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    Estrutura de comunidade, reprodução e distribuição temporal das capturas de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em relictos de floresta estacional decidual no sul do Brasil

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    Resumo: Morcegos despertam o interesse de cientistas por uma série de fatores, dentre os quais se destacam o grande número de espécies, a complexa estruturação de suas comunidades, o mais amplo espectro alimentar dentre os mamíferos, a capacidade de ocupar os mais diferentes habitats, os serviços ecológicos prestados como a polinização, a dispersão de sementes e o controle das populações de insetos e por geralmente figurarem como o grupo mais abundante nas comunidades de mamíferos. A despeito disso, as informações disponíveis para a grande maioria das espécies neotropicais são extremamente escassas. Os objetivos do presente estudo foram (1) verificar como estão estruturadas as comunidades de morcegos em fragmentos de Floresta Estacional Decidual (2) conhecer os padrões reprodutivos e a distribuição horária e mensal das capturas das espécies mais abundantes, e (3) testar a influência de fatores ambientais sobre a atividade reprodutiva e sobre a distribuição das capturas destas espécies. De outubro de 2005 a setembro de 2006, três áreas receberam uma noite completa de amostragem por mês (do pôr ao nascer do sol), totalizando 36 noites de trabalhos de campo. As áreas de estudo estão localizadas no município de Frederico Westphalen, no extremo norte do estado do Rio Grande do Sul, nos domínios da Floresta Estacional Decidual (bioma Mata Atlântica). Para as capturas dos morcegos foram utilizadas seis mist nets de 7 x 2,5 m posicionadas a 0,5 m do solo em trilhas, clareiras, bordas da mata, bem como dispostas perpendicularmente sobre cursos d'água. Em intervalos de uma hora todas as mist nets foram revisadas e a temperatura do ambiente foi verificada em um termômetro de máxima e mínima, fixado próximo as mist nets. Foram obtidas 511 capturas de 15 espécies representantes de três famílias: Vespertilionidae com sete espécies, seguida de Phyllostomidae com seis e Molossidae com duas espécies. Apesar da maior riqueza da família Vespertilionidae, Sturnira lilium e Artibeus lituratus (Phyllostomidae) foram as espécies mais abundantes contribuindo com o hábito alimentar frugívoro que correspondeu a mais de 90% em termos de abundância. O teste de Kruskal-Wallis revelou não haver diferenças significativas entre as três comunidades estudadas, provavelmente pela proximidade das áreas. Os dados reprodutivos de S. lilium e A. lituratus foram utilizados em Regressões Simples e Múltiplas em função de fatores ambientais. Sturnira lilium e Artibeus lituratus apresentaram um padrão poliéstrico estacional com ocorrência de fêmeas simultaneamente grávidas e lactantes, indicando a ocorrência de estro pós-parto. As variáveis ambientais testadas de forma isolada não se mostraram boas preditoras da atividade reprodutiva, e apesar de em conjunto também não produzirem análises estatisticamente significativas, puderam explicar mais de 50 % das capturas de fêmeas grávidas, e, se apresentaram altamente correlacionadas com as capturas. Provavelmente, na área de estudo, S. lilium e A. lituratus respondam reprodutivamente a um maior conjunto de variáveis ou a fatores não utilizados neste trabalho. A partir do teste G foi verificado não haver diferenças significativas na distribuição horária e mensal entre os sexos de ambas as espécies. As regressões entre número de capturas de S. lilium e A. lituratus em função do aumento no número de horas após o pôr do Sol foram estatisticamente significativas, indicando um decréscimo no número de capturas com o decorrer da noite. Sturnira lilium e Artibeus lituratus tiveram capturas durante todo o decorrer da noite, e apesar de apresentarem dois picos de captura, estes foram discretos demais para caracterizarem um padrão bimodal. Para S. lilium, apenas a temperatura do momento da captura esteve significativamente relacionada com as capturas, enquanto que para as capturas de A. lituratus foram encontradas relações significativas com a diferença entre temperatura máxima e a mínima da noite e com a temperatura do momento da captura. As demais variáveis testadas não produziram resultados significativos. Os dados apresentados neste estudo trazem uma abordagem diferenciada de outros estudos com morcegos realizados na Região Sul do Brasil e reafirmam a carência de informações sobre os mais diferentes aspectos da história natural dos morcegos brasileiros

