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Características de mulheres com uma ou mais cesáreas anteriores no nascer no Brasil
OBJETIVO: Analisar descritivamente as parturientes brasileiras com cesariana anterior e apontar os fatores associados ao parto vaginal após cesárea (Vaginal Birht After Cesarean– VBAC) no Brasil. MÉTODOS: Foram utilizados dados de mulheres com uma, duas ou três e mais cesáreas da pesquisa Nascer no Brasil. As diferenças entre categorias foram avaliadas pelo teste de quiquadrado (χ2). As variáveis que apresentaram diferença significativa (< 0,05) foram incluídas em regressão logística. RESULTADOS: Do total de 23.894 mulheres, 20,9% tinham cesárea anterior. A maior parte (85,1%) foi submetida a outra cesárea, 75,5% antes do início do trabalho de parto. A porcentagem de VBAC foi de 14,9%, uma taxa de sucesso de 60,8%. Mulheres com três cesáreas ou mais apresentaram maior vulnerabilidade social. As chances de VBAC foram maiores entre aquelas decididas pelo parto vaginal no fim da gestação, com parto vaginal anterior, indução de parto, admitidas com mais de 4 centímetros de dilatação e sem companheiro. Assistência no sistema privado, ter duas cesáreas ou mais, complicações obstétricas e decisão por cesariana no final da gestação diminuíram as chances de VBAC. Faixa etária, escolaridade, adequação do pré-natal e razão da cesárea anterior não apresentaram diferença significativa. CONCLUSÃO: A maior parte das mulheres com cesárea anterior no Brasil é encaminhada para uma nova cirurgia, e o maior número de cesáreas está associado à maior iniquidade social. Os fatores associados ao VBAC foram decisão pelo parto vaginal no fim da gestação, parto vaginal anterior, maior dilatação cervical na internação, indução, atendimento no sistema público de saúde, ausência de complicações obstétricas e ausência de companheiro. São necessárias ações de estímulo ao VBAC, visando reduzir taxas globais de cesarianas e suas consequências para a saúde materno-infantil.OBJECTIVE: To descriptively analyze Brazilian parturient women who underwent previous cesarean section and point out the factors associated with Vaginal Birth After Cesarean (VBAC) in Brazil. METHODS: The study used data from women with one, two, or three or more cesarean sections from the survey Nascer no Brasil (Birth in Brazil). Differences between categories were assessed through the chi-square test (χ2). Variables with significant differences (p < 0.05) were incorporated into logistic regression. FINDINGS: Out of the total of 23,894 women, 20.9% had undergone a previous cesarean section. The majority (85.1%) underwent another cesarean section, with 75.5% occurring before the onset of labor. The rate of Vaginal Birth After Cesarean (VBAC) was 14.9%, with a success rate of 60.8%. Women who underwent three or more cesarean sections displayed greater social vulnerability. The chances of VBAC were higher among those who opted for a vaginal birth towards the end of gestation, had a prior vaginal birth, underwent labor induction, were admitted with over 4 centimeters of dilation, and without partner. Receiving care from the private health care system, having two or more prior cesarean sections, obstetric complications, and deciding on cesarean delivery late in gestation reduced the chances of VBAC. Age group, educational background, prenatal care adequacy, and the reason for the previous cesarean section did not result in significant differences. CONCLUSION: The majority of women who underwent a previous cesarean section in Brazil are directed towards another surgery, and a higher number of cesarean sections is linked to greater social inequality. Factors associated with VBAC included choosing vaginal birth towards the end of gestation, having had a previous vaginal birth, higher cervical dilation upon admission, induction, assistance from the public health care system, absence of obstetric complications, and without a partner. Efforts to promote VBAC are necessary to reduce overall cesarean rates and their repercussions on maternal and child health
Fatores associados ao near miss neonatal no Brasil
