8 research outputs found

    Predictors of Adherence to HIV Post-Exposure Prophylaxis and Retention in Care After an Episode of Sexual Violence in Brazil.

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    Adherence to nonoccupational post-exposure prophylaxis (nPEP) among sexual violence (SV) victims and their retention in care after SV represent significant challenges. This study aimed at identifying predictors of adherence to nPEP and retention in clinical-laboratory follow-up among SV victims in São Paulo, Brazil. We conducted a retrospective cohort study of SV victims admitted to care and follow-up at the SV unit of the main reference hospital in São Paulo within 72 h following the SV episode. Eligible patients were submitted to a standardized protocol that included nPEP, screening, and management for other sexually transmitted infection as well as emergency contraception. Predictors of adherence to nPEP for 28 days and retention in care until discharge at 180 days after admission were analyzed. A total of 199 SV episodes in 197 victims were recorded from January 2001 to December 2013 (156 months). Of those episodes, 167 were eligible to receive nPEP and 160 (96%) actually received a prescription. Overall 104/160 [65%, 95% confidence interval (CI) 57-72] SV victims, who received nPEP, were fully adherent to nPEP up to 28 days, whereas 89/199 (45%, 95% CI 38-52) were retained in care for 180 days following admission. In multi-variate analysis, patients undergoing at least one psychological consultation (n = 126) were more likely to adhere to nPEP [adjusted odds ratio (adjOR) 8.32; 95% CI 3.0-23.3] and be retained in care for 6 months (adjOR 40.33; 95% CI 8.33-195.30) compared to patients not receiving psychological support. In contrast, study outcomes were not associated with victims' age and sex and with type of perpetrator. In our cohort, provision of psychological care was shown to be associated with enhanced adherence to nPEP and retention in care

    Comprehensive care of sexual violence victims in a reference centre in São Paulo: characterization of patients admitted within 72 hours after the violence episode, adherence to HIV post-exposure prophylaxis and retention in care

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    O cuidado integral a vítimas de violência sexual (VVS) é política pública no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e estrutura-se no acolhimento das VVS em serviços de referência, onde recebem aconselhamento, intervenções para redução de danos à saúde mental, medicação para prevenção pós-exposição não ocupacional da infecção por HIV (nPEP) e medidas de prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e da gestação não desejada. Embora se reconheça que a adesão à nPEP entre VVS e sua retenção no cuidado após o agravo representem desafios, os preditores de adesão e retenção nessas circunstâncias não foram esclarecidos. Objetivos: Este estudo visa caracterizar as VVS admitidas em serviço de referência da cidade de São Paulo em até 72 horas após o episódio de violência e identificar preditores de adesão à nPEP e de retenção no cuidado por seis meses. Métodos: Para esta coorte retrospectiva selecionaram-se VVS admitidas em até 72 horas após o episódio de violência no Núcleo da Atendimento a Vítimas de Violência Sexual (NAVIS) do principal hospital de referência em São Paulo, no período de 2001 a 2013 (156 meses). Os pacientes elegíveis receberam nPEP, profilaxia para IST bacterianas, bem como contracepção de emergência, quando aplicável. A triagem sorológica para infecção por HIV, hepatites B e C e sífilis foi realizada na admissão, e no 90o e 180o dias de seguimento. Com base em revisão de prontuários a amostra foi caracterizada no tocante às características do episódio de VS, achados clínicos à admissão no serviço e intervenções realizadas, de acordo com sexo e idade da vítima. Os preditores de adesão à nPEP por 28 dias e retenção no cuidado até 180 dias após a admissão foram investigados em análise univariada e multivariada por modelos de regressão logística. Resultados: Estudaram-se 199 episódios de VS, acometendo 197 vítimas. Destes, 167 foram elegíveis para indicação de nPEP e em 160 (96%) a medicação foi de fato prescrita. A coorte foi constituída predominantemente por vítimas do sexo