    Morcegos neotropicais : padrões de riqueza, coocorrência e aninhamento

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    Orientador : Prof. Dr. Fernando de Camargo PassosTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação. Defesa: Curitiba, 06/02/2015Inclui referênciasResumo: A notável diversidade de formas, adaptações morfológicas e hábitos alimentares, além de padrões e histórias biogeográficas únicas, fazem ordem Chiroptera um excelente modelo para estudos de biodiversidade. Tanto o gradiente latitudinal da riqueza, quanto padrões de coocorrência e o aninhamento das comunidades já foram testados e descritos para os quirópteros em diferentes escalas e ambientes, demonstrando que de maneira geral estes mamíferos obedecem ao padrão de diminuição da riqueza com o aumento da latitude, e, aumento da riqueza com a diminuição da latitude. Neste trabalho, dados obtidos na literatura, referentes à composição de 83 comunidades de morcegos neotropicais, foram utilizados com o objetivo de, detectar e descrever os padrões gerais de riqueza de espécies; verificar a existência de agrupamentos biogeográficos pela similaridade das comunidades; testar a ocorrência de um gradiente climático de riqueza e do aninhamento sobre as comunidades, e, com base no gradiente e no padrão de aninhamento das comunidades, testar a hipótese de que latitudinalmente poderia ser observado também um gradiente no grau de aninhamento entre as comunidades, com as comunidades mais pobres em espécies como subconjuntos das comunidades mais ricas; e, comunidades de maiores latitudes aninhadas dentro de comunidades das menores latitudes; além de testar as regras de montagem de comunidades com base em interações competitivas, verificando os padrões de associação entre os pares de espécies nas comunidades. Foram realizadas Análises de Regressão para verificar a ocorrência de gradientes de riqueza de espécies nas comunidades e separadamente para cada família. Análises de agrupamento (Cluster) a partir de uma matriz de similaridade baseada no índice de Jaccard foram utilizadas para testar a ocorrência de agrupamentos biogeográficos. A significância dos agrupamentos foi testada pela Análise de Similaridade (ANOSIM). O Escalonamento Multidimensional Não Métrico (NMDS) com sobreposição de Cluster foi utilizado para gerar mapas perceptuais dos agrupamentos de comunidades. Para verificar os padrões de coocorrência foram utilizados os índices C-Score e V-Ratio no software Ecosim. O aninhamento foi quantificado através da métrica NODF e da Temperatura no software Aninhado. A existência de um gradiente latitudinal no aninhamento das comunidades foi testado a partir da correlação linear não paramétrica de Kendal. Apenas 11 das 214 espécies presentes no banco de dados possuem registro para mais de 50% das comunidades analisadas, enquanto 41 espécies foram registradas em apenas uma comunidade. A análise de similaridade ao nível de 20% sugere seis agrupamentos para as comunidades de morcegos neotropicais. Estes agrupamentos foram confirmados pela ANOSIM (p < 0.001) e correspondem às sub-regiões e zonas de transição biogeográficas propostos para a Região Neotropical. Os NMDS demonstram uma tendência à especificidade das comunidades, apontando seis agrupamentos distintos ao nível de 20% de similaridade e 61 grupos ao nível de 50%. Foi observado que de maneira geral os morcegos neotropicais obedevem a gradientes latitudinais e climáticos de riqueza de espécies. Emballonuridae e Phyllostomidae, aumentam sua riqueza no sentido de regiões com menores latitudes, maiores temperaturas e regiões mais chuvosas. Moormopidae apresentou gradiente climático apenas em função da precipitação, aumentando sua riqueza em direção a regiões mais secas. Molossidae e Vespertilionidae parecem não obedecer nenhum dos gradientes testados. Os modelos nulos de coocorrência indicaram que as espécies tendem a coocorrer mais do que seria esperado ao acaso. Para as duas métricas utilizadas na análise aninhamento foram obtidos resultados significativos em ambos os algoritmos utilizados. Um gradiente latitudinal no aninhamento das comunidades também foi observado, estando as comunidades de latitudes menores aninhadas como subconjuntos das comunidades de latitudes maiores.Abstract: The remarkable diversity of shapes, morphological adaptations and feeding habits, in addition to a singularity in the historical and biogeographical patterns, made the order Chiroptera na excellent model for diversity studies. Latitudinal gradients of species richness, as well as cooccurrence and nestedness patterns of communities, have been tested and described for bats at a variety of geographical and environmental scales, suggesting that bats respond to these patterns with a decrease in the richness at high latitudes and anincrease at low latitudes. Here, data from 83 neotropical bat communities were used for the following objectives: to detect and describe the general patterns of species richness in the Neotropical region; to describe the existence of biogeographical clusters through community similarity; to test the latitudinal and climatic gradient of species richness and the nested pattern of communities, with species-poor sites as subsets of the richer ones, as well as testing the hypothesis of the occurrence of a latitudinal gradient of nestedness, with communities at high latitudes nested within the low latitudes communities; and to test the assembly rules to verify the co-occurrence patterns and whether competitive interactions could be structuring these communities, with less cooccurrence of species pairs than expected by chance. Regression analyses were performed to compare the latitudinal gradient of species richness in the communities for all data base and for each family separately. Cluster analysis based on Jaccard's measure of dissimilarity was utilized to test whether communities correspond to biogeographical clusters. The significance of clusters was assessed through Analysis of Similarity (ANOSIM). Non-metric multidimensional scaling (NMDS) with cluster superposition was applied in order to generate perceptual maps of communities clusters. Co-occurrence patterns were testedwith C-Score and V-ratio metrics in Ecosim software. Nested pattern of communities was tested with NODF and Temperature metrics in Aninhado software. To test the latitudinal gradient of nestedness, ordination from nestedness analyses were used with the latitude of each community in a non-parametric Kendal's linear correlation test. Only 11 of all 214 species recorded in the data bank occurred in more than a half of the communities. On the other hand, 41 species were recorded only within one community. Cluster analysis with 20% of similarity suggested six biogeographical clusters for the Neotropical bat communities, which correspond to the sub-regions and the biogeographical transition zones of the Neotropical region. The NMDS shows a tendency of specificity for each community, with six clusters at 20% level of similarity and 61 clusters when the 50% similarity level was imposed. The clusters were supported by the ANOSIM (p < 0.001). A latitudinal and climatic gradients for all species richness were observed. Emballonuridae and Phyllostomidae had its richness increased towards the lower latitudes and both for temperatures and precipitation rates. Moormopidae had its climatic gradient related with the precipitation, increasing its richness towards the driest regions. By the other hand, gradientes for Molossidae and Vespertilionidae were not verified. Null models suggested less segregation between species pairs than expected by chance, indicating that competition seems not to play an important role on the incidence of species in the studiedcommunities. Both metrics of the nestedness analyses showed significance on its results, indicating the nested pattern of communities. A latitudinal degree of nestedness was also verified, with communities at high latitudes as subsets of the communities at low latitudes

