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A morte como transformação: Uma aproximação entre Dom Quixote e a Ética de Espinosa
Miguel de Cervantes (1547-1616), no último capítulo de sua obra O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha, retrata o falecimento de seu protagonista, decorrente de uma profunda tristeza. O cavaleiro, depois de vencido, sente-se obrigado a retornar ao seu povoado e a renunciar à cavalaria andante, o que lhe causa a transformação de sua realidade e de seu estado mental - da loucura à cordura -, além do seu direcionamento à morte. Assim como faz Cervantes no início do século XVII, Espinosa (1632-1677), ao final do mesmo século, também parece estabelecer analogias entre as ideias de transformação e morte, ao apontar, em sua Ética, a relação entre a natureza do ser e sua proporção de movimento e repouso, responsável pelas inconstâncias humanas. A partir de tais considerações, este trabalho pretende aproximar o último capítulo da obra Dom Quixote à proposição 39 da Quarta Parte da Ética espinosana, de forma a ressaltar as devidas semelhanças entre o conceito de morte como transformação, retratado tanto pelo escritor espanhol quanto pelo filósofo holandês, uma vez que a morte, para ambos, demonstra estar vinculada à mesma ideia.Miguel de Cervantes (1547-1616), in the last chapter of his book Don Quixote, describes the death of his protagonist caused by the character’s profound sadness. The knight, after being defeated, feels obliged to return to their village and renounce chivalry. The regression for him causes a deep transformation of his reality and his mental state - the sanity of madness – beyond his approximation to his own eternal rest. As Cervantes, the same turning point is seen in Spinoza (1632-1677) at the end of the century. By analogies with transformation and death, the philosopher emphasizes in his Ethics the relationship between the nature of being and its proportion of motion and rest, responsible for human metamorphoses. Based on these considerations, this paper intends to point out the last chapter of the work Don Quixote in connection with the 39th proposition, Part IV of the Ethics written by Spinoza. Similarities involving the concept of death as transformation have been highlighted in both the Spanish writer and the Dutch thinker, since death for both is intimately related
A tradução literária com base no perspectivismo
Ainda que diversas teorias, no decorrer da história da tradução, centrem suas discussões no privilégio da forma ou do conteúdo, outras, a partir do século 19, ampliam seus debates questionando a essência do logos e as verdades. Neste trabalho, abordaremos a tradução desde uma perspectiva interpretativa, em contraposição ao logocentrismo derivado do essencialismo platônico. Para tal, trabalharemos com a teoria perspectivista de Friedrich Nietzsche, desconstrutor das ideias platônicas de “verdade”e “essência”, enlaçando-a aos estudos tradutológicos de Rosemary Arrojo. A discussão enfatiza a tradução literária, vista como um trabalho cheio de percalços
Don Quixote: poetry, criticism and translation. A study of Don Quixote preliminary verses and translation proposal
O presente trabalho objetiva desenvolver um estudo analítico dos versos preliminares de O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha - obra escrita em 1605 por Miguel Cervantes -, bem como uma proposta de tradução de tais versos, anexada ao final da dissertação. Neste estudo, serão ressaltados certos olhares da crítica cervantina, relacionados à valorização do escritor espanhol e de sua obra poética, e alguns dos elementos formais e conceituais que permeiam os dez poemas de abertura da narrativa do cavaleiro manchego. Além disso, serão evidenciados os elementos burlescos dos versos, como modo de apresentar uma constituição poética relevante e de estabelecer parâmetros que possam servir de alicerce para as traduções. A partir do trabalho de pesquisa acerca dos versos preliminares do Quixote, o processo de tradução, no que se refere à versificação e à interpretação poética, poderá se fundamentar.Not only has this work been devoted to an analytical study of the preliminary verses of El ingenioso hidalgo Don Quijote de La Mancha, written in 1605 by Miguel de Cervantes, but also a proposal of their translation attached in the end of this work. The research has taken into account different considerations about Cervants criticism. Most of them revealed how the author was worth being read as a writer and others highlighted his poems. As a consequence of the literary appreciation that had been brought up before this research, form and content are still permeating the ten introductory poems of the Manchegos narrative knight. Beyond this, burlesque elements in the verses will be referred as a way of showing relevant poetic concepts and, consequently, parameters established to support an innovative Portuguese version. It must be mentioned that the present translation is systematically based on rhyme and poetic interpretation
Los encomios burlescos en los versos preliminares de Don Quijote
La obra de 1605 de Miguel de Cervantes, El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha, exhibe, desde sus páginas iniciales, una relevante complejidad. En este sentido, es posible identificar elementos estético-formales inventivos, además de un discurso paródico característico, antes mismo del inicio de las aventuras del caballero manchego. Los poemas que preceden la narrativa, a diferencia de rendir alabanza a la gran historia a ser contada sobre el loco hidalgo, parecen burlarse del universo..
Pictavia Aurea
Este volumen, titulado Pictavia aurea, reúne 131 estudios que constituyen una granada muestra de los debates y las presentaciones en torno a la cultura hispánica del Siglo de Oro que entre los días 11 y 15 de julio de 2011 se dieron en la ciudad de Poitiers (Francia) en el marco del IX congreso de la Asociación Internacional “Siglo de Oro”. Auspiciada por la Universidad de Poitiers, a través del Centro de Estudios de la Literatura española de Entre Siglos (siglos xvii-xviii) (CELES XVII-XVIII) y el laboratorio «Formes et Représentations en Linguistique et Littérature» (FoReLL), la convocatoria reunió en la ciudad francesa a 276 participantes y a un centenar de asistentes en la novena edición del Congreso de la Asociación, que celebró entonces la efeméride del 450o aniversario del nacimiento de Luis de Góngora.A Isaías Lerner, maestro de la filología hispánic