feminino (160, 80%), autodeclaradas brancas (149, 75%), com mediana de idade de 22 anos (intervalo interquartis (IIQ) de 15-29) e escolaridade de 9 anos (IIQ, 6-11). As VVS do sexo masculino foram significantemente mais jovens que as do sexo feminino 23 (mediana de idade 17, IIQ 14-32 para homens versus 23, IIQ 17-29 para mulheres) (p=0,002). Os episódios de VS mais frequentemente ocorreram no trajeto da vítima ao trabalho ou escola (n=110, 55%), foram perpetrados por um só agressor (n=180, 90%) e sob coerção (n=158, 79%). O tempo mediano entre o episódio de VS e a admissão ao serviço foi de 1 dia (IIQ 0,5-1,5). Em 20% dos episódios havia sido lavrado boletim de ocorrência policial. Destaca-se que apenas 101 (51%) VVS apresentavam algum achado clínico genital ou extragenital à admissão no serviço. Entre vítimas com menos de 14 anos de idade, de ambos os sexos, o relato de VS por perpetrador conhecido (feminino < 0,001; masculino p=0,001) e de agressão ocorrida no domicílio ou entorno (feminino < 0,001; masculino p=0,002) foi mais frequente, em relação ao de vítimas com 14 anos ou mais. As VVS masculinas com 14 anos ou mais relataram mais frequentemente ter sido agredidas por mais de um perpetrador (p < 0,001) e apresentaram maior intensidade de lesão física, medida pelos escores NISS (p=0,0084) e ISS (p=0,0172), quando comparadas às do sexo feminino da mesma faixa etária. Houve menor indicação de nPEP para VS menores de 14 anos (feminino p < 0,001 e masculino p=0,001). As profilaxias para HIV e IST mostraram-se efetivas para as VVS retidas no cuidado por 180 dias. No que tange aos desfechos principais do estudo, 104/160 (65%, IC95% 57-72%) VVS apresentaram adesão à nPEP até 28 dias e 89/199 (45%, IC95% 38-52%) foram retidas no cuidado por 180 dias. À análise multivariada, verificou-se que ter realizado ao menos uma consulta psicológica (n = 126) foi preditor independente de adesão à nPEP (OR ajustado = 8,32; IC95% 3,0-23,03) e de retenção no cuidado (OR ajustado = 40,33; IC95% 8,33-195,3). Conclusões: O presente estudo aponta para características distintas da violência sexual entre VVS admitidas ao serviço em até 72 horas após o episódio, a depender do sexo e categoria etária da vítima (idade inferior a 14 anos versus 14 ou mais). Adicionalmente, o atendimento psicológico mostrou-se elemento essencial do manejo da VS, predizendo a adesão à nPEP e à retenção das vítimas no cuidado por seis mesesComprehensive care of sexual violence victims (SVV) is a public policy provided by the Brazilian Unified Health System (SUS). It is set up based on reception of SVV in reference centres, where they receive counselling, interventions to reduce mental health harm, medication for HIV nonoccupational post-exposure prophylaxis (nPEP) and prevention measures of other sexually-transmitted infections (STI) and unwanted pregnancies. Although studies have shown that adherence to nPEP among SVV and their retention in care after SV represent significant challenges, predictors of adherence and retention in these difficult circumstances remain unclear. Objectives: This study aimed at characterizing SVV admitted to a reference centre in São Paulo within 72 hours after the violence episode and at identifying predictors of adherence to nPEP and of retention in care for 6-month follow-up among SVV. Methods: For this retrospective cohort study, we selected SVV admitted to the SV unit (NAVIS) of the main reference hospital in Sao Paulo within 72 hours after the SV episode from 2001 to 2013. Eligible patients received nPEP, screening, prevention and management for other STI, as well as emergency contraception, when applicable. Serological screening for HIV infection, hepatitis B and C, and syphilis was carried out at baseline and on days 90 and 180 of follow-up. Based on chart review we compared characteristics of the SV episode, clinical findings at admission and prescribed interventions according to victims\' sex and age. Predictors of adherence to nPEP for 28 days and of retention in care until discharge at 180 days after admission were sought after by univariate and multivariate logistic regression analyses. Results: A total of 199 SV episodes in 197 victims were recorded over 156 months. Of those, 167 were eligible to receive nPEP and 160 (96%) actually received a prescription. Victims