Ambas as formulações apresentaram características homogêneas e demonstraram estruturas monodispersas. A eficiência de encapsulação do cetoconazol e do fluconazol nas formulações foi de 86,35 e de 80,5%, respectivamente. Os diversos gêneros investigados parecem se comportar de maneira diferente quando expostos às nanoestruturas dos dois fármacos em estudo, sugerindo que as espécies de Candida poderiam apresentar uma maior susceptibilidade in vitro frente a estas nanoestruturas quando comparadas à forma livre dos antifúngicos em questão. Os resultados obtidos demonstram a potencialidade destas formulações para a veiculação de cetoconazol e fluconazol. Como perspectivas, sugere-se a realização de estudos adicionais para evidenciar o efeito in vitro das nanopartículas sobre os diferentes fungos de importância clínica e ambiental.In recent years, several fungal species known as environmental saprophytes have emerged as important pathogens in clinical practice, often associated with antimicrobial resistance commercially available. Thus, the knowledge of aspects related to these pathogenic micro-organisms, such as biofilm formation, as well as the profile of susceptibility to antifungal agents and new therapeutic options is necessary. An important technology in this context is the use of nanostructured materials from biodegradable polymers for the placement of drugs. This work aims to examine the emerging fungal isolates in the phenotypic expression of biofilm through the test on polystyrene microplate and the susceptibility profile to antifungals front in the free trade and in the nanostructured systems by the broth microdilution method. In this study, 82 potentially pathogenic fungal isolates were selected, being the 26 from environment originating and the 56 from the clinical specimens. Regarding the ability of biofilm formation was found that 68 (82,9%) isolates produced biofilm by the microplate assay. The isolates were classified as 38 strong, 17 moderate and 13 weak biofilm producers. Moreover, it was noted that clinical isolates showed greater capability for the biofilm formation than the environmental isolates. There was no correlation between the biofilm production and the susceptibility to antifungal agents tested in planktonic cells. In general, the fungi were susceptible of the majority of the antifungal agents tested in this study. However, the fluconazole showed low activity (MIC≥64μg/mL) for 45% of the isolates. In order to investigate the effect of the ketoconazole and the fluconazole associated with nanostructures against different fungi contained in the study, polymeric nanocapsules have also been developed containing these drugs. Physicochemical analyzes showed an average size of nanostructures ranging from 206 nm for the nanocapsules of ketoconazole (CN), and 211 nm for the fluconazole (FN). The formulations showed homogeneous characteristics and demonstrated monodisperse structures. The encapsulation efficiency of ketoconazole and fluconazole in the formulations was 86,35 and 80,5%, respectively. The diverse genera investigated appear to behave differently when exposed to the nanostructures of the two drugs have being studied, suggesting that Candida species could exhibit a greater sensitivity to these nanostructures compared to the free form of antifungal concerned. The results demonstrate the potential of the formulations for the delivery of fluconazole and ketoconazole. As perspectives, we suggest further studies to demonstrate the in vitro effect of the nanoparticles against different fungi from the clinical and the environmental importance
Resistência aos tuberculostáticos em uma prisão no sul do Brasil, 2013-2015
Introdução: A tuberculose constitui um importante problema de saúde pública no Brasil, notadamente no sistema carcerário, onde a frequência de formas resistentes e multirresistentes encontra-se relacionada ao tratamento irregular e à detecção tardia dos casos de resistência. Objetivos: Descrever a frequência de resistência de Mycobacterium tuberculosis aos tuberculostáticos em pacientes do sistema penitenciário diagnosticados no Laboratório de Diagnóstico de Tuberculose Pulmonar do Presídio Central de Porto Alegre, no triênio 2013- 2015. Métodos: Foram descritos os dados secundários relativos às amostras positivas à cultura submetidas ao teste de sensibilidade aos tuberculostáticos e às amostras positivas e resistentes à rifampicina no teste rápido molecular. Resultados: A prevalência de resistência foi de 9,2% no período, aumentando de 2,8%, em 2013, e 9,8%, em 2014, a 14,6%, em 2015. De acordo com os testes de sensibilidade, 50,0% dos pacientes era resistente à rifampicina, 60,4% à isoniazida, 6,3% ao etambutol e 39,6% à estreptomicina. Dos 51 casos identificados com resistência, a maioria era casos novos. Além disso, 26 (50,9%) foram resistentes a uma droga e 25 (49,1%) revelaram-se polirresistentes. Conclusão: observou-se um aumento da prevalência de resistência ao longo do período analisado, principalmente aos tuberculostáticos isoniazida, rifampicina e estreptomicina, em indivíduos sem histórico de tratamento prévio da doença
Resistência aos tuberculostáticos em uma prisão no sul do Brasil, 2013-2015
Introdução: A tuberculose constitui um importante problema de saúde pública no Brasil, notadamente no sistema carcerário, onde a frequência de formas resistentes e multirresistentes encontra-se relacionada ao tratamento irregular e à detecção tardia dos casos de resistência. Objetivos: Descrever a frequência de resistência de Mycobacterium tuberculosis aos tuberculostáticos em pacientes do sistema penitenciário diagnosticados no Laboratório de Diagnóstico de Tuberculose Pulmonar do Presídio Central de Porto Alegre, no triênio 2013- 2015. Métodos: Foram descritos os dados secundários relativos às amostras positivas à cultura submetidas ao teste de sensibilidade aos tuberculostáticos e às amostras positivas e resistentes à rifampicina no teste rápido molecular. Resultados: A prevalência de resistência foi de 9,2% no período, aumentando de 2,8%, em 2013, e 9,8%, em 2014, a 14,6%, em 2015. De acordo com os testes de sensibilidade, 50,0% dos pacientes era resistente à rifampicina, 60,4% à isoniazida, 6,3% ao etambutol e 39,6% à estreptomicina. Dos 51 casos identificados com resistência, a maioria era casos novos. Além disso, 26 (50,9%) foram resistentes a uma droga e 25 (49,1%) revelaram-se polirresistentes. Conclusão: observou-se um aumento da prevalência de resistência ao longo do período analisado, principalmente aos tuberculostáticos isoniazida, rifampicina e estreptomicina, em indivíduos sem histórico de tratamento prévio da doença