OBJECTIVE: This study evaluates the association between sociodemographic factors, maternal characteristics, organization of health services and neonatal near miss in public and private maternity hospitals in Brazil. METHODS: This is a prospective cohort of live births from the Nascer no Brasil survey, carried out between 2011 and 2012. Variables were established from the literature and organized on three levels: distal, intermediate, and proximal. The assessment was performed based on results of the bivariate analyzes and their respective p-values, with a significance level <0.20, using the Wald test. For multivariate analysis, the variables contained at the distal level were inserted, preserved in the model when significant (p < 0.05). This was also done when adjusting the intermediate and proximal levels. RESULTS: At the distal level, no variable was significantly associated with the outcome. At the intermediate level, mother’s age greater than or equal to 35 years (relative risk – RR = 1.32; 95%CI 1.04–1.66), cesarean delivery (RR = 1.34; 95%CI 1.07–1.67), smoking (RR = 1.48; 95%CI 1.04–2.10), gestational hypertensive syndrome (RR = 2.29; 95%CI 1.98–3.14), pre-gestational diabetes (RR = 2.63; 95%CI 1.36–5.05) and twin pregnancy (RR = 2.98; 95%CI 1.90–4.68) were variables associated with the outcome. At the proximal level, inadequate prenatal care (RR = 1.71; 95%CI 1.36–2.16) and the hospital/maternity being located in a capital city (RR = 1.89; 95%CI 1.40–2.55) were associated with neonatal near miss. CONCLUSIONS: The results show that neonatal near miss was influenced by variables related to the organization of health services and by maternal characteristics.OBJETIVO: Este estudo avalia a associação entre fatores sociodemográficos, características maternas, organização dos serviços de saúde e near miss neonatal em maternidades públicas e privadas do Brasil. MÉTODOS: Trata-se de uma coorte prospectiva de nascidos vivos da pesquisa Nascer no Brasil, realizada entre 2011 e 2012. As variáveis foram estabelecidas a partir da literatura e organizadas em três níveis: distal, intermediário e proximal. A avaliação foi realizada a partir dos resultados das análises bivariadas e de seus respectivos valores-p, com nível de significância < 0,20, pelo teste de Wald. Para a análise multivariada, foram inseridas as variáveis contidas no nível distal, conservadas no modelo quando significativas (p < 0,05). O mesmo foi feito no ajuste dos níveis intermediário e proximal. RESULTADOS: No nível distal, nenhuma variável apresentou associação significativa com o desfecho. No nível intermediário, idade da mãe maior ou igual a 35 anos (risco relativo – RR = 1,32; IC95% 1,04–1,66), parto cesáreo (RR = 1,34; IC95% 1,07–1,67), uso de fumo (RR = 1,48; IC95% 1,04–2,10), síndrome hipertensiva gestacional (RR = 2,29; IC95% 1,98–3,14), diabetes pré-gestacional (RR = 2,63; IC95% 1,36–5,05) e gestação gemelar (RR = 2,98; IC95% 1,90–4,68) foram variáveis associadas ao desfecho. No nível proximal, o pré-natal não adequado (RR = 1,71; IC95% 1,36–2,16) e a localização do hospital/maternidade na capital (RR = 1,89; IC95% 1,40–2,55) foram associados ao near miss neonatal. CONCLUSÃO: Os resultados mostram que o near miss neonatal foi influenciado pelas variáveis da organização dos serviços de saúde e pelas características maternas
Maternal perception of dehydration in children with diarrhoea: a study of agreement with medical diagnosis
The mother's perception of signs and symptoms of dehydration in children under three years of age was studied and compared with the medical classification. The study was carried out in a children's hospital in the city of Rio de Janeiro, among children hospitalized with diarrhoea between January, 1987 and February, 1988. The number of excretions and of vomitings, thirst and condition of eyes constituted the signs and symptoms most frequently reported by mothers. However, they had difficulty in judging the amount of urine, humidity of mouth and tongue and turgidity of the skin. These signs were almost always regarded as normal or, at most, as indicating only slight alteration. Those mothers who tended to underestimate the severity of the dehydration indicated by the physician were of a lower educational level and had more severely undernourished children and greater difficulty of access to the hospital. On the other hand, those who tended to overestimate it belonged to a higher educational level, had better-nourished children, greater ease of access to the hospital and were attended to by a smaller number of health care services before reaching the hospital surveyed. Those who agreed with the medical diagnosis were in ,an intermediate situation, although they tended to be closer to those who underestimated the gravity of the dehydration. Those mothers whose children had already