were predominantly female (160, 80%), self-reportedly white (149, 75%), with median age of 22 (interquartile range (IQR) 15-29) and 9 years of schooling (IQR, 6-11). Male victims were significantly younger than their female counterparts (17 years old, IQR 14-32 vs. 23, IQR 17-29) (p=0.002). The SV episodes most often occurred on the victims\' way to work or school (n=110, 55%), were perpetrated by a single aggressor (n=180, 90%) and under coercion (n=158, 79%). Median time between the SV episode and admission to the unit was 1 day (IQR 0.5-1.5). Only 20% of episodes had been reported to police authorities. We highlight that clinical findings in the genital or extragenital areas were found in just 101 (51%) victims at admission. Victims aged under 14 of both sexes more often reported having been assaulted by a known aggressor (females, p < 0.001; males, p=0.001) and that the aggression occurred at or near home (females, p < 0.001; males, p=0.002). Male victims aged 14 or over more often reported having had more than one aggressor (p < 0.001) and presented more severe physical trauma at admission, assessed by the NISS (p=0.0084) and ISS (p=0.0172) scores, as compared to female victims of the same age category. Moreover, victims aged less than 14 were less likely to be prescribed nPEP (females p < 0.001; males p=0.001). Prophylaxis for HIV infection and other STI were shown effective for SVV who completed 180-day follow-up. Overall 104/160 (65%, 95CI% 57-72%) SVV were fully adherent to nPEP up to 28 days, whereas 89/199 (45%, 95%CI 38-52%) were retained in care for 180 days following admission. In multivariate analysis, patients undergoing at least one psychological consultation (n=126) were more likely to adhere to nPEP (adjusted OR=8.32; 95%CI: 3.0-23.3) and to be retained in care for 6 months (adjusted OR=44.76; 95%CI: 9.09-220.37), as compared to patients not having received psychological support. Conclusions: This study highlights significantly different features of SV depending on victims\' gender and age category (under 14 vs 14 or over). In addition, provision of psychological consultation was shown an essential element in the management of SV, being associated with enhanced adherence to nPEP and to retention in car

    Comprehensive care of sexual violence victims in a reference centre in São Paulo: characterization of patients admitted within 72 hours after the violence episode, adherence to HIV post-exposure prophylaxis and retention in care

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    O cuidado integral a vítimas de violência sexual (VVS) é política pública no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e estrutura-se no acolhimento das VVS em serviços de referência, onde recebem aconselhamento, intervenções para redução de danos à saúde mental, medicação para prevenção pós-exposição não ocupacional da infecção por HIV (nPEP) e medidas de prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e da gestação não desejada. Embora se reconheça que a adesão à nPEP entre VVS e sua retenção no cuidado após o agravo representem desafios, os preditores de adesão e retenção nessas circunstâncias não foram esclarecidos. Objetivos: Este estudo visa caracterizar as VVS admitidas em serviço de referência da cidade de São Paulo em até 72 horas após o episódio de violência e identificar preditores de adesão à nPEP e de retenção no cuidado por seis meses. Métodos: Para esta coorte retrospectiva selecionaram-se VVS admitidas em até 72 horas após o episódio de violência no Núcleo da Atendimento a Vítimas de Violência Sexual (NAVIS) do principal hospital de referência em São Paulo, no período de 2001 a 2013 (156 meses). Os pacientes elegíveis receberam nPEP, profilaxia para IST bacterianas, bem como contracepção de emergência, quando aplicável. A triagem sorológica para infecção por HIV, hepatites B e C e sífilis foi realizada na admissão, e no 90o e 180o dias de seguimento. Com base em revisão de prontuários a amostra foi caracterizada no tocante às características do episódio de VS, achados clínicos à admissão no serviço e intervenções realizadas, de acordo com sexo e idade da vítima. Os preditores de adesão à nPEP por 28 dias e retenção no cuidado até 180 dias após a admissão foram investigados em análise univariada e multivariada por