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    Pois, sem mulher a luta vai pela metade : a participação das mulheres jovens trabalhadoras rurais e as repercussões no sindicalismo

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    Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2017.A presente dissertação se insere no contexto dos estudos sobre mulheres trabalhadoras rurais e sua participação nos movimentos sociais do campo, especificamente, no sindicalismo rural. O seu objetivo é analisar a emergência da participação das mulheres jovens trabalhadoras rurais no sindicalismo e sua repercussão para a ação sindical, no âmbito da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG). Por meio das narrativas biográficas de três mulheres dirigentes sindicais, que no período de 2001 a 2017 desempenharam a função de Secretárias de Jovens Trabalhadores Trabalhadoras Rurais desta Confederação, pôde-se compreender os sentidos, possibilidades e conflitos estabelecidos na esfera sindical, a partir da afirmação da categoria mulher jovem trabalhadora rural. Mesmo sendo as intersecções entre gênero, geração e classe estruturantes desta categoria política, outras dimensões vinculadas ao que chamamos de ponto alto da política sindical igualmente se apresentaram como importante componente influenciador das experiências de participação vivenciada por estas mulheres jovens trabalhadoras rurais.The present dissertation is inserted in the context of studies regarding rural women workers and their participation in rural social movements, specifically, in rural labor unionism. Its main goal is to analyze the emergence of young rural women workers’ participation in labor unionism and its repercussion for trade union action within the framework of the National Confederation of Rural Workers and Family Farmers (CONTAG). Through the biographical narratives of three trade union women leaders, who from 2001 to 2017 served as Secretaries for Young Rural Workers of this Confederation, it was possible to understand the meanings, possibilities and conflicts that are established in the trade union sphere, based on the affirmation of the young working woman rural category. Even though the intersections between gender, generation and social classes are structural in this political category, other dimensions, linked to what we call the high point of union politics, are also important components that interfere with the experiences of participation experienced by these young rural women workers

    Marcha das Margaridas 2019: alimentação, mobilização social e feminismos

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    Este trabalho apresenta os dados coletados na pesquisa Marcha das Margaridas 2019: alimentação, mobilização social e feminismos, realizada nos dias 13 e 14 de agosto de 2019 pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia (Food for Justice: Power, Politics, and Food Inequalities in a Bioeconomy), sediado no Instituto de Estudos Latino-Americanos da Freie Universtität Berlin. A presente pesquisa objetivou entender a composição social e a percepção das ativistas sobre os temas alimentação, mobilização social e feminismos. Os resultados revelam que as ativistas que marcharam em Brasília na 6ª edição da Marcha das Margaridas, em 2019, são majoritariamente mulheres pretas e pardas, católicas, com ensino médio completo ou superior incompleto, residentes em domicílios com média de quase 4,7 moradores, nos quais elas são majoritariamente responsáveis pelo trabalho doméstico. São oriundas principalmente do Nordeste, com renda per capita inferior a um salário-mínimo e vindas de áreas rurais, embora haja significativa presença de mulheres urbanas entre as participantes. A maioria delas também se reconhecem como feministas e se posicionam em favor de direitos das mulheres, das populações negras, LGBTQI+ e pautas ambientais, embora haja controvérsias sobre temas importantes ao movimento feminista, como a legalização do aborto. Os resultados também revelam a importância do trabalho das mulheres na produção, comercialização e consumo de alimentos e no desenvolvimento de práticas agroecológicas.This paper presents data collected from the survey Marcha das Margaridas 2019: food, social mobilization, and feminisms, conducted on August 13-14, 2019 by the Research Group Food for Justice: Power, Politics, and Food Inequalities in a Bioeconomy, based at the Institute for Latin American Studies at the Freie Universtität Berlin. The survey aimed to understand the social composition and perceptions of activists on the topics of food, social mobilization, and feminisms. The results reveal that the activists who marched in Brasília in the 6th edition of the Marcha das Margaridas in 2019 are mostly black [pretas] and brown [pardas]1, Catholic, with complete or incomplete high school education, residing in households with an average of almost 4.7 residents, in which they are mostly responsible for domestic work. They come mainly from the Northeast, with a per capita income of less than one minimum wage, and from rural areas, although there is a significant presence of urban women among the participants. Most of them recognize themselves as feminists and position themselves in favor of women’s rights, black populations, LGBTQI+, and environmental agendas. Nevertheless, there are controversies about important issues for the feminist movement, such as the legalization of abortion. The results also reveal the importance of women’s work in the production, commercialization and consumption of food, and in the development of agroecological practices. 1 We used a literal translation of the terms black (preto) and brown (pardo) in English because the term BIPoC (Black, Indigenous, and People of Color) is not very common in the Brazilian context