gone through a dehydration episode did not present a more intense agreement with the physician's diagnosis, thus evidencing that the information afforded at the health care service was either non-existent or inadequate.Realizou-se estudo em um hospital infantil do Rio de Janeiro, em crianças hospitalizadas por diarréia, no período de janeiro/87 a fevereiro/88, com o objetivo de destacar a percepção materna dos sinais e sintomas da desidratação em crianças menores de três anos de idade, confrontando-a com o diagnóstico médico. Os sinais e sintomas mais identificados pelas mães foram o número de evacuações, número de vômitos, estado da sede e dos olhos. As mães tiveram dificuldade em perceber a quantidade de urina, o estado de umidade da boca e língua e turgor da pele. Identificaram estes sinais quase sempre como normais ou no máximo, moderadamente alterados. As mães que tenderam a subestimar a gravidade da desidratação apontada pelo médico tem nível de escolaridade baixo, filhos desnutridos e maior dificuldade de acesso ao hospital. Já as que tenderam a superestimar a gravidade, têm melhor nível de instrução, filhos melhor nutridos, maior facilidade de acesso ao hospital, bem como passaram por um menor número de serviços de saúde antes de chegar ao hospital estudado. As mães que concordaram com o diagnóstico médico classificaram-se em uma situação intermediária, embora se aproximando mais das que subestimaram a gravidade. Aquelas mães que já haviam vivenciado um episódio de desidratação anterior no seu filho não apresentaram maior concordância com o diagnóstico do médico, mostrando que o repasse de informação no serviço de saúde foi nulo ou inadequado
Racial, sociodemographic, and prenatal and childbirth care inequalities in Brazil, 1999-2001
OBJECTIVE: To analyze social inequalities and inequalities in access to and utilization of health care services according to skin color in a representative sample of postpartum women receiving hospital childbirth care. METHODS: A cross-sectional study was carried out in a sample of 9,633 postpartum women, of whom 5,002 were white (51.9%), 2,796 mulatto (29.0%), and 1,835 black skin color (19.0%), seen in public maternity hospitals, hospitals contracted out by the Unified National Health System, and private hospitals in the period 1999-2001. Data were collected from medical records and through interviews with the mothers in the immediate postpartum period using standardized questionnaires. Statistical analyses were performed using chi² tests to assess homogeneity of proportions and Student's t-test for comparison of measures. The analysis was stratified by maternal schooling. RESULTS: A persistent unfavorable situation was seen for mulatto and black women as compared to white women. Mulatto and black women had the highest rates of adolescent mothers, low schooling, unpaid occupation, and not having a partner. History of physical violence, smoking, attempts to interrupt pregnancy, and visits to several hospitals before being admitted were more frequent among black women, followed by mulatto and then white women of low schooling. High schooling group of women showed better indicators but the same pattern was seen. This variability is also seen in the opposite direction in terms of the level of satisfaction with prenatal and childbirth care. CONCLUSIONS: It was distinguished two forms of discrimination, by educational level and skin color, in care delivered by health services to postpartum women in Rio de Janeiro.OBJETIVO: Analisar as desigualdades sociais e no acesso e utilização dos serviços de saúde em relação à cor da pele em amostra representativa de puérperas que demandaram atenção hospitalar ao parto. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal, realizado no Município do Rio de Janeiro, no qual foram amostradas 9.633 puérperas, sendo 5.002 brancas (51,9%), 2.796 pardas (29,0%) e 1.835 negras (19,0%), oriundas de maternidades públicas, conveniadas com o Sistema Único de Saúde e particulares no período de 1999 a 2001. Os dados foram coletados de prontuários médicos e por entrevistas com as mães no pós-parto imediato, aplicando questionários padronizados. Foram utilizados os testes de chi² para analisar a homogeneidade das proporções e t de Student para comparação de médias. A análise foi estratificada segundo o grau de instrução materna. RESULTADOS: Observou-se persistente situação desfavorável das mulheres de pele preta e parda em relação às brancas. Nas mulheres pretas