modelos de regressão logística. Resultados: Estudaram-se 199 episódios de VS, acometendo 197 vítimas. Destes, 167 foram elegíveis para indicação de nPEP e em 160 (96%) a medicação foi de fato prescrita. A coorte foi constituída predominantemente por vítimas do sexo feminino (160, 80%), autodeclaradas brancas (149, 75%), com mediana de idade de 22 anos (intervalo interquartis (IIQ) de 15-29) e escolaridade de 9 anos (IIQ, 6-11). As VVS do sexo masculino foram significantemente mais jovens que as do sexo feminino 23 (mediana de idade 17, IIQ 14-32 para homens versus 23, IIQ 17-29 para mulheres) (p=0,002). Os episódios de VS mais frequentemente ocorreram no trajeto da vítima ao trabalho ou escola (n=110, 55%), foram perpetrados por um só agressor (n=180, 90%) e sob coerção (n=158, 79%). O tempo mediano entre o episódio de VS e a admissão ao serviço foi de 1 dia (IIQ 0,5-1,5). Em 20% dos episódios havia sido lavrado boletim de ocorrência policial. Destaca-se que apenas 101 (51%) VVS apresentavam algum achado clínico genital ou extragenital à admissão no serviço. Entre vítimas com menos de 14 anos de idade, de ambos os sexos, o relato de VS por perpetrador conhecido (feminino < 0,001; masculino p=0,001) e de agressão ocorrida no domicílio ou entorno (feminino < 0,001; masculino p=0,002) foi mais frequente, em relação ao de vítimas com 14 anos ou mais. As VVS masculinas com 14 anos ou mais relataram mais frequentemente ter sido agredidas por mais de um perpetrador (p < 0,001) e apresentaram maior intensidade de lesão física, medida pelos escores NISS (p=0,0084) e ISS (p=0,0172), quando comparadas às do sexo feminino da mesma faixa etária. Houve menor indicação de nPEP para VS menores de 14 anos (feminino p < 0,001 e masculino p=0,001). As profilaxias para HIV e IST mostraram-se efetivas para as VVS retidas no cuidado por 180 dias. No que tange aos desfechos principais do estudo, 104/160 (65%, IC95% 57-72%) VVS apresentaram adesão à nPEP até 28 dias e 89/199 (45%, IC95% 38-52%) foram retidas no cuidado por 180 dias. À análise multivariada, verificou-se que ter realizado ao menos uma consulta psicológica (n = 126) foi preditor independente de adesão à nPEP (OR ajustado = 8,32; IC95% 3,0-23,03) e de retenção no cuidado (OR ajustado = 40,33; IC95% 8,33-195,3). Conclusões: O presente estudo aponta para características distintas da violência sexual entre VVS admitidas ao serviço em até 72 horas após o episódio, a depender do sexo e categoria etária da vítima (idade inferior a 14 anos versus 14 ou mais). Adicionalmente, o atendimento psicológico mostrou-se elemento essencial do manejo da VS, predizendo a adesão à nPEP e à retenção das vítimas no cuidado por seis mesesComprehensive care of sexual violence victims (SVV) is a public policy provided by the Brazilian Unified Health System (SUS). It is set up based on reception of SVV in reference centres, where they receive counselling, interventions to reduce mental health harm, medication for HIV nonoccupational post-exposure prophylaxis (nPEP) and prevention measures of other sexually-transmitted infections (STI) and unwanted pregnancies. Although studies have shown that adherence to nPEP among SVV and their retention in care after SV represent significant challenges, predictors of adherence and retention in these difficult circumstances remain unclear. Objectives: This study aimed at characterizing SVV admitted to a reference centre in São Paulo within 72 hours after the violence episode and at identifying predictors of adherence to nPEP and of retention in care for 6-month follow-up among SVV. Methods: For this retrospective cohort study, we selected SVV admitted to the SV unit (NAVIS) of the main reference hospital in Sao Paulo within 72 hours after the SV episode from 2001 to 2013. Eligible patients received nPEP, screening, prevention and management for other STI, as well as emergency contraception, when applicable. Serological screening for HIV infection, hepatitis B and C, and syphilis was carried out at baseline and on days 90 and 180 of follow-up. Based on chart review we compared characteristics of the SV episode, clinical findings at admission and prescribed interventions according to victims\' sex and age. Predictors of adherence to nPEP for 28 days and of retention in care until discharge at 180 days after