    Mulheres jovens trabalhadoras rurais: a emergência de uma nova categoria política e suas repercussões no sindicalismo rural

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    O objetivo pretendido com este artigo foi analisar as interações entre as categorias políticas ‘mulheres trabalhadoras rurais’ e ‘juventude trabalhadora rural’, dentro da Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), evidenciando as contribuições e tensões geradas na ação sindical, sobretudo, a partir da maior participação das ‘mulheres jovens trabalhadoras rurais’, que surge como categoria política no sindicalismo, assumindo características próprias. A pesquisa se baseou em metodologia qualitativa, tendo por principal referência as narrativas biográficas de três diretoras da Contag, além de documentos institucionais. Dentre as principais conclusões está a de que as mulheres trabalhadoras rurais inauguraram uma forma de ação baseada em três pilares, voltados à constituição de: i) espaços e processos de formação e auto-organização específicos; ii) medidas de ampliação das condições de participação; iii) ações coletivas de caráter público. Assim, institucionalizaram condições para a emergência de outras categorias políticas, desde a interseção de gênero, geração e classe. É desse processo que emergem as mulheres jovens trabalhadoras rurais, que passam a reivindicar essa identidade política e a tecer um campo de articulação que repercute no sindicalismo, pautando novas abordagens sobre temas presentes na agenda sindical e disputando espaço de poder e visibilidade sobre suas questões

    Effects of the Covid-19 pandemic on food consumption and food security in Brazil

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    Esta publicação analisa os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a alimentação da população brasileira, com relação à situação de segurança alimentar e ao consumo de alimentos. Os dados analisados aqui foram coletados por meio de uma pesquisa de opinião pública realizada entre os meses de novembro e dezembro de 2020, por meio de coleta telefônica, junto à amostra representativa da população brasileira. Esta pesquisa foi coordenada pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, da Freie Universität Berlin (Alemanha), em parceria com pesquisadoras/es da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de Brasília (UnB). Os resultados demonstram que 59% dos domicílios entrevistados estavam em situação de insegurança alimentar durante a pandemia e parte significativa deles diminuiu o consumo de alimentos importantes para a dieta regular da população - 44% reduziram o consumo de carnes e 41% o consumo de frutas. Assim, os dados coletados corroboram informações anteriores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio que indicavam o aumento da insegurança alimentar no Brasil nos anos de 2017/2018 em relação aos padrões anteriores, de 2013. Conclui-se que as instabilidades socioeconômicas geradas pelas crises política e econômica vividas nos últimos anos no país agravaram-se com a pandemia da Covid-19, acentuando as desigualdades alimentares entre uma parcela da população brasileira, sobretudo, quanto ao acesso a alimentos de forma regular e em quantidade e qualidade satisfatórias.This working paper analyzes the effects of the Covid-19 pandemic on food security and food consumption in Brazil. The data was collected between November and December 2020 through a public opinion survey conducted by telephone with a representative sample of the Brazilian population. This data collection was coordinated by the Research Group Food for Justice: Power, Politics and Food Inequalities in the Bioeconomy, of the Freie Universität Berlin (Germany), jointly with researchers from the Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) and the Universidade de Brasília (UnB). The results show that 59% of the inquired households are in a situation of food insecurity during the pandemic, and that a significant part of the respondents reduced the consumption of food items important for their regular diets; 44% reduced meat and 41% reduced fruit consumption. Thus, the data collected confirms the previous findings by the National Research for Sample of Domicile (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) that indicated an increase in food insecurity in Brazil in the years 2017 and 2018 compared to the previous standards from 2013. In conclusion, the socioeconomic instabilities caused by the political and economic crises in recent years have worsened with the Covid-19 pandemic, reinforcing food inequalities for a large portion of the Brazilian population, especially regarding access to food on a regular basis in a sufficient quantity and quality

