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Caracterização fÃsico-quÃmica de diferentes variedades de amêndoa (Prunus dulcis) e efeito das condições de armazenamento
A amendoeira (Prunus dulcis) é uma cultura tradicional em Portugal, estando bem representada na região de Trás-os-Montes. Com o presente trabalho pretendeu-se caracterizar alguns produtores de amêndoa em relação à s variedades cultivadas, tipo de colheita e transporte aplicados e condições de armazenamento, bem como determinar os principais problemas observados durante o armazenamento do fruto. Para além disso, caracterizou-se fÃsico-quÃmicamente e microbiológicamente algumas dessas variedades, nomeadamente Francesas, Espanholas e Portuguesas. Adicionalmente também se realizou um ensaio de conservação de amêndoas despeladas (mistura de variedades de casca mole) com o intuito de estudar o efeito da humidade relativa (HR) (60, 70 e 80%) e temperatura constante (25°C) durante o armazenamento.
Após aplicação dos inquéritos, verificou-se que grande parte dos produtores inquiridos (42%) tem idades entre os 60 e 69 anos. Mais de metade dos produtores (63%) possui amendoais com uma área até 10 ha, sendo que 53% dos pomares tem mais de onze anos. As variedades cultivadas são de origem Espanhola, Francesa e Portuguesa, destacando-se a Ferraduel e a Ferragnès (ambas Francesas). Mais de metade dos produtores (63%) realiza colheita manual, sendo o fruto armazenado à temperatura ambiente, sem controlo de HR. Aproximadamente 53% dos produtores mencionaram não ter problemas durante o armazenamento ou não responderam à questão. Contudo, os produtores que indicaram problemas, o mais referido foi o aparecimento de pragas (26%).
Algumas diferenças significativas foram observadas nas 19 amostras analisadas, em termos fisicos (massa, dimensões, número de frutos por kg, número de miolos duplos em 25 frutos), quÃmicos (teores de humidade, gordura, proteÃna, fibra bruta, cinzas e estabilidade oxidativa) e microbiológicos (microrganismos a 30 °C, bolores e leveduras, coliformes totais e Escherichia coli). As amostras Portuguesas quando comparadas com as estrangeiras não se destacaram. Em relação à qualidade microbiológica, a maioria das amostras apresentaram-se aceitáveis ou satisfatórias, não existindo nenhuma com um número não admissÃvel de E. coli. Relativamente, aos ensaios de conservação verificou-se que as amêndoas ao longo do armazenamento mantiveram uma aparência visual e fisica semelhante à observada no inÃcio (dia 0), independentemente da HR aplicada. Quanto à composição nutricional não se detetaram diferenças significativas, nem para o perÃodo de armazenamento, nem para as HRs aplicadas. Os resultados indicaram que é necessário continuar o ensaio de conservação por mais tempo, com intuito de poder verificar possÃveis diferenças entre as HRs e definir qual a melhor para o transporte de amêndoas despeladas.Trabalho financiado pelo Projeto ValNuts (PDR2020-101-030756), no âmbito de uma iniciativa comunitária promovida pelo PDR2020 e cofinanciada pelo FEADER, Portugal 2020. Este trabalho foi também parcialmente financiado pelo CIMO (UID/AGR/00690/2019) através do FEDER no âmbito do PT2020
Physicochemical characterization of ten varieties of almond (Prunus dulcis)
O presente trabalho teve como objetivo caracterizar fÃsico-quimicamente 10 variedades de amêndoa (Francesas, Espanholas e Portuguesas), colhidas na região de Trás-os-Montes. Sob o ponto de vista fÃsico, verificou-se que a variedade Portuguesa ‘Duro Italiano’ foi aquela que apresentou os frutos com menor massa (2,6 ± 1,1 g) e largura (18,7 ± 2,1 mm). Pelo contrário, as variedades ‘Ferraduel’ (Francesa), ‘Marinada’ (Espanhola) e ‘Pegarinhos’ (Portuguesa) foram as que apresentaram maiores frutos. Em relação à composição nutricional, verificou-se uma grande variação nos teores de humidade (3,8 ± 0,3 a 30,6 ± 0,3 g/100g matéria fresca (m.f.), correspondente à s variedades ‘Vayro’ (Espanhola) e 'Ferraduel’, respetivamente), provavelmente devido a diferentes perÃodos de colheita e tempos de secagem aplicados
