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    Efeito de queimadas prescritas na sobrevivência e dispersão de sementes de Kielmeyera coriacea (Spr.) Mart. (Clusiaceae) em áreas de cerrado sensu stricto

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    Effects of prescribed fires on survival and release of seeds of the woody species Kielmeyera coriacea (Clusiaceae) were investigated in two plots of cerrado sensu stricto, a savanna vegetation of Central Brazil. The first plot was burnt in June, at the beginning of the dry season, and the second in August, in the middle of the dry season. Seed survival was measured after fire in both areas and related to internal and external fruit temperatures measured during the June fire. The proportion of open fruits per individual of K. coriacea was also assessed at two-week intervals. Maximum external temperatures during fire (393 to 734ºC) were strongly reduced inside the fruits (61 to 63ºC). Before the June fire, the majority of the fruits were closed in both plots. Most fruits in the June plot opened within two weeks following the burning while, in the same period, most fruits remained closed in the August plot. Fifteen days after the prescribed fire in the August plot most fruits opened, as observed in the June plot. No germination was observed in seeds from closed fruits collected before the fire, while those from fruits that were closed during the burning showed a high mean germination rate (June = 79 ± 12%; August = 69 ± 14%). The results indicate that fruits of K. coriacea are good insulators for seeds during fires and that seed release is anticipated independently of the burning season.Os efeitos de queimadas prescritas na sobrevivência e na dispersão de sementes de Kielmeyera coriacea (Clusiaceae) foram investigados em duas parcelas de cerrado sensu stricto, uma queimada no início da estação seca (junho) e outra, em agosto, meio da estação seca. A sobrevivência das sementes após as queimadas foi relacionada às temperaturas externa e interna dos frutos medidas durante a queimada de junho. A proporção de frutos abertos por indivíduos de K. coriacea foi observada quinzenalmente. As temperaturas externas máximas durante a passagem do fogo (393 a 734ºC) foram fortemente reduzidas dentro dos frutos (61 a 63ºC). Nas duas parcelas, a maior parte dos frutos estava fechada antes da queimada realizada em junho. Cerca de 60% dos frutos observados na parcela queimada em junho abriram nas duas semanas após a queimada sendo que, no mesmo período, a maior parte dos frutos na parcela a ser queimada em agosto permaneceu fechada. Da mesma forma, nas duas semanas seguintes à queimada realizada em agosto, foi observada a abertura da maioria dos frutos. Nenhuma semente dos frutos coletados antes das queimadas germinou. Entretanto, foi alta a germinação das sementes coletadas dos frutos que estavam fechados durante as queimadas (junho = 79 ± 12%; agosto = 69 ± 14%). Os resultados indicam que os frutos de K. coriacea oferecem boa proteção para as sementes durante as queimadas e que, independentemente da época da queima, a dispersão das sementes é antecipada pela passagem do fogo

    Efeito do fogo anual na mortalidade e no banco de sementes de Andropogon gayanus Kunth. no Parque Nacional de Brasília/DF

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    Andropogon gayanus foi introduzido no território brasileiro para a formação de pastagens e espalhou-se por grandes extensões de ecossistemas naturais sendo consideradas atualmente ameaça a diversidade em Unidades de Conservação. Por apresentar excelente rebrota pós-fogo é considerado uma espécie resistente. Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de queimadas anuais, na mortalidade e no banco de sementes do solo desta espécie invasora. As queimadas foram realizadas em setembro de 2009, 2010 e 2011 em uma área de cerrado ralo invadida por Andropogon gayanus no Parque Nacional de Brasília. A capacidade de rebrota de 50 indivíduos da espécie invasora foi acompanhada bimestralmente após cada queimada e até a véspera da próxima queimada. O efeito do fogo no banco de sementes do solo foi estimado por comparação do banco de sementes germináveis antes e imediatamente após cada queimada. A mortalidade de indivíduos adultos estabelecidos na área variou de 8% a 10% estando restrita a indivíduos com diâmetro basal menor do que 16cm. A densidade de sementes germinadas no banco do solo foi de 325, 375 e 400 sementes/m2 antes das queimadas de 2009, 2010 e 2011, respectivamente, com redução de 71%, 82% e 79% após estas queimadas. Embora as queimadas, tenham reduzido significativamente o número de sementes germináveis o banco de sementes da espécie invasora, a baixa mortalidade de indivíduos, inclusive indivíduos de pequeno diâmetro basal (menor que 16cm), indica que a espécie é resistente ao fogo e que com a rápida recuperação da parte aérea haverá reposição do banco de sementes na próxima estação reprodutiva sem interrupção do processo de invasão

    Alterações na fitossociologia do estrato rasteiro de uma área de campo sujo, invadida por Melinis minutiflora P. Beauv., submetida a corte anual

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    Gramíneas exóticas têm invadido grandes áreas em unidades de conservação, sendo consideradas ameaça para a diversidade local. Dentre elas destaca-se o capim-gordura, Melinis minutiflora P. Beauv., por apresentar alto número de sementes viáveis com longo tempo de viabilidade, alta produção de biomassa aérea e uso eficiente de nutrientes e água e, quando estabelecido, pode ocupar extensas áreas. Este trabalho teve como objetivo investigar o efeito de corte anual, a 7cm de altura, em campo sujo invadido por M. minutiflora, na recomposição da porção aérea das espécies nativas e da invasora. O corte foi aplicado por quatro anos após a floração e antes da dispersão das sementes da espécie invasora. Foi observada alteração da posição da espécie invasora do maior valor de importância (35,9%), no início do estudo (2007), para o sétimo mais importante (12,6%) após quatro cortes (2011); aumento significativo entre 2007 e 2011 (

    Editorial - Manejo do fogo em áreas protegidas

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    O fogo é parte integrante e natural de diversos ecossistemas no mundo; são os ecossistemas pirofíticos, tais como as savanas, entre elas o Cerrado brasileiro. Apesar disto, políticas de exclusão do fogo, ou de "fogo zero”, predominaram no Brasil e inclusive no Cerrado século XX. Em áreas de vegetação pirofítica, a tentativa de exclusão do fogo tende a não ser eficiente nem adequada. Essa abordagem não reconhece e marginaliza práticas de agricultura familiar e gera acúmulo de combustível fino que propicia a ocorrência de incêndios em grandes extensões, especialmente no final da estação seca, que por sua vez causam graves prejuízos ecológicos e geram altos custos, com baixa eficiência de combate. Assim, é antiga a discussão de que se deve manejar e não apenas tentar excluir o fogo em ambientes pirofíticos. O debate sobre o manejo do fogo e suas consequências ambientais, sociais e econômicas, em diversas escalas, está presente hoje em diversas instituições de gestão ambiental. O assunto envolve grande complexidade, desde os conceitos ecológicos envolvidos e a possibilidade de prever efeitos à capacidade de negociar objetivos de manejo entre diferentes atores que atuam em um território. O presente número da revista Biodiversidade Brasileira, com doze artigos, vem contribuir com este objetivo trazendo resultados e argumentos para subsidiar o debate e o processo de aplicação do manejo integrado do fogo em áreas protegidas. Em 2010 foi lançado um número com o mesmo tema (ver Ribeiro et al. 2011) e é importante notar o avanço nas práticas de manejo desde então. O texto completo do editorial apresenta o conjunto de contribuições e o estado da arte do debate sobre o manejo do fogo no país
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