    Portrait of food and nutrition security in Belo Horizonte

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    Esta publicação analisa a situação de insegurança alimentar na cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais e município reconhecido nacionalmente por um histórico de execução de políticas públicas de segurança alimentar. Os dados analisados foram coletados por meio de pesquisa de opinião pública representativa da população Belo-horizontina, realizada em pontos de fluxo distribuídos em 113 bairros entre os dias 7 e 27 de abril de 2022. Esta pesquisa foi coordenada pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, da Freie Universität Berlin (Alemanha), em parceria com pesquisadoras/es da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do Fórum de Pesquisadores em Soberania e Segurança Alimentar de Belo Horizonte, da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da Prefeitura de Belo Horizonte, do Instituto Fome Zero (IFZ) e do Centro de Estudo das Metrópolis da Universidade de São Paulo (CEM/USP). Os resultados demonstram que 55,7% dos domicílios viviam algum tipo de insegurança alimentar, seja leve (30,1%), moderada (12,4%) ou grave (13,2%). Verificou-se também que alguns domicílios estavam mais expostos à insegurança alimentar que outros, por exemplo quando eram chefiados por única pessoa do sexo feminino (63,3%) ou de raça ou cor parda (57,3%) e preta (68,4%), ou ainda, quando tinham em sua composição crianças de até 4 anos (66,9%) ou crianças e adolescentes de 5 a 17 anos (64,7%). A frequência de insegurança alimentar é também significativa nos domicílios cuja renda per capita é equivalente a até ¼ do salário-mínimo (R303,00,trezentosetre^sreais)(86,9thecapitaloftheBrazilianstateMinasGerais.BeloHorizonteispubliclyrecognizedforitshistoryofimplementingpublicpoliciesonfoodsecurity.ThedataanalyzedwascollectedthroughapublicopinionsurveyrepresentativeofthepopulationofBeloHorizonte,withdatacollectioncarriedoutinareaswithhighpedestrianflowdistributedin113neighborhoodsfrom7to27April2022.TheResearchGroupFoodforJustice:Power,PoliticsandFoodInequalitiesintheBioeconomy,basedattheFreieUniversita¨tBerlin(Germany),coordinatedthisdatacollectionincooperationwithresearchersfromtheUniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),theForumofResearchersonFoodSovereigntyandFoodSecurityofBeloHorizonteandtheUndersecretariatofFoodSecurityandNutritionoftheMayorofBeloHorizonte,FomeZeroInstitute(IFZ)andCenterfortheStudyofMetropolisoftheUniversidadedeSa~oPaulo(CEM/USP).Theresultsshowthat55.7 303,00, trezentos e três reais) (86,9%). Conclui-se que a insegurança alimentar se reproduz a partir do entrelaçamento de desigualdades, o que exige um conjunto amplo de ações que venham a superar tais assimetrias, o que inclui uma ação Estatal que articule diferentes níveis e esferas de poder, com participação popular, e de abordagem intersetorial, que integre e assegure um conjunto de direitos e políticas à população que mais precisa.This publication analyses the food insecurity situation in the city of Belo Horizonte, the capital of the Brazilian state Minas Gerais. Belo Horizonte is publicly recognized for its history of implementing public policies on food security. The data analyzed was collected through a public opinion survey representative of the population of Belo Horizonte, with data collection carried out in areas with high pedestrian flow distributed in 113 neighborhoods from 7 to 27 April 2022. The Research Group Food for Justice: Power, Politics and Food Inequalities in the Bioeconomy, based at the Freie Universität Berlin (Germany), coordinated this data collection in cooperation with researchers from the Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), the Forum of Researchers on Food Sovereignty and Food Security of Belo Horizonte and the Undersecretariat of Food Security and Nutrition of the Mayor of Belo Horizonte, Fome Zero Institute (IFZ) and Center for the Study of Metropolis of the Universidade de São Paulo (CEM/USP). The results show that 55.7% of households experienced food insecurity, whether mild (30.1%), moderate (12.4%), or severe (13.2%). The findings also point out that some domiciles were more exposed to food insecurity than others, according to household features. For example, food insecurity was significantly higher in households headed by a single female person (63.3%), headed by someone who was racialized as brown (57.3%) or black (68.4%), or when the household had in its composition children up to 4 years old (66.9%) or children and teenagers from 5 to 17 years old (64.7%). The frequency of food insecurity is also significant in households whose per capita income is equivalent to up to 25% of the minimum wage (R303.00, three hundred and three reais) (86.9%). It is possible to conclude that food insecurity is reproduced from the interweaving of inequalities, which requires a broad set of actions to overcome such asymmetries. It includes a state action that articulates different levels and spheres of power, with popular participation, and an intersectoral approach, which integrates and ensures rights and policies to the most vulnerable population
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