pelos produtores. Não foram observadas diferenças significativas entre as variedades analisadas no que se refere à gordura. Os valores de proteÃna e cinzas variaram entre 15,8-20,5 e 2,4-3,8 g/100g matéria seca (m.s), respetivamente. No que diz respeito à estabilidade oxidativa do fruto, não se observaram diferenças significativas. Como conclusão geral, as variedades analisadas (estrangeiras e Portuguesas) não se distinguiram de forma evidente entre elas, sendo necessário, no futuro, realizar mais estudos em relação a outros parâmetros.Os autores agradecem o financiamento dado ao
Projeto ValNuts (PDR2020-101-030756), no âmbito
de uma iniciativa comunitária promovida pelo
PDR2020 e cofinanciada pelo FEADER, Portugal
2020. Este trabalho foi também parcialmente financiado
pelo CIMO (UID/AGR/00690/2019) através
do FEDER no âmbito do PT2020. Os autores agradecem
ainda aos produtores de amêndoa que
permitiram a recolha das amostras.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Efeito da humidade relativa nas propriedades fÃsico-quÃmicas e microbiológicas de miolo de amêndoa ao longo do armazenamento
A amêndoa (Prunus dulcis (Miller) Webb) é um fruto consumido em cru ou processado (ex. laminado, granulado, farinha) como ingrediente em diversos produtos de pastelaria, chocolates, entre outros. Ao contrário do fruto com casca que apresenta um tempo de prateleira longo, o miolo é mais suscetÃvel a perder qualidade pela oxidação lipÃdica e desenvolvimento de bolores que podem pôr em causa a sua segurança. No presente trabalho, pretendeu-se avaliar o efeito da humidade relativa nas caracterÃsticas fÃsico-quÃmicas e microbiológicas de miolo de amêndoa, armazenado a 25 °C, de modo a simular condições de armazenamento e de transporte marÃtimo que possam ocorrer em paÃses tropicais, para os quais a amêndoa Portuguesa é exportada. Para tal, estudaram-se em armazenamento, o efeito de três humidades relativas (HR) (60, 70 e 80%) durante 2 meses, a 25 °C. Ao longo do tempo de armazenamento (0, 1 e 2 meses), avaliou-se a atividade da água, cor, teores de humidade, gordura e proteÃna, estabilidade oxidativa do fruto e óleo, e parâmetros microbiológicos. Em relação à atividade da água, os menores valores foram observados para a HR de 60%, após 1 (0,624±0,007) e 2 meses (0,595±0,006). Ao contrário das HRs de 60 e 70%, para a de 80% não se observaram diferenças significativas ao longo do tempo de armazenamento. No que respeita aos parâmetros nutricionais, para cada HR ao longo do tempo, não se observaram diferenças significativas. Ao comparar as HRs entre si, as únicas diferenças significativas foram detetadas para o teor de humidade após 1 mês (menores valores para HR=60%) e para a proteÃna após 2 meses (menores valores para a HR de 70%). Na estabilidade oxidativa, avaliada pelo método Rancimat, verificou-se que os frutos apresentaram maiores tempos de indução do que o óleo, para todas as condições estudadas. Salvo raras exceções, não se observaram diferenças significativas nos tempos de indução, tanto para o fruto como para o óleo, para as três HRs estudadas ao longo do tempo de armazenamento. Em relação à qualidade microbiológica, verificou-se um decréscimo significativo nos microrganismos a 30 °C após 2 meses em relação ao inÃcio. Pelo contrário, nos bolores e leveduras não se observaram diferenças significativas ao longo do armazenamento. Em conclusão, as humidades relativas de 60, 70 e 80% não afetaram de forma relevante a qualidade final do miolo de amêndoa.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Caracterização fÃsico-quÃmica de dez variedades de amêndoa (Prunus dulcis)