e pardas são maiores as proporções de puérperas adolescentes, com baixa escolaridade, sem trabalho remunerado e vivendo sem companheiro. Sofrer agressão física, fumar, tentar interromper a gravidez e peregrinar em busca de atenção médica foram mais freqüentes nas negras seguidas das pardas e das brancas com baixa escolaridade. O grupo de elevado nível de escolaridade tem melhores indicadores, mas repete o mesmo padrão. Esse gradiente se mantém, em sentido inverso, quanto à satisfação com a assistência prestada no pré-natal e no parto. Constata-se a existência de duas formas de discriminação, por nível educacional e cor da pele. CONCLUSÕES: Verificaram-se dois níveis de discriminação, a educacional e a racial, que perpassam a esfera da atenção oferecida pelos serviços de saúde à população de puérperas do Município do Rio de Janeiro
Access to childbirth care by adolescents and young people in the Northeastern region of Brazil
OBJETIVO Identificar os fatores que interferem no acesso de adolescentes e jovens à assistência ao parto na região Nordeste do Brasil. MÉTODOS Estudo seccional realizado com 3.014 adolescentes e jovens admitidas nas maternidades selecionadas por ocasião da realização do parto na região Nordeste do Brasil. O desenho da amostra foi probabilístico, em dois estágios: o primeiro correspondeu aos estabelecimentos de saúde e o segundo às puérperas e seus conceptos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista e consulta ao prontuário hospitalar, a partir de formulário eletrônico pré-testado. Utilizou-se estatística descritiva para análise univariada, teste Qui-quadrado de Pearson para análise bivariada, e regressão logística múltipla para análise multivariada. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, antecedentes obstétricos e aquelas relacionadas à assistência ao parto. RESULTADOS Metade das adolescentes e jovens entrevistadas não foi orientada sobre o local que deveria procurar para o parto, e entre aquelas que foram orientadas, 23,5% não realizaram o parto no serviço de saúde indicado. Além disso, 1/3 (33,3%) teve que peregrinar em busca de assistência ao parto, sendo que a maioria (66,7%) das puérperas chegou à maternidade por meios próprios. Na análise bivariada, as variáveis situação conjugal, trabalho remunerado, plano de saúde, número de gestações anteriores, paridade, localização do município e tipo de estabelecimento mostraram associação significativa (p < 0,20) com o acesso inadequado à assistência ao parto. Na análise multivariada, adolescentes e jovens que mantinham laços conjugais (p < 0,015), não possuíam plano de saúde (p < 0,002) e eram procedentes do interior (p < 0,001) tinham mais chance de acesso inadequado ao parto. CONCLUSÕES Adolescentes e jovens que mantêm laços conjugais, não possuem plano de saúde ou são procedentes do interior têm maior chance de apresentar acesso inadequado ao parto. A articulação entre o atendimento ambulatorial e a assistência ao parto pode melhorar esse acesso e, consequentemente, minimizar os riscos materno-fetais decorrentes da falta de planejamento sistêmico para a internação.OBJECTIVE To identify the factors that interfere with the access of adolescents and young people to childbirth care for in the Northeast region of Brazil. METHODS Cross-sectional study with 3,014 adolescents and young people admitted to the selected maternity wards to give birth in the Northeast region of Brazil. The sample design was probabilistic, in two stages: the first corresponded to the health establishments and the second to women who had recently given birth and their babies. The data was collected by means of interviews and consulting the hospital records, from pre-tested electronic form. Descriptive statistics were used for the univariate analysis, Pearson’s Chi-square test for the bivariate analysis and multiple logistic regressions for the multivariate analysis. Sociodemographic variables, obstetrical history, and birth care were analyzed. RESULTS Half of the adolescents and young people interviewed had not been given guidance on the location that they should go to when in labor, and among those who had, 23.5% did not give birth in the indicated health service. Furthermore, one third (33.3%) had to travel in search of assisted birth, and the majority (66.7%) of the postpartum women came to maternity by their own means. In the bivariate analysis, the variables marital status, paid work, health insurance, number of previous pregnancies, parity, city