    Avifauna de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil

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    http://dx.doi.org/10.5007/2175-7925.2009v22n4p117Entre os anos de 2003 e 2008, esforços foram conduzidos para amostrar a avifauna do município de Frederico Westphalen no extremo norte do Rio Grande do Sul. Foram registradas 165 espécies pertencentes a 51 famílias, correspondendo a 26,4% da riqueza conhecida para o estado

    NEOTROPICAL ALIEN MAMMALS: a data set of occurrence and abundance of alien mammals in the Neotropics

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    Biological invasion is one of the main threats to native biodiversity. For a species to become invasive, it must be voluntarily or involuntarily introduced by humans into a nonnative habitat. Mammals were among first taxa to be introduced worldwide for game, meat, and labor, yet the number of species introduced in the Neotropics remains unknown. In this data set, we make available occurrence and abundance data on mammal species that (1) transposed a geographical barrier and (2) were voluntarily or involuntarily introduced by humans into the Neotropics. Our data set is composed of 73,738 historical and current georeferenced records on alien mammal species of which around 96% correspond to occurrence data on 77 species belonging to eight orders and 26 families. Data cover 26 continental countries in the Neotropics, ranging from Mexico and its frontier regions (southern Florida and coastal-central Florida in the southeast United States) to Argentina, Paraguay, Chile, and Uruguay, and the 13 countries of Caribbean islands. Our data set also includes neotropical species (e.g., Callithrix sp., Myocastor coypus, Nasua nasua) considered alien in particular areas of Neotropics. The most numerous species in terms of records are from Bos sp. (n = 37,782), Sus scrofa (n = 6,730), and Canis familiaris (n = 10,084); 17 species were represented by only one record (e.g., Syncerus caffer, Cervus timorensis, Cervus unicolor, Canis latrans). Primates have the highest number of species in the data set (n = 20 species), partly because of uncertainties regarding taxonomic identification of the genera Callithrix, which includes the species Callithrix aurita, Callithrix flaviceps, Callithrix geoffroyi, Callithrix jacchus, Callithrix kuhlii, Callithrix penicillata, and their hybrids. This unique data set will be a valuable source of information on invasion risk assessments, biodiversity redistribution and conservation-related research. There are no copyright restrictions. Please cite this data paper when using the data in publications. We also request that researchers and teachers inform us on how they are using the data
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