A amendoeira Prunus dulcis é uma cultura com longa tradição em Portugal, estando bem representada na região de Trás os Montes. Nos últimos anos tem se assistido a um aumento do número de pomares em que dão preferência à s cultivares estrangeiras em detrimento das nacionais Nesse sentido, o presente trabalho visou caracterizar fÃsico-quimicamente dez variedades com diferentes origens, colhidas na região de Trás os Montes, nomeadamente Francesas (Ferraduel, Ferragèns e Lauranne), Espanholas (Constantà Guara, Marinada, Masbovera e Vayro) e Portuguesas (Duro Italiano e Pegarinhos), das quais se caracterizaram os frutos no que respeita à massa individual do fruto e do miolo, dimensões, número de frutos por kg, dureza da
casca ( qualitativa) e teores de humidade, proteÃna, gordura e cinzas. Adicionalmente, foi ainda determinada a estabilidade oxidativa do fruto, avaliada pelo método Rancimat.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Effect of the relative humidity on physicochemical properties and microbial quality of almond kernels during storage
No presente trabalho pretendeu-se avaliar o efeito de três humidades relativas (HR) (60, 70 e 80%) nas caracterÃsticas fÃsico-quÃmicas e microbiológicas de miolo de amêndoa, armazenado a 25 °C, durante 60 dias. Em relação à atividade da água, os menores valores foram observados para a HR de 60%, após 1 e 2 meses (0,624 e 0,595, respetivamente), ao contrário da HR de 80%, para a qual não se observaram diferenças significativas ao longo do tempo. Relativamente aos parâmetros nutricionais, para cada HR ao longo do tempo, não se observaram diferenças significativas. Ao comparar as HRs entre si, as únicas diferenças significativas foram detetadas no teor de humidade após 30 dias (menores valores para 60%) e para a proteÃna após 60 dias (menores valores para 70%). Salvo raras exceções, não se observaram diferenças significativas nos tempos de indução, tanto para o fruto como para o óleo, para as três HRs. Quanto à qualidade micro-biológica, verificou-se um decréscimo significativo nos microrganismos a 30 °C após 60 dias, em relação ao inÃcio. Pelo contrário, nos bolores e leveduras não se observaram diferenças significativas. Em conclusão, as HRs estudadas não afetaram de forma relevante a qualidade final de miolo de amêndoa durante 60 dias de armazenamento.The present work aimed to evaluate the effect of three relative humidities (RH) (60, 70 and 80%) on the physicochemical
and microbiological characteristics of almond kernels stored at 25 °C for 60 days. Regarding water activity, the
lowest values were observed for the RH of 60%, after 30 and 60 days (0.624 and 0.595, respectively), while for the RH of
80%, no significant differences were observed over time. Concerning nutritional parameters, no significant differences
were observed for each RH during the time. When comparing RHs with each other, the only significant differences
were detected for the moisture content after 30 days (lower values for 60%) and protein after 60 days (lower values for
70%). In general, no significant differences in the induction times of the fruit and oil were observed in the three RHs.
Regarding microbiological quality, there was a significant decrease in microorganisms at 30 °C after 60 days, when
compared with the beginning. In contrast, in molds and yeast, no significant differences were observed during storage.