location, and type of health establishment showed a significant association (p < 0.20) with inadequate access to childbirth care. The multivariate analysis showed that married adolescents and young people (p < 0.015), with no health insurance (p < 0.002) and from the countryside (p < 0.001) were more likely to have inadequate access to childbirth care. CONCLUSIONS Adolescents and young women, married, without health insurance, and from the countryside are more likely to have inadequate access to birth care. The articulation between outpatient care and birth care can improve this access and, consequently, minimize the maternal and fetal risks that arise from a lack of systematic hospitalization planning
Condições de moradia como determinante social de baixo peso ao nascer e prematuro de baixo peso
OBJECTIVE: To assess the relationship between housing conditions and low birthweight and preterm low birthweight among low-income women. METHODS: A case-control study was conducted with post-partum women living in the city of Rio de Janeiro, Southeast Brazil, in 2003-2005. Two groups of cases, low birthweight (n=96) and preterm low birthweight infants (n=68), were compared against normal weight term controls (n=393). Housing conditions were categorized into three levels: adequate, inadequate, and highly inadequate. Covariates included sociodemographic and anthropometric characteristics, risk behaviors, violence, anxiety, satisfaction during pregnancy, obstetric history and prenatal care. RESULTS: Poor housing conditions was independently associated with low birthweight (inadequate - OR 2.3 [1.1;4.6]; highly inadequate - OR 7.6 [2.1;27.6]) and preterm low birthweight (inadequate - OR 2.2 [1.1;4.3]; highly inadequate - OR 7.6 [2.4;23.9]) and factors associated with outcomes were inadequate prenatal care and previous preterm birth. Low income and low maternal body mass index remained associated with low birthweight. CONCLUSIONS: Poor housing conditions were associated with low birthweight and preterm low birthweight.OBJETIVO: Evaluar la relación entre condiciones de vivienda y bajo peso al nacer y prematuridad asociada al bajo peso al nacer en los hijos de mujeres de baja renta. MÉTODOS: Se realizó estudio caso-control con mujeres en el postparto residentes en el municipio de Rio de Janeiro, Sureste de Brasil, en 2003-2005. Dos grupos de casos fueron comparados con controles a término y con peso normal (n=393): bajo peso al nacer (n=96) y prematuridad asociada al bajo peso al nacer (n=68). Las condiciones de vivienda fueron consideradas en los niveles: adecuadas, inadecuadas y muy inadecuadas. Las covariables investigadas fueron características sociodemográficas, antropométricas, hábitos de riesgo, violencia, ansiedad, satisfacción con el embarazo, historia obstétrica y cuidados prenatales. RESULTADOS: Condiciones de vivienda inadecuadas fueron independientemente asociadas con bajo peso al nacer (Inadecuadas - OR= 2,3 (1,1;4,6) y muy inadecuadas - OR=7,6 (2,1;27,6) y con prematuridad asociada al bajo peso al nacer (inadecuadas - OR=2,2 (1,1;4,3) y muy inadecuadas - OR=7,6 (2,4;23,9). Factores asociados con los resultados incluyeron cuidados prenatales inadecuados y prematuridad previa. Baja renta y bajo índice de masa corporal materno fueron asociados con bajo peso al nacer. CONCLUSIONES: Condiciones de vivienda inadecuadas fueron asociadas con bajo peso al nacer y prematuridad asociada al bajo peso al nacer.OBJETIVO: Avaliar a relação entre condições de moradia e baixo peso ao nascer e prematuridade associada ao baixo peso ao nascer nos filhos de mulheres de baixa renda. MÉTODOS: Foi realizado estudo caso-controle com mulheres no pós-parto residentes no município do Rio de Janeiro, RJ, em 2003-2005. Dois grupos de casos foram comparados com controles a termo e com peso normal (n = 393): baixo peso ao nascer (n = 96) e prematuridade associada ao baixo peso ao nascer (n = 68). As condições de moradia foram consideradas nos níveis: adequadas, inadequadas e muito inadequadas. As covariáveis investigadas foram características sociodemográficas, antropométricas, hábitos de risco, violência, ansiedade, satisfação com a gravidez, história obstétrica e cuidados pré-natais. RESULTADOS: Condições de moradia inadequadas foram independentemente associadas com baixo peso ao nascer (Inadequadas - OR = 2,3 (1,1;4,6) e muito inadequadas - OR = 7,6 (2,1;27,6) e com prematuridade associada ao baixo peso ao nascer (inadequadas - OR = 2,2 (1,1;4,3) e muito inadequadas - OR = 7,6 (2,4;23,9). Fatores associados com os desfechos incluíram cuidados pré-natais inadequados e prematuridade prévia. Baixa renda e baixo índice de massa corporal materno foram associados com baixo peso ao nascer. CONCLUSÕES: Condições de moradia inadequadas foram associadas com baixo peso ao nascer e prematuridade associada ao baixo peso ao nascer