admission were sought after by univariate and multivariate logistic regression analyses. Results: A total of 199 SV episodes in 197 victims were recorded over 156 months. Of those, 167 were eligible to receive nPEP and 160 (96%) actually received a prescription. Victims were predominantly female (160, 80%), self-reportedly white (149, 75%), with median age of 22 (interquartile range (IQR) 15-29) and 9 years of schooling (IQR, 6-11). Male victims were significantly younger than their female counterparts (17 years old, IQR 14-32 vs. 23, IQR 17-29) (p=0.002). The SV episodes most often occurred on the victims\' way to work or school (n=110, 55%), were perpetrated by a single aggressor (n=180, 90%) and under coercion (n=158, 79%). Median time between the SV episode and admission to the unit was 1 day (IQR 0.5-1.5). Only 20% of episodes had been reported to police authorities. We highlight that clinical findings in the genital or extragenital areas were found in just 101 (51%) victims at admission. Victims aged under 14 of both sexes more often reported having been assaulted by a known aggressor (females, p < 0.001; males, p=0.001) and that the aggression occurred at or near home (females, p < 0.001; males, p=0.002). Male victims aged 14 or over more often reported having had more than one aggressor (p < 0.001) and presented more severe physical trauma at admission, assessed by the NISS (p=0.0084) and ISS (p=0.0172) scores, as compared to female victims of the same age category. Moreover, victims aged less than 14 were less likely to be prescribed nPEP (females p < 0.001; males p=0.001). Prophylaxis for HIV infection and other STI were shown effective for SVV who completed 180-day follow-up. Overall 104/160 (65%, 95CI% 57-72%) SVV were fully adherent to nPEP up to 28 days, whereas 89/199 (45%, 95%CI 38-52%) were retained in care for 180 days following admission. In multivariate analysis, patients undergoing at least one psychological consultation (n=126) were more likely to adhere to nPEP (adjusted OR=8.32; 95%CI: 3.0-23.3) and to be retained in care for 6 months (adjusted OR=44.76; 95%CI: 9.09-220.37), as compared to patients not having received psychological support. Conclusions: This study highlights significantly different features of SV depending on victims\' gender and age category (under 14 vs 14 or over). In addition, provision of psychological consultation was shown an essential element in the management of SV, being associated with enhanced adherence to nPEP and to retention in car

    ESPOROTRICOSE NA MAMA: UM RELATO DE CASO RARO

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    A esporotricose é a micose subcutânea mais comum na América Latina, tendo como principal forma de transmissão a inoculação traumática do fungo Sporothrix spp., sobretudo pelas extremidades distais dos membros. No Brasil as espécies mais associadas à doença são S. schenckii e S. brasiliensis. Nesse relato de caso, descrevemos uma apresentação raríssima da doença, localizada apenas na mama. Paciente de 52 anos, com diagnósticos prévios de pré-diabetes e depressão (em uso contínuo apenas de Escitalopram), foi encaminhada pelo mastologista em setembro/22 com quadro de mastite iniciado 6 meses antes. Apresentava úlcera rasa e dolorosa, de 4,5 × 6 cm, em quadrante súpero-lateral de mama esquerda, com crosta melicérica e saída de secreção purulenta à expressão. Já fizera uso de ciprofloxacino e axetilcefuroxima, além de corticoide tópico e colagenase, sem melhora do quadro. Durante a investigação etiológica, apresentava os seguintes achados iniciais de exames: PPD 5mm, IGRA positivo, pesquisa de BAAR e fungos negativa na secreção e cultura da secreção negativa para aeróbios e anaeróbios. A biópsia da lesão revelou dermatite crônica ulcerada, com pesquisa negativa de fungos e micobactérias. Diante da possibilidade de mastite tuberculosa, iniciou tratamento empírico com esquema RIPE em 28/09/22, apresentando pouca melhora das lesões, mesmo após 5 meses de tratamento. Em 10/22, foi liberado o resultado da cultura de material purulento (coletada em 09/22), com identificação de Sporothrix schenckii. A cultura para micobactérias resultou negativa. Entretanto, apresentava sorologia negativa para esporotricose em 11/22, com soroconversão detectada em exame de 03/23. Por questões