In conclusion, the RHs did not significantly affect the final quality of almond kernels during 60 days of storage at 25 °C.Os autores agradecem o financiamento dado ao
Projeto ValNuts (PDR2020-101-030756), no âmbito
de uma iniciativa comunitária promovida pelo
PDR2020 e cofinanciada pelo FEADER, Portugal
2020. Este trabalho foi também parcialmente financiado
pelo CIMO (UID/AGR/00690/2019) através do
FEDER no âmbito do PT2020.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Effect of relative humidity on the quality and safety of peeled almond kernels (Prunus dulcis Mill.) during simulated maritime transport/storage
Long-term transport and storage of peeled almonds under unsuitable conditions may cause the product’s rejection. To get knowledge in this topic, peeled almonds were stored at 25◦C and 60, 70, and 80% relative humidity (RH). The maintenance of high RH (80%) caused some visual defects after 4 months. Even though the 60, 70, and 80% RH did not clearly affect the production of primary and secondary products formed in the lipid oxidation during the 6 months of storage, sometimes an increase in the values of the specific extinction at the wavelength of 268 nm (K268) was observed at 80% RH, suggesting the occurrence to some extent of secondary oxidation. Concerning microbial counts, the almonds stored at 60 and 70% RH presented a satisfactory microbial quality until 6 months; however, at 80% RH, the mold counts were higher than the reference values after 2 months. Several mycotoxins were detected at low levels, including aflatoxins B1 and G1, although some showed higher amounts at 80% RH. In general, it is recommended that almond producers and industrials should consider the use of low RH (< 80%) for maritime transport and long-term storage of
almond kernels.This work was supported by the PDR2020 Partner-
ship Agreement and co-financed by FEADER, Portugal
2020 (ValNuts Project: PDR2020-101-030756); and the
Foundation for Science and Technology (FCT, Portugal),
which gave financial support through national funds
FCT/MCTES (PIDDAC) to CIMO (UIDB/00690/2020 and
UIDP/00690/2020) and SusTEC (LA/P/0007/2021). The
authors also thank Amendouro – Comércio e Indústria
de Frutos Secos, Lda. (Dr Joana Araújo) for supplying the
fruitsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio
Projeto ValNuts: valorização dos frutos secos de casca rija
O projeto ValNtts visa valorizar a produção de frutos secos de casca rija em Portugal, com o intuito de potenciar a sua produção de modo a obter frutos de excelente qualidade, aumentar o seu valor
económico e promover a capacidade de exportação da amêndoa, noz e avelã. No presente trabalho só foi estudada a amêndoa. Aplicou-se um inquérito a dezanove produtores deste fruto seco, com o intuito de caracterizar os amendoais existentes, fazer o levantamento das variedades cultivadas, proceder à caracterização do tipo de colheita, condições de armazenamento, tipo de transporte e principais problemas observados durante o armazenamento. Também se recolheram amêndoas de variedades Francesas, Espanholas e tradicionais, para se efetuar a sua caracterização fÃsico-quÃmica. A maioria dos produtores inquiridos (42%) tem idades entre os 60 e 69 anos, tendo grande parte deles (68%) o 1º ou 2° ciclo de ensino. Mais de metade dos produtores (63%) possui amendoais com uma área até 10 ha, tendo 53% dos pomares mais de onze anos. As variedades cultivadas são de origem Espanhola, Francesa e tradicionais, destacando-se a Ferraduel e a Ferragnès (ambas Francesas). Estas variedades foram referidas por 68% dos produtores como sendo aquelas de maior importância em termos de produção. Contudo, deve-se referir que há um número elevado de produtores que as plantam em simultâneo, pelo facto de estas serem interpolinizadoras. Mais de metade dos produtores (63%) realiza colheita manual, sendo o fruto armazenado à temperatura ambiente, sem controlo de humidade relativa. O transporte da amêndoa do produtor para a indústria/cooperativa é feito em veÃculos de caixa aberta (90% dos produtores), a granel, sacos de rede ou sacos brancos da cooperativa (74%). Aproximadamente 53% dos produtores mencionaram não ter problemas durante o armazenamento ou não responderam à questão. Como principais problemas foram referidos o aparecimento de pragas (26%), perda de peso do fruto (16%) e desenvolvimento de bolares (5%). Em termos de caracterização fÃsico-quÃmica, a variedade tradicional "Duro Italiano" foi a que apresentou os menores valores de peso, largura e comprimento individual dos frutos com casca e miolo. A variedade Ferraduel (Francesa) e Marinada (Espanhola) apresentaram os maiores valores de densidade aparente em relação ao fruto com casca. Em termos de estabilidade oxidativa dos frutos, não se observaram diferenças significativas entre as variedades estudadas.PDR2020-101-03075info:eu-repo/semantics/publishedVersio