Desigualdades sociodemográficas e suas conseqüências sobre o peso do recém-nascido
OBJECTIVE: To analyze sociodemographic inequalities in prenatal and childbirth care and their consequences on birth weight. METHODS: The study was based on a sample of 10,072 postpartum women treated at public (those outsourced by the National Health System) and private maternity hospitals in Rio de Janeiro, Brazil, from 1999 to 2001. To test the association between birth weight and maternal sociodemographic and biological characteristics and prenatal care (modified Kotelchuck index), postpartum women were stratified by level of schooling and two multiple linear regressions were performed. The bootstrap technique was used in addition to accurate confidence intervals for the estimated effects. RESULTS: For nearly all of the variables analyzed in the bivariate analysis, birth weight was lower among children of mothers with low schooling. In the multivariate analysis, among women with low schooling, there was a direct association between birth weight and the modified Kotelchuck index and gestational age. The variables black skin color, smoking, and history of premature birth were negatively associated with birth weight, while maternal age and parity showed distinct behaviors from the central range of data at the extremes. In the group with high schooling, only parity, gestational age, and modified Kotelchuck index were significant and directly associated with birth weight. The protective effect of prenatal care was observed, as well as the negative effect of smoking, regardless of the mother's level of schooling. CONCLUSIONS: The variables associated with neonates' birth weight of mothers with high schooling in Rio de Janeiro were biological, in contrast to the social determinants in the group with low schooling.OBJETIVO: Analisar as desigualdades sociodemográficas, na assistência pré-natal e ao parto e suas conseqüências sobre o peso ao nascer. MÉTODOS: Estudo realizado em amostra de 10.072 puérperas atendidas em maternidades públicas, conveniadas com o Sistema Único de Saúde, e particulares do Município do Rio de Janeiro, no período de 1999-2001. Para verificar a associação entre peso ao nascer e características maternas, sociodemográficas, biológicas e da assistência pré-natal (índice de Kotelchuck modificado), realizaram-se regressões lineares múltiplas, estratificando as puérperas segundo nível de instrução. Foi utilizada a técnica de bootstrap com intervalos de confiança acurados para as estimativas dos efeitos. RESULTADOS: Na análise bivariada, para quase todas as variáveis estudadas, as médias de peso ao nascer foram menores entre as mães de escolaridade mais baixa. Na análise da regressão múltipla para o grupo de baixa escolaridade, o peso ao nascer associou-se diretamente com o índice de Kotelchuck modificado e a idade gestacional, e inversamente com as variáveis cor da pele preta, hábito de fumar e a experiência de filhos prematuros anteriores. Idade materna e paridade tiveram comportamentos distintos nos extremos e na faixa central dos dados. No grupo de maior escolaridade somente a paridade, a idade gestacional e o índice de Kotelchuck modificado foram significativos e se associaram diretamente com o peso ao nascer. Verificou-se o papel protetor da assistência pré-natal, assim como o efeito negativo do hábito de fumar independente do nível de escolaridade das mães. CONCLUSÕES: As variáveis que explicaram o peso ao nascer dos neonatos de mães com elevada escolaridade foram de natureza biológica, em contraste com os determinantes sociais encontrados no grupo de baixa escolaridade
Validade de peso, estatura e IMC referidos por puérperas do estudo Nascer no Brasil