pessoais da paciente, optou-se por manter o tratamento com RIPE, uma vez que a paciente negava histórico de contato físico com gatos, apenas alimentava um esporadicamente, e negava ter sido arranhada ou lambida pelo animal. Considerando a resposta insatisfatória ao tratamento com esquema RIPE, foi iniciado tratamento com Voriconazol 400 mg/dia em 14/02/23, substituído por Itraconazol 400 mg/dia em 07/03/23. Desde o início da terapia antifúngica, a paciente apresenta melhora substancial da lesão, atualmente com aspecto cicatricial, completamente epitelizada. Na literatura médica, encontramos apenas um relato de esporotricose mamária, porém associada a arranhadura prévia por gato. Nesse relato, apresentamos uma manifestação raríssima dessa infecção, não associada com arranhadura por gato

    QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE AS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL DO SEXO FEMININO E MASCULINO? EXPERIÊNCIA PARA UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR, TRATAMENTO E PROFILAXIA DE HIV E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

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    Introdução: A Violência Sexual (VS) foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como um problema de saúde pública. Embora o sexo feminino seja mais acometido por esse crime, estimado em até 62% para as meninas, pouco se sabe sobre Vítimas de Violência Sexual (VVS) do sexo masculino. Metodologia: Descrever as características e comparar as VVS, considerando o sexo biológico feminino e masculino, que procuraram o NAVIS-HCFMUSP, entre 2001‒2021. As variáveis demográficas, clínicas e relacionadas à VS foram analisadas por meio dos testes do qui-quadrado e Wilcoxon Rank-Sum. Resultados: Das 825 VVS, 601 (72,8%) eram do sexo feminino e 224 (27,2%) do sexo masculino, 564 (70,2) brancos, com mediana de idade de 15,8 (IIQ=6,8‒25,1) anos. Quanto às características da VS, 388 (56%) declararam que os agressores eram conhecidos; 234 (87,6%) episódios envolveram apenas um agressor. O episódio de VS ocorreu no domicílio ou peri domicílio para 399 (56%) VVS. A VS foi relatada com penetração vaginal em 334 (71,7%) VVS do sexo feminino; a penetração anal ocorreu mais frequentemente para as VVS do sexo masculino 116 (78,4%) (p=0,000). Considerando as infecções sexualmente transmissíveis, 357 (44,3%) VVS de ambos os sexos receberam profilaxia e 100 (12,7%) tratamento. A profilaxia do HIV foi prescrita para 288 (78,3%) VVS que procuraram o NAVIS antes de 72 horas após um episódio de VS; 450 (55,9%) VVS completaram o acompanhamento proposto de 6 meses. Quando comparamos ambos os sexos, as VVS do sexo masculino eram mais jovens (p=0,00), perpetrados por mais de um agressor (p=0,00), foram atendidos após 72 horas do episódio de VS (p=0,001) e foram mais frequentemente abusados cronicamente (p=0,028). Acima de 18 anos, as VVS femininas apresentaram mais sintomas de transtornos mentais que as masculinas durante o acompanhamento ambulatorial (p=0,008). Conclusão: Embora o sexo feminino seja mais vulnerável à violência sexual, o atendimento multidisciplinar e profilaxias/tratamentos de IST de ambos os sexos é essencial, uma vez que a VS traz consequências ao longo da vida para todas as vítimas

    Prevenção referente às modalidades alternativas de transmissão do Trypanosoma cruzi

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    Ninety years after the discovery of the illness of Chagas, for Carlos Chagas in set of exemplary scientific inquiries that had materialize the basic aspects of the disease, this endemic disease continues, sadly, still prominent in Latin American countries, over ali in virtue of the lack of greaters and better preventive steps on the part of some governmental sectors. In Brazil they had had place in relatively recent phase adequate measures that had become wellless expressive the transmission of the Trypanosoma cruzi. We long for that they continue and they are imitated by other nations. It's important to remember, by the way, that the success was due to will politics, to the programming elaborated for competent professionals and to the persistence, not influenced for the governing changes. In the State of São Paulo, in particular, the vectorial transmission the human beings was burst since the beginning of the decade of 80, practically occurring the disappearance of the domiciliary infestation for Triatoma infestans (Souza, AG; Wanderley, D.m.v.; Buralli, G.M.M &amp; Andrade, J .C.R. Consolidation of the control of Chagas' disease in the State of São Paulo. (Mem.Inst. Oswaldo Cruz, 79 (supl.): 125-132, 1984). In this context the alternative modalities of transmission of the T. deserve detached attention cruzi, inasmuch as ahead of the cooling of the propagation through triatorníneos they contribute effectively for the sprouting of new acometimentos, having therefore to have, with rapidity and objetividade, proposal of pertinent prophylactic proposals. Therefore, the Institute of Tropical Medicine of São Paulo decided to promote " Meeting on referring prevention to the alternative modalities of transmission ofthe Trypanosoma cruzi ", with the purpose to point behaviors currently had as recommendable, as communications in charge of some guests able to cooperate effectively. We were the organizers of the event, carried through in day 16 of October of 1998 and supported by the Department of Hygiene and Tropical Medicine of the São Paulo Association of Medicine, for the Brazilian Society of Tropical Medicine, for the Medical Society Ítalo-Brazilian and the São Paulo Society of lnfectologia. The emitted opinions are in this review, always endorsed in point-of-sight personal, justifications and bibliography. They represent, if at least to succeed valuation of the set, realistic contribution for adoption of incisive actions regarding alternative components, before wrongly under determined itens friction as bonanza, operating in the dissemination of the illness of Chagas. Noventa anos depois da descoberta da doença de Chagas, por Carlos Chagas em conjunto de exemplares investigações científicas que concretizaram os aspectos fundamentais da enfermidade, essa endemia continua, lamentavelmente, ainda proeminente em países latino-americanos, sobretudo em virtude da falta de maiores e melhores providências preventivas por parte de vários setores governamentais. No Brasil tiveram lugar em fase relativamente recente medidas adequadas que tornaram bem menos expressiva a transmissão do Trypanosoma cruri. Almejamos que prossigam e sejam imitadas por outras nações. Convém lembrar, a propósito, que o êxito foi devido à vontade política, à programação elaborada por profissionais competentes e à persistência, não influenciada pelas mudanças de governantes. No Estado de São Paulo, em particular, a transmissão vetorial a seres humanos foi controlada desde o início da década de 80, ocorrendo praticamente o desaparecimento da infestação domiciliar por Triatoma infestans (Souza, AG; Wanderley, D.M.V.; Buralli, G.M.M &amp; Andrade, J.c.R. - Consolidation of the control of Chagas' disease in the State of São Paulo. (Mem. Inst, Oswaldo Cruz, 79 (supl.): 125-132, 1984). Nesse contexto merecem destacada atenção as modalidades alternativas de transmissão do T. cruri, porquanto diante do arrefecimento da veiculação através de triatomíneos elas contribuem efetivamente para o surgimentode novos acometimentos, devendo por isso haver, com rapidez e objetividade, proposição de propostas profiláticas pertinentes. Por isso, o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo decidiu promover "Reunião sobre prevenção referente às modalidades alternativas de transmissão do Trypanosoma cruri", com a finalidade de apontar condutas atualmente tidas como recomendáveis, conforme explanações a cargo de alguns convidados capacitados a cooperar efetivamente. Fomos os organizadores do evento, realizado no dia 16 de outubro de 1998 e apoiado pelo Departamento de Higiene e Medicina Tropical da Associação Paulista de Medicina, pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, pela Sociedade Médica Ítalo-Brasileira e pela Sociedade Paulista de Infectologia. As opiniões emitidas estão nesta coletânea, sempre respaldadas em pontos-de-vista pessoais, justificativas e bibliografia. Representam, se pelo menos suceder valorização do conjunto, contribuição realística para adoção de ações coibitórias a respeito de componentes alternativos, antes erroneamente sob determinados itens rotulados como excepcionais, atuantes na disseminação da doença de Chagas.
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