OBJETIVO: Avaliar a acurácia das informações de peso pré-gestacional, estatura, índice de massa corporal pré-gestacional e peso na última consulta de pré-natal, segundo características maternas, variáveis sociodemográficas e de pré-natal. MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido com dados do questionário face a face e do cartão da gestante (padrão-ouro) do estudo “Nascer no Brasil, 2011–2012”. Para avaliar as diferenças entre as variáveis antropométricas medidas e referidas, utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis para as variáveis dividas em quartis. Para as variáveis contínuas, adotou-se o teste de Wilcoxon, gráficos de Bland e Altman, diferença média entre as informações medidas e referidas pelas mulheres. Estimou-se a sensibilidade e o coeficiente de correlação intraclasse. RESULTADOS: No estudo, 17.093 mulheres possuíam cartão de gestante. Observou-se uma subestimação do peso pré-gestacional em 1,51 kg (DP = 3,44) e do índice de massa corporal em 0,79 kg/m2 (DP = 1,72), e superestimação da estatura em 0,75 cm (DP = 3,03) e do peso na última consulta em 0,22 kg (DP = 2,09). Os coeficientes de correlação intraclasse (CCIC) obtidos para as variáveis antropométricas foram: estatura (CCIC = 0,89), peso pré-gestacional (CCIC = 0,96), índice de massa corporal pré-gestacional (CCIC = 0,92) e peso na última consulta (CCIC = 0,98). CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que as variáveis antropométricas referidas foram válidas para a população de estudo, e podem ser utilizadas em estudos com populações que tenham características semelhantes.OBJECTIVE: To evaluate the accuracy of information on pre-gestational weight, height, pre-gestational body mass index, and weight at the last prenatal appointment, according to maternal characteristics and sociodemographic and prenatal variables. METHODS: The study was developed using data from the face-to-face questionnaire and prenatal card (gold standard) of the study “Birth in Brazil, 2011–2012”. To evaluate the differences between the measured and self-reported anthropometric variables, we used the the Kruskal-Wallis test for the variables divided into quartiles. For the continuous variables, we used the Wilcoxon test, Bland-Altman plot, and average difference between the information measured and reported by the women. We estimated sensitivity and the intraclass correlation coefficient. RESULTS: In the study, 17,093 women had the prenatal card. There was an underestimation of pre-gestational weight of 1.51 kg (SD = 3.44) and body mass index of 0.79 kg/m2 (SD = 1.72) andoverestimation of height of 0.75 cm (SD = 3.03) and weight at the last appointment of 0.22 kg (SD = 2.09). The intraclass correlation coefficients (ICC) obtained for the anthropometric variables were: height (ICC = 0.89), pre-gestational weight (ICC = 0.96), pre-gestational body mass index (ICC = 0.92), and weight at the last appointment (ICC = 0.98). CONCLUSIONS: The results suggest that the mentioned anthropometric variables were valid for the study population, and they may be used in studies of populations with similar characteristics
Perfil de Mortalidade por Câncer do Colo do Útero no Município do Rio de Janeiro no Período 1999-2006
Introdução: O câncer do colo do útero representa a quarta causa de mortalidade entre as mulheres brasileiras. Objetivo: Descrever o perfil da mortalidade por câncer do colo do útero nas mulheres residentes no município do Rio de Janeiro, no período de 1999 a 2006. Método: As informações foram extraídas do Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram incluídos os registros que apresentaram CID-10 referentes a câncer do colo do útero, corpo do útero e útero porção não especificada e como município de residência o Rio de Janeiro. Realizou-se a redistribuição dos óbitos classificados como: útero porção não especificada, câncer do colo do útero e corpo do útero, de acordo com a proporção de registros certificados originalmente para cada uma das categorias por causa de óbito, ano de ocorrência e faixa etária. Resultados: No período do estudo, ocorreram 2.752 óbitos, dos quais, 56,5% foram por câncer do colo do útero, 20,0% corpo do útero e 23,5% por útero porção não especificada. Após a redistribuição dos óbitos, as taxas de mortalidade por câncer do colo do útero e corpo do útero foram respectivamente 6,27/100.000 e 2,12/100.000. As maiores taxas de mortalidade por câncer do colo do útero foram observadas em mulheres pretas/pardas, na faixa etária dos 50-70 anos, solteiras, e que residiam nas áreas programáticas mais pobres da cidade. Conclusão: Os achados sugerem a necessidade de novas estratégias no âmbito das políticas de saúde pública, que contemplem maior número de mulheres nas ações de prevenção secundária, tendo em vista a alta taxa de mortalidade por essa neoplasia
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